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Salve Rainha

A Salve-Rainha antes de tudo é um reconhecimento da maternal presença de Maria em nossas vidas. Lembra-nos a experiência de Isabel quando diz donde me vem esta honra de vir a mãe de meu Senhor? (Lucas 1, 43), recorda-nos a visita do anjo na Anunciação: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo (Lucas 1,28) e a feliz proclamação de Maria como mulher bem‑aventurada em todas as gerações.

É costume saudar ou acolher os que nos visitam, os que conhecem e também aqueles anônimos que passam por nós. Saudar é dizer a alguém: “seja bem‑vindo, venha participar da minha alegria”. É uma atitude de respeito e consideração que recebemos como herança de nossos pais.

Na vida cristã a Salve‑Rainha abre-nos as portas da história para a vinda do Messias. Maria vê a nossa miséria, está atenta aos nossos passos, socorre‑nos nas fraquezas, no desespero, na dor de cada dia. Saudamos a mãe com dignidade e elevamos um hino de gratidão por tantos benefícios alcançados por meio de sua ternura.

Damos‑lhe o título de rainha e, verdadeiramente, ela é. Na sua humilde condição, participou da história da salvação como servidora, silenciosa intercessora. O trono de Maria foi sua inteira dedicação ao Cristo presente em cada sofredor. Sua realeza não se sobrepõe ao Altíssimo, ela é criatura amada e desejada. Sua coroa é humana: varre a casa, limpa a sujeira, lava os pratos, faz a comida, lava a roupa, reza, visita os necessitados, distribui pão aos famintos, trabalha, chora, adoece, ama.

Muitas pessoas rezam a Salve‑Rainha sem dar‑lhe importância, outras se identificam tão plenamente que fazem desse momento um profundo encontro com Maria. Quem a ela se confia, vê o rosto misericordioso de Deus e não se desespera. Esta oração, se resada com fé, é um alívio e uma resposta às muitas inquietações. Ao longo do caminho, encontrei muitos exemplos de pessoas que invocam a realeza de Maria e conseguiram infinitas graças. Destaco o exemplo de minha mãe na oração do terço e diante da perda de coisas consideradas de valor, como objetos, documentos, etc. Sou testemunha de que todas as vezes que ela rezava a Salve‑Rainha inexplicavelmente recebia o que tanto buscava. Não é superstição e sim fé. Alguém transmitiu a a essa mensagem e ela passou a rezar com total dedicação e nunca lhe faltou o auxílio divino.

A Salve‑Rainha é o estímulo para as fraquezas, a confiança na impossibilidade. Ensina‑nos, mãe rainha, a amar e a servir! Vem depressa, precisamos de ti!

A Salve‑Rainha é uma das orações mais antigas e belas da Igreja. Originou‑se por volta do ano 1098 na Idade Média com um monge chamado Germano Contractus. Este homem era paralítico de nascimento e passou por inúmeros sofrimentos ao longo de sua vida. Foi em meio aos dramas de sua existência que compôs esta oração dedicada a Nossa Senhora. Ao longo deste –ano meditaremos cada uma de suas partes para rezarmos com mais fervor esta tão grande dádiva que o tempo nos presenteou.

 

Autor: Pe. Nilton César Boni – CMF

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Letra do hino do centenário das aparições de Fátima está escolhida!

“O texto para mim é uma oração”, refere o autor da composição

A letra para o hino do centenário das aparições está escolhida, após selecção realizada no âmbito do concurso nacional promovido pelo Santuário de Fátima.

O autor do trabalho é Marco Daniel Duarte, funcionário da instituição.

“Terei muito gosto em poder ouvir o hino nos lábios dos peregrinos; será para mim uma grande alegria”, afirma, em breve entrevista à Sala de Imprensa do Santuário, Marco Daniel Duarte.

O refrão da composição, que tem como título “Mestra do Anúncio, Profecia do Amor”, é:

Ave o clemens, ave o pia!

Salve Regina Rosarii Fatimae!

Ave o dulcis Virgo Maria!

Concorreram 29 trabalhos. Após apreciação pelo júri, formado pelo reitor do Santuário, pelo P. Vítor Coutinho, pela Profª Doutora Maria Helena da Rocha Pereira, pelo Dr. Vasco Graça Moura e pelo P. Tolentino Mendonça, em reunião realizada a 4 de Fevereiro, foi tomada a decisão unânime de a composição nº 17 ser a merecedora do primeiro prémio.

Para o reitor do Santuário de Fátima, P. Virgílio Antunes, é possível discernir dois momentos em cada estrofe da composição. “A primeira parte é de carácter mais teológico e evangélico e os últimos versos são sempre referentes à mensagem de Fátima. Em cada estrofe ressalta a figura de Nossa Senhora na história da humanidade e nas aparições de Fátima”.

O autor explica como estruturou o trabalho: “o texto assume que a Mensagem de Fátima tem uma nascente muito límpida que é a Boa Nova de Cristo contida na Escritura. As estrofes do hino têm, de facto, essa estrutura: como Maria apresentou Jesus aos magos e aos pastores, também apresentou, em Fátima, o seu Filho à humanidade; como Maria orava na assembleia cristã, assim continua a interceder pela humanidade… As estrofes finais fazem eco das últimas reflexões dos papas sobre Fátima, incluindo a homilia de Bento XVI, no dia 13 de Maio de 2010”.

Concluída esta fase da selecção da letra, o Santuário iniciará em breve a preparação do concurso para a música do hino.

“Acima de tudo, pensei nas grandes assembleias de Fátima e na oportunidade de estas virem a cantar a Mensagem de Nossa Senhora a partir dos tesouros da Sagrada Escritura que, na senda do que recomendou o Concílio e continuam a recomendar os documentos actuais da Igreja, devem ser abertos, diria mesmo, escancarados. O texto para mim é uma oração que, como autor, tive o privilégio de ser o primeiro a rezar. Queira Deus possa servir este propósito também às assembleias orantes”, afirma Marco Daniel Duarte.

 

Mestra do Anúncio, Profecia do Amor

1.

Ouvindo o arauto da Mensagem,

Ó terra eleita que o Espírito lavra,

Também dizemos: oh! cheia de graça,

Sois serva e mensageira da Palavra.

Saudada por todas as gerações:

Feliz entre as mulheres, sois, Maria!

Bendito o Anjo que Vos precedeu:

Custódia, como vós, da Eucaristia.

 

Ave o clemens, ave o pia!

Salve Regina Rosarii Fatimae!

Ave o dulcis Virgo Maria!

 

2.

Os pastores e os magos acorreram,

Louvando tão alta maternidade.

Como eles, de Vós, queremos Cristo

Que do Céu trazeis à humanidade.

A palavra de Jesus, Verbo Eterno,

Guardáveis toda em Vosso Coração,

Refúgio triunfante para os homens

Que fazem penitência e oração.

 

3.

No templo apresentastes Vosso Filho

E o anúncio da espada ecoou:

Dor que jorra da Cruz do Homem-Deus,

Dor que sobre a azinheira ressoou.

Ensinando a excelsa Sabedoria,

Encontrastes Jesus entre os doutores;

Mensagem que ensinais à multidão,

Pedindo a conversão dos pecadores.

4.

Felizes seios, benditas entranhas,

Que geraram Jesus, o Salvador!

Alimentam a Igreja e o mundo,

Pregando o Evangelho do Amor.

