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A missão da Irmã Lúcia

A difusão da devoção ao Imaculado Coração de Maria foi a incumbência específica dada por Nossa Senhora a essa privilegiada vidente.

A visita da Virgem Maria foi para a Irmã Lúcia “o início de uma singular missão, à qual ela se manteve fiel até ao fim dos seus dias”, afirma o Papa João Paulo II na mensagem enviada ao Bispo de Coimbra, por ocasião das exéquias da quase centenária freira carmelita.

Qual foi em concreto essa missão? A resposta, encontramo-la nas “Memórias” de Lúcia.

A graça de Deus será vosso conforto

Com aquela celestial Senhora “vestida de luz”, a vidente manteve vários diálogos. Já na primeira aparição, a 13 de maio, perguntou-lhe:

– E eu também vou para o Céu?

– Sim, vais.

– E a Jacinta

– Também.

– E o Francisco?

– Também, mas tem que rezar muitos Terços. (…) Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?

– Sim, queremos.

– Ide, pois, ter que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

“Foi ao dizer estas palavras – esclarece a Irmã Lúcia, em suas memórias – que abriu as mãos, fazendo penetrar em nossos peitos o reflexo que delas expedia. A qual luz nos penetrava no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente do que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo, também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente: ‘Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento’.

“Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou: ‘Rezem o Terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra’.”

Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar

Na segunda aparição, a 13 de junho, Nossa Senhora confiou à Irmã Lúcia uma missão específica, dizendo-lhe:

– A Jacinta e o Francisco, levoos em breve, mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação, e serão queridas de Deus essas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono.

E a eleita religiosa acrescenta: “Nossa Senhora me disse que nunca me deixaria e que seu Imaculado Coração seria o meu refúgio e o caminho que me conduziria a Deus”.

Comentando essa confortadora promessa da Santíssima Virgem, Jacinta expande-se com sua prima em manifestações de amor:

“Aquela Senhora disse que o seu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus. Não gostas tanto disto? Eu gosto tanto do seu Coração! É tão bom! Gosto tanto do Coração Imaculado de Maria! É o Coração da nossa Mãezinha do Céu! Tu não gostas tanto de dizer muitas vezes: Doce Coração de Maria! Imaculado Coração de Maria! Eu gosto tanto, tanto! Doce Coração de Maria, sede a minha salvação! Imaculado Coração de Maria, convertei os pecadores, livrai as almas do inferno!”

Eu fico mais algum tempo na terra

A designação de Lúcia para uma missão específica é relatada, com acréscimo de alguns pormenores, num diálogo entre os três pastorinhos a propósito da aparição de 13 de junho de 1917. Francisco pergunta à sua prima:

– Para que estava Nossa Senhora com um coração na mão espalhando pelo mundo essa luz tão grande que é Deus? Tu estavas com Nossa Senhora na luz que descia para a terra, e a Jacinta, comigo, na que subia para o Céu.

– É que tu, com a Jacinta, vais em breve para o Céu, e eu fico com o Coração Imaculado de Maria mais algum tempo na terra.

– Quantos anos ficas aqui?

– Não sei, bastante tempo!

– Foi Nossa Senhora quem o disse? – insiste Francisco.

– Foi. E eu o vi nessa luz que Ela nos fez penetrar no peito.

Ouvindo esta última afirmação, Jacinta exclama:

– É assim mesmo! Eu também assim o vi. Esta gente fica tão contente só por lhe dizermos que Nossa Senhora mandou rezar o Terço e que aprendesses a ler! O que seria se soubessem o que Ela nos mostrou em Deus, no seu Imaculado Coração, nessa luz tão grande! Mas isso é segredo, não se lhe diz. É melhor que ninguém o saiba.

Amor ardente ao Imaculado Coração

E em outro trecho das “Memórias”, a Irmã Lúcia escreve: “Parece-me que, naquele dia (13 de julho de 1917, terceira aparição), este reflexo teve por fim principal infundir em nós um conhecimento e amor especial para com o Coração Imaculado de Maria, assim como das outras duas vezes o teve a respeito de Deus e do mistério da Santíssima Trindade.
Desde esse dia, sentimos no coração um amor mais ardente pelo Coração Imaculado de Maria”.

Qual era a força desse amor, pode-se avaliar pela recomendação feita por Jacinta à Irmã Lúcia em julho de 1919, pouco antes de ir para o Hospital de Ourém: “Falta-me pouco para ir para o Céu. Tu ficas cá para dizeres que Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Quando for para dizeres isso, não te escondas. Diz a toda a gente que Deus nos concede as graças por meio do Coração Imaculado de Maria, que as peçam a Ela. Ah! se eu pudesse meter no coração de toda gente o lume que tenho cá dentro no peito a queimar-me e a fazer- me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria!”

Fonte: Arautos

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O que é ser santo?

Autor: Frei Lourenço Maria Papin, OP


A Igreja toda viveu um forte momento de emoção religiosa com a beatificação de João Paulo II por Bento XVI, no passado dia primeiro de maio.

E a Igreja no Brasil, particularmente reviverá essa emoção com beatificação da brasileira Irmã Dulce, no próximo 22 de maio. Irmã Dulce, carinhosamente chamada de “o anjo bom da Bahia” em razão de seu trabalho com os doentes, pobres e marginalizados.

Os ritos da Beatificação, assim como na canonização, são gestos eclesiais para lembrar que todos somos chamados por Deus a ser santos.

“Vocação Universal à Santidade na Igreja” é o significativo título do capítulo V da Constituição Dogmática Lumen Gentium do Concílio Vaticano II.

A propósito, escreveu João Paulo II: “A santidade é a prioridade permanente da Igreja” (Cf. Carta Apostólica “No início do novo milênio” – NMI – n. 30). E Igreja somos todos nós, sem distinção, igualitáriamente.

