Foi nas vésperas do Natal de 1994 que a imagem de Nossa Senhora da Agonia chegou ao nosso pais, como um grande presente para o Brasil.
Sua entrada solene na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Soledade emocionou os que lá estavam e também os ouvintes da Rádio Itajubá, que participavam da missa das 19 horas de domingo. Tudo começou quando um rico português radicado no Brasil, Sr. Antônio de Lima Costa, nascido em Lanheses – cidade próxima a Viana do Castelo, onde existe um Santuário dedicado a Nossa Senhora da Agonia – foi inspirado a trazer para o Brasil uma imagem, réplica da imagem de Portugal, para ser venerada numa igreja, cujo terreno, no alto de um monte, ele próprio faria doação à Diocese.
Tão logo se tomou conhecimento da existência desse terreno (mesmo sem a imagem ter chegado a Itajubá), as pessoas começaram a fazer “vias-sacras”, saindo da porteira da fazenda do Sr. Costa, seguindo as “estações” por uma estradinha de terra que contorna o monte, sendo rezada a “última estação”, no local do futuro Santuário.
Só mais tarde, no Brasil, se soube que também em Portugal, tudo começou com uma “via-sacra” que, partindo do Convento Franciscano de Santo Antônio, terminava no “Morro da Forca”, onde se rezava a “décima – quarta estação” no local que, mais tarde, se construiu a Igreja. A devoção a Nossa Senhora da Agonia cm Viana do Castelo é tão grande que, durante três dias, toda a cidade trabalha dia e noite, para cobrir de tapetes de flores o trajeto que a Senhora faz indo em direção ao mar, onde acontece uma linda procissão de barcos.
Nossa Senhora da Agonia em Portugal, é protetora dos pescadores, que a ela confiam as suas “agonias” (lutas) travadas com o mar bravio daquela região e, por isso, não medem esforços para realizar essa maravilhosa festa que recebe, todos os anos, cerca de duzentos e cinqüenta mil romeiros nos três dias de festa: 18, 19 e 20 de agosto (dia de Nossa Senhora da Agonia). Mas, voltemos ao Brasil onde a imagem da Senhora da Agonia acabara de chegar após um ano e meio de espera e, ainda, a construção de seu Santuário nem começara. Ao lado da imagem da Padroeira do Brasil, ela fica então, por mais de ano, na Igreja Matriz Nossa Senhora da Soledade, onde é venerada por muitas pessoas que começam a alcançar graças e mais graças, pela sua intercessão.
Começa-se, então um “sem fim de passeios” com a imagem, que vai, em um andor, para as praças e garagens de casas, onde são realizadas várias Celebrações Eucarísticas; aliás, a imagem não chega nem a ter um altar, mas é fixada permanentemente no andor, o que facilita a sua locomoção.
Enquanto isso, a Comunidade da qual ela é padroeira começa a crescer e a se fortalecer com suas catequeses em garagens, terços nas casas, novenas na praça e vias- sacras nas ruas e no Monte do futuro Santuário. Sentiu-se, então, a necessidade de um lugar, onde a Comunidade pudesse se encontrar e concentrar seus trabalhos, pastorais e movimentos, que foram sendo criados paulatinamente.
A “Igreja-viva” (a mais importante) estava sendo construída rapidamente a olhos vistos, mas a “Igreja-de-pedras” ainda continuava no papel. Foi então que no dia 19 de maio de 1996, a imagem de Nossa Senhora da Agonia foi entronizada numa cerimônia de Primeira Comunhão, numa pequena capela provisória situada à Rua Prefeito Tigre Maia, em um terreno emprestado por um gentil morador de um dos bairros que rodeiam o Monte onde será construído o Santuário.
Um ano depois acontece, também numa Celebração de Primeira Eucaristia, a entronização do Santíssimo Sacramento nesta Capelinha, o que veio a fermentar ainda mais a vida em comunidade e as devoções eucarística e mariana.
Uma oração a Nossa Senhora da Agonia, composta por uma carmelita de Pouso Alegre, recebeu aprovação eclesiástica, por ocasião de sua primeira festa aqui no Brasil; a partir de então, milhares de estampas da Virgem, contendo essa oração, estão sendo distribuídas por todo o território nacional e até mesmo fora dele.
Dentre alguns fatos que mostram o poder da Mãe de Deus, sob a invocação de Nossa Senhora da Agonia, destacamos um particular, o ocorrido quando de sua chegada ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. A comitiva designada para trazer a imagem para Itajubá encontrou grandes embaraços para retirá-la do aeroporto. Além de uma quantia em dinheiro que não se dispunha na ocasião, foram exigidos documentos que não tinham vindos de Portugal e, por isso, não era possível liberar a imagem.
Rezava-se e invocava-se a intervenção de Nossa Senhora da Agonia, quando o principal encarregado pela liberação da preciosa encomenda na alfândega aparece e pergunta ao Se. Azevedo (português amigo do Sr. Costa, que recebeu a procuração do nosso pároco para representá-lo na retirada da imagem):
O senhor é o Padre Tarcisio? Não, cu sou o seu procurador, respondeu o Sr. Azevedo, com sotaque português. Ainda bem, pois eu não gosto de padres! Mas para o senhor vou contar o que me aconteceu. Eu sou ateu, não acredito em nada, mas, ao abrir a caixa da mercadoria de vocês, logo que retirei sua tampa e afastei com as mãos as palhas que protegiam a imagem, apareceu o rosto de Nossa Senhora com aquelas lágrimas… Bem, alguma coisa aconteceu dentro de mim. Quer saber de uma coisa? Podem levá-la e que ela nos proteja! E as pessoas da comitiva, alegres, festejaram e agradeceram a Senhora da Agonia pelo seu primeiro “milagre” em terras do Brasil, feito no coração daquele que se dizia ateu.
Oração
Ó Maria. Rainha dos Mártires, Senhora da Agonia, Vós que permanecestes de pé junto à Cruz de vosso Divino Filho Jesus, e às suas palavras: “Mulher, eis o teu filho”- “Filho. eis tua Mãe”, – tornaste-Vos nossa Mãe: acolhei, com bondade, nossa prece filial.
Ó Senhora da Agonia, assim como o discípulo acolheu-Vos em sua casa, também nós queremos abrir-Vos as portas de nossos corações, de nossos lares, CONSAGRANDO- VOS toda a nossa vida: passada, presente e futura.
Exercei, pois, Vossa função de Mãe, ensinando-nos a viver, em todos os momentos, a vontade de Deus, levando-nos, assim, a imitar o Vosso SIM de Nazaré, que culminou com o SIM do Calvário.
Vinde, ó Mãe, em socorro de nossas angústias, não permitindo que nos desviemos do caminho do bem, da verdade, do amor!
Conduzi nossas vidas ao porto seguro da salvação, que é: JESUS!
Ousando somar nossas agonias às Vossas, diante desta dificuldade… (dizer o pedido), recorremos à vossa materna