Solícita nas núpcias dos esposos:

“Fazei tudo que Ele Vos disser”;

Pregão que sai do alto da azinheira

Por Vossos lábios, ó Nova Mulher.

 

5.

Dolorosa, de pé, junto ao Madeiro,

Gerastes, no Calvário, a humanidade;

As dores desse parto Vos trouxeram

Ao mundo que tem ânsia da verdade.

A alegria da gloriosa Páscoa

Sentistes, Virgem pura, ó Mãe Santa!

Vitória sobre o mal Vós nos pedis

– Eis a mensagem que Fátima canta.

 

6.

No meio da Igreja que nascia

Recebestes o Espírito dos céus;

Viestes missionária à nossa terra,

Proclamando as maravilhas de Deus.

Junto com os discípulos de Cristo,

Oráveis na assembleia dos cristãos

E continuais orando pelo mundo,

A Deus levantais, ternas, Vossas mãos.

 

7.

Gozando das primícias do Reino,

Habitais a Jerusalém do Céu

Donde viestes para nos falar,

‘stendendo sobre nós benigno véu.

À direita de Cristo, sois rainha

Ornada de ouro fino de esplendor;

P’ra lá nos qu’reis levar, ó Mãe bendita!

Àquela luz que é Deus, o Deus do Amor.

 

8.

Vós sois, Senhora, a Mãe do Rosário,

Sois a Mãe da Alegria e da Luz,

A Mãe das Dores e a Mãe da Glória,

Mãe do Messias-Cristo que é Jesus.

Todos os dias seguimos, Senhora,

Vossa admirável recomendação:

Contemplar Jesus Cristo no Rosário

Para alcançar a eterna Salvação.

 

9.

A Deus queremos nós oferecer-nos

E os sofrimentos todos suportar;

Orando pelo vigário de Cristo,

A vida plena ansiamos alcançar.

Reparando as vidas do pecado,

Suplicando, chorando nossas dores,

Dizemos: “Jesus, é por Vosso amor

E pela conversão dos pecadores”.

 

10.

Visitastes o Povo que nasceu

Das águas do baptismo redentor,

Pedindo penitência e oração,

Pedindo conversão ao Deus-Amor.

Meditando de Cristo os mistérios,

Proclamando a mensagem que Deus faz

– É o mandato que trazeis, Senhora,

Para que o mundo inteiro alcance a paz.

 

11.

Senhora do Rosário, ao Vosso nome,

Erguemos a capela, em oração;

Unidos à Igreja Universal,

Nela louvamos Cristo, Novo Adão.

Nela louvamos Cristo, nossa luz,

Com a chama da fé em nossa mão.

E as mãos alvas que alevantamos

São símbolo da paz e do perdão.

 

12.

Rezamos pela paz no mundo inteiro

Em Fátima, no Vosso Santuário,

Que é terra da paz, Cova da Iria,

Ó Virgem Mãe, Senhora do Rosário!

O Vosso Coração Imaculado

Doce refúgio é do pecador:

Triunfo para glória da Trindade,

Cantando a Civilização do Amor.

 

13.

Visitando os pequenos, as crianças,

Mostrais desígnios de misericórdia.

Erguendo a Vossa cátedra, Senhora,

Chamais o ser humano à concórdia.

Ensinando as verdades eternas

e a arte de orar, crer e amar,

Em Fátima, sois mestra, sois doutora,

Sois de Deus profecia, em Vosso altar.

Fonte: Santuário de Nossa Senhora de Fátima (Fátima – Portugal)
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A Mestra dos que ensinam

Autor: Gaudium Press

Uma das cenas mais pungentes encontrada nos Evangelhos, sem dúvida, está no sermão da montanha, descrita por São Mateus (capítulos 5-7). Na linguagem bíblica a montanha, devido à sua elevação, torna-se um lugar de comunicação com o divino; assim podem ser vistos, por exemplo, o Sinai, o Horeb, o monte Sião, etc. No entanto, neste trecho do Evangelho é o próprio Deus que eleva os discípulos ao monte para ali lhes ensinar.

Jesus Cristo faz papel de um pedagogo, o qual se debruça sobre aqueles aos quais vai ensinar e, aos poucos, os conduz para patamares cada vez mais elevados, não só do conhecimento, mas do convívio humano e de suas responsabilidades perante a sociedade e perante Deus.

Assim começa este capítulo do Evangelho de São Mateus: “Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então abriu a boca e lhes ensinava…” (Mt 5,1-2). Nosso Senhor ensina como um mestre que sobe em sua cátedra (a montanha). Senta-se e começa a ensinar aos discípulos. Naquela época havia muitos mestres, mas Jesus Cristo é superior a qualquer um deles, pois ensinava com uma autoridade que causava insegurança aos mais conhecedores das Escrituras. Era superior, inclusive ao glorioso profeta Moisés, o qual ensinou a partir do Sinai, no qual recebeu as tábuas da Lei.

Os mestres devem ensinar a verdade, ensinar o caminho que conduz ao bem, o rumo que leva a Deus. “Agora, ao contrário, Deus fala de um modo muito próximo, como de homem para homem. Agora Ele desce até o fundo dos seus sofrimentos”[1].

No Evangelho de São Mateus este foi o primeiro dos cinco grandes discursos realizados por Jesus Cristo. Constantemente as palavras do Salvador são um convite para uma mudança de vida, uma verdadeira conversão.

Durante a vida pública do Messias, os Apóstolos foram sendo ensinados por uma divina didática. Observando os milagres, ouvindo as parábolas e os conselhos, admirando as atitudes e presenciando o holocausto total do Cordeiro de Deus, receberam mais do que uma doutrina, um modo de viver.

Após a partida do Redentor, a Igreja estava instituída como um organismo vivo, cuja cabeça é o próprio Cristo, Nosso Senhor [2]. Aqueles que antes foram ensinados por Jesus, agora têm a missão de evangelizar: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20).

No entanto, há uma pessoa que aprendeu e praticou as palavras do Salvador como nenhuma outra, Maria Santíssima. “Nossa Senhora estando presente entre os Apóstolos, após a Ascensão de seu Divino Filho, é impossível que estes não A tenham consultado acerca de seus trabalhos, seus ensinamentos e escritos. Antes, é de se supor que a Ela frequentemente recorresem”[3].

Durante aquele sagrado convívio com seu Divino Filho, no qual “sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração” (Lc 2,51), Ela soube observar e amar as atitudes por Ele tomadas. Por isso, após a Ascensão de seu Filho, Maria Santíssima se tornou uma fonte pura e cristalina, da qual os próprios Apóstolos beberiam: “Verdade é que a São Pedro, como Papa, cabia o poder sobre toda a Igreja. Contudo, é também verdade que o Príncipe dos Apóstolos estava completamente submisso à Mãe de Deus, a qual, por meio dele, dirigia os demais”[4].

Não é demais imaginá-La aconselhando e inspirando os Apóstolos acerca de suas missões, bem como lhes explicando o sentido real das palavras e atos de seu Filho: “Por exemplo, Maria Santíssima tendo a seu lado São Paulo, São Pedro ou São João Evangelista, e Ela que conta, explica, interpreta e os ajuda a compreender os fatos da vida de Nosso Senhor, realçando este ou aquele episódio, e sendo, deste modo, o aroma do bom espírito perfumando a Igreja inteira”[5].

