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Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Altagrácia

Há mais de três séculos, um colonizador espanhol, muito rico, residente na região de Duey, São Domingos, fez uma viagem à cidade de Ozam para vender gado, no começo de Janeiro. Possuía duas filhas: a mais velha, mais vaidosa, pediu-lhe que trouxesse de presente vestidos e colares. A outra, com apenas 14 anos, mais voltada à piedade, pediu uma imagem da Virgem de Altagracia. O pai estranhou tal pedido, já que nunca ouvira falar dessa Nossa Senhora. De qualquer modo, a menina garantiu-lhe que a encontraria.

De retorno, levava os presentes da filha mais velha e, no coração, um profundo pesar por não ter encontrado a Virgem de Altagracia para a menina. Procurara a imagem por todos os lugares onde passara, chegando a consultar os Cônegos do Cabido e ao próprio Arcebispo, que não conheciam tal invocação mariana. Ao passar por Los Dos Rios, pernoitou em casa de um velho amigo. Nessa passagem, ao anoitecer, enquanto ceavam, o hóspede falou sobre sua tristeza em chegar em casa sem o presente que prometera à sua filha predileta. Oportunamente, um senhor idoso, que havia pedido para lhe deixarem passar ali aquela noite, levantou-se do lugar afastado onde se encontrava, aproximou-se à mesa e disse: “Como não existe a Virgem de Altagracia? Eu a trago comigo”. E enfiou a mão em seu alforge, e mostrou uma pintura de Maria adorando a um menino. O pai, vendo realizado o sonho de sua filha, convidou o ancião que passasse em sua casa para receber um donativo em retribuição à sua generosidade.
No dia seguinte, ao se levantar, a família procurou e não encontrou aquele senhor idoso.
Eis, em linhas gerais, a história do aparecimento deste primeiro quadro de Nossa Senhora de Altagracia. Ele possui 33 centímetros de largura e 45 de altura. Segundo a opinião dos especialistas, trata-se de uma obra primitiva da escola espanhola pintada nos finais do século XV. A tela, que mostra uma cena da natividade, foi restaurada com sucesso, na Espanha, em 1978. Agora é possível apreciar-se toda sua beleza e cores originais. Sobre a tela aparece a cena do nascimento de Jesus. A Virgem, formosa e serena ocupa o centro do quadro.
Conta a tradição que, a menina, acompanhada de várias pessoas, foi receber seu pai no mesmo local onde hoje se situa o Santuário de Higüey. Ela, aos pés de uma laranjeira que ainda se conserva, apesar dos anos, mostrou às pessoas, naquele dia 21 de janeiro, sua tão desejada imagem. A partir desse dia, ficou estabelecido o culto à Virgem de Altagracia, que foi também chamada de Virgem da Menina.
A devoção à Virgem de Altagracia tornou-se muito popular. Ao seu santuário, todos os anos, acorrem milhares de romeiros. A moderna basílica, em Higüey, capital da Província de Altagracia, construída entre 1974 e 1978, é o monumento religioso mais importante de Santo Domingo e centro religioso que atrai a atenção de todos os povos latino-americanos. É o lugar onde o povo dominicano encontra sua padroeira, a Virgem de Altagracia.
Nossa Senhora de Altagracia, rogai por nós, que recorremos a vós!
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Azambuja

 As famílias vindas do distrito de Treviglio (Itália), no dia 22 de outubro de 1875, para emigrarem para o Brasil, depois de embarcarem em Le Havre (França), combinaram entre si que ficariam sempre unidas. Para isso levantariam uma igrejinha ou capela em honra da “Madonna de Caravaggio”. A promessa de permanecerem sempre juntos não se concretizou, fixando-se no vale de Azambuja (valata Azambuja), situado a três quilômetros de Brusque, apenas 9 colonos. Inicialmente chamado de “Caminho do Ribeirão” ou “Caminho do Meio”, tomou o nome de Azambuja, possivelmente em homenagem ao Diretor do Departamento de Terras, Conselheiro Dr. Bernardo Augusto Nascentes d’Azambuja.