Mas afinal, o que é ser santo? Antes de tudo, a santidade não é privilégio de alguns nem é elitista.  Ela não está além das nuvens, mas ao alcance de todos, pois “esta é a vontade de Deus: a vossa santificação”, escreveu Paulo à sua comunidade de Tessalônica (1 Tess 4,3).

Aliás, os cristãos, no tempo dos apóstolos, sem falsa modéstia, se chamavam de santos. É tão bonita a conclusão da carta de Paulo aos filipenses, escrita na prisão em Roma: “Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa do Imperador” (Fl 4,21). Santos estes corajosos, pois certamente viviam na clandestinidade!

Ser santo é viver a Caridade, isto é, levar até as últimas consequências os dois supremos mandamentos: amar a Deus  sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmo (Cf Mt 22, 34-40). A santidade consiste essencialmente na Caridade e no fato de sermos filhos de Deus, “participantes de sua natureza divina” (2 Pd 1, 4b).

Ser santo é viver na amizade filial com Deus. É estar em comunhão com a Trindade Santa, mistério de infinito amor. A Trindade é fonte e inspiração de toda a santidade.

Ser santo é ter vida de oração pessoal e comunitária permanente . É ouvirr e praticar a Palavra de Deus com todas suas exigências, numa atitude de Fé vivificada pela Caridade.

Ser santo é estar em comunhão participativa com a Igreja, com a comunidade. Ninguém se torna santo isoladamente. Na Igreja vamos encontrar os Sacramentos como canais de graças especiais para o crescimento na santidade. Ser santo é ter vida sacramental, sobretudo eucarística.

Ser santo é estar em continuo e humilde processo de conversão, procurando afastar o maior obstáculo à santidade que pe o pecado. Ser santo é viver em estado de Graça.

Ser santo é fazer de toda nossa vida uma oblação a Deus, como expressão de entrega e serviço a Ele e aos irmãos, sobretudo pobres e necessitados.

Ser santos é respeitar a defender a dignidade da pessoa humana, obra-prima de Deus, remida e restaurada pelo sangue de Cristo. Ser santo é ter fome e sede justiça e promover a paz como exigência de vida digna para todos. Essa é a dimensão social da santidade.

A santidade pode florescer em toda parte, nos mais variados estilos de vida: na vida conjugal e familiar, na vida sacerdotal e religiosa nas diversas modalidades da vida profissional e até mesmo na vida politica.

Entre as centenas de processos de beatificação de leigos e leigas que tramitam no Vaticano, pelo menos dois se referem a politicos: Alcides De Gasperi, admirável estadista, por vários anos primeiro ministro da Itália no após guerra, e Giorgio La Pira, respeitado jurista que foi deputado federal no parlamento italiano e duas vezes prefeito de Florença.

Independente de beatificação ou canonização, estejamos certos que há multidões de santos e santas anônimos pelos caminhos da vida, tantos deles, quem sabe, bem perto de nós, no meio de nós! Se não os houvesse, a Redenção teria sido um fracasso, como profetizou um meu confrade, Frei João Alves Basílio.

E para nos questionar, cito aqui as desconcertantes palavras de um grande convertido, escritor e jornalista católico francês, Léon Bloy (1846  – 1917): “A única tristeza é não ser santo”!

Sim, “a única tristeza é não ser santo”: na vida pessoal, na vida de família e de comunidade, na vida profissional, política e social. Essa tristeza desaparecerá e dará lugar  à verdadeira alegria, na medida e m que houver empenho na busca da santidade.

Será a santidade um ideal impossível? Mas Deus nunca exige de seus filhos o impossível!

Não obstante as fraquezas e limitações humanas, pois somos santos e pecadores, acreditamos no ideal da santidade, sabendo que o seu protagonista é o próprio Espírito de Deus, forte e suavemente agindo na criatura humana.

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Se os homens vissem o inferno

Pode-se perguntar como, sendo ainda tão criança, Jacinta chegou a compreender e a adquirir um tal espírito de mortificação e penitência. Para a Irmã Lúcia, isto se deve a “uma graça especial que Deus, por meio do Imaculado Coração de Maria, concedeu à pequena pastora”.

Mas esse dom divino não veio sozinho. Para essa compreensão ajudou também poderosamente a visão do Inferno e a desgraça dos que ali caem, o que “horrorizou Jacinta a tal ponto, que todas as penitências e mortificações lhe pareciam nada, para conseguir livrar de lá algumas almas.”

Com acerto observa a Irmã Lúcia que determinadas pessoas, “mesmo piedosas, não querem falar do Inferno às crianças, para não as assustar. Mas Deus não hesitou em mostrá-lo a três, e uma de 7 anos apenas, a qual Ele sabia que havia de se horrorizar a ponto de lhe causar definhamento”.

Essa atitude de Nosso Senhor e de sua Mãe bondosíssima, mostrando aos pastorinhos a visão daquele lugar de tormento, bem mostra como a meditação sobre os castigos eternos é adequada para os homens e mulheres de nossa época, sejam crianças, jovens ou adultos. Constitui ocasião de preciosas graças, não só de conversão, mas também de perseverança e afervoramento na vida espiritual.

Hoje, muito mais do que em 1917, as pessoas se entregam ao pecado e a toda espécie de más ações, sem se incomodarem com as conseqüências, não apenas para esta vida, mas, sobretudo, para a outra, correndo o risco de condenação eterna.

Jacinta, compreendendo tudo isto muito bem, nunca mais deixou de pensar na desgraça irremediá­vel das almas condenadas ao Inferno. Mais do que tudo, causava-lhe angústia a idéia de um castigo sem fim. Às vezes, sentada numa pedra, punha-se a pensar, e dali a pouco perguntava a Lúcia:

– Aquela Senhora disse que muitas almas vão para o Inferno! E nunca mais vão sair de lá?

