E-mail

contato@salvemariaimaculada.com.br

Transfiguração do Senhor

MEDITAÇÃO DO PRIMEIRO SÁBADO NOVEMBRO/2023

4º Mistério Luminoso Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo Seremos transfigurados como Cristo no Tabor

Clique aqui, e baixe a versão em pdf do roteiro

INTRODUÇÃO:

Façamos nossa devoção do Primeiro Sábado voltados para a Festa de Cristo Rei, que encerra o Tempo Litúrgico de 2023. Vamos meditar o 4º Mistério Luminoso: A Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo. Rei de todas as coisas visíveis e invisíveis, cujo reino não terá fim, Jesus manifestou sua gloriosa divindade a três de seus discípulos no alto do Monte Tabor, revelando-lhes por instantes a indizível felicidade que nos está reservada no Céu.

COMPOSIÇÃO DE LUGAR

Para nossa composição de lugar imaginemos um belo monte elevando-se no meio de campos e planícies que se estendem ao longe. No alto da montanha, banhada por esplendoroso raio de sol, vemos Nosso Senhor também resplandecente de luz e glória, admirado pelos três discípulos que O contemplam naquela divina manifestação.

ORAÇÃO PREPARATÓRIA

Ó gloriosa Senhora de Fátima, Rainha do Céu e da Terra que intercedeis por nós junto ao trono de Cristo Rei, alcançai-nos as graças necessárias para bem meditarmos neste luminoso Mistério do Rosário. Possamos nós, ao término desta meditação, firmar o propósito de buscarmos sempre a virtude e o bem, no caminho da santidade à qual somos chamados. Certos de que, com vosso auxílio materno, alcançaremos a eterna felicidade da qual a Transfiguração do Senhor foi um prenúncio. Amém.

Evangelho

Evangelho de São Marcos (9, 2-13):

“Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro ainda estava falando quando uma nuvem luminosa os envolveu e da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem pus toda a minha afeição. Ouvi-o!”

I – TAMBÉM NÓS SEREMOS TRANSFIGURADOS

No alto do Tabor, diante de seus discípulos Pedro, Tiago e João, Nosso Senhor lhes proporcionou a visão de sua gloriosa divindade, transfigurando-Se diante deles. O rosto do Mestre ficou refulgente como o sol e suas vestimentas se fizeram brancas como a neve.

1. Como temos vivido nossa condição de batizados?

A transformação que se deu em Jesus naquela montanha da Terra Santa, aparecendo resplandecente de luz aos olhos dos apóstolos, acontece de certa forma com cada cristão no momento de seu Batismo. De fato, quando as águas batismais recaem sobre o novo filho de Deus, a Santíssima Trindade toma posse de sua criatura. Esta, espiritualmente falando, resplandece pela presença divina em sua alma, à qual Deus comunica sua beleza e sua luz infinitas. Donde a importância e riqueza inestimáveis deste Sacramento que nos introduz na vida cristã, e ao qual devemos honrar com a santidade de nossos corações. Desde já devemos nos perguntar: como temos vivido essa nossa condição de batizados e filhos de Deus, chamados à transfiguração na glória eterna?

2. Antecipação da nossa própria transfiguração

Somos, com efeito, destinados a ser transfigurados como Cristo, pois a glorificação d’Ele no Tabor é uma antecipação da nossa futura glorificação no Céu. A consequência é que também o nosso modo de viver deve ser transformado. Nós, católicos, temos de ser espiritualizados e transfigurados, seguindo o ensinamento do Papa São Leão Magno que nos adverte: “Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não volte aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas e levado para a luz e o reino de Deus”.  Tenhamos presente, pois, que nos compete viver neste mundo exercitando uma “contínua transfiguração” espiritual

3. Mensagem de esperança para nós

O Papa São João Paulo II, por sua vez, nos convida a ver na cena evangélica da Transfiguração de Cristo, na qual os três discípulos aparecem extasiados pela beleza do Redentor, um modelo de contemplação cristã que devemos seguir. Contemplar o rosto de Nosso Senhor transfigurado e crer que Ele assim se encontra à direita do Pai é a tarefa de cada discípulo de Jesus e, portanto, também a nossa. E crer, também, que o mesmo nos está reservado, segundo a palavra de São Paulo: “Refletindo a glória do Senhor, como um espelho, somos transformados de glória em glória, nessa mesma imagem, sempre mais resplandecente, pela ação do Espírito do Senhor” (2Cor 3, 18).  