Já em 1876, apenas tinham chegado os primeiros colonos ao Vale de Azambuja, começaram a pensar em construir uma Capela em honra de Nossa Senhora de Caravaggio. Após algumas discussões de como fazê-la, no primeiro domingo de novembro de 1884, chegaram a uma conclusão: decidiram construí-la de tijolos, para que ficasse mais segura e mais barata, pois tudo se faria ali mesmo. No final deste mês era iniciada a fabricação dos tijolos e das telhas para o futuro templo. Foi erguida uma pequena igreja, medindo
6 metros de comprimento por 3 de largura. Com a sacristia totalizava 36 metros quadrados. O terreno foi doado por Pietro Colzani, possuidor do lote nº 16. Sobre o altar, um quadro de Nossa Senhora de Caravaggio, vindo diretamente da Itália. Este quadro ainda hoje pode ser admirado na gruta anexa ao Santuário. Aqui não se invoca Nossa Senhora de Caravaggio, mas Nossa Senhora de “Azambuja”.
No dia 24 de abril de
1887 a Capela foi benta pelo Padre Marcello Ronchi SJ, estando presente também o Pe. João Fritzen SJ, Vigário de Brusque.
Azambuja logo torna-se um centro de peregrinações. Crescendo o número de romeiros e vendo a importância espiritual que alcançava, Pe. Antônio Eising inicia a construção de uma nova Igreja, no mesmo ano em que chega a Brusque,
1892. A nova Igreja, que mede 10 metros de largura por 12 de comprimento, fora o Presbitério, está concluída em 1894. A antiga ermida, que ficava um pouco abaixo do atual Santuário, conservou o quadro de Nossa Senhora. Encomendaram na Itália as imagens de Nossa Senhora e de Joanita, as mesmas que ainda hoje se encontram no altar-mor do Santuário.
A partir de 1892 é comemorada a tradicional festa de 26 de maio, dia da aparição. Em 15 de agosto de 1900 é celebrada pela primeira vez a festa da Assunção de Nossa Senhora.
Cada vez mais afluíam devotos para as festas. Consta que na festa de 1900 contaram-se 2.000 romeiros.
Crescendo a importância, o Bispo Diocesano de Curitiba Dom Duarte Leopoldo e Silva, a 1º de setembro de 1905, eleva a Capela de Azambuja à dignidade de Santuário Episcopal, com o título de Santuário de Nossa Senhora de Azambuja, desmembrando-o da jurisdição do Vigário de Brusque. Na mesma oportunidade é nomeado Pe. Gabriel Lux, SCJ, “Fabriqueiro-Administrador do Santuário e Delegado da Autoridade Diocesana, com plenos poderes”
A finalidade desta criação, basicamente, foi de, através das esmolas dos romeiros, se propiciar condições de subsistência à Santa Casa de Misericórdia de Nossa Senhora de Azambuja, que havia sido criada três anos antes, a 29 de junho de 1902.
Em abril de 1927 é transferido para Azambuja o Seminário Menor da Aquidiocese de Florianópolis. Pe. Jaime de Barros Câmara, que mais tarde viria a ser Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, foi seu primeiro Reitor. Desde então os sacerdotes professores do Seminário, assumem também a pastoral do Santuário.
No dia 2 de novembro de 1927 são retirados da antiga Capelinha os quadros, bancos e ex-votos. No dia seguinte é feita a demolição da mesma. Ali junto à fonte, cujas águas são tidas como miraculosas, dá-se início à construção de uma gruta. Um ano depois, a 9 de dezembro de 1928, Pe. Jaime abençoava e inaugurava o novo monumento de piedade. Na gruta são entronizadas as imagens de nossa Senhora de Lourdes e Bernadete. Sobre a gruta, que está dois metros abaixo do nível do terreno, uma capela, onde estão o quadro de Nossa Senhora de Caravaggio e os ex-votos dos romeiros.
No dia 8 de dezembro de 1939 era lançada a pedra fundamental do novo e majestoso Santuário, o terceiro a ser edificado. Suas paredes foram erguidas em redor do Santuário anterior. O projeto, idealizado pelo renomado arquiteto Simão Gramlich, prevê uma torre com
40 metros de altura e uma nave central medindo 45 metros de comprimento por 16 metros de largura com uma altura de 20 metros. Entre junho e setembro de 1941 se destrói o antigo Santuário.
Embora já estivesse sendo usado desde 1943, somente em 26 de maio de 1956 Dom Joaquim Domingues de Oliveira oficia a consagração do Templo.
A partir de 1950 se constrói o “Morro do Rosário”: consta dos 15 Mistérios do Rosário, distribuídos ao longo do caminho de acesso ao cume do morro que fica atrás do Santuário. No topo o último dos Mistérios Gloriosos: a coroação da Virgem Maria pela Santíssima Trindade. Cada um dos mistérios consta de estátua ou grupos de estátuas feitas de cimento, em tamanho natural.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Belém (Bethléem)

Belléan é uma aldeia que fica perto do santuário de Nossa Senhora de Belém (Bethléem em francês); supõe-se por isso que a pronúncia popular de “Belém” influísse no título que deram a Nossa Senhora ,de Belém, em vez de Belléan, pois outra explicação não conhecem.