– Não!

– E mesmo depois de muitos, muitos anos?

– Não! O Inferno não acaba nunca!

– Mas, olha: então, depois de muitos e muitos anos, o Inferno ainda não acaba? E aquela gente que está ardendo lá não morre? E não vira cinza?! E, se a gente rezar muito pelos pecadores, Nosso Senhor os livra de lá?! E com os sacrifícios também? Coitadinhos! Temos de rezar e fazer muitos sacrifícios por eles!

Depois, lembrando-se das misericordiosas palavras de Maria, acrescentava:

– Que boa é aquela Senhora! Já nos prometeu levar para o Céu!

Outras vezes, meditando nos sofrimentos reservados aos pecadores que morrem sem arrependimento, Jacinta estremecia de pena, ajoelhava-se e, de mãos postas, recitava a oração que Nossa Senhora lhes tinha ensinado:

– Ó meu Jesus! Perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno, levai as alminhas todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem.

E permanecia assim, muito tempo, de joelhos, repetindo a mesma oração. De vez em quando, chamava pela prima ou pelo irmão, como que acordando de um sonho:

– Francisco! Francisco! Vocês estão rezando comigo? É preciso rezar muito para livrar as almas do Inferno! Para lá vão tantas, tantas!

Por esse motivo, também a impressionava muito o que Nossa Senhora anunciara a respeito da Segunda Guerra Mundial. Jacinta parecia compreender com muita clareza todas as desgraças que essa guerra traria para a humanidade e, sobretudo, para as almas dos pecadores. Quando Lúcia, vendo-a pensativa, procurava saber com que se preocupava, por vezes respondia:

– Nessa guerra que virá. Nas muitas pessoas que vão morrer e ir para o Inferno! Que pena! Se deixassem de ofender a Deus, nem viria a guerra, nem iriam para o Inferno!

Em outras ocasiões perguntava-se:

– Por que Nossa Senhora não mostra o Inferno aos pecadores?! Se eles o vissem, não mais pecariam, para não irem para lá!

Essa preocupação com as almas dos pobres pecadores tornava-se ainda mais viva quando a cristalina virtude de Jacinta chocava-se com alguma má ação ou dito ofensivo a Nosso Senhor. Então encobria a face com as mãos, e dizia:

– Ó meu Deus! Esta gente não sabe que, por dizer estas coisas, pode ir para o Inferno?! Perdoai-lhes, meu Jesus, e convertei-os. Com certeza não sabem que com isso ofendem a Deus! Que pena, meu Jesus! Eu rezo por eles. – E logo repetia: – Ó meu Jesus, perdoai-nos… etc.

Fonte: Livro Jacinta e Francisco  Prediletos de Maria – Monsenhor João Clá

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Grande devoção a Maria

Em Jacinta, o desejo de converter e salvar os pecadores só não era maior do que seu imenso amor a Nossa Senhora e a seu Divino Filho. Amor este que ela manifestava com a candura própria de uma alma inocente e cheia de Fé. Assim, costumava repetir à prima Lúcia:

– Aquela Senhora disse que o seu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus. Você não gosta tanto?! Eu gosto tanto do seu Coração! É tão bom!

Vez por outra, nas horas tranqüilas do pastoreio, tendo ao colo uma ovelhinha que afagava carinhosamente, voltava seus olhos para o céu e exclamava:

– Gosto tanto de Nosso Senhor e de Nossa Senhora, que nunca me canso de Lhes dizer que Os amo!

Talvez por isso, tendo-lhe sido ensinadas algumas jaculatórias (orações curtas), escolheu duas mais do seu agrado, que não parava de recitar: “Ó meu Jesus, eu vos amo”, e “Doce Coração de Maria, sede a minha salvação”. Esta última dava-lhe muito contentamento, e por isso dizia com toda a simplicidade:

– Gosto tanto do Coração Imaculado de Maria! É o Coração da nossa Mãezinha do Céu!

E mais de uma vez, enquanto apanhavam flores no campo, Lúcia a ouviu cantar com uma melodia improvisada no momento:

– Doce Coração de Maria, sede a minha salvação! Imaculado Coração de Maria, converte os pecadores, livra as almas do Inferno!

Fonte: (Livro Jacinta e Francisco Prediletos de Maria – Monsenhor João Clá)

Intercessões Nossa Senhora Santuários Marianos

O milagre de Nossa Senhora de Nazaré

Sentindo-se perdido, de seu peito aflito brotou um brado de súplica à Única que poderia socorrê-lo em tal transe: “Senhora, valei-me!”

Vila típica de Portugal, Nazaré tem, tal como o país ao qual pertence, a face voltada para o mar, recebendo de frente o vento fresco e desafiador do oceano bravio. É bem conhecida a história do povo lusitano, e sabe-se que ele não costuma recuar diante desse tipo de desafio.

No distante século XII, Portugal já era nação soberana. No entanto, escaramuças e combates terrestres não deixaram de ocorrer. Além disso, os navios mouros ainda eram senhores da costa, o que constituía um grande perigo para todos. O rei Dom Afonso Henriques, preocupado em afastar essa ameaça que pesava sobre seus súditos, chamou um vassalo de sua confiança, o alcaide-mor de Porto de Mós, e o constituiu comandante das poucas naves de guerra que Portugal então possuía.