Desse modo, o fato da Transfiguração nos oferece uma mensagem de esperança: se nos esforçarmos por uma vida virtuosa, se formos santos e fiéis às nossas promessas do Batismo, seremos transfigurados como Cristo no Tabor.

II - ANTEGOZO DO PARAÍSO

“Ó doce esperança!”, exclama por essa razão Santo Afonso de Ligório. Virá um dia em que nós também veremos Deus como Ele é, isto é, veremos a beleza incriada, que encerra, de modo infinitamente perfeito, todas as belezas espalhadas pelo universo e “seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como é” (1Jo 3, 2)..

1. Desapegar-se das coisas do mundo

Consideremos antes de tudo que a subida dos discípulos ao Monte Tabor leva-nos a refletir sobre a importância de se desapegar das coisas do mundo para alcançar um caminho para o alto, para contemplarmos Jesus na sua divindade e nas manifestações de sua eterna bondade para conosco. Devemos, pois, dedicar constantemente momentos à oração e à meditação que nos permitam esse desligamento das ocupações desta vida terrena, para elevar nossos pensamentos ao Céu e às realidades eternas que nos aguardam. 

Como andarão, a propósito, nossa vida interior, nossos exercícios de oração e de piedade?.

2. Degustação antecipada do Paraíso

Detenhamo-nos também em considerar como os apóstolos tiveram no alto do Tabor a degustação da beleza do Paraíso e raciocinemos assim: São Pedro e os seus felizes companheiros provaram apenas uma gota da doçura celestial e logo rogaram a Jesus que lhes permitisse permanecer sempre naquele lugar. Que será então de nós, quando o Senhor saciar os seus escolhidos com a abundância de sua casa e os fizer beber na torrente das suas delícias? (Sl 35, 9), pergunta Santo Afonso de Ligório.

São Pedro e os outros dois apóstolos não viram senão um único raio da divindade de Jesus Cristo, o qual transluziu da sua sagrada humanidade. Todavia, não podendo sustentar tão viva luz, ficaram deslumbrados e caíram de bruços sobre a terra. Que será então quando o Senhor se deixar ver a seus escolhidos face a face, como é em Si mesmo? Mais uma vez, consideremos que essa bela sorte nos espera também a nós, se nos esforçarmos por merecê-la nesta vida terrena.

III - FONTE DE CORAGEM PARA ENFRENTAR A DOR

Contudo, a glória de que gozaram os três discípulos foi de curta duração. Com isso o Senhor nos quer dar a entender que as consolações que faz degustar a seus seguidores tem por único fim animá-los ao trabalho, uma vez que o tempo presente é um tempo de merecer e não de desfrutar.

1. Antes da Paixão, a certeza da glória divina

Consideremos que, para efetivar a Redenção com a morte na Cruz e para formar a Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo ia submeter os apóstolos a provas duríssimas. Era muito conveniente, portanto, que fizesse conhecer experimentalmente, pelo menos a três deles, os fulgores de sua glória. Desse modo, não só se sentiriam robustecidos para enfrentar os traumas de sua Paixão, como também mais facilmente ajudariam seus irmãos a solidificar a Santa Igreja, e fortaleceriam os fiéis ao longo dos tempos. A Transfiguração do Senhor foi, portanto, uma excepcional graça concedida aos três apóstolos escolhidos, no alto do Tabor, tendo em vista as dores que passariam pouco tempo depois. A recordação do que eles viram ficou como uma fonte de confiança, que lhes permitiu suportar os maiores sofrimentos, pois, assistindo a ela, tiveram um vislumbre da luz plena e refulgente da eternidade.

