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Autor: Frei Lourenço Maria Papin, OP

13 de maio de 2011: 94º aniversário da primeira das seis aparições de Nossa Senhora de Fátima, na Cova da Iria-Fátima, em Portugal, as três humildes crianças pastorinhos, Lucia e os irmãos Francisco e Jacinta, ambos bem-aventurados.

Ainda que as aparições não sejam propriamente objeto de fé, seria temerário não admitir a veracidade evangélica e eclesial de tantas mensagens religiosas dessas crianças, porta-vozes de Maria. São mensagens que evocam ensinamentos básicos da fé como a Santíssima Trindade, a Redenção, a Igreja Corpo Mistico de Cristo, a Eucaristia, a oração, a conversão, a iniquidade do pecado, etc.

Entre essas numerosas mensagens, porém, havia uma que ficou guardada em segredo até o ano de 2002. Temia-se que seu conteúdo fosse alarmante e assustador. Tinha-se até a impressão de que a própria Igreja temia em revelá-la.

Muita gente estava preocupada e temerosa. Os meios de comunicação social estavam particularmente ansiosos para saber e publicar qual seria mesmo o conteúdo desse segredo.

Finalmente, em 2003, o bem-aventurada João Paulo II, já conhecedor dessa mensagem-segredo, autorizou sua publicação, ficando sua interpretação ao encargo da Congregação para a Doutrina da Fé, presidida pela então Cardeal Joseph Ratzinger (hoje Bento XVI). A interpretação foi feita com serenidade, sem causar impacto, como muitos estavam esperando.

Essa mensagem segredo foi escrita por Irmã Lucia (falecida há alguns anos) numa linguagem repleta de simbolos e imagens vivas, portadora de advertências, lições e mensagens de natureza religiosa e histórica, numa estilo literário apocalíptico semelhante ao de alguns livros biblicos.

Irmã Lucia faz esta descrição: “Vimos um Anjo com uma espada de fogo na mão esquerda; ao cintilar, ela despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contato do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro.

O Anjo, apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: “Penitência, Penitência, Penitência”!… E vimos um Bispo vestido de branco (tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre) e vários outros  Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir um escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande cruz…

O Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade em ruinas, e meio trêmulo, com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ele ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelho aos pés da grande cruz, foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas”.

E a visão termina descrevendo a morte de Bispos, sacerdotes, religiosos e leigos de várias classes e posições, como mártires que derramaram seu sangue pelo Cristo.

Essa espada de fogo não parece ser mera fantasia, pois o homem com seus artefatos de guerra é capaz de reduzir a terra a um mar de chamas e cinzas.

A figura de Maria que neutraliza o efeito devastador das chamas, simboliza sua presença atuante na história da salvação da humanidade. Questionadora e autenticamente evangélica é a palavra do Anjo que, veemente, brada por Penitência, ou seja, por Conversão (cf. Mc 1,15).

Certamente, a montanha, a cidade e os diversos personagens simbolizam a história da humanidade no século que encerrou o segundo milênio: um misto de progresso, de descobertas maravilhosas e de tantas destruições. A caminhada da Igreja é descrita como uma Via Sacra muito dolorosa.

Nessa Via Sacra, sem dúvida, estão representados os papas desde São Pio X até o bem-aventurado João Paulo II que pessoalmente se sentiu identificado com o “Bispo vestido de branco” do segredo. De fato, após o atentado de 13.05.1981, na praça de São Pedro, João Paulo II pediu que lhe trouxessem o texto da mensagem-segredo. E ao falar sobre esse atentado, no dia 13.05.1994, assim se expressou: “Foi uma mão materna que guiou a trajetória da bala e o Papa agonizante deteve-se no limiar da morte”!

Abrindo um parêntese: é significativo observar que, a pedido dele mesmo, a bala do atentado foi incrustada na coroa de Nossa Senhora de Fátima em Portugal.

Em seus comentários interpretativos sobre esse segredo, observou o então o Cardeal Ratzinger: “Essa mão materna que desviou a bala mortífera, demonstra uma vez mais que não existe destino imutável, que a fé e a oração são forças que podem influir na história e que em última análise, a oração é mais forte do que as balas e a fé é mais poderosa do que os exércitos”!

E o mesmo Ratzinger concluindo suas interpretações, vai afirmar que o essencial do Segredo de Fátima “é a exortação à oração como caminho para a ‘salvação das almas’ e, no mesmo sentido, o apelo à penitência e à conversão”.

Uma exortação mais do que atual e urgente!

Fonte: Jornal Debate

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