Maria foi proclamada “Mãe da Igreja” pelo Papa Paulo VI, e desta forma Ela é modelo de fé e de confiança, mas também é Aquela que ensina aqueles que devem ensinar: “Nenhuma criatura, diz Santo Agostinho, jamais possuiu um conhecimento das coisas divinas e do que se relaciona com a salvação, igual à Virgem Bendita. Ela mereceu ser a mestra dos Apóstolos…”[6].

 

Thiago de Oliveira Geraldo

 

[1] Bento XVI. Jesus de Nazaré. Tradução de José Jacinto Ferreira, SCJ. São Paulo: Editora Planeta Brasil, 2007, p.73

[2] Cf. Catecismo da Igreja Católica, n 779.

[3] OLIVEIRA, Plínio Corrêa de. Conferências em 25/06/1966 e 11/07/1967. Apud. CLÀ DIAS, João Socgnamiglio. Pequeno Ofício Da Imaculada Conceição Comentado. São PAulo: Artpress, 1997, p.81

[4] Ibidem.

[5] Ibidem.

[6] Ibidem.

 

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Lecionários

Os Lecionários não trazem outros textos senão aqueles que já estão na Biblia. Não há comentários nem acréscimos. As leituras da Biblia, que são proclamadas na Liturgia, não são tomadas a esmo ou segundo o gosto de quem preside ou de quem as proclama. Elas são selecionadas cuidadosamente, porque devem iluminar o que vai ser celebrado: um Batismo, uma Crisma, uma Eucarístia, um Casamento, um Ordenação, um Benção etc. Contudo, elas são escolhidas de tal modo que nos possibilitam ouvir, meditar e orar a maioria dos livros da Biblia. E nos preparam para participar dos ritos sacramentais, como um momento profundo de escuta e de união com Jesus.

Quantos Lecionários existem?

A nossa Liturgia de rito romano conta atualmente com cinco lecionários. Vamos falar apenas nos Lecionários que são usados na celebração da Eucaristia. São dois: o Lecionário dominical e festivo, para os domingos e dias festivos, e o Lecionário ferial, usado nos dias da semana. Os textos do Lecionário dominical e festivos estão relacionados num ciclo de 03 anos: ano A, ano B e ano C. Em cada ciclo predomina a leitura de um dos Evangelistas: Mateus no ano A; Marcos no ano B e Lucas no ano C. E o Evangelho de João é reservado para ser proclamado no Natal, na Quaresma e no tempo Pascal. Oferece 03 leituras, uma do Antigo Testamento ou “Profeta”, uma do Novo Testamento ou “Apostolo”, e o Evangelho. Há sempre um nexo temático entre o Evangelho e as outras 02 leituras, de tal modo que se perceba que toda a Bíblia converge para os Evangelhos, como ponto de encontro com Jesus.

O Lecionário ferial, proclamado nas missas dos dias de semana, oferece apenas duas leituras. Está divido em anos pares e anos impares, mas não existe um nexo temático entre as duas leituras. Sua finalidade é possibilitar um leitura continua da Biblia, tanto na primeira leitura como no Evangelho.

Após a primeira Leitura, é nos oferecido um Salmo responsorial, que é a resposta meditativa à Palavra Proclamada. E antes do Evangelho, precede uma pequena aclamação, com algum texto que se refere ao trecho evangélico que será proclamado. Tudo forma uma unidade, que não deve ser quebrada com outros textos ou com outros cânticos.

O centro da Liturgia da Palavra é sempre o Evangelho?

É momento em que mais claramente o próprio Jesus renova sua Palavra para nós. Colocamo-nos de pé e atentos. Se possível, a leitura é feita de um livro especial, chamado de Evangeliário, entronizado com todo respeito. A dignidade da proclamação do Evangelho pede que seja anunciado pelo sacerdote ou pelo diácono. Ao terminar a leitura, não se diz “Palavra do Senhor”, mas sim, “Palavra da Salvação”. E todos respondemos: “Glória a Vós Senhor!” porque em Jesus, Deus completou sua obra e realizou suas promessas pela nossa salvação.

Fonte: Pe. José Ulysses da Silva, C.Ss.R.
Revista de Aparecida – Edição 106 (Jan/11)
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Entenda os Dogmas Marianos

 

Os Dogmas são as verdades que Deus nos revelou e que não podem ser contestadas. O termo “dogma” tem origem grega e significa “opinião” e “decisão”. Os dogmas marianos foram conquistas históricas e teológicas do cristianismo. Fazem parte do patrimônio e da doutrina da Igreja Católica. Através dos dogmas marianos a Igreja manifesta a importância que o Catolicismo da à Maria, Mãe de Jesus Cristo. São quatro os dogmas marianos:

Dogma de Maria, Mãe de Deus

O dogma da Maternidade Divina se refere a que a Virgem Maria é verdadeira Mãe de Deus e foi solenemente definido pelo Concílio de Éfeso (431 d.C.), sendo que o Papa São Clementino I definiu: “Se alguém não confessar que o Emanuel (Cristo) é verdadeiramente Deus, e que, portanto, a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, porque pariu segundo a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja anátema.”

E o Concílio Vaticano II faz referência a esse dogma da seguinte maneira: “Desde os tempos mais remotos, a Bem-Aventurada Virgem é honrada com o título de Mãe de Deus, a cujo amparo os fiéis acodem com suas súplicas em todos os seus perigos e necessidades”. (Constituição Dogmática Lumen Gentium, nº 66).

 

Dogma da Virgindade de Maria

Conferindo as Sagradas Escrituras e os escritos dos Santos Padres, o Concílio de Latrão preconizou como verdade a Virgindade Perpétua de Maria no ano 649. Durante o Concílio, o Papa Matinho I assim afirmou: “Se alguém não confessa de acordo com os santos Padres, propriamente e segundo a verdade, como Mãe de Deus, a santa, sempre virgem e imaculada Maria, por haver concebido, nos últimos tempos, do Espírito Santo e sem concurso viril gerado incorruptivelmente o mesmo Verbo de Deus, especial e verdadeiramente, permanecendo indestruída, ainda depois do parto, sua virgindade, seja condenado”.

Nossa Senhora foi sempre Virgem, isto é, antes do parto, no parto e depois do parto. Os diversos credos e concílios antigos retomaram e afirmaram essa verdade. Santo Inácio de Alexandria, São Justino, Santo Irineu, Santo Epifrânio, Santo Efrém, Santo Ambrósio, São Jerônimo e Santo Agostinho foram os exímios defensores da Virgindade de Maria. A Virgindade perpétua de Maria faz parte integrante da fé cristã.

Dogma da Imaculada Conceição

O Dogma da Imaculada Conceição estabelece que Maria foi concebida sem mancha de pecado original, tendo sido proclamado pelo Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1854, na Bula Inefabilis Deus: “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, foi por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, e preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente criada por todos os fiéis.”

Dogma da Assunção de Nossa Senhora

O dogma da Assunção se refere a que a Mãe de Deus, ao fim de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória celestial, foi proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1 de novembro de 1950, na Constituição Munificentissimus Deus: “Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a Luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus Onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu”

Fontes: Torre de Davi e ACI Digital

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Santuário de Fátima festeja Beatos Francisco e Jacinta

O Santuário de Fátima realiza no domingo, 20, uma festa com especial participação das crianças da comunidade local para celebrar a memória litúrgica dos Beatos Francisco e Jacinta.

