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Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Enfermaria

Dom Afonso Henrique. para em tudo ser grande, também o foi no culto à Santíssima Virgem. Por isso sempre levara consigo um imagem de Nossa Senhom da Conceição, que é certamente a que colocou numa ermida extramuros de Lisboa quando foi tomar esta cidade aos sarracenos. Para essa capela, diz uma bula do santo padre Pio IV, eram levados os portugueses feridos, para serem pensados, e os mortos, para serem sepultados.

Por tal motivo, dom Afonso e seus bons guerreiros começaram a invocar essa imagem com o título de Nossa Senhora da Enfermaria, atribuindo-lhe a grande vitória que alcançaram contra os mouros.

Ainda hoje existe na igreja de são Vicente de Fora uma capela dedicada a Nossa Senhora da Enfermaria, em memória da que foi venerada por dom Afonso Henrique.

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Escada

A imagem de Nossa Senhora da Conceição da Escada é uma das mais antigas e também das mais queridas de Portugal. Sua existência, segundo remota tradição, é anterior à conquísta de Lisboa e o titulo foi dado pelo povo em alusão aos trinta e um degraus que davam acesso ao seu santuário ou talvez por ser um dos símbolos de Maria.

Junto à velha ermida de Santa Maria da Escada os pescadores amarravam seus braços ao argolões de ferro chumbados em pelares de cantaria lavrada e, quando desciam o rio Tejo, de mãos erguidas pediam à Virgem que lhes protegesse as redes. Este culto de gente do mar por Nossa Senhora da Escada foi-se ampliando com o passar do tempo e nas procissões ou romarias ao popular santuário inúmeros devotos vinham de longe em batéis ornamentados para cumprirem votos e promessas.

As procissões ao templo da Escada eram as mais concorridas e todas as Vezes que a população se dirigia à Mãe de Deus com a finalidade de agradecer alguma graça ou pedir proteção contra alguma calamidade pública, a pequena ermida de Santa Maria era a mais procurada. A prova disso é que quando D. João I, após a vitória de Aljubarrota, garantiu a soberania do reino lusitano, o povo em massa, homens, mulheres, frades e clérigos, todos descalços, caminhavam cantando para o seu altar em sinal de agradecimento.

a ermida de Nossa Senhora da Escada foi atingida por duas grandes catástrofes: Um maremoto no século XVI e um terremoto em 1755; embora das duas vezes o templo e o convento anexo ficassem inteiramente destruídos, contudo permaneceram ilesos no meio das ruínas a imagem milagrosa e o altar da Virgem Maria. Finalmente, almas piedosas levaram a sagrada efigie para a igrejaa paroquial de Nossa Senhora das Merces, onde até hoje recebe as homenagens sinceras do povo português.

No Brasil conhecemos apenas duas igrejas dedicadas a Santa Maria da Escada e ambas muito antigas, o que demonstra ter sido este culto mais intenso nos primeiros períodos da colonização, desaparecendo posteriormente para dar lugar a outras invocações de maior aceitação no espirito religioso do povo brasileiro. Ambos refletem a predileção dos pescadores, pois uma está localizada na Bahia de Todos os Santos e a outra no Vale do Paraíba.

A igreja da Bahia é do tipo singelo e sóbrio dos primeiros templos coloniais, ornamentada por um amplo alpendre, como era costume nas primitivas capelas brasileiras. O edificio religioso alpendrado é uma tradição arquítetônica ocidental, que data do início do cristianismo, quando os catecúmenos e os penitentes permaneciam no adro. O Brasil continuou esta tradição porque o adro era o lugar onde ficavam os escravos não batizados. Os participantes de certas danças populares, como os congos, não entravam nos templos e a coroação dos reis negros era feita pelos padres no lado de fora das capelas. Outra
razão do alpendre talvez tenha sido a necessidade de abrigar maior número de fiéis, que ali se reuniram por ocasião das romarias.

A igreja de Nossa Senhora da Escada no Município de Guararema, próximo a Mogi das Cruzes, beneficiada com obras de restauração pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, remonta aos principios do século XVIII e é uma das mais interessantes do Estado de São Paulo, pelos indícios de mão-de-obra indígena. Aliás a vila de Escada era uma antiga aldeia de índios e devido à sua excepcional situação às margens do rio Paraíba foi, no tempo em que não havia estradas, o porto obrigatório para os viajantes paulistas, que se dirigiam às Minas Gerais ou à província do Rio de Janeiro. Quando o Conde de Assumar, Governador de São Paulo e de Minas Gerais, por ali passou em 1717, esta vila já possuia um administrador público e uma câmara própria. Entretanto, com o passar do tempo a aldeia não se desenvolveu e foi absorvida pelas cidades vizinhas.