Para muitos, pareceu temeridade a flotilha cristã enfrentar os experientes marujos e corsários árabes. No entanto, a Providência velou pelos lusos, e a esquadra moura sofreu fragorosa derrota ao largo do Cabo Espichel. Era a primeira vitória da marinha portuguesa, e seu comandante, Dom Fuas Roupinho, assim entrou para a História. Porém, seu nome seria lembrado pelas gerações posteriores, não tanto pelo combate marítimo, como por ter sido objeto de um favor celeste, um verdadeiro milagre operado em nome de Maria Santíssima.

Perseguição no meio da neblina

 Tempos depois da batalha naval, Dom Fuas encontrava- se na região de Nazaré, área costeira distante pouco mais de 100 quilômetros de Lisboa, cheia de altos despenhadeiros, de onde se avista um fabuloso mar azul. Era uma manhã de setembro de 1182, e estando a região em paz, o impetuoso cavaleiro dedicava-se a uma de suas atividades prediletas: a caça. Um pesado nevoeiro cobria os campos e o litoral, e quando o caçador já estava prestes a desistir da empresa devido à falta de visibilidade, avistou o vulto de um grande cervo correndo em meio à bruma e saiu imediatamente em seu encalço.

A neblina tornava muito difícil a perseguição. Rochas e árvores surgiam, por assim dizer, do nada, e a correria avançava por terrenos desconhecidos, mas o tenaz Dom Fuas não desistia. Subitamente, o cervo deu um grande salto, e o cavalo, que vinha em seu encalço, dispunha-se a fazer igual movimento.

Nesse momento o cavaleiro percebeu, com horror, que a caça se lançara de um dos penhascos costeiros, mergulhando no abismo para perecer de encontro às rochas marinhas, e seu cavalo ia seguir atrás… Tarde demais para recuar! Em poucos segundos, o próprio perseguidor teria o mesmo trágico destino. Não havia escapatória. Sentindo-se perdido, de seu peito aflito brotou um brado de súplica à Única que poderia socorrê-lo em tal transe: “Senhora, valei-me!”

Surgiu então milagrosamente no ar, bondosa e sorridente, a Virgem Maria, com seu Divino Filho ao braço. A um ligeiro gesto seu, fincaram-se as patas traseiras do cavalo na rocha, salvando as vidas do cavaleiro e da sua montaria. De modo tão inesperado quanto surgira, a aparição se esvaiu. De joelhos no solo, e arfando de emoção, Dom Fuas Roupinho prometeu erigir nesse local uma capela em honra da Senhora de Nazaré, que o salvara. E assim o fez. O milagre marcaria tão profundamente a almas que mesmo o poeta Camões, em sua imortal obra “Os Lusíadas”, faria referência a ele.

Lembrança indelével da bondade de Maria

O pequeno oratório ficou conhecido pelo nome de Capela da Memória, e esta devoção espalhou-se rapidamente. Quase duzentos anos depois, em 1377, o rei Dom Fernando a fez ampliar e elevar à condição de matriz. A intercessão de Nossa Senhora de Nazaré, tão própria aos homens em situação de perigo e de imprevistos, tornou-se cara sobretudo aos grandes navegadores que de Portugal se lançaram à conquista dos oceanos. Homens como Vasco da Gama, ao partir em sua primeira viagem à Índia, e Pedro Álvares Cabral, na expedição que viria a descobrir o Brasil, não ousaram fazer-se ao mar sem antes ir em peregrinação à Senhora de Nazaré.

Por fim, não deixa de ter interesse o que referem alguns antigos comentaristas. No entender deles, o cervo que atraiu Dom Fuas Roupinho teria sido um demônio sob forma material. A interpretação faz sentido. Com sua operação naval, que expulsara os corsários daquelas costas, o valente cavaleiro trouxe mais paz a todos. E então o espírito maligno, inimigo da paz, tentou vingar-se dele, fazendo-o perecer no terrível despenhadeiro. Disso o livrou sua devoção à Mãe de Deus.

Até os dias de hoje a tradição aponta num dos rochedos dos Montes Pederneiras, o qual se projeta sobre o abismo, as marcas atribuídas às ferraduras do cavalo de Dom Fuas. Porém, mais do que marcar uma pedra, o milagre deixa gravado de modo indelével nos corações cristãos quão valiosa e eficaz é a devoção a tão bondosa Mãe e Senhora, Maria Santíssima.

Fonte:  Elizabeth Veronica MacDonald
Arautos do Evangelho

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Rumo ao Reino de Maria!

Das diversas formas de devoção mariana, uma há que se pode chamar perfeita. Assim é conhecida a ensinada por São Luís Maria Grignion de Montfort, falecido em 1716, na França. Em seu famoso Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, ele nos ensina esta prática que é o “caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegar à união com Nosso Senhor” (§152).

O Reino de Cristo, por meio do Reino de Maria.

No que consiste esta perfeita devoção à Mãe de Deus?

São Luís nos ensina:

“Foi por intermédio da Santíssima Virgem que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio d’Ela que Ele deve reinar no mundo” (§ 1).

Maria Santíssima, a obra-prima do Altíssimo, deve desempenhar papel especial nos últimos tempos. Nesse período, Ela brilhará como jamais brilhou, em misericórdia, força e graça. E terá mais filhos, servidores e escravos do que em todas as épocas anteriores. Por este meio, Jesus Cristo reinará totalmente em todos os corações.

Nada há que nos faça pertencer mais a Jesus Cristo do que a “escravidão de amor a Maria”, que significa uma entrega total, voluntária e filial à Santíssima Virgem. A consagração por amor a Maria é a devoção proposta no Tratado.

Uma perfeita consagração de si a Maria.

Esta prática consiste em entregar-se inteiramente à Santíssima Virgem, a fim de, por Ela, pertencer inteiramente a Jesus Cristo.