Neste dia em que se faz memórias de “duas crianças protagonistas e embaixadoras da mensagem de Fátima para o Mundo”, as celebrações iniciam com a recitação do rosário, na Capelinha das Aparições, e depois haverá “uma procissão com as imagens de Francisco Marto e de Jacinta Marto para Igreja da Santíssima Trindade, onde será celebrada a eucaristia”, destaca o comunicado do Santuário .

A animação musical estará a cargo dos meninos e meninas da “Schola Cantorum: Pastorinhos de Fátima”, o coro infantil do Santuário de Fátima.

Nesse mesmo dia, o mesmo coro apresentará um concerto, no Auditório do Centro Missionário Allamano, oferecido pelos Missionários da Consolata, que será dirigido pelo Maestro Paulo Lameiro.

Na noite do sábado, 19, haverá a recitação do rosário, na Capelinha das Aparições, seguindo com uma procissão de velas até à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, onde terá lugar uma Vigília de Adoração, junto aos túmulos dos Beatos Francisco e Jacinta Marto.

Francisco Marto
Nasceu em 11 de Junho de 1908, em Aljustrel. Faleceu no dia 4 de Abril de 1919, na casa de seus pais. Muito sensível e contemplativo, orientou toda a sua oração e penitência para “consolar a Nosso Senhor”.

Os seus restos mortais ficaram sepultados no cemitério paroquial até ao dia 13 de Março de 1952, data em que foram trasladados para a Basílica da Cova da Iria, lado nascente.

Jacinta Marto

Nasceu em Aljustrel, no dia 11 de Março de 1910 e morreu em 20 de Fevereiro de 1920, no Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, depois de uma longa e dolorosa doença, oferecendo todos os seus sofrimentos pela conversão dos pecadores, pela paz no mundo e pelo Santo Padre.

Em 12 de Setembro de 1935 foi solenemente trasladado o seu cadáver do jazigo da família do Barão de Alvaiázere, em Vila Nova de Ourém, para o cemitério de Fátima, e colocado junto dos restos mortais do seu irmão Francisco.

No dia 1 de Maio de 1951, foi feita a trasladação dos restos mortais de Jacinta para o novo sepulcro preparado na Basílica da Cova da Iria, lado poente.

Canonização

O processo de beatificação dos Videntes de Fátima, Francisco e Jacinta Marto, depois das primeiras diligências feitas em 1945, foi iniciado em 1952 e concluído em 1979.

Em 15 de Fevereiro de 1988, foi entregue ao Santo Padre João Paulo II e à Congregação para a Causa dos Santos a documentação final levou o Santo Padre a proclamar “beatos” os dois videntes de Fátima, a 13 de Maio de 2000.

Espera-se agora a conclusão do processo de canonização.

cnnoticias

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Um exemplo de Força e Santidade

Na pequena cidade de Sassello, região dos Montes Apeninos, na Itália, nasceu no dia 29 de outubro de 1971, Chiara Badano. Seus pais esperaram por 11 anos a graça de ter um filho e receberam-na por intermédio de Nossa Senhora das Rocas, a quem rezaram com humildade e confiança.

A pequena Chiara, aos 9 anos de idade, ingressou no Movimento dos Focolares. Tinha um só desejo: “Colocar a Deus sempre em primeiro lugar”. Desde a infância mostrou-se muito alegre, vivaz e cheia de energia. Gostava de cantar e nunca deixava para depois a oportunidade de fazer o bem ao próximo, principalmente aos mais necessitados.

Nos anos perigosos da juventude, não esqueceu os desígnios de Deus, mas procurou sempre ser dócil às inspirações divinas.

Quais são seus planos? Seria constituir uma família, ter filhos, uma boa profissão, um bom marido e uma casa tranquila para morar? Esses são os desejos de uma jovem comum, porém um fato veio mudar sua vida por completo.

Durante um jogo de tênis – esporte que muito apreciava – Chiara sentiu uma forte dor no ombro que a impediu de continuar na partida. Pouco tempo depois, foi ao médico e, após muitos e exaustivos exames, foi-lhe diagnosticado um osteosarcoma, um tipo de câncer nos ossos.

Chiara não chorou, não se revoltou, apenas ficou absorta em profundo silêncio por algum tempo. Depois, disse essas palavras: “Se Jesus quer, eu também quero!” Estava dado o seu “sim” à vontade divina.

Iniciou-se, então, um longo calvário que durou cerca de 3 anos, passando por tratamentos dolorosíssimos, cirurgias, medicamentos, onde tudo parecia ser em vão… Entretanto, nada tirou a alegria dessa alma que buscaria incessantemente a Deus. Conta sua mãe que, após um exame, os médicos disseram à Chiara que talvez fosse preciso amputar-lhe as pernas. A esta chocante notícia os médicos, surpresos, ouviram uma resposta clara e decidida: “Para que preciso de pernas, se Deus me deu asas para voar?” Felizmente, Deus poupou-lhe desse sofrimento.

Todos que dela se aproximavam experimentavam uma intensa paz interior, fruto de sua entrega total a Deus, e sentiam-se impelidos a buscar refúgio nos braços do Divino Pai. Até mesmo muitos médicos incrédulos impressionavam-se com a força daquela alma. Quando via sua mãe preocupada,  Chiara dizia-lhe afavelmente: “Quando eu for embora, abrace a Deus e encontrará a força para seguir em frente”.

De fato, suportou com resignação os sofrimentos até o fim. Pouco antes de seu falecimento, os médicos decidiram suspender o tratamento, visto que já de nada adiantaria. Nem por isso Chiara se abateu, ao sentir que se aproximava o dia de seu encontro com Deus, fez questão de preparar ela mesma todos os detalhes de sua missa e de seu próprio enterro. Queria que tudo fosse feito como uma festa. Escolheu um vestido de noiva para encontrar-se com seu Divino Esposo e indicou as músicas que seriam cantadas. Não queria que ninguém estivesse triste.

No dia 7 de outubro de 1990, após receber a santa comunhão, fixou o olhar em sua mãe entristecida e, dirigindo-lhe uma última palavra de consolo, disse: “Mamãe, não fique triste! Seja feliz, porque eu sou!”, e fechou os olhos para esse mundo. Mais de duas mil pessoas acorreram ao seu sepultamento.

A jovem Chiara foi beatificada no dia 25 de setembro de 2010, após o reconhecimento da cura milagrosa de um jovem com meningite, a quem os médicos haviam dado apenas 48 horas de vida.