Atualmente o culto de Nossa Senhora da Escada permanece vivo no Brasil somente através das igrejas citadas, que são verdadeiras relíquias históricas e artísticas de uma época que se perdeu na voragem dos séculos.

Iconografia:
Semelhante à Senhora da Conceição. Às vezes aparece junto à Virgem uma escada, um dos símbolos da Paixão de Cristo e também de Maria, pois Ela é comparada à escada de Jacó, que punha em comunicação o céu com a terra.

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Esperança

Os fiéis sempre invocam  nome de Maria com a esperança de que Ela os ajudasse a resolver seus problemas pessoais. Assim este título não é novo, pois a Mãe de Deus na liturgia  tem sido denominada “Esperança dos desesperados”.

Algumas vezes Ela é também invocada e identificada com Senhor do Amor Divino, da Expectação, pois em alguns lugares esta devoção se referia à Esperança do Parto, pelo qual a Virgem Mana daria à luz brevemente o filho de Deus. Neste caso ela era representada grávida, tendo sobre o seio a pomba Divina, símbolo do Espírito Santo.

O mais antigo santuário de Nossa Senhora da Esperança de que se tem notícia é o da cidade de Meniézes, na França, construído no ano de 930. Depois dele vários outros foram erigidos, espalhando-se este orago por toda Europa.

Em Portugal, este culto desenvolveu-se muito na época das grandes descobertas marítimas, figurando entre 05 seus devotos o comandante Pedro Álvares Cabral, que possuía uma bela imagem da Padroeira em sua residência, trazendo-a consigo em sua feliz viagem às Índias. O Brasil foi portanto descoberto sob o olhar terno e protetor da Mãe da Esperanca. Esta efige histórica mostra a Virgem Santíssima com o Menino Jesus sentado em seu braço esquerdo e apontando para uma pomba, que repousa sobre o seu braço direito. Ela está atualmente na cidade de Belmonte, numa capela onde se diz ter sido batizado o descobridor do Brasil, e foi trazida novamente ao nosso país durante o congresso Eucarístico Internacional do Rio Janeiro, em 1955.

Nos tempos modernos a devoção a Nossa Senhora da Esperança foi revivida em Saint Brieuc, na Bretanha, e espalhou-se de maneira excepcional após a aparição da Virgem Maria em Poitmain, no dias terríveis da invasão prussiana, quando o inverno, a fome e a guerra se uniram para castigar o povo francês.
O dia 17 de janeiro foi em 1871 especialmente sombrio para a história da França. Paris estava sitiada e as tropas em retirada. O bispo de São Brieuc desesperado, fez um voto solene a Nossa Senhora da Esperança para que salvasse sua pátria e ordenou que o mesmo fosse lido na capital às seis horas da tarde.

Mais ou menos a essa hora, na vila Pontmain, próxima às linhas inimigas, o Sr. Barbedette terminava em seu celeiro o trabalho cotidiano, auxiliado pelos filhos: Eugênio, de 12 anos, e José de 10. Escurecia e o mais velho, cansado, saiu um pouco para espairecer e ver como estava o tempo lá fora.
Qual não foi sua surpresa, quando sobre uma casa próxima, a poucos metros de distância, avistou uma jovem senhora resplendente de luz e de incomparável beleza, vestindo um traje azul salpicado de brilhantes estrelas e calçando sandálias azuis com fivelas douradas Sobre a cabeça apresentava um véu preto e por cima coroa mais alta na frente e diminuindo para trás. O menino contemplava extasiado a maravilhosa aparição, quando uma vizinha saiu de casa. “Joana”, disse Eugênio, “a senhora não enxerga nada lá em cima da casa do vendedor de fumo?” –  Por maiss que olhasse, contudo, ela nada conseguiu avistar, o mesmo acontecendo com o Sr. Barbedette. Porém seu irmãozinho José logo percebeu a visão e, além de descrevê-la do mesmo modo que Eugênio, exclamava entusiasmado: – “Como é linda! Como é linda!”