Numa palavra, tudo que temos na ordem da natureza e na ordem da graça, sem pretender nem esperar a mínima recompensa, a não ser a honra de pertencera Jesus Cristo por Maria e em Maria (cf. § 121).

Maria se dá a quem é seu escravo por amor.

A Santíssima Virgem, Mãe de doçura e misericórdia, vendo que alguém se Lhe entrega por completo, entrega-se também inteiramente ao consagrado. Ela o cobre com as suas graças, dá-lhe o apoio de seu poder e comunica-lhe suas virtudes. Como, enfim, essa pessoa consagrada é toda de Maria, Maria também é toda dela.

Pode haver recompensa maior?

“Todos os dons, virtudes e graças do Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem Ela quer, quando quer, como quer e quanto quer”, afirma São Bernardino de Sena.

Por isso, diz São Luís Grignion, nos últimos tempos, o Altíssimo e sua Santa Mãe devem suscitar grandes santos. Por suas palavras e por seu exemplo, arrastarão todo o mundo à verdadeira devoção e isto lhes há de

atrair inimigos sem conta, mas também vitórias inumeráveis e glória para o único Deus.

São Luís Grignion designa esses santos pelo nome de “apóstolos dos últimos tempos”, e os descreve com palavras de fogo, pouco usuais em nossos dias:

“Serão eles como flechas agudas nas mãos de Maria, purificados no fogo das grandes tribulações. Para os pobres e pequenos, terão o bom odor de Jesus Cristo.  E para os orgulhosos do mundo, um odor repugnante de morte. O Senhor das virtudes lhes dará a palavra e a força para fazer maravilhas e alcançar vitórias gloriosas sobre seus inimigos. Dormirão sem ouro nem prata e, o que é melhor, sem preocupações. Terão na boca a espada de dois gumes da palavra de Deus; em seus ombros ostentarão o estandarte ensangüentado da Cruz; na direita, o crucifixo, na esquerda, o rosário, no coração, os nomes sagrados de Jesus e de Maria!”

Nessa época, as almas respirarão Maria, como os corpos respiram o ar. E Maria reinará efetivamente nos corações e no mundo.

Pergunta São Luís: quando e como isso acontecerá? Só Deus o sabe!

Quanto a nós, cabe rezar e divulgar pelo mundo a verdadeira devoção a Maria Santíssima.

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As Bodas de Caná e o papel de Maria

Caná era uma cidade maior do que Nazaré. A História nada registra sobre o motivo por que Jesus e Maria foram convidados para o casamento.

As Bodas de Caná simbolizam o lar católico como deve ser, e indica a conduta a seguir face aos problemas e dificuldades da vida. Ali está prefigurada a família cristã assistida por Cristo, através da intercessão de Maria. A partir desse episódio, todos os cônjuges, até o fim do mundo, devem firmar-se na certeza de que Jesus solucionará qualquer drama ou aflição, se invocarem a onipotente mediação de Maria.

E foi numa festa de casamento que, a pedido de sua Mãe, Jesus quis realizar seu primeiro milagre: a transformação da água em vinho (Jo 2, 1-11).

Jesus operou esse milagre para inculcar-nos a convicção de que, apesar de não haver chegado a Sua hora, por uma palavra dos lábios da Mãe, Ele nos atenderá. Eis que em Caná abriu-se uma nova era na espiritualidade do gênero humano, com a inauguração de um especial regime da graça: a intercessão de Maria.

Em Caná, Maria nos ensina algo muito importante: apesar da negação de Jesus, Ela ordena aos criados fazerem tudo quanto Este lhes dissesse. Não havia Ele dito que não chegara ainda sua hora? Fica, portanto, em quem lê o Evangelho, a impressão de Maria não ter feito caso dessa resposta negativa…

Acontece que há algumas determinações de Deus que são condicionadas aos nossos desejos e reações. Ou seja, elas se cumprirão ou não, dependendo da nossa colaboração.

Se Maria não tivesse recomendado aos serventes que agissem de acordo com as orientações de Jesus, os nubentes e seus convidados não teriam tomado o melhor dos vinhos da História, nem os Apóstolos assistido a tão grandioso milagre. Em Caná, aprendemos de Maria o quanto Deus quer a nossa colaboração em sua obra.

Devido a esse sublime papel de medianeira e de onipotência suplicante da Santíssima Virgem, que se inicia publicamente nas Bodas de Caná, talvez pudéssemos dividir a História da espiritualidade em duas grandes eras: antes de Maria e depois de Maria.

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Maria, nossa Mãe

Maria continua no Céu a cumprir a missão que teve na Terra, de cooperadora no nascimento e desenvolvimento da vida divina em cada alma dos homens remidos.

O mês de maio sempre foi considerado, desde as nossas mais antigas tradições católicas, como o mês de Maria. Todos nós nos recordamos das solenidades que fazem parte deste momento do ano. O verdadeiro devoto de Maria é conduzido por Ela a Jesus. Aliás, Ela nos ensina a ouvir e fazer a vontade de Seu Filho – “Fazei o que Ele disser” (Jo 2, 5) – quando vê a falta de vida e alegria na caminhada da Aliança do Povo de Deus. A maioria de suas imagens no-La representam, de uma forma ou outra, sempre com referência a Cristo, principalmente em Seus braços, como que O anunciando ao mundo.

Duas prerrogativas uníssonas

Ao refletirmos acerca da maternidade de Maria, não podemos deixar de evidenciar: Ela é Mãe, entretanto, Virgem, porque concebeu segundo a ação amorosa do Espírito Santo. Mãe de Deus e Virgem: são uníssonas as duas prerrogativas, sempre proclamadas juntas, porque se integram e se qualificam reciprocamente. Maria é Mãe, mas mãe virgem; Maria é Virgem, virgem mãe. Se omitirmos um dos dois aspectos, não se compreende plenamente o mistério de Maria, como os Evangelhos no-La apresentam.

