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Programa das viagens das Imagens da Virgem Peregrina de Fátima – Ano 2012

Continuam a chegar ao Santuário de Fátima muitos pedidos de envio da Imagem da Virgem Peregrina de Fátima. Para poder responder a tantas solicitações, oriundas de países dos quatro cantos do mundo, o Santuário dispõe atualmente de onze imagens.

Para o ano de 2012, para além de várias visitas a diversas dioceses de Portugal, estão previstas viagens a Espanha, Brasil, Estados Unidos da América e Itália.

A primeira Imagem da Virgem Peregrina de Fátima está entronizada na Basílica do Santuário de Fátima desde no dia 8 de dezembro de 2003. Em 2012 não tem prevista nenhuma saída.

A Imagem nº 2 vai deslocar-se a Espanha, nos dias 29 de janeiro a 5 de fevereiro, para uma visita à Paróquia do Bom Pastor, na Diocese de Orihuela-Alicante. Justifica o pároco, na carta com o pedido, que ouviu falar dos frutos espirituais e das muitas conversões fruto dessas visitas. A visita é uma das medidas para a revitalização da paróquia, no âmbito do Plano Diocesano de Pastoral. Esta mesma imagem desloca-se mais tarde ao Brasil, para uma visita à Paróquia de Nossa Senhora do Rosário / Catedral Diocesana de Santos, durante todo o mês de maio.

A Imagem nº 3, que durante todo o ano de 2010 esteve em peregrinação no Brasil, na Arquidiocese do Rio de Janeiro, vai regressar a este país, para uma visita ao Estado de São Paulo. A visita, a decorrer no mês de maio, é da responsabilidade do Santuário de Nossa Senhora de Fátima do Sumaré e insere-se nos preparativos para a celebração do centenário das Aparições de Nossa Senhora de Fátima, no Brasil e em especial em S. Paulo. No mês de outubro, esta imagem vai estar presente num Congresso Mariano Internacional, a realizar na Arquidiocese de Miami, Estados Unidos da América, nos dias 12 a 14 de outubro.

A Imagem nº 4 vai realizar três peregrinações em Itália. A primeira, sob a responsabilidade do Movimento Mariano Mensagem de Fátima, será nos meses de abril a agosto, com passagem por várias dioceses. Mais tarde, esta mesma imagem vai ainda visitar as paróquias de SS. Gervasio e Protasio, Cologne, de 23 a 30 de setembro, e San Lorenzo Martire, Zocco d’Erbusco, de 4 a 14 de outubro, ambas da diocese de Brescia.

A Imagem nº 5 tem prevista uma peregrinação nas Paróquias de S. Bartolomeu dos Galegos, Moledo e Reguengo Grande, do concelho da Lourinhã, diocese de Lisboa, de 27 de abril a 6 de maio. Segue logo a seguir para Itália, para uma visita na Diocese de Ostuni, de 11 de maio a 28 de junho, sob a responsabilidade da Obra de Nossa Senhora de Fátima de Ostuni. A imagem prossegue para a Diocese de Volterrà, também de Itália, para visita ao Santuário de Montignoso, durante todo o mês de julho.

A Imagem nº 6 tem prevista uma deslocação a Itália, para visita à Paróquia de Santa Rosa, na Diocese de Livorno, nos dias 6 a 31 de maio.

A Imagem nº 7 deverá deslocar-se a terras de Alijó e Murça, da diocese de Vila Real, no período de 29 de abril a 27 de maio.

A Imagem nº 8 tem prevista uma ida ao Brasil, para uma peregrinação na Paróquia de Nª Sª de Fátima da Diocese de Uberlândia, de 4 de março a 13 de maio. Esta visita marca o início de um conjunto de comemorações, a terminar no dia 13 de maio de 2014, na celebração do 60º aniversário da fundação da Paróquia.

A Imagem nº 9 tem prevista uma ida a Itália, para visita às Paróquias de San Nicola di Bari e Sant’Anna in Mastrati da diocese de Macchia D’Isernia, no período de 6 a 20 de maio.

A Imagem nº 10 vai também estar em Itália, sob a responsabilidade do Apostolado Mundial de Fátima, nos meses de maio a agosto. Primeiramente vai peregrinar na região da Lombardia, em maio e junho, seguindo para outras regiões, em julho e agosto. Segundo o bispo italiano D. Diego Bona, o itinerário vai ter particular importância na diocese Milão, logo no início de junho, onde decorrerá o VII Congresso Mundial da Família.

 

António Valinho

Santuário Nossa Senhora de Fátima
Fátima – Portugal

 

 

 

Artigos Mensagens Medjugorje

Angelus de Bento XVI – 04 de Setembro de 2011

Angelus
Castel Gandolfo
Domingo,04 de Setembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs

As leituras bíblicas da Missa deste domingo converge sobre o tema da caridade fraterna na comunidade de crentes que tem sua origem na comunhão da Trindade. O apóstolo Paulo diz que toda a lei de Deus encontra a sua realização no amor, portanto, em nossas relações com os outros, os Dez Mandamentos e outros preceitos se resume a isto: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo “(Rom 13,8-10). O texto do Evangelho, a partir do capítulo 18 de Mateus, dedicado à vida da comunidade cristã, diz-nos que o amor fraternal também tem um sentido de responsabilidade recíproca, para que, se meu irmão comete uma falta contra mim, Eu exercício da caridade para com ele e, acima de tudo, falar com ele pessoalmente, apontando que o que ele diz ou faz é errado. Essa conduta é chamada correção fraterna: não é uma reação à ofensa sofrida, mas é um gesto de amor para seu irmão. Santo Agostinho diz: “Ele ofendeu-te, e ofender, tornou-se uma ferida profunda: você não tem nenhuma preocupação com a lesão de seu irmão? (…) Portanto, esqueça o insulto que fez de ti, mas não o prejuízo sofrido por seu irmão “(Discurso 82, 7).

E se meu irmão não escuta? No Evangelho de hoje, Jesus conta uma graduação: em primeiro lugar, voltar a falar com duas ou três pessoas para ajudá-los se tornar mais consciente do que ele fez, se ele mesmo assim continua a empurrar essa observação, devemos dizer para a comunidade, e se ele não quer ouvir a comunidade, devemos fazê-lo perceber o que causou a separação, separando-se da comunhão do igreja. Tudo isso indica que há uma responsabilidade partilhada no caminho da vida cristã: todos estão conscientes de seus limites e suas falhas, é esperado para receber a correção fraterna e ajudar os outros com esse serviço específico.

Outro fruto do amor na comunidade é a oração harmoniosa. Jesus diz: “Se dois de vós na terra, unir suas vozes para exigir nada, isso será feito por meu Pai no céu. Apenas dois ou três, estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles “(Mt 18,19-20). Oração pessoal é certamente importante, até essencial, mas o Senhor garante a sua presença na comunidade – mesmo que seja muito pequeno – está unida e unânime porque reflete a realidade do Deus Uno e Trino, comunhão perfeita de o amor. Orígenes diz que “devemos exercer esta sinfonia” (Comentário ao Evangelho de Mateus 14, 1), que quer dizer que a harmonia dentro da comunidade cristã. Temos que exercer tanto a correção fraterna, que requer muita humildade e simplicidade de coração, que a oração, para que ele sobe para Deus em uma verdadeira comunidade unida em Cristo. Pergunte tudo isso através da intercessão da Santíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja de São Gregório Magno, papa e doutor, que disse ontem na liturgia.

Depois do Angelus

Após o Angelus, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Eis o que ele disse em italiano:

Hoje, o XXV Congresso Eucarístico Nacional abre em Ancona pela Santa Missa presidida pelo meu legado Cardeal Giovanni Battista Re próximo domingo, se Deus quiser, terei a alegria de ir para Ancona dia culminante do Congresso. Agora, dirijo a minha cordial Olá ea minha bênção a todos os que participam neste evento de graça que o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, adorar e louvar a Cristo para a vida e esperança para todos os homens e do mundo.