A mãe das crianças também nada enxergou, mesmo colocando os óculos, por isso achou que era uma alucinação dos meninos e levou-os para jantar. Algum tempo depois eles tiveram licença para sair e viram que a bela senhora continuava de pé no mesmo lugar.

O Sr. Vigário e a irmã Vitaline, professora dos videntes, chamados ao local nada puderam ver; no entanto duas meninas internas, que acompanhavam a Irmã, contemplaram a celestial aparição e demonstraram grande alegria ao vê-la sorrir. Emocionada, a multidão de Ccuriosos que ali se encontrava, a convite do vigário prosternou-se e começou a rezar.

Aos poucos a visão foi se transformando aos olhos das crianças. Apareceu em volta da Senhora uma fita azul com quatro velas, duas na altura dos ombros e duas no joelhos. Mais tarde outra fita muito comprida desenrolou-se sob os pés da Virgem e uma pena invisível escreveu os seguintes dizeres: “Mas rezai, meus filhos, Deus, vos atenderá dentro em breve. Meu filho se deixa enternecer”. Viram depois nas mãos de Maria um crucifixo vermelho e uma estrela, que dando volta em tomo da Senhora acendeu as quatro velas, parando em seguida sobre a sua cabeça. Finalmente às 20:45 um véu subiu pouco a pouco e escondeu a aparição.

Este fato extraordinário despertou vivo interesse na região, principalmente porque dez dias depois foi assinado o armistício, terminando a sangrenta guerra entre a França e a Alemanha. O bispo de Laval, após detalhados exames sobre o assunto, publicou a 02 de fevereiro do ano seguimte uma pastoral admitindo a realidade da aparição e autorizando o culto da Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora da Esperança de Pointmain.

Foram inúmeras as graças alcançadas no lugar da aparição e pouco depois erigiu-se ali uma bela basílica, que foi entregue aos cuidados dos padres Oblatas de Mana Imaculada, ordem para a qual entrou posteriormente José Barbeaste, um dos pequenos videntes.

A Ordem dos Oblatas, instituída na França em princípio do século XIX, espalhou-se pelo mundo devido à sua admirável obra missionária, chegando ao Brasil em 1946. Oito anos depois, os padres estabeleceram em Poços de Caldas, no bairro operário de Vila Cruz, onde formaram um colégio para crianças pobres.

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Evangelização

De acordo com uma sólida tradição sustentadas nas crônicas mais antigas, a imagem de Nossa Senhora da Evangelização foi presenteada à recém-criada diocese de Lima pelo imperador Carlos V da Espanha por volta de 1540.

Trata-se, portanto, de uma das imagens mais antigas da região a receber culto.
A imagem se conserva na Catedral Metropolitana de Lima, no retábulo maior. Foi cultuada pelos grandes santos peruanos e presenciou os célebres concílios limenses, de modo particular o terceiro, de tão grande importância para o aprofundamento da primeira evangelização de uma importante parte da América Latina. Diante dela foi depositada em meio a grande festa a primeira rosa florescida na cidade pelo primeiro bispo diocesano, Frei Jerônimo de Loayza.
A venerada imagem presidiu a vida da igreja arquidiocesana de Lima, que teve tanta importância na difusão do Evangelho, desde a Nicarágua até o Cabo de Hornos.
Quando a independência nacional foi declarada pelo general San Martín, em 1821, o solene Te Deum foi entoado diante dela.
Recentemente, a imagem mereceu uma esmerada restauração, que lhe devolveu o esplendor original. Foi colocada no altar do Santíssimo Sacramento na Catedral de Lima, de onde recebe o culto de amor dos fiéis.
Considerando o profundo vínculo da Virgem com a história da cidade, Sua Santidade o papa João Paulo II, em sua primeira viagem apostólica ao Peru, em 1985, a coroou solenemente, consagrando-lhe a nação. Três anos depois, por ocasião do Congresso Eucaristíco e Mariano dos países Bolaviarianos, o Santo Padre a presenteou com uma rosa de ouro, que atualmente ela ostenta em seus dedos.
Com o braço esquerdo ela sustenta o Menino Jesus e contempla com olhos de benevolência a esfera do mundo enfeitada com uma cruz que o Menino sustém com a mão esquerda, abençoando-a com a direita.
O título “da Evangelização” é recente. Foi dado à Virgem quando foram comemorados os 450 anos da criação do bispado de Lima.
O cabido metropolitano honra diariamente a Nossa Senhora da Evangelização com uma Missa celebrada em sua capela, onde os fiéis recebem a Eucaristia, rezando-se a seguir o santo Rosário e as ladainhas marianas do III Concílio Limense, atribuídas a Santo Toríbio de Mogrovejo, padroeiro do episcopado latino-americano.
“Que Nossa Senhora da Evangelização nos acompanhe e guie no caminho da nova evangelização. Ajude-nos a sermos sempre testemunhas do Evangelho da salvação”. (João Paulo II).
Nossa Senhora da Evangelização, Rogai por nós que recorremos a vós!
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Glória