O costume tradicional conservou uma regra severa para os dias de peregrinação: exige que as moças que desejam casar-se no decurso do ano acompanhem a pé, sem rir nem falar, o trajeto de Vannes a Belléan.
Uma lenda local refere a história do cativeiro de Garo, proprietário do castelo vizinho de Ploeren. Em Lembrança do cativeiro, invoca-se Nossa Senhora de Belém a favor dos prisioneiros.
Durante a última guerra, as famílias que estavam sem notícias dos seus deviam mandar tocar o sino do santuário.
Realizam-se peregrinações em 15 de agosto e 08 de setembro.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Bistrica

 
Aparecem referências ao lugar chamado “Bistrica” na Croácia, em documentos escritos no ano de 1209. Trata-se de um pitoresco vale situado em Hrvatsko Zagorje, a norte de Zagreb. A paróquia e a igreja de “Marija Bistrica” já eram citados no ano 1334.
A imagem de Nossa Senhora remonta ao século XV. Antes esteve na igreja de Visinski. Por volta do ano 1545, devido à ameaça dos otomanos, ela foi transferida para Bistrica. Em 1650 foi escondida na parede da igreja e logo depois foi esquecida.
Em 1684, sob a supervisão do bispo Martin Borkovic a imagem foi novamente encontrada e colocada num altar. Desde então tiveram início as numerosas peregrinações dos devotos de Nossa Senhora. Em 1880, terrível incêndio destruiu a igreja mas a imagem foi milagrosamente preservada.
Em seguida o arquiteto Herman Bole cuida da restauração do templo.
A imagem de Nossa Senhora de Bistrica é negra. Segundo a história, ela tornou-se preta por causa do incêndio ocorrido em 1880. Há historiadores da arte que reinvidicam que as “madonas” negras eram assim feitas de propósito no século XII. Os artistas teriam-nas esculpido com a tez escura inspirados no Antigo Testamento, no qual o rei Salomão elogia a beleza morena das mulheres de Jerusalém.
Em 1715 o parlamento da Croácia presenteou o templo com o principal em honra da “Bistricka Gospa”. Anteriormente dedicada a São Pedro e São Paulo, a igreja é colocada sob o patrocínio de “Snijezna Gospa” (Nossa Senhora das Neves). A denominação atual é “Majka Bozja Bistricka” (Mãe de Deus de Bistrica).
O Papa Bento XIV (1750-1758) concedeu uma indulgência plenária a todos os peregrinos que naquele santuário confessarem os seus pecados e participarem da Eucaristia.
Em 1923 o Papa Pio XI concedeu ao Santuário o honroso título de Basílica Menor. Em 1935 o Arcebispo de Zagreb solenemente coroou a imagem, proclamando-a Rainha de todo o povo da Croácia. Em 1971, a Conferência dos Bispos nomeou o templo como Santuário Nacional. Em 1984 ali se realizou o Congresso Eucarístico Nacional com a presença de centena de milhares de croatas.
No dia 3 de outubro de 1998, num sábado, o papa João Paulo II beatificou em Bistrica o Cardel Aloísio Stepinac, conhecido por seu amor e reverência para com a Virgem durante toda sua vida. Mais de 500 mil pessoas participaram da missa solene de beatificação.
Nossa Senhora de Bistrica, rogai por nós que recorremos a vós!
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Bonária

Ao sudoeste da cidade de Cagliari, em uma colina, fica a cidade de Bonária (Bons Ares), muito conhecida como lugar de peregrinações.