Em seguida, o Papa dirigiu aos peregrinos de língua francesa:

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa, especialmente o grupo das Filhas de Maria Auxiliadora. Convido você a se tornar cada vez mais familiarizados com a Palavra de Deus! Chama-nos a amar uns aos outros. E este amor vai viver de uma forma muito concreta na vida diária, isto é, dar mais um tempo para um verdadeiro diálogo, respeito, perdoar, orar juntos e um para o outro. E pode nascer e crescer a fraternidade que Jesus veio estabelecer no seio das famílias, comunidades, países. Confio estes votos à Virgem Maria e os abençôo com todo meu coração.

Em seguida, os peregrinos da Itália, o Papa disse:

Por fim, dirijo uma cordial Olá a italiana peregrinos de língua, especialmente o grande grupo de ACLI – Associação Cristã de Trabalhadores Italianos – Reunião no final de seu estudo sobre o tema do trabalho, 30 anos depois da encíclica Laborem Exercens do Beato João Paulo II. Apreciei, queridos amigos, a sua atenção a este documento, que continua sendo um dos marcos da Doutrina Social da Igreja.

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A carne de Cristo é a carne de Maria

A relação entre a Eucaristia e Maria nos leva a descobrir aspectos da espiritualidade cristã que entram em sintonia com a ação do Espirito Santo que a tornou Mãe de Jesus, verdadeiro homem e verdadeiro Filho de Deus, tornando possível a presença de Cristo na Eucaristia. Hoje, como na comunidade eclesial primitiva, Maria está presente na fração do pão, como está presente no Cenáculo para receber o Espiríto Santo junto com os apóstolos e as outras mulheres com quem andava.

A relação entre a Eucaristia e Maria guarda um dimensão pneumatológica forte, que tem a finalidade de atualizar o mistério que se fez presente no seio de Maria, quando disse seu Sim ao projeto do Pai, e, acreditando na Palavra do seu Senhor, concebeu, isto é, deu de sua carne na formação do corpo de Cristo. Na Eucaristia este evento se atualiza de um modo novo: tornar presente Jesus sob as espécies eucarísticas e transformar-nos Nele. São João Damasceno explica a atuação do Espirito Santo na Eucaristia com estas palavras: Pergunta-me como o pão se converte no corpo de Cristo?… Basta ouvir e acreditar que é pela ação do Espirito Santo do mesmo modo que, graças a Maria e ao mesmo Espírito Santo, o Senhor, por si e em si mesmo, assume a carne humana.

Em cada época histórica, também na nossa, o Espírito Santo incentiva a Igreja a rezar com Maria, para sermos um só coração e uma só alma na partilha do pão eucarístico. Estes momentos são os mais fecundos na história da Igreja. O fundamento teológico dessa atitude eucarística e mariólogica da Igreja nos leva a inspirar-nos na harmonia da revelação e nos conteúdos da fé.

Quando Jesus disse: Este é o Meu corpo (a minha carne), este é o Meu sangue, a Igreja é consciente do eco dessas palavras no coração de Maria, a qual vê Jesus vivente em cada pessoa que participa da Eucaristia. O mesmo corpo nascido de Maria é glorificado e presente  no Sacramento eucarístico. Ave, ó verdadeiro corpo nascido de Maria Virgem! (sec. XIV). Por  sua natureza, a Igreja é eucaristica e mariana. Por isso, a carne de Cristo é carne de Maria!

Autora: Ir. Lina Bolf, teologa da PUC-RJ
Fonte:  Revista de Aparecida – Edição 111 – Junho/2011.

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Medjugorje 30 anos

Há 30 anos (24/06/1981)  Medjugorje era uma desconhecida vila rural no interior da extinta Iugoslávia. As famílias, em sua maioria pobres, trabalhavam em suas plantações de tabaco e uva. As crianças e jovens trabalhavam na lavoura e estudavam. Muitos deixavam a região para buscarem melhores oportunidades em outros países da Europa. Ninguém, jamais, elegeria Medjugorje como destino de uma viagem de férias. As famílias, católicas, carregavam uma história heróica de resistência de seus antepassados. E a geração daquela época, quando tudo começou, vivia oprimida pelo regime comunista.

Em Medjugorje não era costume se falar das aparições de Nossa Senhora em Fátima ou Lourdes ou outra lugar. Tanto assim que vários videntes declaram que não sabiam que existiam aparições de Nossa Senhora.

O inicio das aparições deixou a todos perplexos: os próprios jovens (eles viviam um misto de felicidade e perplexidade), seus pais e familiares, o povo da Vila e redondezas, as autoridades da Igreja local e as autoridades administrativas e policiais da época, a medicina local e outras instâncias de autoridades cientifica.

No começo os próprios videntes tinham alguma dúvida. Vicka, orientada pela avó, levou água benta no terceiro dia, aspergiu a aparição e disse: ‘Se és Nossa Senhora fica..senão vai embora!’ Nossa Senhora apenas sorriu. Nos primeiros dias seus pais procuraram o padre local sem saber o que fazer. Diziam: “Padre, eu não sei o que fazer… meu filho diz que vê Nossa Senhora?” O padre alertava aos jovens que não se devia brincar com coisa tão séria. A polícia os levava para interrogar e para exames médicos psiquiátricos. Médicos e assistentes sociais subiram na colina para presenciar a aparição e sairam de lá perplexos. Todos os exames sempre os declaravam normais. No oitavo dia, fugindo da polícia, bateram na porta da Igreja e pediram proteção ao pároco Padre Jozo Zovko. Ele os levou para dentro e lá Nossa Senhora lhes apareceu e padre Jozo começou a acreditar.

Dia 24 de junho de 1981, quando primeiro se falou que Nossa Senhora tinha aparecido, foi uma quarta feira . No dia 27 Nossa Senhora se apresentou com a Rainha da Paz. No quarto dia, após as aparições dos dias 25, 26 e 27, já se reuniram no domingo, dia 28, aproximadamente quinze mil pessoas de Medjugorje e redondezas para acompanharem o fenômeno. E a partir dali o fluxo de peregrinos nunca mais parou de crescer.

Exatamente 18 meses após o início das aparições, no Natal de 1982, Mirjana numa aparição que durou 45 minutos, foi a primeira vidente a receber o décimo segredo e a deixar de ter aparições diárias. Nossa Senhora lhe prometeu aparecer no dia 18 de maio anualmente. Naquele 25 de dezembro Nossa Senhora também lhe entregou o ‘pergaminho’ onde todos os 10 segredos estão escritos com a data de sua realização. Um pouco mais tarde , orientada por Nossa Senhora, Mirjana escolhe um sacerdote que terá a missão de revelar os segredos 3 dias antes de eles acontecerem. Ela, que tinha a liberdade de escolher a qualquer sacerdote, escolhe o Padre franciscano Pedro Ljubicic. A escolha é aprovada por Nossa Senhora.

A notícia das aparições já se espalhara pelo mundo. Em 1983 o Governo da Iugoslávia autorizou peregrinações e multidões começam a afluir para Medjugorje. Também em 1983 e 1984 duas universidades da Itália e da França fazem uma profunda investigação científica médico-teológica sob a direção do Dr Henry Joieux (França), Dr Luigi Frigério (Itália) e do grande teólogo, especialista em aparições marianas, René Laurentin.sobre os videntes e as aparições. As comissões cientificas declaram a idoneidade dos videntes, a sua perfeita sanidade mental e a identificação positiva daqueles fenômenos, sob a ótica da teologia, com aquilo que a teologia mística conhece a respeito do assunto.

Apesar disso, o bispo da Diocese de Mostar, Dom Pavao Zanic, a qual pertence a paróquia de Medjugorje declara serem falsas as aparições. A Congregação para a Doutrina da Fé presidida pelo cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, não acata esta opinião e transfere para a Conferência Episcopal da Iugoslávia a responsabilidade das investigações.

Em março de 1984 Nossa Senhora começa a dar as mensagens todas as quintas feiras através da vidente Marija Pavlovic para a Paróquia de Medjugorje e conseqüentemente para o mundo .

Em maio de 1985 Ivanka Ivankovic recebe o décimo segredo e deixa de ter as aparições diárias passando a tê-las em 25 de junho anualmente.

Em 1986, Ivanka, com 19 anos de idade, casa-se com Rajko Elez.

Em janeiro de 1987 Nossa Senhora passa a dar as mensagens através de Marija Pavlovic, não mais todas as quintas feiras, mas uma vez por mês nos dias 25 do mês e estas permanecem até a atualidade.