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Há 06 anos, Deus chamava para o céu, Irmã Lucia

Há seis anos morria a humilde carmelita, Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, na serenidade da clausura na qual viveu cerca de 60 anos, ela fez saltar de comoção os corações em todo o orbe .No interior do Carmelo de Coimbra, a célebre vidente era uma freira como qualquer outra. Porém, para quem passava junto aos altos muros da clausura, aquele era “o convento da Irmã Lúcia”, uma das crianças a quem Nossa Senhora apareceu em Fátima, em 1917. Ao transpor os umbrais da morte, essa humilde religiosa foi repentinamente elevada, do apagamento voluntário em que vivia, ao pedestal da notoriedade. A declaração de luto nacional em seu país, a suspensão da campanha eleitoral, a paternal mensagem de João Paulo II, a presença de um enviado pontifício às exéquias, o Cardeal Tarcísio Bertone, junto a todo o episcopado português e numerosas autoridades civis, mostram a importância das aparições de Fátima no panorama dos acontecimentos contemporâneos. A Irmã Lúcia viu Nossa Senhora, falou com Ela e foi durante décadas a depositária ciosa e fiel do segredo revelado pelo Papa em 2000, depois da beatificação de Francisco e Jacinta. Porém, quantos enigmas encerra ainda o assunto “Fátima”!…

Por um singular paradoxo e apesar dos esforços feitos pelos videntes para mantê-las em segredo, as aparições ocorridas entre os meses de maio e outubro de 1917 rapidamente se tornaram um acontecimento nacional. Foi Jacinta, a mais jovem, quem primeiro revelou o ocorrido a sua mãe. A pequena pastora não conseguia conter em si a alegria que lhe causara a belíssima visão da Rainha dos Céus, aquela linda Senhora, “mais brilhante que o sol”, e não parava de exclamar: “Ai, que senhora tão linda!” Até que em certo momento confessou à sua progenitora: “Mãe, eu vi Nossa Senhora!” Em poucas horas toda a aldeia de Aljustrel tomou conhecimento da aparição. A notícia corria como um corisco por vales e montes. A cada mês aumentava a multidão que acorria à Cova da Iria até atingir cerca de 70.000 pessoas no dia 13 de outubro de 1917. Nossa Senhora havia prometido fazer nesse dia um portentoso milagre para que todos acreditassem na autenticidade das aparições. E o milagre se realizou. Em pleno meio-dia, o sol “dançou” vertiginosamente durante vários minutos diante da multidão atônita, dando a impressão de precipitar-se sobre a terra, para depois voltar ao seu lugar habitual.

Ilusão coletiva do povo crédulo, diziam muitos, embora houvesse gente de todas as classes e condições sociais constatando o milagre. Mas até o testemunho dos incrédulos contribuiu para confirmar a veracidade do acontecimento. Um conhecido jornal laico da Capital, “O Século”, noticiou o milagre com o seguinte título: “Coisas espantosas! Como o sol bailou ao meio-dia em Fátima!” A partir desse dia, Fátima marcou a História com suas profecias e seus enigmas.

Porém, o mais importante dessas aparições não são seus mistérios e segredos, nem as profecias relativas a Imagem de Nossa Senhora venerada em Valinhos, local onde Ela apareceu em 19 de agosto 1917 acontecimentos já ocorridos – como a aurora boreal que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, mencionada no segundo segredo, ou o “bispo vestido de branco” morto a tiros, de que fala o terceiro.

A essência da Mensagem de Fátima são as maternais palavras de esperança da Mãe de Deus e o meio que Ela põe a nosso alcance para solucionar a crise contemporânea: “Rezai o Rosário todos os dias, para alcançar a paz”. A Mensagem é tão simples que quase somos tentados a exclamar: “É só isso? Nossa Senhora apareceu e ‘arrancou’ o sol de seu lugar apenas para pedir que rezemos?” Sim, essa é a grande profecia. Porque se retomarmos em nossas mãos as contas do Terço, como tantas vezes tem pedido também o Santo Padre, a guerra se afastará do mundo, a humanidade abandonará o pecado, a paz reinará na terra, nas famílias e nas consciências, e a previsão de Nossa Senhora se realizará: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”.

Todas as outras profecias de Fátima não são senão sinais da Providência de que Nossa Senhora fará cumprir a esperançosa previsão de seu triunfo maternal sobre os corações endurecidos pelo pecado. Que milagres da graça fará a Mãe de Deus para mudar o rumo dos acontecimentos e abrir os corações dos homens à Mensagem do Evangelho? É este, certamente, um dos grandes enigmas que a revelação do Terceiro Segredo não desvendou. Será através do Rosário? Sim, mas não só. Em Fátima Nossa Senhora anunciou que Deus queria estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria e que mais tarde Ela viria pedir a devoção dos Cinco Primeiros Sábados. Por um acaso providencial, a Irmã Lúcia ingressou no convento das Irmãs Dorotéias, em Pontevedra, onde se encontrava em 1925 quando Nossa Senhora voltou a aparecer-lhe para pedir a devoção da Comunhão reparadora dos Cinco Primeiros Sábados. Deste modo, a Espanha também ficou ligada de forma especial à Mensagem de Fátima.

Falecida a Irmã Lúcia e revelado o Terceiro Segredo, permanece ainda um último enigma por desvendar. Nossa Senhora, ao aparecer aos pastorinhos, lhes disse: “Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, No dia 13 a esta mesma hora. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez”. Nunca a Irmã Lúcia confirmou essa sétima aparição, prometida por Nossa Senhora. Todos pensavam que se daria com ela em vida. Sua serena morte, tão característica das almas que dormem na paz do Senhor, deixa sem resposta a pergunta, e sem ninguém a quem pedir a solução. Apesar de seus enigmas, Fátima continua sendo ponto de referência para o qual se voltam todos os olhares quando a magnitude dos acontecimentos faz cambalear a segurança e a estabilidade do mundo moderno. Os que têm fé olham para Fátima com esperança e alegria. Os incrédulos se esforçam em negar sua autenticidade, temerosos de se verem obrigados a ceder diante da evidência. Os indiferentes encolhem os ombros sem analisar os fatos, pois a veracidade da Mensagem de Fátima os levaria a agir em conseqüência. Mas todos têm bem presente que as profecias da Santíssima Virgem se realizarão.

Só Ela sabe qual é o momento oportuno para tocar o fundo da alma do homem contemporâneo com maternais palavras de paz e consolação, realizando assim o que profetizou aos três pastorinhos, em 1917: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.

COMO INTERPRETAR A MORTE DA IRMÃ LÚCIA?

O falecimento da Irmã Lúcia em 2005 parece ter colhido o mundo de surpresa. Apesar da avançada idade dessa freira carmelita, sua existência fazia parte do nosso panorama psicológico. Estávamos habituados a ouvir falar dela ao tratar do assunto Fátima; e, falando dela, era-nos impossível não nos lembrarmos de Fátima. A Irmã Lúcia de Jesus dos Santos, que estava perto de completar 98 anos, era a última dos três pastorinhos aos quais a Santíssima Virgem apareceu em 1917.

 

As aparições da Virgem em Fátima

Em seis ocasiões, entre maio e outubro de 1917, a Virgem apareceu a três crianças, Lúcia, Francisco e Jacinta, num descampado perto de Fátima, em Portugal. A primeira vez foi em 13 de maio, quando elas cuidavam dos rebanhos de ovelhas da família. Conforme escreveu a Irmã Lúcia, tratava-se de “uma Senhora toda vestida de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”. Seu semblante era de uma indescritível beleza, nem triste nem alegre, mas sério, talvez com uma suave expressão de ligeira censura. “Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez.” Na aparição de 13 de junho, a Virgem disse que Jacinta e Francisco morreriam em breve, e assim aconteceu. Lúcia, entretanto, deveria ficar na terra: “Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”. Na visão de 13 de julho, a Virgem revelou o famoso “segredo de Fátima”. Trataremos dele adiante. Pouco antes da aparição de agosto, o administrador regional seqüestrou as três crianças, ameaçando-as de usar violência se não negassem as aparições ou revelassem o segredo. Elas chegaram a passar a noite na prisão.