Aí fundaram os Irmãos da Misericórdia, em 1330, seu primeiro convento na Sardenha. Foi seu fundador, um distinto morador de Cagliari, frei Carlo Catalon, que um dia, durante a oração, tendo sido arrebatado em êxtase, teve uma visão profética, uma cena singular: depois de uma grande tempestade, aproximar-se-ia do porto de Bonária um hóspede misterioso, que traria à cidade grandes benefícios espirituais e também notáveis benefícios materiais.
O profético acontecimento teve lugar em 25 de março de 1370: um navio mercante viajava da Espanha para a Itália, e eis que repentinamente, quando já se avistava a ilha de Sardenha, desaba um tão grande temporal que o naufrágio parecia iminente, pelo que resolveu o comandante lançar a carga ao mar, para aliviar o navio.
Entre a carga havia um pesado caixão, do qual ninguém sabia o conteúdo, e que também foi lançado ao mar.
Mas, ó prodígio: mal caiu na água o referido caixão, acalmaram-se as ondas como por encanto!
Quiseram então salvar o caixote, para ver o que continha, mas foram baldados os esforços da tripulação, pois ele se esquivou teimosamente e foi como que nadando em direção à praia, até parar defronte da igreja de Bonária.
Dois Irmãos da Misericórdia acudiram logo e pegaram-no sem nenhuma dificuldade, transportando-o para a igreja. Ao abri-lo, viram diante de si, com grande surpresa, uma imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus!
A imagem tinha 56 cm de altura. O semblante da mãe de Deus era meio escuro e muito expressivo; o vestido, carmesim, e o manto, azul escuro; a mão direita estava na posição de quem segurasse uma vela, que de fato mais tarde lhe puseram na mão; no braço esquerdo sustentava o Menino, que tinha na mão esquerda a figura do globo terrestre, estando a direita na posição de abençoar.
Como a imagem foi dar na praia defronte da igreja de Bonária, deram-lhe o título de Nossa Senhora de Bonária, e assim Maria Santíssima granjeou um novo título.
Nossa Senhora de Bonária é venerada como a padroeira da Sardenha e de Cagliari.
Em sua honra fazem muitas festas nas cidades e nas aldeias, e as mães sardenhenses dão a suas filhas, com muito gosto, o nome de Bonária.
Como a antiga igreja se tornou pequena para a grande multidão de peregrinos, começaram no princípio do século XX uma grandiosa construção: a nova igreja em estilo barroco, a qual foi consagrada em 22 de abril de 1926.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Bonate

Em 1944, na cidade de Bonate, diocese de Bérgamo, Itália, no dia 13 de maio, várias crianças colhiam flores para depositarem aos pés da Virgem Maria. Num dado momento, as meninas que acompanhavam a colega, de nome Adelaide Roncali, dez anos, viram que ela estava imóvel, olhando para o alto, como que alheia a tudo. Não respondendo aos chamados, as amigas foram correndo dizer à mãe de Adelaide que “ela tinha morrido em pé.

Acreditou-se, porém, que Nossa Senhora aparecera, a Adelaide. Estava vestida de branco. Espargia muita luz e que Maria a tranqüilizou dizendo: “Não tema, eu sou Maria. Seja boazinha e eu voltarei até você”. 0 êxtase se repetiu mais 13 vezes, em duas etapas: de 13 a 21 e de 28 a 31 de maio. Assim como em Lourdes, Fátima, Salete e outros lugares, Nossa Senhora aconselhou a oração, sobretudo a reza do terço meditado nos mistérios da vida de Jesus. Insistia na penitência. Que acabassem com a impureza e blasfêmia.
Como sempre, a notícia logo correu. Muita gente queria se beneficiar das aparições, implorando curas. Conta-se que mais de um milhão de peregrinos se concentrou no local. Umas duzentas pessoas proclamaram-se curadas. 0 Bispo de Bérgamo constituiu uma comissão de médicos para estudar o caso. Dentre os 70 milagres indicados, apenas um cego, vítima de combate na guerra, ficou curado repentinamente.
O povo, empolgado por mais essa manifestação, proclamou Maria com mais um título: Nossa Senhora de Bonate.
 
Oração a Nossa Senhora de Bonate
Senhor nosso Deus, concedei-nos sempre saúde de alma e corpo, e fazei que, ela intercessão de Nossa Senhora de Bonate, sejamos libertos de todo pecado e, livres das tristezas presentes, gozemos as alegrias eternas. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Buglose

À margem direita do rio Adour, a 12 km de Dax, foi erigida a antiga capela de Nossa Senhora de Buglose, porém Nossa Senhora não tinha ainda este título.