Em agosto deste mesmo ano iniciam-se as aparições mensais para Mirjana Soldo todos os dias 2 de cada mês, quando Nossa Senhora vem para rezar com ela pelos incrédulos que, segundo Nossa Senhora, são os responsáveis pelos males que acontecem no mundo. Nossa Senhora sempre se refere a estas pessoas como aqueles que ainda não conhecem o amor de Deus.

Em 1989 Padre Slavko Barbaric reune em torno de 100 jovens de 5 países diferentes que queriam aprofundar o entendimento e a vivência da mensagem de Medjugorje e realiza o primeiro Festival da Juventude com canções, orações e testemunhos. A partir desta data, todos os anos, acontece em Medjugorje o Festival da Juventude com número crescente de jovens de muitos países diferentes.

Em 1989 ocorre a queda do comunismo levando à desintegração da União das Repúblicas Socialistas Sovieticas (URSS).. Estremece-se a frágil unidade da Federação Iugoslava mantida desde o final da Segunda Guerra pela liderança do general Tito, que morrera em 1980, e pelo domínio imperialista da União Soviética.

Em setembro de 1989 Mirjana Dragicevic, com 24 anos, casa-se com Marko Soldo.

Em abril de 1991 a Comissão Teológica definida pela Igreja como responsável por Medjugorje aceitou oficialmente Medjugorje como um lugar de oração e de adoração. E deu a autorização para peregrinações particulares.

Dez anos exatamente após o início das aparições, em 25 de junho de 1991, a Croácia e a Eslovênia declaram a sua independência da Iugoslávia iniciando o processo de desintegração daquele país. Em 1992 inicia-se a guerra da Bósnia que segue até 1995 causando a morte de mais de 200 mil pessoas e a dissolução definitiva da Federação da Iugoslávia com a formação de seis novos países entre eles a Bósnia-Herzegovina onde fica Medjugorje.

Medjugorje não é diretamente atingida pela guerra, mas permanece como um oásis de paz em meio ao conflito.

Jakov, com 22 anos, Casou-se no Domingo de Páscoa de 1993 na Igreja de São Tiago em Medjugorje com Anna Lisa Barozzi uma jovem italiana

Em setembro de 1993 Marija Pavlovic, com 28 anos, casa-se com Paulo Lunetti

Em 1994, com 29 anos, Ivan Dragicevic casou-se com a jovem americana Laureen Murphy.

Em agosto de 1996 Doutor Navarro Valls, o Porta-Voz da Santa Sé, apresentou de forma explicita a posição de Roma: “Não se pode proibir as pessoas de irem lá a menos que se prove serem falsas as aparições. Isto não aconteceu até o momento; então ninguém pode dizer para as pessoas não irem lá se elas assim o desejarem. Quando os fiéis católicos vão a algum lugar eles têm direito aos cuidados espirituais. Assim, a Igreja não proíbe que sacerdotes acompanhem peregrinações a Medjugorje na Bósnia-Herzegovina” .

No dia 11 de setembro de 1998 Nossa Senhora comunica a Jakov Colo que no dia seguinte a ele seria revelado o décimo segredo .Jakov estava em viagem aos Estados Unidos da América. No dia seguinte, Nossa Senhora lhe aparece, revela o décimo segredo e comunica que a partir daquele dia ela lhe apareceria uma vez por ano pelo Natal e não mais diariamente. Exatamente três anos depois da última aparição regular a Jakov, nos Estados Unidos, acontecem os atentados às torres gêmeas e ao Pentágono em 11 de setembro de 2001.

Entre abril e dezembro de 1998 dois novos estudos científicos psicofisiológicos e psicodiagnósticos foram realizados nos videntes a pedido das autoridades eclesiásticas responsáveis imediatas pela paróquia de São Tiago (Medjugorje). O objetivo era de comparar os fenômenos em 1998 com aqueles encontrados nos estudos franceses e italianos anteriores de 1983-1984. Participaram destes estudos o Instituto de Ciências de Fenômenos Páranormais – (Innsbruck -Áustria), o Centro de Estudos e Investigações Psicofisiológicas dos Estados de Consciência (Milão – Itália), a Escola Européia de Psicoterapia e Hipnose (Milão- Itália) e o Centro de Parapsicologia (Bolonha – Itália). Destes estudos se declarou que durante os últimos 17 anos (os exames foram realizados em 1998) a contar do início de suas experiências relacionadas com as aparições estas pessoas não manifestaram nem manifestam nenhum sintoma patológico como perturbações de transe, perturbações dissociativas e perturbações de perda do sentido da realidade. Que, de fato, estas pessoas manifestaram sintomas vinculados a reações de stress que são justificados, pois surgem devido a uma grande estimulação exógena e endógena como conseqüência de sua vida cotidiana. De suas conversas pessoais se descobre que o estado inicial de consciência e o estado posteriormente transformado surge devido às experiências incomuns que eles mesmos têm reconhecido e definido como visões/aparições da Virgem Maria.

Em novembro do ano 2000 morre padre Slavko Barbaric que estava em Medjugorje desde 1982 e que foi diretor espiritual dos videntes. Padre Slavko, que falava cinco linguas, esteve no Brasil em janeiro do ano de 1989. Ele morreu no monte Krizevac. numa sexta-feira após a realização da Via-sacra com os peregrinos. Numa aparição do dia seguinte Nossa Senhora revela que ele está junto com ela no Céu intercedendo por todos.

Em janeiro de 2002, com 37 anos, Vicka casa-se com Mario Mijatovick na Igreja de Medjugorje.

Em 2005 foram realizados novos exames neurológicos que revelaram que durante as aparições, estando os videntes com os olhos abertos, seus cérebros mantêm-se em ritmo alfa, isto é, em profundo relaxamento.

A Festa dos 25 anos das aparições, em 2006, atraiu a Medjugorje em torno de duzentas mil pessoas vindas de 47 países .

O 18º Festival da Juventude, em agosto de 2007, novamente atraiu milhares de jovens à Medjugorje

Em 2008, Dom Dominique Mamberti, o Secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados (Ministro de Relações Exteriores) esteve em visita oficial à Bósnia-Herzegovina de 26 a 29 de abril . Num encontro de uma hora, Dom Mamberti transmitiu as saudações do Papa Bento XVI a todos os franciscanos daquela Província e reafirmou a inestimável importância do papel dos religiosos na Igreja local e em todo o mundo.

Medjugorje hoje

Os videntes estão todos casados e com filhos e os três que não receberam os dez segredos, mas apenas nove, continuam tendo aparições diariamente. Todos eles de forma muito consciente continuam dedicando suas vidas à missão a eles confiada pela Rainha da Paz.

A vidente Vicka nasceu em 03.09.1964, casada com Mario Mijatovic tem dois filhos Maria e Antônio.Vive em Krehin Grac, próximo a Medjugorje e continua atendendo aos peregrinos. Nossa Senhora lhe aparece diariamente.

A vidente Marija é filha de modestos agricultores. Nasceu em 01.04.1965. É casada com Paolo Lunetti com quem têm quatro filhos: Michele Maria, Francesco Maria, Marco Maria e Giovanni Maria. Vive com a família na Itália na cidade de Monza e vem com freqüência à Medjugorje. Desde 1984, por meio dela, a Virgem Maria dá uma mensagem para a Paróquia de Medjugorje que é rapidamente distribuída pelo mundo inteiro em dezenas de línguas. Inicialmente a mensagem era semanal, e a partir de 1987 passou a ser mensal em todos os dias 25. Nossa Senhora lhe aparece diariamente.