 

Maria, a criatura privilegiada com a isenção do pecado original e com a prerrogativa de ter sido escolhida para ser a Mãe-Virgem do Filho do Altíssimo, subiu ao céu em corpo e alma.

Aquele corpo imaculado não podia ser desfeito na sepultura, como um corpo qualquer.
Com grande veneração e amor foi o Santo Corpo depositado no sepulcro pêlos apóstolos, que, conforme reza a tradição, estavam presentes na ocasião de sua bendita morte e de seu sepultamento, menos o apóstolo são Tomé, que, chegando ao terceiro dia, quis ver mais uma vez o Sagrado Corpo; abriram, pois o sepulcro, e eis que o encontraram vazio, porém repleto de frescas e lindas flores, que exalavam um agradabilíssimo perfume!
Estava confirmado o que os apóstolos e os outros fiéis suspeitavam: tendo eles passado três dias e três noites junto do sepulcro, revezando-se em grupos, ouviam continuamente coros angélicos que louvavam a Mãe de Deus, aos quais juntavam seus fracos louvores.
Os coros cessaram quando Maria subiu ao céu! Maria ressuscitou!
Convencidos de que o Senhor, antecipando-a à ressurreição geral, tinha-a feito entrar triunfalmente na glória, os apóstolos e seus sucessores sempre o creram e ensinaram, e tal é o sentir da Igreja no decorrer dos séculos.
E quem poderia supor que assim não fosse?
Ah! não, não pode haver cristão-católico que não creia e professe que Maria Santíssima subiu rediviva para a glória, para continuar sua missão de co-redentora, principalmente depois que o Santo Padre Pio XII, anuído ao desejo dos católicos do mundo inteiro, proclamou o dogma da Assunção.
Assunta est Maria in coelum!…
A festa da Assunção de Nossa Senhora enche-nos de alegria, por ser mais uma prerrogativa, a engrandecê-la, a sua triunfante entrada na glória, “em corpo e alma”, é por este motivo que o dia da Assunção, 15 de agosto, é celebrado como o dia de Nossa Senhora da Glória, isto é, Maria granjeou, com sua gloriosa subida ao céu, mais um título.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Glória do Outeiro

A Irmandade de Nossa Senhora da Glória foi canonicamente instituída a 10 de outubro de 1739, por Ato Provisional do então Bispo da Diocese do Rio de Janeiro, D. Frei Antônio Guadalupe, exatamente no ano em que se concluiu a construção da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, obra de invulgar concepção arquitetônica.

O seu desenho e a sua planta, originalíssimos, que se supõe serem de autoria do Tenente Coronel José Cardoso Ramalho, nomeado por D. João V para o posto de Capitão de Infantaria com exercício na Engenharia da Capitania do Rio de Janeiro, não tem, ao que se sabe, no mundo inteiro protótipo conhecido onde se possa encontrar a sua origem.

O culto à Nossa Senhora da Glória remonta ao ano de 1608, quando um certo “Ayres” colocou uma pequena imagem da Virgem em uma gruta natural existente no morro. Foi esta imagem que deu origem à devoção à Nossa Senhora da Glória muito cedo em nossa história, pois tendo a cidade sido fundada em 1565, apenas quarenta e três anos depois lá se encontrava a imagem da Virgem. Coube a Antônio de Caminha, português de Aveiro, abrigá-la em uma pequena ermida, por ele construída, no mesmo local em que se encontra hoje a Igreja, cuja construção iniciou-se em 1714. Mas, foi a partir de 1739, à medida em que o tempo foi passando, que a Igreja tornou-se a preferida da sociedade carioca, que a freqüentava assiduamente e nela realizava cerimônias.