Tendo Joana d’Albret ordenado a destruição dos oratórios das zonas rurais, alegando que só serviam para tolas superstições, a imagem de Nossa Senhora venerada nessa capela só pôde ser salva do incêndio e escondida; mas só muito tempo depois foi encontrada em uma fonte, informa a lenda, por um boi.
Deste pormenor se originou o título dado à imagem, formado de duas palavras gregas significando “langue de boeuf” (língua de boi), daí Buglose. O lugar também tomou este nome.
Luís XIII mandou reparar a capela incendiada, mais tarde substituída por uma igreja de três naves, que possui atualmente um carrilhão de 64 sinos.
Os Padres Lazaristas assumiram o encargo da conservação da igreja e da organização das peregrinações durante 87 anos.
Buglose foi um centro de regeneração cristã.
Os milagres se multiplicaram aí durante anos, tendo um grande número de enfermos recuperado a saúde nesse lugar bendito, como atestam numerosos processos verbais.
Há, perto do santuário, uma fonte milagrosa, na qual esteve escondida a imagem, dizem, durante 50 anos.
Nossa Senhora de Buglose foi coroada em 1866.
As peregrinações a este santuário são realizadas em maio e de 8 a 15 de setembro, oitava da Natividade.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Caravaggio

No princío do século XV vivia em Caravaggio (diocese de Cremona), lugarejo a 38 km de Milão (Itália), uma jovem muito piedosa, Giannetta Vacchi.