O vidente Ivan nasceu em 25.05.1965. É casado com Laureen Murphy. Eles tem 3 filhos: Cristina Maria , Mihayla e Daniel. Moram a maior parte do ano nos Estados Unidos e outra parte em Medjugorje. Além disso, nos últimos 10 anos Ivan tem viajado pelo mundo levando a mensagem de Nossa Senhora para o maior número de pessoas. Em Hong Kong (China), Japão, Coréia, Austrália, Filipinas, Nova Zelândia, por toda a Europa e pelos Estados Unidos ele tem se encontrado com presidentes, familiais reais, embaixadores, políticos, personalidades do esporte, do cinema e também com as pessoas mais pobres que não podem ir à Medjugorje. Ivan vai aonde é convidado. Ele também realiza encontros de oração em sua casa onde recebe e acolhe os participantes. Nossa Senhora lhe aparece diariamente. Ivan certa vez revelou que “Há um motivo para eu estar vivendo nos Estados Unidos e para Marija estar vivendo na Itália”

Os outros três videntes que já receberam os dez segredos são:

Mirjana – Nasceu em 18.03.1965. Está casada com Marko Soldo desde 16 de setembro de 1989 e tem duas filhas: Maria e Verônica. Vive com sua família em Medjugorje. Tem aparições anuais desde 1983 em 18 de março e aparições mensais a cada dia 02 desde 1987 quando juntamente com Nossa Senhora elas rezam pelos incrédulos, isto é, por aqueles que ainda não conhecem o amor de Deus.

Ivanka – Nasceu em 21.06.1966. Está casada com Rajko Elez desde 1986 e têm três filhos: Cristina, José e Ivan. Vive com a família em Medjugorje. É a que menos aparece em público. Ela diz simplesmente que ‘nós devemos rezar mais e vivermos as mensagens de Medjugorje’. Tem aparições anuais de Nossa Senhora em 25 de junho.

Jakov – Nasceu em 06.03.1971. É casado com Anna Lisa Barozzi. O casal tem três filhos: Arianna Maria, David e Miriam. Vive com a família em Medjugorje e se dedica a atender aos peregrinos.Recebeu o décimo segredo em 12 de setembro de 1998 e tem aparições anuais de Nossa Senhora em 25 de dezembro.

 

Mirjana e Jakov já receberam os dez segredos

Medjugorje se consolida cada vez mais como um grande Santuário Mariano com número crescente de peregrinos que desde o começo até hoje ultrapassam os 30 milhões. Mensalmente milhares de pessoas se reúnem para a aparição do dia 02 de cada mês à Mirjana. E milhões acompanham as mensagens do dia 25 do mês à Marija Pavlovic Lunetti.

O Festival da Juventude atrai milhares de peregrinos a Medjugorje. A ciência já fez os estudos mais importantes. A internet se tornou uma fonte importante de rápida divulgação. Milhares de Grupos de Oração seguem as mensagens de Medjugorje, Comunidades religiosas têm sido formadas para seguirem de forma mais radical às orientações de Nossa Senhora. A Igreja acompanha de forma tranqüila e atenta o desenrolar dos acontecimentos.
O que está ainda por acontecer

Neste local Nossa Senhora apareceu pela primeira vez e aqui se realizará o terceiro segredo  o sinal visível, permanente e indestrutível

Para o futuro o que aparentemente todos esperam com mais expectativa é a realização dos 10 segredos. Porém, para aqueles que têm fé, na verdade, não deve ser assim.Para os que tem fé a maior preocupação deverá sempre ser a de procurar viverem bem o dia de hoje diante de Deus. A vidente Marija quando perguntada se não se preocupava, se não tinha temor devido aos segredos ela respondeu que “quem confia em Deus não tem o que temer, e que se ela tivesse medo não teria se casado e não teria tido quatro filhos”.

Porém, é fato que os segredos aparecem como uma profecia para um futuro muito próximo e, embora não saibamos as datas, elas podem ser parcialmente presumidas por estarem vinculadas ao tempo de vida dos protagonistas destas aparições.

Baseando-nos no que já sabemos o padre Pedro tem 62 anos e é ele que, tendo sido escolhido por Mirjana e aprovado por Nossa Senhora vai revelar os segredos. Jakov o vidente mais jovem tinha 10 anos quando as aparições começaram e agora está com 37. Ivanka que tinha 16 agora tem 42. Se somarmos um tempo igual aquele que já passou encontraremos Jakov com 64 anos e Ivanka com 69. E o padre Pedro…62 + 27 = 89. Podemos, assim, pensar razoavelmente que se considerarmos o tempo total destas aparições que já passamos da metade do tempo.

Como já revelamos anteriormente a guerra da Croácia, começou em 25 de junho de 1991, exatamente 10 anos após o inicio das aparições em 25 de junho de 1981. Jakov teve a sua última aparição diária regular em 11 de setembro de 1998, exatamente 3 anos antes dos atentados de 11 de setembro de 2001 e ele estava nos Estados Unidos da América. Isso nos faz supor que as datas das últimas aparições aos videntes, ou mesmo as datas das aparições, têm associadas a si há possibilidade de algum evento futuro. Mirjana mesmo já disse: “As pessoas pensam que Nossa Senhora vem a mim em 18 de março por ser a data do meu aniversário. Com certeza ela não vem naquela data por ser o meu aniversário. Ela nunca me disse “feliz aniversário” Quando tudo começar a acontecer vocês saberão porque o dia 18 de março, porque cada dia 2 do mês e porque quartas e sextas-feiras são dias de jejum. Então tudo ficará claro”.

Antes da revelação dos segredos faltam ainda três videntes receberem o décimo segredo. Mirjana recebeu o décimo segredo apenas 18 meses após o inicio das aparições no dia de Natal de 1982. Quatro anos após o inicio, em 1985, foi a vez de Ivanka receber o décimo segredo. Jakov foi receber o décimo segredo 17 anos após a primeira aparição. Agora já são quase 10 anos sem que a nenhum dos videntes o décimo segredo seja revelado.

Os que ainda não receberam são: Ivan que mora nos Estados Unidos, Marija que mora na Itália e Vicka que mora em Medjugorje. A declaração de Ivan de que há uma razão especial porque ele mora nos Estados Unidos e que Marija mora na Itália por um motivo especial pode ser presumida por algumas razões. Marija, em uma entrevista, foi referida como tendo um especial amor e preocupação pelo Santo Padre e este seria um motivo razoável para ela morar na Itália. Significaria um sinal de maior proximidade de Nossa Senhora ao Papa. Os Estados Unidos, a maior potência bélica mundial também pode ser motivo de preocupação. Ou o fato de estar morando nos Estados Unidos associa uma maior visibilidade ao vidente Ivan que viaja por diversos países do mundo levando a mensagem de Nossa Senhora de Medjugorje para personalidades importantes da História das mais diversas áreas de atuação humana.

Ainda aguardamos que Vicka, autorizada por Nossa Senhora, libere para que seja publicada e se torne conhecida a história da vida da Virgem Maria que a própria Mãe do Senhor narrou à vidente. Na entrevista ao padre Livio, Vicka revelou que um dos videntes continuará tendo aparições diárias durante a revelação dos segredos.

Muitas pessoas ficam numa posição de rejeição às aparições declarando que “a Igreja ainda não aprovou…” A Igreja tem se manifestado a respeito de Medjugorje, pois não é apenas pelas declarações que ela se manifesta, mas também uma não proibição depois de 27 anos não deixa de ser um testemunho a favor. A presença de bispos, milhares de sacerdotes, milhões de leigos, a aprovação particular de João Paulo II, as tomadas de posição de Bento XVI favoráveis à Medjugorje quando bispos locais se mostravam dispostos a reprimir os fatos , a recente visita de Dom Dominique Mamberti, o Secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados  O relacionamento fraterno com os franciscanos da Bósnia-Herzegovina…em tudo isto a Igreja está falando. Depois, a menos que no caso particular de Medjugorje a Igreja mude a sua prática habitual de esperar o final dos acontecimentos para se declarar, ninguém vai nunca chegar a ouvir uma declaração oficial, pois, as aparições sendo verdadeiras evoluirão com a revelação dos segredos e não terão terminado antes que todos sejam revelados e sabemos que alguns dos segredos são acontecimentos catastróficos.

Além disso, Nossa Senhora disse que “ninguém deverá ficar esperando pelos segredos para crer, pois, então, já poderá ser muito tarde”.

Se a Igreja fosse contra por que não proibiria ao padre Pedro Ljubicic de fazer declarações públicas tão sérias como são as declarações sobre os segredos e a revelação dos mesmos?