Em 13 de outubro de 1917, data da última aparição, 70 mil pessoas se reuniram em Fátima. A Virgem havia prometido um sinal para que todos pudessem acreditar e, com efeito, a multidão pôde testemunhar o “milagre do sol”: o astro “dançou no céu” e pareceu precipitar-se sobre a terra. Esse fenômeno foi observado num raio de até 40 quilômetros do local das aparições.

Poucos anos depois, Jacinta e Francisco morreram, como Nossa Senhora predissera. Em 1925, Lúcia entrou para a Congregação das Irmãs Dorotéias. Quando estava no noviciado, em Pontevedra, a Virgem lhe apareceu, a fim de pedir o estabelecimento da prática da devoção da Comunhão Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados: confessar-se, comungar, rezar um terço e fazer quinze minutos de companhia a Ela meditando nos Mistérios do Rosário com o fim de desagravar o seu Imaculado Coração. Noutra aparição, Nossa Senhora pediu que o Papa, em união com todos os Bispos do mundo, consagrasse a Rússia a seu Imaculado Coração. Em 1948, Lúcia transferiu-se para o Carmelo de Coimbra.

Atendendo solicitação das autoridades da Igreja, redigiu quatro relatos das aparições, o último dos quais, de 1941, bastante minucioso. Cabe ressaltar que as aparições de Fátima de tal modo são marcadas pelos sinais da autenticidade que receberam uma atenção particular da Igreja Católica. É sabido que as autoridades eclesiásticas sempre observam uma cuidadosa distância com relação a revelações privadas. Fátima, no entanto, constitui uma das raras exceções a essa regra, havendo sido favorecida por manifestações de todos os Papas, desde Pio XI, passando por Pio XII, João XXIII e Paulo VI. Por certo o Pontífice mais envolvido com ela foi João Paulo II. Ele chegou a visitar três vezes o local das aparições, encontrando-se com a Irmã Lúcia, interveio pessoalmente para apressar a beatificação de Francisco e Jacinta e declarou taxativamente que “a Igreja aceitou a mensagem de Fátima” (13/5/1982).

O “Segredo de Fátima”

O famoso segredo era dividido em três partes. Na primeira foi mostrado aos pastorinhos o inferno, no qual podiam ver as almas dos condenados em forma de brasas transparentes e negras boiando num espantoso mar de fogo. Para salvar os pecadores, dizia a Virgem, “Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”. Se a humanidade seguisse seus conselhos, muitas almas se salvariam e se obteria a paz. Do contrário, “no reinado de Pio XI” (1922-1939) viria uma segunda guerra mundial, muito pior do que a primeira. Deus iria punir o mundo por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Papa. Na segunda parte do segredo, Nossa Senhora disse que, se seus pedidos não fossem atendidos, a Rússia espalharia seus erros pelo mundo (o comunismo), promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons seriam martirizados, o Santo Padre teria muito que sofrer e muitas nações seriam aniquiladas. Terminava dizendo: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. A Rússia se converterá e o mundo terá um tempo de paz”. A terceira parte do segredo sempre causou sensação, mesmo porque Lúcia não o havia revelado. Entretanto, enviou um relato dele ao Vaticano, num envelope lacrado, com instruções estritas de que fosse aberto em 1960.

Mas esse segredo só foi revelado no ano 2000, por determinação de João Paulo II. Em resumo, tratava-se de um novo convite à conversão e à penitência, acompanhado da visão de um Papa que caminha, vacilante e trêmulo, atravessando uma cidade em ruínas e juncada de cadáveres. Seguido por uma multidão de bispos, padres, religiosos e fiéis, sobe uma escabrosa colina em cujo topo está uma cruz. Ao chegarem ao alto, todos são massacrados por soldados inimigos a tiros e flechadas. A Igreja sugeriu que isso poderia ser uma alegoria relativa ao atentado contra João Paulo II, na Praça de S. Pedro, em 1981, mas deixava livre a interpretação do complexo texto, admitindo poder referir-se a acontecimentos vindouros. De qualquer modo, o Papa atribuiu sua salvação à Santíssima Virgem, e até entregou ao Bispo de Leiria-Fátima a bala que hoje se encontra na coroa da Imagem.

Mensagem mais atual do que nunca.
Não são raras as intervenções espetaculares de Deus no mundo. Basta recordar milagres retumbantes como a travessia do mar Vermelho e o maná oferecido aos hebreus no deserto. O supremo exemplo, nós o encontramos na Encarnação do próprio Verbo Divino, fato de tal magnitude que em torno dele gira a História dos homens. Fátima parece merecer um lugar de destaque nessa galeria. Podemos dizer, sem medo de exagerar, que constitui o principal acontecimento do século XX. A mensagem ali transmitida por Maria toca de cheio nos principais problemas dos últimos cem anos, tais como as duas guerras mundiais, o avanço do comunismo, os conflitos religiosos e a avassaladora crise moral em curso; aponta-lhes as causas básicas e fornece os remédios. Se acrescentarmos a isso o fato de ter sido a própria Virgem quem serviu de embaixadora do Céu, não há como não lhe atribuir suprema importância.
Mais ainda. Desde 1917, as palavras proféticas da Mãe de Deus ganham cada vez mais uma candente atualidade. Seu apelo vale hoje mais do que há 90 anos. Os problemas por Ela denunciados se agravaram de modo paroxístico. Ante esse preocupante quadro, como considerar o falecimento da Irmã Lúcia? Alguns pretendem ver nele um sinal de que tragédias apocalípticas estão prestes a se abater sobre a humanidade. De nossa parte, parece-nos mais importante voltar nossa atenção para a esperançosa promessa da Virgem: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”. Aconteça o que acontecer, não devemos temer: com toda confiança, atendamos aos pedidos feitos pela Virgem em Fátima, e tenhamos certeza de que Ela cuidará de nós como de filhos muito queridos.

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O Santíssimo Nome de Maria

O Nome  de Maria é nome de salvação para os regenerados, sinal de todas as virtudes, honra da castidade; é o sacrifício agradável a Deus; é a virtude da hospitalidade; é a escola de santidade; é, enfim, um nome completamente maternal (São Pedro Crisólogo)

O nome de Maria é como um bálsamo que corre agradavelmente sobre os membros dos enfermos e os penetra com eficácia. Ele é semelhante a este óleo que, por suas unções, reanima e suaviza, dá força, flexibilidade e saúde. Mais do que o nome de todos os Santos. O de Maria nos repousa de nossas fadigas, cura todos os nossos males, ilumina nossa cegueira, comove nosso endurecimento e nos encoraja em nossos desânimos. Maria é a vida e a respiração de seus servidores, a saúde dos enfermos, o remédio dos pecadores. Ricardo de São Vítor, interpretando estas palavras do Eclesiastes (VII, 2): “É melhor o bom nome do que os bálsamos preciosos”, as aplica assim à Bem-aventurada Virgem: “O nome de Maria cura os males do pecador com maior eficácia do que a dos unguentos mais procurados; não há doença, por desastrosa que seja, que não ceda imediatamente à voz desse bendito nome”.

Nosso Divino Salvador, se não me engano, no-lo quis recomendar quando, ressuscitando dos mortos, o primeiro nome que aflorou em seus lábios foi o de Maria.