Por ser muito devota de Nossa Senhora, jejuava na véspera de suas festas, que ela celebrava com grande fervor; além disso, não deixava passar um só dia sem se recomendar à Mãe de Deus, e, durante o dia, quer estivesse a trabalhar em casa, quer se entregasse aos trabalhos do campo, suspendia o trabalho por breves momentos para elevar sua mente à Virgem bendita. Era, em suma uma daquelas almas virtuosas e simples que tanto agradam ao Senhor.
Casada contra a sua vontade com Francisco Varoli, teve de sofrer duríssimas provações, pois o malvado do marido não só a ofendia com os maiores insultos, mas também chegava a bater-lhe. Contudo, ela suportava injúrias e maus tratos com admirável resignação, recomendando-se a Nossa Senhora com fervor sempre crescente, à medida que aumentavam os tormentos que lhe infligia o desumano marido.
Estava Giannetta para completar o 32º ano de sua tormentosa existência (e ninguém suspeitava que em breve terminariam suas tribulações), quando inesperadamente começa a paciente senhora a desfrutar o conforto da Rainha do Céu.
No dia 26 de maio de 1432, o cruel marido, ou porque naquele dia ainda se deixasse levar mais pela brutal paixão da ira, ou por instigação de maus companheiros, agrediu a mulher mais brutalmente do que em geral o fazia, não se compadecendo dela nem mesmo depois de vê-la ferida; ao contrário, juntando crueldade a crueldade, ordenou-lhe que fosse sozinha cortar o feno, acrescentando à desumana ordem as mais duras ameaças.
Giannetta não se revolta: pega na foice e obedece confiando em Deus, que vê as aflições dos atribulados, e no patrocínio daquela a quem invocamos como o poderoso auxílio dos cristãos.
Chegando ao campo agreste chamado Mazzolengo, distante cerca de uma légua de Caravaggio, na estrada que conduz a Misano, pôs-se a pobrezinha ao trabalho, que durou várias horas, entremeado de freqüentes invocações à Virgem Santíssima.
Quando o dia já declinava, olhando Giannetta para o feno ceifado, viu claramente que não tinha a força necessária para levá-lo para casa em uma só caminhada, e, pela distância em que estava, não havia tempo para fazer duas viagens. Desolada e torturada com a lembrança do cruel marido, não sabe o que fazer, por mais que procure imaginar um meio de livrar-se daquele apuro. Volta então os olhos lacrimosos para o céu e exclama: “Oh, Senhora caríssima, ajudai-me: só de vós espera socorro a vossa pobre serva!…”
Ia continuar a confiante súplica, quando de repente lhe aparece uma senhora de aspecto nobre e venerando, de porte majestoso e belo e gracioso semblante, tendo nos ombros um manto azul, e a cabeça coberta com um véu branco.
“Oh, Senhora minha santíssima”” exclama Giannetta no auge da admiração…
Sim, eu sou a tua Senhora”, replica Maria, “mas não temas, filha: tuas preces foram, por minha intercessão, ouvidas por meu divino Filho, e já te estão preparados os tesouros do céu. Ajoelha-te, pois, e escuta reverente.”
“Oh, Senhora”, diz a humilde e simples Giannetta (que ou não imaginava ter diante de si a Mãe de Deus, ou então estava obcecada pelo pensamento do demônio que a esperava em casa), “eu não tenho tempo a perder: os meus jumentos estão esperando este feno”.
Mas a Virgem Santíssima, tocando-lhe suavemente nos ombros, fê-la ajoelhar-se e assim lhe falou: “Ouve atentamente, filha: o mundo, com suas iniqüidades, havia excitado a cólera do céu. O meu divino Filho queria punir severamente esses homens iníquos, cobertos de pecados; mas eu intercedi pêlos míseros pecadores com insistentes súplicas, e finalmente Deus se aplacou. Vai, portanto, comunicar a todos que, por causa deste assinalado benefício de meu divino Filho, devem jejuar numa sexta-feira a pão e água, e, em minha honra, festejar o sábado desde a véspera; eu reclamo isto como uma prova da gratidão dos homens pela singularíssima graça que para eles obtive. Vai, filha, e manifesta a todos a minha vontade”.
Admiração, amor, compunção enchiam a alma de Giannetta, que, depois de refletir um pouco, exclama: “Senhora, quem acreditará em minhas palavras? … Sou uma pobre e desconhecida criatura…”
E a Virgem bendita replica: “Levanta-te, minha filha, e não temas: refere corajosamente o que te comuniquei e ordenei: eu confirmarei com sinais evidentes as tuas palavras; e este lugar onde agora tu me vês se tornará célebre e famoso para toda cristandade”.
Ditas estas palavras, abençoa Giannetta com o sinal da cruz e desaparece, deixando no solo os vestígios de seus beatíssimos pés.
Imagine quem puder como ficou Giannetta a tal espetáculo (visto que já compreendido então que era Nossa Senhora quem lhe falava): extática, fora de si, levanta os olhos como que para acompanhar a Virgem Maria; e, prostrando-se em terra, beija e torna a beijar as santas pegadas. Depois afasta-se contra a vontade daquele santo lugar e corre, voa para sua aldeia, e pêlos caminhos por onde passa vai narrando a quem encontra tudo o que tinha visto e ouvido. Todos crêem em suas palavras, cumprindo-se assim a profecia da Santíssima Virgem, e correm, guiados por Giannetta, ao bem-aventurado lugar, admirando as santas pegadas impressas no solo verdejante, bem como a fonte que ali brotara milagrosamente.
Todos empenhavam-se em louvar e agradecer a bondade divina, maravilhando-se sempre mais. Sua gratidão crescia quando viam as curas operadas por meio da água da fonte milagrosa, ou as graças e prodígios alcançadas de outra maneira, que se multiplicavam dia a dia. Como é natural, a fama de tantos prodígios voou com a rapidez do raio até as cidades vizinhas, e mesmo até as regiões mais longínquas, de modo que foi tal a afluência de pessoas que iam a Mazzolengo, para contemplar os santos vestígios dos pés de Maria, admirar a fonte sagrada e beber da água prodigiosa, que foi necessário construir uma comissão que regulasse o acesso dos peregrinos. Mais tarde, divulgada por toda a Europa a notícia do milagroso acontecimento e das contínuas curas prodigiosas e outras graças concedidas por Maria no local da aparição, começaram a chover as ofertas, de modo que a autoridade diocesana constituiu uma comissão cuja incumbência era recolher donativos e aplicá-los na construção de uma igreja no lugar em que tinha aparecido Nossa Senhora.
A primeira pedra da igreja foi lançada pelo vigário de Caravaggio em 31 de julho do mesmo ano da aparição (1432), mas só foi acabada e consagrada dezenove anos depois.
Transcorrido um século, a igreja ameaçava ruir, pelo que foi preciso ser escorada. Depois, tornando-se pequena para o sempre crescente número de peregrinos, foi ampliada por iniciativa de são Carlos Borromeu. Posteriormente, ameaçando novamente ruir, foi preciso demoli-la.
Foi então que o célebre arquiteto Pellegrini construiu o majestoso santuário, que é hoje uma das mais fúlgidas glórias da fé do povo italiano, como da arte que se inspira na religião.
Eis, pois mais um título dado à Mãe de Deus – Nossa Senhora de Caravaggio -, por causa de sua aparição em Caravaggio (Itália) a Giannetta Vacchi.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Caacupe