Na primeira declaração oficial da Comissão Científico-Teológica Ítalo-Francesa que estudou os videntes de Medjugorje em 1984-1985, a Comissão tendo já antes reconhecido a idoneidade dos videntes e a natureza sobrenatural dos fenômenos (já que não pode ser explicado pela ciência) sugeriu que seria bom que a Igreja reconhecesse a natureza extraordinária dos mesmos. Foi feita a seguinte declaração oficial pela Comissão: “Como conseqüência se pode concluir que depois de um exame mais profundo dos protagonistas dos fatos e de seus efeitos não somente em nível local, mas também a respeito de uma resposta da Igreja a nível geral seria bom para a Igreja reconhecer a origem sobrenatural e por meio deste reconhecimento confirmar o propósito dos eventos de Medjugorje”

Nota: Até o presente momento o Vaticano, não se pronunciou oficialmente sobre as aparições de Medjgorje, recentemente no ano de 2010, o Papa mandou formar uma comissão para levar adiante as investigações sobre os fatos. Os trabalhos se realizará sob rigoroso sigilo. As conclusões serão apresentadas às instâncias da Congregação para a Doutrina da Fé.  Mas também o Vaticano não proibiu as peregrinações ao Santuário, por ver nele, grande concentração de conversões e curas e a pratica constante e permanente da oração,  penitência e milhares de comunhões Eucarísticas!

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Santuário de Aparecida, 80 anos!

Dia 31/05/2011 exatos 80 anos, o Brasil aclamava a Virgem de Aparecida como sua Padroeira.

Logo após a realização do Congresso Mariano de 1929, por empenho do então arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme, e do reitor do Santuário na época, padre Antão Jorge Hechenblaickner, os bispos presentes no Congresso pediram e obtiveram do Papa Pio X, a graça de Nossa Senhora Aparecida ser declarada Padroeira do Brasil.

O decreto foi assinado pelo papa no dia 16 de julho daquele ano e a proclamação oficial se deu no Rio de Janeiro, então Capital Federal, no dia 31 de maio de 1931.

Dom Leme conseguiu de Dom Duarte e do Cabido Metropolitano da Sé de São Paulo a licença, que a principio lhe foi negada, para levar à capital da República a Imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Missionário Redentorista, padre Júlio Brustoloni descreve em seu livro ‘História de Nossa Senhora Aparecida: A Imagem, o Santuário e as Romarias’ que naquele ano, a Imagem foi conduzida, saindo de Aparecida no dia 30 de maio para o Rio de Janeiro.

“A Imagem deixou seu nicho e foi conduzida pelo povo de Aparecida até a Estação local. Preces, lágrimas e emoção acompanhavam essa peregrinação histórica”, descreve padre Júlio no livro.

A publicação ainda relata que cerca de um milhão de pessoas foram prestar suas homenagens à Padroeira naquele dia 31. De manhã, o ponto alto foi a Missa Campal celebrada diante da Igreja de São Francisco de Paula, onde a multidão cantou e rezou participando da eucaristia.

Mais tarde, uma procissão conduziu a Imagem para a Praça da Esplanada do Castelo. Junto do altar da Padroeira, encontrava-se o então presidente da república, Getúlio Vargas, Ministros de Estado, autoridades civis, militares e eclesiásticas. O Núncio Apostólico, Dom Aloísio Masella também esperava pela Virgem de Aparecida junto ao povo.

Notícias de jornais da época relatam que a imensa multidão repetiu com entusiasmo as palavras da consagração da nação e do povo a Nossa Senhora, proferidas por Dom Leme.

 

Era o Brasil que se consagrava à sua Senhora e Mãe:

 

“Senhora Aparecida, o Brasil é vosso!
Rainha do Brasil, abençoai a nossa gente.
Paz ao nosso povo! Salvação para a nossa Pátria!
Senhora Aparecida, o Brasil vos ama,
O Brasil, em vós confia!
Senhora Aparecida, o Brasil vos aclama,
Salve Rainha!”

Após os atos de consagração e prece, Dom Duarte levou a Imagem para o carro-capela, estacionado na Estação Dom Pedro II com destino à Aparecida.

Na época, o Superior Vice-Provincial, padre José Francisco Wand escreveu no livro de ponto da paróquia que é absolutamente certo que o dia 31 de maio de 1931 seria sempre um dos mais memoráveis na história eclesiástica da Terra de Santa Cruz.

“Este dia significa para Aparecida o desenvolvimento grandioso das romarias”, afirmava a mensagem.

Ainda nos dias de hoje, o Santuário Nacional de Aparecida, local onde se encontra a Imagem da Padroeira do Brasil, aos cuidados dos Missionários Redentoristas acolhe centenas de romarias vindas de todas as partes do país.

Em 2010, o maior Santuário Mariano do mundo recebeu mais de 10 milhões de peregrinos.

Reveja algumas das imagens da proclamação de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil exibidas durante a ‘Missa de Aparecida’.

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Fonte: Santuário Nacional de Aparecida

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DO SANTUÁRIO FAMILIAR AO SANTUÁRIO DA MÃE APARECIDA

Começa a se tornar tradição, este já é o terceiro ano, que nossas famílias são convocadas pelos Bispos no Brasil a se porem a caminho em peregrinação até o Santuário Nacional de Aparecida. Esse tem sido um momento singular, quando ação de graças e súplicas se unem na certeza da grande missão que compete hoje a toda família: ser sinal para o mundo de que é o desejo mesmo de Deus que tenhamos nossas famílias como igrejas domésticas, lugar onde recebemos os mais elementares fundamentos da nossa fé.

A peregrinação é quando nós nos reconhecemos como “povo de Deus a caminho: aí o cristão celebra a alegria de se sentir imerso em meio a tantos irmãos, caminhando juntos para Deus, que os espera. O próprio Cristo se faz peregrino e caminha ressuscitado entre os pobres. A decisão de caminhar em direção ao Santuário já é uma confissão de fé, o caminhar é um verdadeiro canto de esperança e a chegada é um encontro de amor. O olhar do peregrino se deposita sobre uma imagem que simboliza a ternura e a proximidade de Deus. O amor se detém, contempla o mistério, desfruta dele em silêncio” (DAp 259).

Realmente é um final de semana Mariano: aqui no Rio de Janeiro, a inauguração da réplica da Capela das Aparições de Fátima e a Celebração da Festa Solene de Nossa Senhora da Penha – unidos na peregrinação – e Simpósio sobre a Família no Santuário Nacional. São os católicos que manifestam suas convicções e seus ideais, como cidadãos livres deste país.

“Como na família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que confere “alma” e ternura à convivência familiar. Maria, mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da humanidade, é artífice de comunhão. Um dos eventos fundamentais da Igreja é quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja, como experimentamos muitas vezes nos Santuários Marianos. Por isso, como a Virgem Maria, a Igreja é mãe”. (DAp 268)

O Beato João Paulo II, em sua exortação apostólica sobre a família recorda que ela é o Santuário Doméstico da Igreja. Esse santuário agora vai, como peregrino, ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O tema que norteia esse final de semana é: “Família, Pessoa e Sociedade”. O Papa recordava, e é tão atual a sua admoestação: “Neste momento histórico em que a família é alvo de numerosas forças que procuram destruí-la ou de qualquer modo deformá-la, a Igreja, sabedora de que o bem da sociedade e de si mesma está profundamente ligado ao bem da família, sente de modo mais vivo e veemente a sua missão de proclamar a todos o desígnio de Deus sobre o matrimônio e sobre a família, para lhes assegurar a plena vitalidade e promoção humana e cristã, contribuindo assim para a renovação da sociedade e do próprio Povo de Deus”.

A célula fundamental de toda sociedade é chamada a viver o seu mistério que, de uma instituição natural, vem elevada por Nosso Senhor Jesus Cristo à dignidade de sacramento, em um mundo que questiona as verdades e, entretanto, tacitamente admite que a única verdade, em pura contradição, é que não existe verdade. A verdade existe sim. Ele, o Cristo, é o caminho, a verdade e a vida: “A Igreja, iluminada pela fé, que lhe faz conhecer toda a verdade sobre o precioso bem do matrimônio e da família e sobre os seus significados mais profundos, sente mais uma vez a urgência em anunciar o Evangelho, isto é, a “Boa Nova” a todos indistintamente, em particular a todos aqueles que são chamados ao matrimônio e para ele se preparam, a todos os esposos e pais do mundo. Ela está profundamente convencida de que só com o acolhimento do Evangelho encontra realização plena toda a esperança que o homem põe legitimamente no matrimônio e na família.