Com a chegada da Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808, D. João Vl, com seu séquito e familiares – Princesa D. Maria da Glória, primogênita de D. Pedro I e D. Leopoldina – tornou-a a Igreja da Família Real. Especial era a devoção que a Família Real consagrava à Senhora da Gloria de cuja Irmandade fazia parte. Em seu templo, em 1919, a Princesa Maria da Glória, foi levada nos braços de seu avô D. João Vl, para a cerimônia de consagração. Mais tarde, ela foi rainha de Portugal, sob o título de Maria Il. Foi D. Pedro II quem outorgou em 27 de dezembro de 1849, à sua Irmandade, que se compunha de nomes mais expressivos da cidade, o título de “IMPERIAL”. O advento da República respeitou essa outorga e por isso, até hoje, a titulação de “IMPERIAL” subsiste para a Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro.

 

A devoção da Família Real de Bragança trouxe à igreja de Nossa Senhora de Glória do Outeiro fama e prestígio.

É o Outeiro da Glória local dos mais importantes para a história da cidade do Rio de Janeiro. Excelentemente colocado topograficamente, com o mar batendo nas suas bases foi testemunha silenciosa, a 20 de janeiro de 1567, dia de São Sebastião, da expulsão dos franceses, naquela ocasião comandados por Bois-le-Conte, sobrinho de Villegaignon – que queriam lançar os alicerces do calvinismo e fazer uma Henryville por aqui, pelas naus católicas dos portugueses, comandados pelo Capitão Mór Estácio de Sá, que saiu mortalmente ferido dessa batalha.

Estácio de Sá fundara a cidade do Rio de Janeiro, cujo nome passou a ser São Sebastião do Rio de Janeiro, após a vitória do dia 20 de março de 1867.

Antônio de Caminha natural de Aveiro, Portugal, vivia no Rio de Janeiro, sem ambição de ouro, cuidava de servir e Deus, e andava vestido de hábito de Terceiros de São Francisco. Era ele insigne escultor, e o autor da imagem da Senhora que se venerava na ermida. Fez também outra imagem, igual à primeira, para ser enviada à sua pátria e ser oferecida ao Rei D. João V, e solicitou para isto autorização ao Bispo, tendo este negado por julgar querer o ermitão levar objetos doados à Senhora da Glória por devotos cariocas. Não obstante, a imagem foi embarcada na nau Falcão, em 1708.

Vista do pátio da igreja durante e viagem sobreveio uma tempestade, a nau naufragou, e o caixote com a imagem foi dar em uma praia da cidade de Lagos, no Algarve, sendo recolhida pelos frades Capuchinhos ao seu Convento. É aquela imagem que ali se venera até hoje. Atendendo a sua celebridade uma moldagem da referida escultura foi feita há alguns anos, em Portugal, e trazida para um nicho novamente aberto no muro, entre as duas escadas de acesso ao adro de Igreja de N. Senhora da Glória do Outeiro, por iniciativa do então Provedor Antônio Afranio da Costa.

 

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Gota de Ouro

 

Este título poético provém simplesmente do nome do pequeno rio chamado “Gota de Ouro”, cuja nascente se acha em Launay, cantão de Beaumont-le-Roger.

Nossa Senhora da Gota de Ouro é invocada principalmente no dia 08 de setembro.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Guarda

Em Marselha, França, em 1214, um sacerdote erigiu no morro da Guarda uma capela em honra de Nossa Senhora. A Virgem adquiria um novo título. O culto desenvolveu-se rapidamente.

Em 1477, estando a primitiva capela em ruínas, iniciaram a construção de outra capela que existiu até o século XIX. A imagem mais antiga que era venerada na antiga capela tinha o nome de Nossa Senhora Morena, por ser de cor escura. Esta imagem e outra, venerada como “A Virgem do Ostensório”, desapareceu na revolução de 1794.

Após a Revolução, a antiga capela foi reaberta em 1807. A nova imagem foi levada em solene procissão do convento de Picpus até o morro da Guarda. Todos os devotos acompanharam o cortejo com os pés descalços.

Este local mariano, que é motivo de santo orgulho para os marselheses, em 1837, foi entregue à cura dos padres oblatos, que construíram a grande basílica em estilo romano-bizantino, consagrada em 1864.