Segundo a lenda, no final do século XVI, no Paraguai, um índio convertido, escultor por ofício, andava sobre uma montanha quando foi atacado pelos Mbayaes, dos quais escapou escondendo-se atrás de um grosso tronco. Nos angustiantes momentos em que ficou escondido, pediu a Nossa Senhora que o livrasse da morte. Quando se viu livre da ameaça, começou a construir uma imagem da Virgem com um pedaço do tronco que o havia acolhido.

No ano de 1603, o lago Tapaicuá transbordou e inundou todo o vale de Pirayú, arrastando tudo que estava à sua volta, inclusive a imagem de Nossa Senhora. Quando as águas baixaram, milagrosamente apareceu a imagem que o índio esculpira.
Os fiéis começaram a difundir sua devoção e a invocá-la com o nome de “Virgem dos Milagres”. Um devoto chamado José, carpinteiro, construiu uma modesta ermida e nela começou a ser cultuada a Virgem de Caacupé.
A imagem de Nossa Senhora de Caacupé é bem pequena, medindo pouco mais de cinqüenta centímetros. Ela é a Imaculada Conceição. Seus pés se apóiam sobre uma pequena esfera e suas vestes trazem uma faixa branca de seda.
A palavra Caacupé significa “detrás dos montes”. O Santuário de Caacupé é um centro nacional de peregrinações. A festa é celebrada anualmente no dia 8 de dezembro. Os peregrinos chegam aos milhares ao Santuário para demonstrar seu amor e gratidão à Mãe de todos, a “Virgem Azul do Paraguai”.
Nossa Senhora de Caacupé, rogai por nós!
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Casaluce

A história de Nossa Senhora de Casaluce vem do sul da Itália. Casaluce significa “Casa de Luz “. Na cidade de Aversa, em um dia de temporal muito forte, uma linda moça de cor negra bateu à porta de um seminário para pedir abrigo, porém, naquele tempo, não era permitida a entrada de mulheres nessas instituições. Então os padres pediram que a moça fosse a um convento de freiras, na cidade mais próxima, “Casaluce”. As freiras a acolheram e a instalaram num quarto. No dia seguinte, as freiras não a encontraram, e no seu lugar havia apenas um quadro – era a figura da moça, com uma criança nos braços. A partir daí, vários milagres foram atribuídos aquela santa. Por isso os padres de Aversa reclamaram o quadro por ter sido lá que a santa havia estado primeiro. Para evitar discórdia ficou resolvido que o quadro ficaria quatro meses em Aversa e oito em Casaluce. “Todas as gerações me felicitarão porque o todo poderoso realizou em mim grandes obras” (Lc. 1,48-49).

DEVOÇÃO NO BRASIL
No final do século XIX, os imigrantes italianos, concentraram-se no bairro do Brás em São Paulo. Os Napolitanos instalaram-se preferencialmente na rua Caetano Pinto e aí revelaram a devoção à Casaluce. Eles trouxeram uma réplica do quadro, cuja a cópia fiel da imagem da santa se encontra na Itália. Fundaram então, a igreja em 1900 e continuaram ligados assim, mais fortemente à terra natal; até hoje, no mundo inteiro, só existem duas igrejas dedicadas à Nossa Senhora de Casaluce, a de Nápoles e a de São Paulo. Através desse sentimento religioso, nasceu a primeira festa italiana de São Paulo, com comidas típicas, muita música e alegria. Inúmeros são os milagres de Nossa Senhora de Casaluce. O povo vem agradecer a intercessão da Mãe de Jesus pelas graças recebidas e pedir sempre. “Peça à Mãe de Deus que o Filho atende”.
· O nome de Maria está unido aos lugares onde ela viveu ou onde é venerada;
· Daí os nomes de Maria de Nazaré, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora . Aparecida, Nossa Senhora de Casaluce, etc..
· Festejamos Nossa Senhora de Casaluce no mês de maio;