É necessário gritar isso mais ainda nestes tempos e testemunhar a nossa busca de corresponder aos desígnios de Deus sobre nós buscando uma vida de sincera conversão e comunhão com o Senhor. A nossa vida escondida com Cristo em Deus é que realmente nos torna verdadeiramente felizes. O nosso coração tem sede de infinito e só o encontra em Cristo Jesus.

Como peregrinos, nossas família irão à Casa da Mãe Aparecida; Ela, que com ternura viveu a experiência de ser família em Nazaré, juntamente com José e Jesus intercede para que nossas famílias redescubram a sua vocação de geradora e educadora da vida.

Recorda-nos ainda o Papa bem aventurado que “não raramente ao homem e à mulher de hoje, em sincera e profunda procura de uma resposta aos graves e diários problemas da sua vida matrimonial e familiar, são oferecidas visões e propostas mesmo sedutoras, mas que comprometem em medida diversa a verdade e a dignidade da pessoa humana. É uma oferta frequentemente sustentada pela potente e capilar organização dos meios de comunicação social, que põem sutilmente em perigo a liberdade e a capacidade de julgar com objetividade. Muitos, já cientes desse perigo em que se encontra a pessoa humana, empenham-se pela verdade. A Igreja, com o seu discernimento evangélico, une-se a esses, oferecendo-lhes o seu serviço em prol da verdade, da liberdade e da dignidade de cada homem e de cada mulher”.

Eis o belo momento de manifestar ao mundo a beleza da família e o nosso carinho para com a nossa sociedade, preocupados com a vida e a saúde de nosso tecido social. O simpósio e a peregrinação anual das famílias, em boa hora começam a se firmar, já no seu terceiro ano, como um belo e importante momento dentro deste mês Mariano e de nossa Igreja de peregrinos que aqui nas Terras de Santa Cruz caminhamos e fazemos história.

Que o santuário doméstico da Igreja viva com profunda intensidade esse momento de peregrinação ao Santuário Nacional, pondo-se sob a proteção da Mãe de Deus e nossa.

Que a Senhora Aparecida abençoe nossas famílias, amém!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Fonte: Rádio Vaticano

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Ser Católicos significa ser Mariano, afirma Papa

Ao receber os membros da sua congregação mariana de Ratisbona

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 31 de maio de 2011  – Bento XVI afirmou que o catolicismo implica em uma atitude mariana, ao receber no Vaticano, no sábado passado, uma delegação da congregação mariana Mariä Verkündung (Maria Anunciada) de Ratisbona (Alemanha).

“A catolicidade não pode existir sem uma atitude mariana”, afirmou, recordando que “ser católicos quer dizer ser marianos, que isso significa o amor pela Mãe, que na Mãe e pela Mãe encontramos o Senhor”.

O Papa disse que “Maria é a grande crente” que indica a todos “o caminho da fé, a coragem de confiar-nos a esse Deus que se dá em nossas mãos, a alegria de ser testemunhas; e depois, sua determinação de permanecer firme quando todos fogem, a coragem de estar do lado do Senhor quando tudo parecia perdido, e fazer seu o testemunho que conduziu à Páscoa”.

Também expressou sua alegria pelo fato de que “ainda hoje há homens que, junto a Maria, amam o Senhor; que, através de Maria, aprendem a conhecer e a amar o Senhor e, como Ela, dão testemunho do Senhor nas horas difíceis e nas felizes; que estão com Ele aos pés da cruz e que continuam vivendo alegremente a Páscoa junto d’Ele”.

Falando da sua própria experiência no Vaticano, disse que, “por meio das visitas ad limina dos bispos, experimento constantemente como as pessoas – sobretudo na América Latina, mas também nos demais continentes – podem confiar-se à Mãe, podem amar a Mãe e, através da Mãe, depois aprendem a conhecer, a compreender e a amar a Cristo”.

Também confessou que experimenta “como a Mãe continua confiando o mundo ao Senhor”.

Os membros da congregação mariana Maria Anunciada viajaram até o Vaticano para comemorar com o Papa o 70º aniversário do seu ingresso nesta congregação.

Sobre este fato, Bento XVI, expressando sua gratidão e alegria, afirmou que “a admissão na congregação mariana visa ao futuro e não é simplesmente um fato passado. (…) É por isso que, 70 anos depois, esta é uma data do ‘hoje’, uma data que indica o caminho rumo ao ‘amanhã’”.

Daquele momento histórico, recordou que “eram tempos escuros, havia guerra” e que, pouco depois de ser admitido na congregação, esta foi dispersada, mas reconheceu que “permaneceu como ‘data interior’ da vida”.

Bento XVI também fez uma breve referência à mariologia que se ensinava nas universidades alemãs depois da guerra, indicando que “era um pouco austera e sóbria”; e acrescentou que acredita que hoje “não tenha mudado muito, nem melhorado”.

Finalmente, agradeceu pelo testemunho dos homens que, pertencendo a uma congregação mariana – “caminho aberto pelos jesuítas no século XVI” -, “continuam demonstrando que a fé não pertence ao passado, mas se abre sempre a um ‘hoje’ e sobretudo a um ‘amanhã’”.

Fonte: (ZENIT.org)

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Pentecostes: Presença e Ação do Espírito Santo

Autor: Frei Lourenço Maria Papin, OP

Domingo, dia 12 de junho: Solenidade de Pentecostes.

Igreja, barca de Cristo, de velas enfunadas pela força do Espírito

Inicialmente, entre os judeus, Pentecostes foi uma alegre festa rural de ação de graças, em que se ofertavam a Javé os primeiros frutos das colheitas; em seguida tornou-se um jubilosa festa em memória da aliança com Deus com seu povo libertado da escravidão do Egito.

Por ocasião desta festa judaica, no quinquagésimo dia (em grego pentekoste) após a ressurreição de Jesus aconteceu um fato histórico, como realização de uma promessa de Cristo e como um fruto de sua própria ressurreição: a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos.

Lucas descreve essa vinda em forma de sugestiva encenação. “De repente veio do céu um barulho como se fosse um forte vento que encheu a casa onde os apóstolos se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2, 2-4).

Em grego uma mesma palavra significa vento e Espírito: forte vento simbolizando o impulso transformador do Espírito Santo; línguas de fogo: símbolo do anúncio da Palavra de Deus e símbolo do mesmo Espírito, Amor que aquece os corações e Luz que as mentes ilumina.

Com destemor dos ventos e a ousadia do fogo, os apóstolos proclamam corajosamente a Boa Nova do Evangelho, num contexto de universalidade, pois falando a própria língua, eram entendidos por peregrinos estrangeiros de diversos países que os ouviam falar em suas respectivas línguas.

Pentecostes é o início da trajetória da Igreja no mar da história, barca do Cristo de velas enfunadas pelo vento que é o Espírito. Pentecostes é uma realidade que se prolonga no tempo, no aqui e agora, como presença e ação do Espírito Santo dentro e fora da Igreja do Senhor. “O vento, (ou seja, o Espírito) sopra onde quer” (Jo 2,8).

O Espírito Santo é a alma, o princípio vital que anima, dirige e orienta a Igreja, não obstante sua fragilidade e limitação humana. A Igreja é sua habitação predileta. “Vós não sabeis que o Espírito Santo habita em vós”? (1 Cor 3, 16)

Ele foi enviado pelo Cristo, como Paráclito – Defensor – para completar sua obra, para ser memória dos seus ensinamentos. Sua presença santifica e transforma as pessoas, realizando a comunhão entre nós e a Trindade.

Forte e suavemente Ele age e penetra nas profundidade do coração humano, fazendo-nos sentir o sabor das verdades da Fé, iluminando nossas mentes, aconselhando-nos em nossa atitudes e decisões pessoais, familiares, comunitárias e sociais, inspirando-nos o discernimento espiritual e moral, conduzindo-nos à experiência de Deus como “Abbá” (Pai querido), socorrendo nossa fraqueza humana, suscitando o amor a Deus e aos irmãos.