Com efeito, dirigindo-se à Madalena, a primeira a quem Ele aparecia após sua Ressurreição, disse-lha (Jo XX, 16): “Maria”, para nos significar que o nome de Maria encerra a vida em si mesmo, e se harmoniza tão bem com a vida imortal, que merece ser o primeiro a sair da boca do Salvador, já em possessão da imortalidade. Esta reflexão é de Cesário, em sua bomilia sobre a Visitação.

Nome que desarma e abre o coração de Deus, em favor dos homens

E acrescentamos com o Pe. J. Guibert, que assim se expressa na sua Meditação para a festa do Santo Nome de Maria: “O nome de Maria desarma o coração de Deus. Não há pecador, por mais criminoso, que pronuncie em vão esse nome. Embora merecesse, por suas faltas, todas as cóleras do céu, ele se vê protegido como por inviolável pára-raios, logo que articule o nome de Maria.

A este nome, o perdão desce infalivelmente sobre as almas pecadoras, não porque tenha Ela o direito de concedê-lo, mas porque é onipotente para implorá-lo – Omnipotentia suppex. O nome de Maria abre o coração de Deus e põe todos os seus tesouros à disposição da alma que o invoca.

A História nos ensina que uma multidão de Santo caridosos fizeram voto de jamais recusar a esmola que lhes fosse pedida em tal ou tal nome. Assim que ouviam o nome amada, eles davam, davam sempre, até o último óbulo e até suas próprias vestimentas. O nome de Maria tem esse poder mágico sobre o coração de Deus. Deus Filho, Jesus Cristo, entrega tudo o que tem àqueles que Lhes estendem a mão em nome de sua Mãe; Deus Padre, fonte de toda riqueza, concede toda graça àqueles que mendigam diante dEle invocando o nome de sua Filha Bem-amada. (…)

Nome de salvação e de alegria

O nome de Maria é um nome salvador, sobretudo nos perigos de ordem moral. Quantas tentações por ele foram vencidas, quantos pecados evitados, quantos imundos corações purificados, quantas penosas confissões extraídas de almas que se cria para sempre fechadas!

É também um nome de consolação e de alegria. Ele dissipa a tristeza na alma que o pronuncia. Tendes medo de Deus e de seus julgamentos? Pensai em Maria e invocai seu nome: vossa confiança em Deus renascerá. Tendes medo dos homens, diante dos quais vos cobristes de vergonha e perdestes a reputação? Pensai em Maria e invocai seu nome: e não tereis mais receio de levantar os olhos diante de vossos semelhantes. Esmaga-vos o peso da humilhação ou da dor física? Pensai em Maria, invocai seu nome, e sereis aliviado. Tendes a horrível morte que rompe e põe fim a tudo? Pensai em Maria, invocai seu nome, e tereis coragem de aceitar esse supremo sacrifício.

Nome de força

O nome de Maria, enfim, é um nome de força. Quaisquer que sejam os inimigos que vos ameaçam, venham eles do Inferno, como o demônio que vos tenta; ou venham do mundo, como os adversários que vos perseguem, invocai o poderoso nome de Maria e a todos vencereis.

Quaisquer que sejam vossas próprias fraquezas, provenham elas do orgulho, da inveja, da sensualidade ou da preguiça, confiai vosso débil coração à solicitude da Virgem, invocai o poderoso nome de Maria, e vos vencereis a vós mesmos.

Precioso tesouro da Santíssima Trindade

Recolhendo opiniões dos santos Doutores sobre o nome de Maria, traça São João Eudes esta admirável síntese:

“O nome de Maria, diz Santo Antônio de Pádua, é júbilo para o coração, mel na boca e doce melodia no ouvido.”

“Bem-aventurado o que ama vosso nome, ó Maria (é São Boaventura quem fala), porque este santo nome é uma fonte de graça que refresca a alma sedenta e a faz produzir frutos de justiça.”

“Ó Mãe de Deus, diz o mesmo Santo, que glorioso e admirável é vosso nome. O que o leva em seu coração se verá livre do medo da morte. Basta pronunciá-lo para fazer tremer a todo inferno e por em fuga a todos os demônios. O que deseja possuir a paz e a alegria do coração, que honre vosso santo nome.”

“O nome de Maria, diz São Pedro Crisólogo, é nome de salvação para os regenerados, sinal de todas as virtudes, honra da castidade; é o sacrifício agradável a Deus; é a virtude da hospitalidade; é a escola de santidade; é, enfim, um nome completamente maternal.”

“Ó amabílissima Maria, exclama também São Bernardo, vosso santo nome não pode passar pela boca sem abrasar o coração! Os que Vos amam não podem pensar em Vós, sem um consolo e um gozo muito particulares. Nunca entrais sem doçura na memória dos que Vos honram.”

“Ó Maria, diz o Santo Abade Raimundo Jordão, o chamado Idiota, a Santíssima Trindade Vos deu um nome que, depois do de vosso Filho, está acima de todos os nomes; nome a cuja pronunciação devem dobrar o joelho todas as criaturas do Céu, da terra e do Inferno, e toda língua confessar e honrar a graça, a glória e a virtude do santo nome de Maria. Porque, depois do nome de vosso Filho, não há quem seja tão poderoso para nos assistir em nossas necessidades, nem de quem devamos esperar mais os socorros que necessitamos para nossa eterna salvação.”

“Este nome tem mais virtude do que todos os nomes dos Santos para confortar os débeis, curar os enfermos, iluminar os cegos, abrandar os corações endurecidos, fortificar os que combatem, dar ânimo aos cansados e derrubar o poderio dos demônios” (…).

“Ouçamos a São Germano de Constantinopla: “Como a respiração, diz, não só é o sinal como também a causa da vida, assim quando vedes cristãos que tem com frequência o santo nome de Maria na boca, é sinal de que estão vivos com a verdadeira vida. O afeto particular que se tem a este sagrado nome, dá vida aos mortos, a conserva nos vivos, e os enche de gozo e de benção.”

Numa palavra, quem diz Maria, diz o mais precioso tesouro da Santíssima Trindade, como afirma Orígenes. Quem diz Maria, diz o mais admirável ornamento da casa de Deus. Quem diz Maria, diz a glória, o amor e as delícias do Céu e da Terra.

Nome terrível para os demônios

Concluímos com estas fervorosas palavras do venerável Tomás de Kempis, a respeito do glorioso nome da Mãe de Deus:

Os espíritos malignos tremem ante a Rainha dos Céus, e fogem como se corre do fogo, ao ouvir seu santo nome. Causa-lhes pavor o santo e terrível nome de Maria, que para o cristão é um extremo amável e constantemente celebrado.

Não podem os demônios comparecer nem poder por em jogo suas artimanhas onde vêem resplandecer o nome de Maria. Como trovão que ressoa no céu, assim caem derrubados ao ouvirem o nome de Santa Maria. E quanto mais amiúde se profere este nome, e mais fervorosamente se invoca, mais céleres e para mais longe escapam.

Nome a ser continuamente invocado

De outro lado, os Santos Anjos e os espíritos dos justos se alegram e se deliciam com a devoção dos fiéis, ao verem com quanto afeto e frequência celebram estes a memória de Santa Maria, cujo glorioso nome aparece em todas as igrejas do orbe, que tem especialmente consagradas a seu louvor. E é justo e digno que acima de todos os Santos seja honrada na Terra a Mãe de Deus, a quem os Anjos veneram todos a uma só voz, com sublimes cânticos.