Sobre a torre da basílica uma enorme estátua da Virgem guarda o porto e a cidade de Marselha. Cerca de um milhão e meio de peregrinos visitam anualmente a citada igreja.

Muitas visitas de navegantes podem ser constatadas pelas miniaturas de navios e barcos oferecidos à Virgem com um pedido de proteção.

Até o século XVIII, os navios que regressavam à França, assim como todos os que estavam no porto, costumavam saudar Nossa Senhora com um tiro de canhão, enquanto os marinheiros se ajoelhavam no convés em oração.

Elevado em cima de uma rocha, o santuário sobressai-se na belíssima paisagem da baía de Marselha. Do alto, Nossa Senhora contempla seus filhos aguardando a visita dos citadinos, turistas e peregrinos que confiam na intercessão da Santa Mãe de Deus.

Nossa Senhora da Guarda rogai por nós!

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores*

Na casa da esquina da atual rua dos Mercadores, de fundos para a igreja da Cruz dos Militares, havia um oratório com uma imagem de Nossa Senhora da Lapa.

Instituíram o oratório homens que viviam do pequeno comércio à beira-mar, na Praia do Peixe. Comercializavam-se basicamente roupas feitas e bugigangas. Para vender sua mercadorias, esses homens armavam suas barracas entre a atual rua 1º de Março e a Praia do Peixe Nova.
Esses negociantes eram tratados ou designados por mascates ou mercadores; daí o título de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, dado, pelo povo, à imagem e ao oratório.
Ignora-se a data da instituição do oratório e não se conhecem os nomes dos que o erigiram. Deviam ter sido homens de poucos recursos, pois era-lhes suficiente render preito à imagem de sua padroeira no singelo oratório.
De acordo com a tradição, aí se rezava o terço todas as noites, e no dia 15 de agosto se ornava o oratório, tributando devido culto a Nossa Senhora.
Em 1747, resolveram os negociantes mais abastados do local instituir uma confraria com o respectivo templo e organizar seu compromisso, pedindo a necessária permissão ao bispo diocesano dom frei Antônio do Desterro, que a concedeu por despacho de 20 de junho de 1747.
Em dezembro do mesmo ano de sua instituição, a Irmandade de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores deu início à abertura do templo, que foi sagrado em 06 de agosto de 1750, apesar de não estar concluído, mas já ter condições para o culto.
A construção foi continuando, fazendo-se as obras necessárias para a conservação e o aumento do templo, sem esquecer também seu embelezamento; mas a grande obra de remodelação foi realizada nos anos de 1870-1872, e a ela se deve, em grande parte, o atual aspecto da linda igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores.
OBS. * É a mesma “Nossa Senhora da Lapa” de Portugal com o acréscimo de “Dos Mercadores”.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Lapa

Em meados do ano de 1498 ainda nenhuma habitação se abrigava, por muitos quilômetros ao redor, no ponto mais alto de uma serrania da freguesia de Quintela. Apenas alguns pastorinhos de magros e diminutos rebanhos freqüentavam as agrestes paragens; porém, tão violento era o local, que os próprios pastores o evitavam tanto quanto possível, pois só de lobos e raposas eram covil fácil e seguro os duros rochedos graníticos pegando o solitário local.