Maria, uma humilde criatura, gerou o Criador do mundo! O mês de maio renova-nos a consciência deste mistério, apresentando-nos a Mãe do Filho de Deus como copartícipe dos acontecimentos culminantes da História da Salvação. A tradição secular da Igreja considerou sempre o nascimento de Jesus e a Maternidade Divina de Maria como dois aspectos da Encarnação do Verbo. Recorda o Catecismo da Igreja Católica, citando o Concílio de Éfeso: “Com efeito, Aquele que Ela concebeu como homem por obra do Espírito Santo e que Se tornou verdadeiramente Seu Filho segundo a carne, não é senão o Filho eterno do Pai, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é, verdadeiramente, a Mãe de Deus”.1

Realmente, Nossa Senhora é “a Mãe de Deus”, daí derivam todos os outros aspectos da Sua missão; aspectos bem evidenciados pelos milhares de títulos com os quais as comunidades dos discípulos de Cristo em todas as partes do mundo honram- Na. Antes de tudo, os de “Imaculada” e de “Assunção” porque, sem dúvida, Aquela que devia gerar o Salvador não podia ser submetida à corrupção do pecado original. Por isso mesmo, Nossa Senhora é invocada como a Mãe do Corpo Místico, ou seja, da Igreja. O Catecismo da Igreja Católica, inspirando-se na tradição patrística expressa por Santo Agostinho, afirma que Ela é verdadeiramente “Mãe dos membros de Cristo, porque cooperou com o Seu amor para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela Cabeça”.2 Toda a existência de Maria está estreitamente relacionada à de Jesus.

Missão que continua no Céu

Por fim, não podemos olvidar que Maria, Mãe de Deus, é a Mãe da Igreja, portanto, de todos nós. O Papa Paulo VI afirmou com propriedade: “A primeira verdade é esta: Maria é Mãe da Igreja não apenas por ser Mãe de Jesus Cristo e sua muito íntima colaboradora na ‘nova economia, quando o Filho de Deus assume d’Ela a natureza humana, para libertar o homem do pecado’ mediante os mistérios da sua carne (LG, n.55), mas também porque ‘refulge em toda a comunidade dos eleitos como modelo de virtude’ (cf. LG, n.65, também n.63). Como, na verdade, cada mãe humana não pode limitar a sua missão à geração de um novo homem mas deve alargá- la à nutrição e à educação, assim se comporta também a Bem-aventurada Virgem Maria. Depois de ter participado no sacrifício redentor do Filho, e de maneira tão íntima que Lhe fez merecer ser por Ele proclamada Mãe não só do discípulo João, mas – seja consentido afirmá-lo – do gênero humano, por aquele de algum modo representado, Ela continua agora no Céu a cumprir a missão que teve na Terra, de cooperadora no nascimento e desenvolvimento da vida divina em cada alma dos homens remidos. Esta é uma consoladora verdade, que por ser livre beneplácito de Deus sapientíssimo faz parte integrante do mistério da salvação humana; por isso ela deve ser considerada como de Fé por todos os cristãos”.3

O Documento de Aparecida diz: “Com Maria, chega o cumprimento da esperança dos pobres e do desejo de salvação. A Virgem de Nazaré teve uma missão única na História da Salvação: concebeu, educou e acompanhou Seu filho até a Cruz.
Desde a Cruz, Jesus Cristo confiou a Seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo (Jo 19, 27). Perseverando junto aos Apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1, 13-14), Ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo- lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como Mãe, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem, como uma família, a família de Deus. Em Maria, encontramo- nos com Cristo, o Pai, o Espírito Santo e os irmãos”.4

Sinal que mostra o caminho para Jesus

Por mais de quatro anos, fui Arcebispo de Santa Maria de Belém do Pará. Lá, pude contemplar o mistério de Deus pelo culto Mariano. No segundo domingo de outubro de cada um desses anos, contemplei mais de dois milhões de pessoas saírem pelas ruas de Belém, sem contar as manifestações por toda a Região Amazônica, para reverenciar a pequena Imagem da Virgem de Nazaré.

Em 11 de outubro de 2009, já como Arcebispo do Rio de Janeiro, fui a Aparecida para encerrar a Novena em honra da Virgem “Mãe de Deus e nossa”. No dia seguinte, dia da festa, eram mais de duzentas e cinquenta mil pessoas na Catedral Basílica. O povo de Deus, particularmente a grande maioria dos brasileiros, tem em Maria o sinal colocado no céu de suas vidas, que mostra o caminho para Cristo Jesus.

Escola de humildade, de serviço e de caridade

Na escola de Maria, escola de humildade, de serviço e de caridade, queremos pedir- Lhe que abençoe o povo brasileiro e ajude todos os seus devotos a serem discípulos- missionários de Jesus Cristo, como nos recomenda o Documento de Aparecida.

Que Ela nos ajude a sermos autênticos filhos de Deus e zelosos filhos da Igreja, quando no mundo devemos anunciar – na esteira da Virgem Mãe de Deus, Mãe da Igreja, Mãe do Brasil – o rosto terno de Jesus que nos chama à fidelidade ao Evangelho.

Que o olhar fiel e de serviço de Maria por Seu Filho nos ensine não só a rezar, mas a nos colocarmos em Seus braços para, com Jesus, caminharmos neste mundo anunciando o amor e vivendo este amor na comunidade dos seguidores do Ressuscitado que está em nosso meio! São Bernardo nos recorda, em um belo sermão sobre a Virgem, que no meio do mar da vida o cristão precisa fazer como um marinheiro que olha para a estrela a fim de encontrar o caminho do porto: “Olha para a estrela, invoca Maria!”.