Seja, pois, o nome de Maria venerado por todos os fiéis, sempre amado pelos devotos, vinculado aos religiosos, recomendado aos seculares, anunciado pelos pregadores, infundindo aos atribulados, invocado em toda sorte de perigos. É desejo de Deus que os homens amem a Nossa Senhora.

É desejo de Deus que os homens amem a Nossa Senhora

Devemos amar a Santíssima Virgem – escreve Santa Antônio Maria Claret – porque Deus o quer. (…) Ele próprio nos dá exemplo e nos incita a amar a Maria: O Padre Eterno A escolheu por Filha sua muito amada; o Filho Eterno A tomou por Mãe, e o Espírito Santo, por Esposa. Toda a Santíssima Trindade A coroou como Rainha e Imperatriz do Céu e da terra, e A constituiu dispensadora de todas as graças (…)

Devemos amar a Maria Santíssima porque Ela o merece, pelo cúmulo de graças que recebeu sobre a Terra, pela eminência da glória que possui no Céu, pela dignidade quase infinita de Mãe de Deus a que foi exaltada, e pelas prerrogativas inerentes a esta sublime dignidade. (…)

Devemos amar a Maria Santíssima e ser seus devotos verdadeiros, porque a devoção a Ela é um meio poderosíssimo para alcançar a salvação.

Bem-aventurados os que amam a Maria

Feliz, feliz aquele que Vos ama, ó Maria, Mãe dulcíssima” – exclama Santo Afonso de Ligório. São João Berchmans, da Companhia de Jesus, costumava dizer: Se amo a Maria, estou certo da minha perseverança e de Deus obtenho tudo o que quiser. Renovava por isso sem cessar este propósito: Quero amar a Maria, quero amá-La sempre.

Oh! como esta boa Mãe excede em amor a todos os seus filhos! Amem-Na estes quanto puderem, sempre serão vencidos pelo amor que lhes consagra Maria, observa Pseudo-Inácio, mártir.

Tenham-lhe a mesma ternura de amor com que A tem amado tantos de seus servos, que já nem sabiam o que mais fazer como prova muito que Lhe bem-queriam. (…)

Estava uma vez ao pé de uma imagem de Maria o Venerável Afonso Rodriguez, da Companhia de Jesus. Abrasado de amor para com a Santíssima Virgem, disse-lhe: Minha Mãe amabilíssima, bem sei que Vós me amais; mas Vós não me quereis tanto quanto eu Vos amo. Então, Maria, como que ofendida em seu amor, lhes respondeu: Que dizes, Afonso, que dizes? Oh! Quanto é maior o meu amor por ti do que o teu por Mim! Sabe, lhe disse, que do meu amor ao teu há mais distância do que do céu à Terra.

Tem, pois, razão São Boaventura ao exclamar: Bem-aventurados aqueles que tem a felicidade de ser fiéis servos e amantes desta Mãe amantíssima! Sim, porque esta gratíssima Rainha não admite que em amor A vençam os seus devotos servidores. Maria, imitando nisto a Nosso Senhor Jesus Cristo, com seus benefícios e favores dá a quem A ama o seu amor duplicado.

Ao amor de Mãe, deve corresponder nosso amor de filhos

Sendo assim, ao amor de Mãe que nos tem Maria, devemos corresponder com nosso amor de filhos. Pois é justo que nosso coração se mostre conquistado pelo seu. Se nós A amamos, devemos nos comprazer com sua lembrança, falar dEla com agrado e obedecê-La com diligência (…)

Devemos nos esforçar por imitá-La. A mais bela homenagem que um filho pode render à sua mãe é de lhe reproduzir os traços em sua própria conduta. Que nosso coração, portanto, seja semelhante ao de Maria. Antes de tudo, que ele seja puro como o dEla; evitemos, pois, a imundície do pecado. Que nosso coração seja bom e terno como o dEla; compassivo, acolhedor, benévolo, generoso. Portanto, que nada exista de duro em nossos pensamentos nem em nossas palavras, em relação ao nosso próximo.

Enfim, que nosso coração seja forte, como o dEla, indomável quando se trata da salvação das almas, não abandonando jamais o terreno, quando nos tenha sido confiado o regate de uma alma, trabalhando para isto com o perigo de nossa própria vida. Portanto, nada dessas timidezes que se recusam a abordar as almas, nada de covardias que recuam diante dos dificuldades.

(Clá Dias, João – Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado, Artpress, São Paulo, 1997, p. 299 à 304)

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Internet – Meio de Evangelização e Atividade Missionária

VATICANO – Internet “pode servir não somente para os estudos, mas também para a ação pastoral dos futuros presbíteros nos vários campos eclesiais, como a evangelização, a atividade missionária, a catequese”, recorda o Papa

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A Internet, por sua capacidade de superar as distâncias e colocar as pessoas em contato umas com as outras, apresenta grandes oportunidades também para a Igreja e sua missão. Com o necessário discernimento por um seu uso inteligente e prudente, é um instrumento que pode servir não somente para os estudos, mas também para o trabalho pastoral dos futuros presbíteros nos vários campos eclesiais, como a evangelização, a atividade missionária, a catequese, os projetos educacionais e a gestão das instituições”. Foi o que disse o Santo Padre Bento XVI, falando sobre o documento a ser elaborado sobre Internet e formação nos seminários na audiência aos participantes da Assembléia Plenária da Congregação para a Educação Católica (dos Seminários e Institutos de Estudos), que se realizou em 7 de fevereiro. O Papa sublinhou que a educação e a formação “são hoje um dos mais prementes desafios que a Igreja e suas instituições são convidadas a enfrentar” porque a cultura atual “muitas vezes faz do relativismo seu credo”, por este motivo “é importante o serviço que desempenham no mundo as numerosas instituições educacionais que se inspiram numa visão cristã do homem e da realidade”. No seu discurso, o Santo Padre citou o LXX aniversário da Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais, observando que “tal aniversário poderá ser uma oportunidade para conhecer e valorizar as iniciativas vocacionais mais significativas promovidas nas Igrejas locais”. Detendo-se, em seguida, sobre a revisão em andamento do quanto exigido pela Constituição Apostólica Sapientia Christiana sobres os estudos eclesiásticos, o Papa destacou a importância de “tornar sempre mais sólida a relação entre teologia e o estudo da Sagrada Escritura, de modo que ela seja realmente o coração e a alma. Mas o teólogo não deve esquecer se ser aquele que fala com Deus. “É essencial, portanto, manter firmemente unidas a teologia com a oração pessoal e comunitária, sobretudo litúrgica, “enfim, sublinhar “a ligação da teologia com outras disciplinas, considerando que ela é ensinada nas universidades católicas e, em muitos casos, nas civis”. Falando da “educação intercultural”, o Papa disse que “neste contexto exige uma fidelidade corajosa e inovadora, que saiba combinar uma clara consciência da sua identidade e da abertura à alteridade, para as exigências de viver juntos nas sociedades multiculturais. Também para este fim, emerge o papel educacional do ensino religioso católico como disciplina no interdisciplinar em diálogo com as outras. Na verdade, ela contribui grandemente não somente para o desenvolvimento integral do estudante, mas também para o conhecimento do outro, a compreensão e o respeito mútuo”. (SL) (Agência Fides 8/02/2011)