Fazia exceção, ao temor que o lugar inspirava, uma jovem pastorinha chamada Joana, muda de nascença, que frequentava com insistência as lapas e fraguedos daquele inóspito planalto, onde passava horas e horas a fio sozinha e abandonada de seus companheiros, mas sempre rodeada de seu rebanho de cabras e ovelhas. Estas, apesar de já terem devorado tudo quanto de comestível se encontrava ao redor, não se afastavam da pastorinha, que por sua vez não se arredava de determinada lapa, justamente a de mais difícil acesso, pelo que era evitada por todos os outros pastorinhos de Quintela. Os animais de Joana, no entanto, estavam gordos, como se tivessem diariamente pasto fresco e reconfortante.
Aconteceu, porém, que a mãe de Joana veio a conhecer a predileção da filha pelo recôndito penhasco, a mil metros acima do nível do mar, e não querendo que ela perdesse tempo com o rebanho por aqueles ermos tão mal afamados, ordenou que não se demorasse na lapa e que seguisse com o rebanho por toda a serra.
Obediente como boa filha que era, a muda Joana cumpriu as ordens da mãe, e por isso, na dia seguinte, seus companheiros, com grande espanto, viram-na retirar do seu bornal uma linda imagenzinha de rosto tão formos, que dava gosto vê-la e contemplá-la, pondo-se depois a rezar diante dela, o que fazia todos os dias, da seguinte maneira: com toda a delicadeza tirava a imagem do seu bornal, colocava-a em cima de uma das mais elevadas pedras da serrania e, depois de rodeá-la de flores silvestres, fazia-lhe sua oração, contemplando-a com os olhos arregalados horas e horas seguidas, como se estivesse a conversar com sua querida imagem, o que lhe era impossível, por ser muda de nascimento. O rebanho não a abandonava um só instante; em vez de procurar pasto e alimento, mantinha-se igualmente em muda e admirativa contemplação, como se a melhor forragem fosse seu alimento cotidiano.
Ao cair da tarde, Joana guardava a imagenzinha no seu bornal, com todo o cuidado e carinho, e, seguida do rebanho, voltava para casa, para no dia seguinte recomeçar tarefa idêntica.
Assim se iam passando os dias, até que chegou o inverno com a neve, o frio, a intempérie própria dessa estação, retendo a pastorinha e sua ovelhas no redil de seu lar.
Numa tarde triste e sombria, com o vento uivando pelas desconjuntadas frestas da pouco confortável habitação, lareira acesa para se poder resistir ao frio, Joaninha em seu habitual entretenimento, ajoelhada diante de sua querida imagenzinha, estava tão absorta na oração que não se apercebeu das zangas da mãe, que irritada, furiosa, sem que se soubesse o motivo do seu agastamento toma a imagem e arremessa-a à fogueira que na lareira ardia.
Nesse mesmo instante um duplo milagre se observa, deixando estarrecidos todos os que observavam a inesperada cena: as chamas em rubros lampejos, vacilantes, tremeluzindo, afastam-se da imagem, para poupá-la à sua fúria devastadora, e Joana, a muda Joana, soltando um grito aflitivo, lancinante, exclama aterradoramente: “Ó minha mãe! Que fez a minha mãe?! Quer queimar a Senhora da Lapa?!…”
A mãe, atônita, espavorida, assombrada com o que vê e ouve, mais espavorida se torna ainda, quando ao quere retirar do fogo a santa imagem que inconscientemente tinha profanado, sentiu o braço direito paralisado, tolhido, incapaz de fazer o mais simples movimento. E então, de admiração em admiração, ouve a
filha contar com toda a clareza e nitidez: “Encontrei esta linda imagem no ponto mais alto da serra, escondida no fundo de uma lapa dos maiores penedos que ali se encontram, quase impossível de nele se penetrar, tal a espessura dos silvados, do tojo e do matagal que a escondiam aos olhos profanos. Brilhava no interior da lapa com um estranho fulgor, e foi desde que a retirei de lá a minha companheira inseparável. E deu-me a fala Nossa Senhora da Lapa!”
Veio a saber-se mais tarde que a linda imagem tinha pertencido às beneditinas do convento de Sermilo (Aguiar da Beira), e por elas fora escondida no recôndito daquela lapa, para assim impedirem o sacrilégio de ser destruída pelas hostes do terrível Al-Mançor. No recanto oculto e ignorado daqueles alcantis agrestes e bravios tinha a imagem permanecido mais de 515 anos.
Vejamos agora o que sucedeu à imagem de Nossa Senhora da Lapa depois de retirada do fogo: todos se puseram de joelhos, pedindo perdão a Deus da profanação cometida, e logo depois foram procurar o pároco da freguesia de Quintela, o qual ciente do que se passara, colocou a imagem num altar de sua igreja paroquial.
Novos milagres se operaram: a mãe de Joana recupera a força e o movimento de seu lado paralisado, a pastorinha continua falando, exprimindo com clareza seus pensamentos; e por três vezes a imagem misteriosa e inexplicavelmente, desaparece do seu altar, para de novo ser achada por Joana em sua antiga lapa nos fragueados gigantescos da alcantilada serra que conserva seu nome.
Compreenderam então todos que Nossa Senhora da Lapa queira permanecer no lugar onde tinha sido encontrada, e por isso foi ali construída sobre o rochedo modesta capelinha que ficou sendo propriedade da freguesia de Quintela.