1 Catecismo da Igreja Católica, n.495.
2 Idem, n.963.
3 Signum magnum, 13/5/1967, n.1.
4 DA n.267.

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Dom Orani João Tempesta, OCist
Arcebispo do Rio de Janeiro

Artigos

Ensinamentos de João Paulo II

A boca fala da abundancia do coração… As frases publicadas abaixo revelam mais algo daquilo que abundava no coração de João Paulo II. Conheça um pouco mais da alma desse Servo de Deus: é um modo de entender porque a Igreja o considera Beato.

Sobre a Oração

1 – É hora de redescobrir, queridos irmãos e irmãs, o valor da oração, sua força misteriosa, sua capacidade de voltar a nos conduzir a Deus e de nos introduzir na verdade radical do ser humano.

2 – Em nossas noites físicas e morais, (pela oração) se tu estás presente, e nos amas, e nos falas, já nos basta, embora muitas vezes não sentiremos o consolo.

3 – Quando um homem ora, coloca-se perante Deus, perante um Tu, um Tu divino, e compreende ao mesmo tempo a íntima verdade de seu próprio eu: Tu divino, eu humano, ser pessoal criado a imagem de Deus.

A Santíssima Eucaristia

1 – “O Santo Sacrifício da Missa quer ser também a celebração festiva da nossa salvação”. 29.09.79

2 – “O culto eucarístico brota do amor e serve ao amor, para o qual todos nós somos chamados em Cristo Jesus. E fruto vivo desse mesmo culto é o aperfeiçoamento da imagem de Deus que trazemos em nós, imagem que corresponde àquela que Cristo nos revelou. Tornando-nos assim “adoradores do Pai em espírito e verdade”, nós amadurecemos numa, cada vez mais, plena união com Cristo, estamos mais unidos a Ele”. 24.02.1980

3 – “E Eucaristia é grande apelo para a conversão. Sabemos que ela é convite para o Banquete; que, alimentando-nos com a Eucaristia, recebemos o Corpo e o Sangue de Cristo, sob as aparências do pão e do vinho. E precisamente porque é convite, a Eucaristia é e continua a ser apelo para a conversão”. 29.09.79

4.- “Numa plena e ativa participação no Sacrifício Eucarístico e na vida litúrgica completa da Igreja, todo o povo encontra a primeira e indispensável fonte do verdadeiro espírito cristão. Na Eucaristia encontra a força que o torna capaz de dar ao mundo o testemunho de vida.” 26.04.79

Sobre a Santa Virgem Mãe de Deus

1 – “O dogma da maternidade divina de Maria foi para o Concílio de Éfeso e é para a Igreja como um selo do dogma da Encarnação na qual o Verbo assume realmente, na unidade de sua pessoa, a natureza humana sem, anulá-la”.

2 – “Maria é ‘cheia de graça’, porque a Encarnação do Verbo, a união hipostática do Filho de Deus com a natureza humana, se realiza e cumpre precisamente nela”.

3 – “O ir ao encontro das necessidades do homem significa, ao mesmo tempo, sua introdução no raio de ação da missão messiânica e do poder salvador de Cristo. Por conseguinte, sucede uma mediação: Maria se põe entre seu Filho e os homens na realidade de suas privações, indigências e sofrimentos. Se põe “no meio”, ou seja, se faz mediadora não como uma pessoa desconhecida, senão no seu papel de mãe, consciente de que como tal pode – melhor “tem o direito de” – fazer presente ao Filho as necessidades dos homens”.

4 – “A Mãe de Cristo se apresenta diante dos homens como porta-voz da vontade do Filho, indicadora daquelas exigências que devem cumprir-se para que possa ser manifestado o poder salvador do Messias”.

5 – “Em Caná, mercê da intercessão de Maria (…), Jesus começa sua hora. Em Caná Maria aparece como a que crê em Jesus, sua fé provoca o primeiro “sinal” e contribui para despertar a fé dos discípulos “.

6 – “A missão maternal de Maria junto aos homens, de nenhuma maneira escurece nem diminui a única mediação de Cristo, pelo contrário, mostra sua eficácia. Esta função maternal brota, segundo o privilégio de Deus, da sobreabundância dos méritos de Cristo… dela depende totalmente e dela extrai toda a sua virtude.” (Redentoris Mater- 4, 9, 21, 22)

O Rosário da Santíssima Virgem

1 – “Em sua simplicidade e profundidade, continua sendo também neste terceiro Milênio apenas iniciado uma oração de grande significado, destinada a produzir frutos de santidade.”

2 – “O Rosário é uma oração centrada na cristologia. Na sobriedade de suas partes, concentra em si a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é como um compêndio”.

3 – “Com o Rosário o povo cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade de seu amor.”

4 – “Pelo Rosário, o fiel obtém abundantes graças, como recebendo-as das próprias mãos da Mãe do Redentor.”

5 – “Esta oração teve um papel importante em minha vida espiritual desde minha juventude. O Rosário me acompanhou nos momentos de alegria e nos de tribulação. A ele confiei tantas preocupações e nele sempre encontrei consolo.”

6 – “Há vinte e quatro anos, no dia 29 de outubro de 1978, duas semanas depois da eleição à Sede de Pedro, como abrindo minha alma, expressei-me assim: «O Rosário é minha oração predileta. Prece maravilhosa! Maravilhosa em sua simplicidade e em sua profundidade.” […] Hoje, no início do vigésimo quinto ano de serviço como Sucessor de Pedro, quero fazer o mesmo. Quantas graças recebi da Santíssima Virgem através do Rosário nestes anos: Magnificat anima mea Dominum! Desejo elevar meu agradecimento ao Senhor com as palavras de sua Mãe Santíssima, sob cuja proteção coloquei meu ministério petrino: Totus tuus!”