Além de toda e qualquer fronteira, o Espírito Santo está presente e atuante na evolução do cosmo e da história dos homens, na inteligência e na vontade humana. Apesar de nossos percalços, ambiguidades e obstáculos éticos e morais, Ele conduz a história dos homens para “novos céus e nova terra onde habitará” (1 Pd 3, 13), suscitando a esperança de um mundo melhor. Ele alimenta o otimismo e se opõe a todo tipo de fatalismo histórico.

Que nos seja concedida a graça de uma dócil aceitação da presença e ação do Espírito Santo no meio de nós, seu Povo santo e pecador.

Fonte: Informativo “A Partilha” – Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima – Santa Cruz do Rio Pardo/SP – Edição 147 – Junho/2011

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Santa Joana d’Arc

Santa Joana d'Arco - Paris.jpgSurpreedentes e variadas são as vias da Providência!

Quis Deus libertar os hebreus do jugo dos egípcios, e suscitou um Moisés, que se apresenta diante do orgulhoso faraó, faz milagres para comprovar sua missão divina, lança pragas sobre o Egito, e ostenta o poder divino, abrindo diante de si as águas do Mar Vermelho, enelas sepultando para sempre os exércitos inimigos.

Quis Deus salvar a França do domínio inglês, na Idade Média, e em vez de fazer nascer entre os filhos dessa nação um grande general, chamou para realizar sua obra uma donzela, inocente pastorinha da Lorena.

De repente, um país derrotado e decadente, retalhado pela ambição, governado por um príncipe fraco e hesitante, ressuscita ao ouvir a convocação de Joana. Sua voz virginal dá força aos fracos, coragem aos covardes e fé aos descrentes. Sua inocência infunde terror nos inimigos, restaura a pureza dos devassos. Seu nome é um brado de guerra. Sua figura, um estandarte imaculado.

Em sua curta vida, conheceu os esplendores da glória e as humilhações da mais vil perseguição: a da calúnia – último recurso dos invejosos, arma traiçoeira dos infames, que poupa o corpo e fere a honra.

Condenada à morte como bruxa, reduzida a cinzas pelo fogo, sua inocência triunfou nos altares para todo o sempre: Santa Joana d’Arc.

No tempo em que a frança feudal, a França do heroísmo e da cavalheirosidade, encontrava-se sob o pé conquistador da Inglaterra, uma pastorinha foi suscitada por Deus numa aldeia muito humilde, cujo nome soa como toque de sino: Domremy.

Desde muito cedo,tinha o costume de rezar enquanto se achava sozinha no campo, apascentando o rebanho de seus pais. Certo dia ouviu vozes misteriosas, que acabaram por identificar-se como sendo de São Miguel e de duas santas. Urgiram-na a apresentar-se ao rei de França e comunicar-lhe que Deus a enviava a fim de anunciar seu auxílio para expulsar os ingleses do território francês.

Aquela virgem encantadora resolveu então partir e apresentar-se ao soberano.

Logo que chegou à corte, passou-se com ela um belíssimo fato que veio provar a autenticidade de sua missão. Numa época como aquela, em que não havia imprensa nem televisão, só restava um modo de se conhecer o semblante do rei: olhá-lo diretamente. Quem nunca o houvesse visto, não saberia identificá-lo pela fisionomia no meio de muitas pessoas. No dia em que o rei Carlos VII condescendeu em ouvir Santa Joana d’Arc, vestiu-se ele como um simples nobre e, no salão de audiências, repleto de pessoas, retirou-se para um lugar secundário, mandando que outro se colocasse no lugar central, trajado como se fosse monarca.

Santa Joana d’Arc entrou, olhou para todos e, sem titubear, foi em direção àquele que se ocultava num dos cantos, dizendo-lhe:” Ó Rei, eu venho vos falar!”

Na conversa que se seguiu, Carlos VII pôs dificuldades `a jovem pastora, contudo ela venceu-as todas. Convencido de sua missão, o monarca colocou-a, frágil e débil, à frente de um dos exércitos mais fortes da Europa. E ela, na sua debilidade virginal e encantadora, comandou-o e empurrou os ingleses quase completamente para fora da França.

Certa feita, santa Joana d’Arc dirigiu-se a Carlos VII, dizendo querer dele um inapreciável presente, e perguntou se o monarca estava disposto a dá-lo. Disse ele que sim. Ela, então, afirmou que desejava o Reino da frança! Surpreso e contrafeito, o rei entretantocondescendeu.

Santa Joana d’Arc imediatamente mandou chamar quatro tabeliães e lavrou um ato pelo qual recebia de Carlos VII a França, despojando-se o soberano, em favor dela, de todos os seus direitos sobre o Reino. Após ter ele assinado o documento, santa Joana d’Arc mandou lavrar um outro, pelo qual ela, em nome de Deus, entregava novamente ao monarca o Reino da França!

Em Carlos VII, que ainda não havia sido coroado, a realeza se achava bastante viva para não ser morta, mas bastante morta para não reviver. Na verdade, encontrava-se a ponto de expirar, e quase estorvava o curso da História. Santa Joana d’Arc pediu a sua desistência, e reinstaurou nele – por mandato divino – aquilo que estava morrendo, dando ao reino da França uma nova vida.

Era uma pastora chamada a brilhar na corte de um rei. Era uma virgem chamada a viver num campo militar onde, infelizmente, tantas e tantas vezes a linguagem é impura, e a presença das mulheres perdidas se faz notar. Ela ali reluziu como um círio de puríssima cera em plena noite.

Sua virgindade tinha algo de imaculadamente prateado, tinha refulgências de uma arquiprata.

Foram tão grandes as vitórias de Santa Joana d’Arc que, antes mesmo de os ingleses estarem fora do território francês, surgiram condições propícias para a coroação de Carlos VII na catedral de Reims.

Conduziu ela até ali Carlos VII e este foi coroado em meio a uma glória indizível. Santa Joana d’Arc assistiu a cerimônia no lugar de honra, portando o seu estandarte azul e branco, no qual estavam bordados os nomes de Jesus e Maria. Como ela sempre tivera inimigos entre os franceses, um deles lhe perguntou:

– O que faz o seu estandarte aqui? É um estandarte para a guerra e não para festas! Ao que ela respondeu:

– Ele esteve comigo na hora da luta e do esforço, é natural que esteja comigo na hora da glória!

Após a coroação de Carlos VII, restava ainda uma parte da França a ser reconquistada.

Na batalha de Compiège, a traição, imunda como a serpente, enroscou-se na heróica pastora. Os borguinhões, vassalos revoltados contra o rei da França, prenderam-na e, mediante dinheiro, entregaram-na aos ingleses.

As vozes que ela ouvira parece lhe haverem prometido que só morreria quando o poderio inglês estivesse quebrado na França. E ela de tal maneira esperava salvar aquele nobre país, que chegou a pular de uma torre onde se achava prisioneira, para fugir e continuar a luta. Em seus insondáveis desígnios, Deus não fez o milagre de ajudá-la, as vozes também não a auxiliaram, e ela foi presa novamente!

Os ingleses entraram em entendimento com um Bispo francês expulso há pouco de sua Diocese por seu apoio ao invasor estrangeiro, e acusaram santa Joana d’Arc de ser bruxa. Diziam que suas vitórias eram fruto de pacto com o demônio.

Durante o julgamento, ela se defendeu como uma leoa. Suas respostas às perguntas dos juízes eram castas como uma couraça e pontiagudas como uma lâmina de espada. Porém, contra toda a expectativa, ela foi condenada pelo tribunal da Inquisição a ser queimada viva, como vil feiticeira!

Deus, que estivera tão presente em todos os combates dela, agora fazia-se ausente. Na manhã da morte, vestem-na com uma túnica infamante e a conduzem numa carreta, de pé, com mãos amarradas às costas, como se fosse malfeitora, em direção ao local do suplício. O povo enche as vias por onde ela passa, e no caminho era lido a sentença, toda feita de infames e falsas acusações.

Continuando seu trajeto, a carreta chega à praça onde está armada a fogueira. Santa Joana d’Arc desce e caminha em sua direção. Pode-se bem imaginar a perplexidade que invafia sua alma: “Mas, então, aquelas vozes não eram verdadeiras? Aquelas vozes teriammentido? Meu Deus, será que minha vida não foi senão um engano? É a Inquisição que me condena! É um tribunal eclesiástico, dirigido por um Bispo, composto por teólogos e por homens de lei… Será que eu não me enganei, ó meu Deus?!”

