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TerçoTodos os anos temos em nossa Arquidiocese o encontro chamado “Senhora do Rosário”, que congrega todos os “grupos de terço” que existem em nossas comunidades para um momento solene de oração em comum. Além disso, vemos com muita alegria a multiplicação do “terço dos homens” nas paróquias com uma bela participação dos mesmos. Em algumas paróquias chegam a milhares todas as semanas. São tempos em que vemos o incremento da oração contemplativa, que é o Rosário. Este mês missionário é também o Mês do Rosário. Dia 7, ao encerrar a Semana Nacional da Vida, celebraremos a memória de Nossa Senhora do Rosário.

Todos os anos temos em nossa Arquidiocese o encontro chamado “Senhora do Rosário”, que congrega todos os “grupos de terço” que existem em nossas comunidades para um momento solene de oração em comum. Além disso, vemos com muita alegria a multiplicação do “terço dos homens” nas paróquias com uma bela participação dos mesmos. Em algumas paróquias chegam a milhares todas as semanas. São tempos em que vemos o incremento da oração contemplativa, que é o Rosário. Este mês missionário é também o Mês do Rosário. Dia 7, ao encerrar a Semana Nacional da Vida, celebraremos a memória de Nossa Senhora do Rosário.

A palavra rosário deriva do latim rosarium, que significa “buquê, série de rosas, grinalda”. Na Igreja Católica, o Rosário consiste hoje em 20 mistérios que nos falam da encarnação, vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, pentecostes, assunção e coroação de Maria Santíssima. Cada Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória rezados são como rosas espirituais colocadas aos pés do Senhor e de sua Mãe. Contemplamos os mistérios da salvação com a contemplação da repetição da oração mariana.

As orações do Rosário são bíblicas e da tradição da Igreja: o Pai-Nosso foi a oração ensinada pelo próprio Cristo aos seus discípulos. A Ave-Maria repete as palavras pronunciadas pelo anjo Gabriel, a saudação de Isabel e a verdade de que ela é a Mãe de Deus (Theotókos), reconhecida no Concílio de Nicéia, no ano 431 D.C. E, por fim, rezamos a glória da Santíssima Trindade concluindo cada mistério.

Uma das teorias históricas diz que o Rosário teve origem nos monges irlandeses, nos séculos VIII e IX, que recitavam os 150 salmos. Era costume monástico rezar diariamente o saltério. Os leigos das redondezas apreciavam o costume, mas não podiam acompanhá-los porque não sabiam ler. Então se sugeriu que eles rezassem 150 Pai-Nossos em vez dos salmos, que mais tarde foram substituídos por 150 Ave-Marias. Eram orações espontâneas, visto que ainda não havia regulamentação da Igreja. E essa piedade começou a espalhar-se.

A história do Rosário é um longo seguimento de maravilhas, graças e bênçãos concedidas a todos os que o recitam.  Surgiu, no sul da França, certa seita de hereges, propagadora de doutrinas perniciosíssimas e extremamente cruéis para a Igreja e para a própria sociedade civil. Infelizmente, depressa aumentou o número dos seus adeptos, cuja violência se manifestava pelo incêndio das igrejas, pelo saque das cidades e pelo assassínio de gente pacífica só porque recusava aceitar os seus vis ensinamentos.

Uma outra tradição nos leva a São Domingos e aos frades dominicanos. São Domingos recorreu a Maria, com confiança ilimitada e, em resposta à sua oração, ela inspirou-lhe o Rosário como arma, pela qual ele haveria de conseguir as mais extraordinárias vitórias sobre o mal. Mas o Rosário de Domingos não era tal qual o temos hoje. Corria já o ano de 1208. Consistiria na pregação dos Mistérios principais da nossa salvação, o mais popular possível, sem deixar de ser bíblica, levando os ouvintes depois à recitação do Pai-Nosso (Oração dominical), da Ave-Maria (Saudação Angélica) sem a “Santa Maria”, que foi introduzida posteriormente.

O Papa São Pio V (1565-1572) foi o primeiro a institucionalizar a devoção, em comemoração à grande vitória na Batalha de Lepanto, pois havia pedido, na batalha anterior, que toda a Cristandade rezasse o Rosário. O papa fez uma grande procissão do Rosário na Praça de São Pedro pedindo essa intercessão. Durante esses terríveis dias, e especialmente no dia da batalha, São Pio V orava a Nossa Senhora do Rosário com fervor intenso, recorrendo assim à Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo.  No momento da vitória entrou em êxtase e teve a revelação de que os cristãos tinham vencido. Voltando-se para os que o rodeavam, São Pio V deu-lhes a boa notícia e todos se ajoelharam para dar graças a Deus e a Nossa Senhora. Para recordar e agradecer a Deus pela vitória de Lepanto alcançada pelas armas cristãs, nesse dia 7 de outubro de 1571 foi instituída a memória de Nossa Senhora da Vitória.

Em 1573, o Papa Gregório XIII mudou o nome para Festa do Santo Rosário e a instituiu para certas Igrejas. Posteriormente, foi estendida por Clemente XI ao mundo católico, em ação de graças por um novo triunfo alcançado por Carlos VI da Hungria sobre os Turcos em 1716. A devoção assim expandiu-se em todos os tempos, sendo rezada inteira ou em terços, antigamente três, hoje quatro.

O Rosário foi aprovado solenemente pela Santa Igreja, e tem sido louvado e recomendado pelos papas em vários documentos e também por eles enriquecido no correr dos tempos, com muitíssimas e notabilíssimas indulgências. Ainda mais, os Soberanos Pontífices quiseram que esta devoção tivesse, no círculo litúrgico, festa especial, a qual se celebra como memória obrigatória todos os anos no dia 7 de outubro.

Em 2002, São João Paulo II acrescentou mais um mistério no Rosário, com a Encíclica Rosarium Virginis Mariae. Foi assim o chamado Mistério Luminoso, o qual medita sobre a vida pública de Jesus. O Papa João Paulo II, devotíssimo de Nossa Senhora e talvez um dos maiores Papas marianos da história, inaugurou uma nova era de devoção a Maria, dando especial atenção à forma física e contemplativa do Rosário ao inserir a meditação desta importante fase da vida de Jesus, ou seja, a contemplação dos mistérios luminosos. Os mistérios luminosos são: 1) Batismo de Jesus no rio Jordão; 2) Auto-revelação de Jesus nas Bodas de Caná; 3) Anúncio do Reino de Deus; 4) Transfiguração de Jesus e 5) Instituição da Eucaristia.

Que possam os avós e pais transmitir aos seus filhos e netos esta prática piedosa importantíssima que é a Reza do Santo Rosário. “O terço é a oração que acompanha todo o tempo da minha vida. É também a oração dos simples e dos santos. É a oração do meu coração”. Com estas palavras, o Papa Francisco escreveu o prólogo do livro “Il rosario, preghiera del cuore” (“Rosário, a oração do coração”, em tradução livre), escrito pelo Pe. Yoannis Lahzi Gaid, um sacerdote copta de rito católico que, há alguns meses faz parte do seu secretariado particular. Que, como o Papa Francisco, possamos, particularmente neste mês de outubro, rezar pelas nossas famílias para que elas testemunhem a fé católica e sejam autênticas transmissoras da fé e evangelizadoras. Temos muitas intenções a colocar ao rezarmos hoje o Santo Rosário, tanto pessoais como comunitárias, eclesiais e sociais, familiares e sociais. Nossa Senhora do Rosário, ajude-nos neste bom propósito! Assim seja!

Autor:
Dom Orani João Tempesta, O.Cist.

Fonte:
Jornal do Brasil


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