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Pastorinhos milagre

Em Fátima Portugal, Nossa Senhora promete aos pastorinhos um grande milagre para que todos acreditassem nas aparições. Aproximadamente 70 mil pessoas presentes na Cova da Iria presenciaram o Milagre do Sol. 

Abaixo trazemos 13 breves testemunhos de pessoas que estavam no dia 13 de Outubro de 1917 e falam o que viram e sentiram, são eles:

Maria José de Lemos Queirós (num testemunho enviado ao jornal Correio da Beira)

“Cessou a chuva, e o céu, até ali escuro, (…) aclarou um pouco, o que fez que quase todos os olhares instintivamente fitassem o mesmo local. (…) Apareceu um globo, prateado, fazendo um pequeno giro e aparecendo atravessado aqui e além pelas nuvens! Isto por 3 vezes, com intervalo, talvez, de 3 a 4 minutos”

Gonçalo de Almeida Garret (sobrinho de Almeida Garrett)

“O sol perdeu o seu brilho ofuscante, tomando o aspeto da lua podendo ser encarado facilmente. (…) Por três vezes, durante esse período de tempo, manifestou um movimento rotatório na periferia, faiscando chispas de luz nos seus bordos, à semelhança do que se dá com as rodas de artifício de fogo muito conhecidas”

Jacinto de Almeida Lopes (primeira testemunha do inquérito paroquial)i

“A chuva suspende, o sol rompe as densas e negras nuvens e mostra-se dardejante com seus luminosos raios, que bem depressa tomam as cores do amarelo, encarnado e verde (…); e logo perde o seu brilho e cores, – podendo ser fixado a olho nu sem ferir a vista – e toma um vertiginoso movimento de rotação”

Avelino de Almeida (jornalista de O Século presente no local)

“O astro lembra uma placa de prata fosca e é possível fitar-lhe o disco sem o mínimo esforço. Não queima, não cega. Dir-se-ia estar-se realizando um eclipse. (…) Aos olhos deslumbrados daquele povo, (…) o sol teve nunca vistos movimentos bruscos fora de todas as leis cósmicas – o sol «bailou»”

Pastorinhos milagre

Anzebino Francisco Mira (testemunha interrogada pelo vigário de Porto de Mós)

Ao sacerdote, disse “que tendo-se dirigido debaixo de água para o local das aparições, parou a chuva entre o meio dia e a 1 hora da tarde e logo a seguir viu o sol, girando como uma roda de fogo e que se aproximou da grande multidão, que ali estava presente, e viu também diferentes cores no povo e no horizonte”

Manuel Ribeiro de Carvalho (testemunha interrogada pelo vigário de Porto de Mós)

Também interrogado pelo vigário de Porto de Mós, disse que “um quarto de hora depois, pouco mais ou menos, de parar a chuva viu que o sol girou sobre si mesmo, aproximando-se do povo, e que lançou bastante calor, e ao mesmo tempo observou a cor azul e encarnada no horizonte”

Maria Augusta Saraiva Vieira de Campos (que publicou e vendeu um folheto com o seu testemunho)

“Parara como por encanto a chuva; fecharam-se os chapéus; sentiu-se um calor como se entrássemos numa estufa aquecida, e começou a ver-se o disco do sol, a perceber-se claramente na camada pardacenta que corria todo o céu. O calor aumentava, e o sol parecia descer, descer cada vez mais (…)”

Maria da Silva Vieira da Rosa (testemunha interrogada pelo vigário de Porto de Mós)

Em interrogatório, recordou que quando “a multidão ajoelhava, tendo cessado pouco antes a chuva, olhou para o sol e viu que este se transformou em diferentes cores, aproximando-se e girando como uma roda de fogo. Por três vezes viu este fenómeno. Toda aquela multidão banhada em lágrimas, gritava por Nossa Senhora”

Luís de Andrade e Silva (padre em Vila Nova de Ourém)

“O globo do sol (…) girava em volta dum eixo imaginário, e nesse momento, parecia descer na atmosfera, em direção à terra, acompanhado por vezes, dum brilho extraordinário, e dum calor intensíssimo. Os raios solares apresentaram a cor amarela, verde, azul e roxa, segundo dizem, mas eu só reparei na cor amarela”

Maria Rosa (mãe de Lúcia)

Não acreditava nos relatos da filha, mas foi ao local em outubro. Interrogada, disse que “viu o sol três vezes a desandar e a descer, podendo olhar-se para ele. Todo o povo olhava e gritava. Dizia o povo: “Olhem, olhem!” (…) Um senhor doutor de Torres Novas, pegou na filha ao colo e abalou com ela para a estrada”

Manuel Gonçalves Júnior (testemunha do inquérito paroquial)

Ao padre de Fátima, disse que “de olhos sempre fixos na carrasqueira a fim de ver alguma coisa de extraordinário, (…) notou que, na mesma ocasião em que o povo estava em altos gritos e exclamações pelo que via no sol, (…) tudo quanto a sua vista atingia na direção da carrasqueira tomou diferentes cores”

Romano dos Santos (testemunha interrogada pelo vigário de Porto de Mós)

Questionado pelo vigário de Porto de Mós, afirmou que “a multidão ajoelhou, tendo a chuva cessado nesta ocasião, e olhando para o sol viu que ele estava cercado de diferentes cores e girando como uma roda de fogo de artifício. Ouviu os clamores daquele povo, dizendo que era um milagre conhecido”

Pastorinhos milagre

Manuel Carvalho (testemunha interrogada pelo vigário de Porto de Mós)

Também interrogado pelo vigário de Porto de Mós, disse “que viu o sol baixar, segundo o seu entender, revestir-se de várias cores, girando como uma roda de fogo de artifício, e que se podia sem incómodo ver. Notou a testemunha que chovendo toda a manhã, cessou a chuva àquela hora da chegada das crianças”

Fontes
Todas as fotografias foram cedidas pelo Arquivo Fotográfico do Santuário de Fátima. Os textos foram retirados da Documentação Crítica de Fátima: seleção de documentos (1917-1930)


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