7 – “No marco de uma pastoral mais ampla, fomentar o Rosário nas famílias cristãs é uma ajuda eficaz para contrastar os efeitos desoladores desta crise atual.”

8 – “Numerosos sinais mostram como a Santíssima Virgem exerce também hoje, precisamente através do Rosário, aquela solicitude materna para com todos os filhos da Igreja que o Redentor, pouco antes de morrer, confiou-lhe na pessoa do predileto: «Mulher, eis aí o teu filho!» (Jo 19, 26).”

9 – “Maria vive olhando a Cristo e tem em mente cada uma de suas palavras: « Guardava todas estas coisas, e as meditava em seu coração » (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As memórias de Jesus, impressas em sua alma, a acompanharam em todos os momentos, levando-a a percorrer com o pensamento os diversos episódios de sua vida junto ao Filho. Foram aquelas lembranças que constituíram, em certo sentido, o ‘rosário’ que Ela recitou constantemente nos dias de sua vida terrena.”

“Quando recita o Rosário, a comunidade cristã está em sintonia com a memória e com o olhar de Maria.”

10 – “Percorrer com Maria as cenas do Rosário é como ir à ‘escola’ de Maria para ler a Cristo, para penetrar em seus segredos, para entender sua mensagem.” “O Rosário promove este ideal, oferecendo o ‘segredo’ para abrir-se mais facilmente a um conhecimento profundo e comprometido de Cristo. Poderíamos chamar o Rosário de Caminho de Maria.”

Vida Consagrada

1 – O chamamento para seguir o caminho dos conselhos evangélicos nasce do encontro íntimo com o amor de Cristo, que é amor redentor. Quando Cristo, «depois de vos ter fitado, vos amou», chamando cada um e cada uma de vós, amados Religiosos e Religiosas, aquele seu amor redentor foi dirigido a uma determinada pessoa, adquirindo ao mesmo tempo características esponsais: tornou-se amor de eleição. Tal amor abrange a pessoa toda, alma e corpo, seja homem ou mulher.

2 -“A Profissão religiosa coloca no coração de cada um e cada uma de vós, queridos Irmãos e Irmãs, o amor do Pai; aquele amor que há no coração de Jesus Cristo, Redentor do mundo. Este é um amor que abarca o mundo e tudo o que nele vem do Pai e que ao mesmo tempo deve vencer no mundo tudo o que «não vem do Pai”.

3 – “O consagrado é aquele que afirma e vive em si mesmo o senhorio absoluto de Deus, que quer ser tudo em todos”. (Exortação Apostólica Redemptionis Donum- 25-março-1984)

Frases sobre assuntos variados

1 – “Nem todos estão chamados a ser artistas no sentido específico da palavra. Entretanto, segundo a expressão do Gênesis, a cada homem é confiada a tarefa de ser artífice da própria vida; de certo modo, deve fazer dela uma obra de arte, uma obra-prima.”

2 – “A Igreja de hoje não precisa de “cristãos em tempo parcial”, mas sim de cristãos em tempo integral!”

3 – “A Igreja é a carícia do amor de Deus ao mundo.”

4 – “A juventude não é apenas um período de vida (…), mas uma qualidade de alma que se caracteriza precisamente por um idealismo que se abre para o amanhã.”

5 – “A pior prisão é um coração fechado.”

6 – “A terceira idade é uma dádiva de Deus e chegar a ela é um privilégio.”

7 – “A vocação do cristão é a santidade, em todo momento da vida. Na primavera da juventude, na plenitude do verão da idade madura, e depois também no outono e no inverno da velhice, e por último, na hora da morte.”

8 – “Afeta-me qualquer ameaça contra o homem, contra a família e a nação. Ameaças que têm sempre sua origem em nossa debilidade humana, na forma superficial de considerar a vida.”

9 – “Amar é o contrário de utilizar.”

10 – “Deus não é um ser indiferente ou longínquo, pois não estamos abandonados a nós mesmos.”

11 – “Deus se deixa conquistar pelo humilde. E recusa a arrogância do orgulhoso.”

12 – “Em realidade, todas as coisas, todos os acontecimentos, para quem sabe lê-los com profundidade, encerram uma mensagem que, em definitivo, remete a Deus.”

13 – “Os meios de comunicação acostumaram certos setores sociais a escutar o que “afaga os ouvidos”.”

14 – Se queres a paz, trabalha pela justiça. Se queres a justiça, defende a vida. Se queres a vida, abraça a verdade, a verdade revelada por Deus.”

15 – “Quando o homem se põe como medida de todas as coisas, converte-se em escravo de sua própria finitude.”

16 – “Rico, de fato, não é aquele que tem, mas aquele que dá.”

Fonte: Arautos do Evangelho
Mensagens Medjugorje

Medjugorje – Mensagem a Mirjana – 02/05/2011

Queridos filhos;

Deus, o Pai está me enviando para lhes mostrar o caminho da Salvação, porque Ele, meus filhos, deseja salvá-los e não condená-los. É por isso que eu, como mãe, os estou reunindo em torno de mim, porque com o meu amor maternal, desejo ajudá-los a ficarem livres da sujeira do passado e a começarem a viver de novo e de um modo diferente. Eu os estou chamando para ressuscitarem em meu Filho. Junto com a confissão dos pecados renunciem a tudo que os têm afastado de meu Filho e que tem feito a sua vida vazia e sem sucesso. Digam ‘sim’ ao Pai com o coração e preparem-se no caminho da Salvação a qual Ele os está chamando através do Espírito Santo.

Obrigada.

Eu estou orando especialmente pelos pastores, para que Deus os ajude a estar ao vosso lado com uma plenitude de coração.