Neste mês, o Papa Francisco faz-nos olhar para todos os que, ao longo destes dois últimos anos, se empenharam com enorme esforço e sacrifício na resposta à grave pandemia da Covid-19: os profissionais de saúde. É no contexto do pós-pandemia que o Santo Padre coloca esta intenção, como um exercício de releitura deste tempo que marcou e continuará a marcar o mundo. Importa considerar que a pandemia trouxe ao de cima essencialmente duas coisas: por um lado, a fragilidade dos sistemas de saúde e o pouco investimento nos seus profissionais, já que, numa vasta maioria de países, estes sistemas acabaram por colapsar e os recursos humanos não foram suficientes para conseguir dar resposta eficaz a uma crise desta dimensão; e, por outro, como Francisco disse na sua Mensagem para o Dia Mundial do Doente de 2021, «a pandemia destacou também a dedicação e generosidade de profissionais de saúde, voluntários, trabalhadores e trabalhadoras, sacerdotes, religiosos e religiosas: com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor ao próximo, ajudaram, trataram, confortaram e serviram tantos doentes e os seus familiares».
Mas, além disso, um sério exame deste tempo de pandemia deve levar a considerar as suas consequências, para que algo semelhante não volte a acontecer no futuro. A consequência mais imediata é a constatação daquilo que ficou relegado para segundo plano, como diagnósticos e tratamentos adiados, mas também, por exemplo, especialmente nos países mais pobres, os esquemas de vacinação essenciais contra doenças de crianças que ficaram por fazer. Rezemos, assim, para que, além da gratidão para com estes profissionais, os governos se empenhem no fortalecimento dos sistemas de saúde e no apoio a profissionais de saúde e doentes, especialmente nos países mais pobres.