2. A nós também são concedidos “Tabores”

É certo que a nós também Deus concede “Tabores”, ou seja, graças extraordinárias em certos momentos de nossa vida. Quem não terá sentido, alguma vez, uma alegria interior, um palpitar do coração, uma emoção calma mas profunda quando a graça sensível nos visita e nos permite degustações antecipadas da felicidade perfeita que nos espera no Céu? Detenhamo-nos um momento e procuremos recordar algumas dessas graças e os salutares efeitos que causaram em nosso coração. São João da Cruz diz que a Providência costuma conceder essas graças especiais para nos fortalecer quando tivermos de atravessar os períodos de provação. É um modo comum de Deus agir: dá-nos consolações – o Tabor – para, quando vier a hora do Jardim das Oliveiras, termos forças, sabendo que o fim será mais cheio de alegria e esperança. São graças que nos animam a enfrentar os sacrifícios desta vida.

3. Sermos fortes nas horas das dificuldades

Compreendamos, portanto, que é bom ficar com Jesus quando a nossa vida está no “Monte Tabor”. Mas, perguntemo-nos se sentimos a mesma disposição quando estamos no Horto das Oliveiras, isto é, quando se aproxima a hora da aflição, quando, como Jesus, sentimos tristeza e medo?   É fácil ficar com Jesus quando em nossa vida tudo dá certo. Porém, quando vem a tribulação temos a mesma coragem e fé para continuar com Ele? Temos a mesma disposição para enfrentar o sacrifício e não somente saborear a luz do Tabor?  Jesus nos concede a consolação para sermos fortes na hora das dificuldades, para sermos fiéis a Ele quando nos chama a compartilhar o sofrimento da paixão. É nesta fidelidade durante a dor — e não apenas nas consolações — que podemos dizer que O amamos de todo o nosso coração.

CONCLUSÃO

Animemo-nos, portanto, e procuremos sofrer com paciência as atribulações que Deus nos envia. Pelas mãos de Maria, nossa misericordiosa Corredentora, ofereçamos essas dores ao Senhor, em união com as penas que Jesus Cristo sofreu por nosso amor. Quando as cruzes nos afligirem, consolemo-nos com a esperança do paraíso. Tudo é pouco para merecermos o Reino do Céu, afirma Santo Afonso.  Na Transfiguração escutou-se a voz do Pai que disse: “Este é o meu Filho muito amado. Ouvi-o!”. Voltemo-nos para a Senhora Gloriosa de Fátima, a Mãe deste Filho amado, que sempre soube acolher e guardar no seu Coração Imaculado cada palavra d’Ele, e roguemos a Ela que nos ajude também a ouvirmos as palavras de Cristo dirigidas a nós, a correspondermos a todas as graças que Ele nos concede, de modo que Jesus se torne verdadeiramente o guia e a luz de toda a nossa vida, até nos transfigurarmos com Ele na glória do Céu.   Salve Rainha… 

Referências bibliográficas:

Baseado em: Santo Afonso Maria de Ligório, Meditações para todos os dias e festas do ano, Friburgo: Herder & Cia, 1921.

São João Paulo II, Carta Apostólica “Rosário da Virgem Maria”, outubro de 2002.

 Monsenhor João S. Clá Dias, Comentário ao Evangelho da Festa da Transfiguração, Revista Arautos do Evangelho, nº 8, agosto de 2002.

 

Fonte:

Apostolado do Oratório
Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 460 – São Paulo/SP
Telefone: (11) 2973-9477 – (11)98872-1366
E-mail: atendimento.oratorio@arautos.org.br  

Artigos recomendados

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: