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nossa-senhoraLê-se na vida de sóror Catarina de S. Agostinho que havia, no lugar em que morava esta serva de Deus, uma mulher chamada Maria. A infeliz levara uma vida de pecados durante a mocidade. E já envelhecida, de tal forma se obstinara na sua perversidade, que fora expulsa pelos habitantes da cidade, e obrigada a viver numa gruta abandonada. Aí morreu finalmente, sem os sacramentos e sem a assistência de ninguém. Sepultaram-na no campo como um bruto qualquer.

Sóror Catarina costumava recomendar a Deus com grande devoção as almas de todos os falecidos. Mas, ao saber da terrível morte da pobre velha, não cuidou de rezar  por ela, pensando, como todos os outros, que já estivesse condenada. Eis que, passados quatro anos, em certo dia se lhe apresentou diante uma alma do purgatório, que lhe dizia:

Sóror Catarina de Jesus Herrera Campusano OP (1717-1795)-Sóror Catarina, que triste sorte é a minha! Tu encomendas a Deus as almas de todos os que morrem e só da minha alma não tens tido compaixão?

– Mas quem és tu? – disse a serva de Deus.

– Eu sou, – respondeu ela, – aquela pobre Maria, que morreu na gruta.

– E como te salvaste? – replicou sóror Catarina.

– Sim, eu me salvei por misericórdia da Virgem Maria.

– E como?

– Quando eu me vi próxima à morte, estando juntamente tão cheia de pecados e desamparada de todos, me voltei para a Mãe de Deus e lhe disse: Senhora, vós sois o refúgio dos desamparados. Aqui estou neste estado abandonada por todos. Vós sois a minha única esperança, só vós me podeis valer; tente piedade de mim. Então a Santíssima Virgem obteve-me a graça de eu poder fazer um ato de contrição; depois morri e fui salva. Além disso, esta minha Rainha alcançou-me a graça de ser abreviada minha pena por sofrimentos mais intensos, porém menos demorados. Só necessito de algumas missas para me livrar mais depressa do purgatório. Rogo-te que as faças celebrar. Em troca prometo-te pedir sempre a Deus e à Santíssima Virgem por ti.

Sóror Catarina logo fez celebrar as missas. Depois de poucos dias lhe tornou a aparecer aquela alma mais resplandecente do que o sol e lhe disse: Agora vou para o paraíso cantar as misericórdias do Senhor e rogar por ti.

Oração
 
Ó Mãe de meu Deus e Senhora minha, ó Maria, tal como se apresenta a uma excelsa soberana um pobre chagado e repugnante, me apresento eu a vós, que sois a Rainha do céu e da terra. Rogo-vos que lá do alto trono, em que estais sentada, vos digneis volver os vossos olhos para este pobre pecador. Deus vos fez tão rica, a fim de socorresdes aos pecadores; elegeu-vos Rainha para que compadecei-vos de minha miséria. Olhai-me e não me abandoneis enquanto de pecador não me tiverdes mudado um santo. Bem sei que nada mereço. Antes por minha ingratidão mereceria ser privado de todas as graças que do Senhor recebi por vosso intermédio. Mas vós, que sois Rainha de Misericórdia, buscais de preferência misérias e não méritos para socorrer os necessitados. Ora, quem há mais necessitado e miserável do que eu?
 
Ó Virgem excelsa, sei que sois Rainha do universo e minha Rainha também. Quero, porém, de um modo mais especial consagrar-me ao vosso serviço, para que disponhais de mim segundo vosso beneplácito. Exclamo, pois, com S. Boaventura: Ó minha soberana, à vossa soberania me entrego, para que domineis conforme vosso arbítrio sobre tudo quanto tenho e sou; não me abandoneis. Governai-me, dai-me vossas ordens, de mim desponde à vossa vontade. Castigai-me até, quando for desobediente, porque muito salutares me serão os vossos castigos. Considero maior ventura ser um vosso servo que ser senhor do universo. Sou vosso; salvai-me. Aceitai-me, ó Maria, como vosso servo e cuidai da minha salvação. Já não quero pertencer-me a mim mesmo; a vós me dou. E se em tantas ocasiões, quero para o futuro associar-me a vossos mais devotados servos. Sim, ó amabilíssima Rainha, de hoje em diante mais do que ninguém vos hei de amar e honrar. Assim o prometo e assim espero executá-lo com o vosso auxílio. Amém

Fonte: Livro Glórias de Maria – Santo Afonso Maria de Ligório

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