Acende-se a fogueira. Não demora, e a supliciada vai sentindo crescerem as dores da morte. Em certo momento, ela parece haver tido uma visão e ouvem-na gritar de dentro das chamas: “As vozes não mentiram! As vozes não mentiram!”

O fogo tomou conta de seu corpo, ela morreu com todas as dores de quem é queimada viva, porém repetindo até o último momento: “As vozes não mentiram! As vozes não mentiram!” Como que a dizer: “Há um mistério, mas eu morro contente, porque estou fazendo a vontade de Deus!”

O mistério se explicou para ela: as vozes não tinham mentido.

O ímpeto dado por Santa Joana d’Arc na ofensiva contra os invasores ingleses havia sido tão grande que eles não ousaram resistir ao exército francês. Pouco após o sacrifício da heroína, foi derrubado o poderio inglês na França. Ela morreu sem poder ver o desmoronamento da muralha. Entretanto, as vozes não lhe haviam mentido. Cerca de 120 anos depois, Calais, a última cidade inglesa na França, tombou, terminando a reconquista do território francês.

A Inglaterra, durante este tempo, tornara-se protestante, e Calais se transformara numa cidade herética: era a unha da heresia encravada no solo bendito da França. Mas as vozes não mentiram, e a obra de Santa Joana d’Arc chegara ao fim.

Para Deus não há pressa. Ele é eterno. Passaram-se mais de trezentos anos… Somente em 1908 quis o Altíssimo que São Pio X, numa cerimônia magnífica, em meio a jubilosos repiques de sinos, canonizasse a virgem guerreira de Domremy. O triunfo da santa pastorinha coberta de armadura constituía mais uma cintilação que a Igreja emitia de dentro de si.

O nome de Santa Joana d’Arc permanecerá como uma saga, um mito, um poema, até o fim do mundo: a virgem heróica e débil, que expulsou os ingleses do doce Reino da França e realizou, assim, a vontade de Nossa Senhora, Rainha do Céu e da terra. (Mons. João Clá Dias, EP)

* * * * * * * * * *

Santa Joana D’Arc: exemplo de santidade na política

Em uma de suas audiências gerais (26/01/2011) o Papa Bento XVI falou sobre Santa Joana D’Arc e destacou seu “belo exemplo de santidade para os leigos empenhados na vida política, sobretudo nas situações de maior dificuldade”.

O Sumo Pontífice lembrou que Santa Catarina de Siena e Santa Joana D’Arc são as figuras mais características de “mulheres fortes”que, no fim da Idade Média, mostraram sem medo a luz do Evangelho em momentos difíceis da história.

O Santo Padre salientou a força das mulheres em episódios cruciantes da história. Recordou o exemplo de Nossa Senhora e de Santa Maria Madalena: “Podemos escutar as santas mulheres que permaneceram no Calvário, próximas a Jesus crucificado e a Maria, Sua mãe, enquanto os apóstolos fugiram e o próprio Pedro negou Jesus três vezes.”

Santa Joana D’Arc

Bento XVI lembrou que Santa Joana D’Arc viveu num período conturbado da história da Igreja e da França: ela nasceu em 1412, quando existia um Papa e dois anti-papa. Junto com este cisma na Igreja, aconteciam contínuas guerras entre as nações cristãs da Europa. A mais dramática delas foi a “Guerra dos Cem Anos”, entre França e Inglaterra.

“A compaixão e o empenho da jovem camponesa francesa diante do sofrimento do seu povo tornou mais intenso o seu relacionamento místico com Deus”, explicou o Papa.

Santidade na Contemplação e ação

O Pontífice recordou que um dos aspectos mais originais da santidade desta jovem foi a ligação entre a experiência mística e contemplativa e a missão e ação política: “Depois dos anos de vida oculta e crescimento interior, seguem dois anos, curtos, mas intensos, de sua vida pública: um ano de ação e um ano de paixão”.

Paz e justiça entre os cristãos

O futuro Rei da França, Carlos VII, rendeu-se aos conselhos da camponesa de Domremy, depois de ela passar por exames de teólogos.

A proposta que ela tinha era de uma verdadeira paz e justiça entre os povos cristãos, à luz dos nomes de Jesus e Maria. Esta proposta foi rejeitada e Joana, então, se engaja na luta pela libertação de seu país em 8 de maio 1429.

“Joana vive com os soldados, levando a eles uma verdadeira missão de evangelização. Muitos testemunham sua bondade, sua coragem e sua extraordinária pureza. É chamado por todos, como ela mesma se definia, ‘la pucelle’, a virgem”, conta o Papa.

Condenação de uma santa

Em 1430, ela é presa por seus inimigos, que a julgaram. “Os juízes de Joana eram radicalmente incapazes de compreender, de ver a beleza de sua alma, não sabiam que condenavam uma santa”.

Na manhã do dia 30 de maio, recebe pela última vez a Comunhão na prisão e, em seguida, é conduzida à praça do velho mercado. Pede a um dos sacerdotes para manter diante dela um crucifixo e, assim, morre “olhando Jesus Crucificado e pronuncia mais vezes e em alta voz o Nome de Jesus”.

O nome de Jesus, confiança e amor a Deus

“O Nome de Jesus, invocado por essa santa até os últimos momentos de sua vida terrena, era como o contínuo respirar de sua alma, um hábito do seu coração, o centro da sua vida”, ressaltou o Santo Padre. Para o Pontífice, o “mistério da caridade de Joana D’Arc é aquele total amor de Jesus que está sempre em primeiro lugar na sua vida. “Amá-lo, significa obedecer sempre a sua vontade. Ela afirmava com total confiança e abandono: ‘Confio-me a Deus, meu Criador, amo-o com todo meu coração'”, destacou o Papa.

Oração: diálogo contínuo com Deus

Esta santa viveu a oração como um diálogo contínuo com Deus que iluminava também seu diálogo com os juízes e dava paz e segurança. “Em Jesus, Joana contempla também a realidade da Igreja, a ‘Igreja triunfante’ do Céu, como a ‘Igreja militante’ da Terra. Segundo suas palavras, ‘é tudo uma coisa só: Nosso Senhor e a Igreja’.

Amar a Igreja

“No amor de Jesus, Joana encontra a força para amar a Igreja até o fim, também no momento de sua condenação”, enfatiza o Santo Padre.

Por fim, Bento XVI afirma que o luminoso testemunho de Santa Joana D’ Arc convida a um alto padrão de vida cristã: “fazer da oração o fio condutor dos nossos dias, tendo plena confiança no cumprimento da vontade de Deus, seja ele qual for; viver a caridade sem favoritismos, sem limites, e atingindo, como ela, no Amor de Jesus, um profundo amor pela Igreja”. Santa Joana D’Arc, foi canonizada pelo Papa Bento XV, em 1920. (JG).

Uma saga, um mito, um poema

Uma simples camponesa, com apenas 17 anos de idade, assume o comando de exércitos
e salva sua pátria de um desaparecimento inglório.

Certas lendas parecem-se tanto com a realidade a ponto de levantar a pergunta: “Será, de fato, simples lenda?” Em sentido contrário, certas narrações históricas revestem-se de tantos aspectos surpreendentes que suscitam uma desconfiança: “Mas isto é mesmo real?”

Um dos mais expressivos exemplos do segundo caso é a vida de Santa Joana d’Arc, uma das maiores epopéias da História. Sãodesconcertantes os traços de sua curta existência. Seriam mesmo inexplicáveis abstraindo-se a graça de Deus, que transformou essa delicada virgem camponesa em guerreira intrépida e fez de seu nome uma saga, um mito, um poema.

Desde muito pequena, preparada para sua grande missão

Quando Joana nasceu, em 1412, a França sangrava dolorosamente havia já 75 anos, nos duros embates da Guerra dos Cem Anos, contra a Inglaterra. O nome de seu vilarejo natal, situado no Ducado de Lorena, soa como um toque de sininho de aldeia: Domrémy.

Filha de camponeses honrados e laboriosos, ali passou ela sua infância, aprendendo o mesmo que as outras meninas de sua idade. “Ela se ocupava, como as demais mocinhas, fazendo os trabalhos de casa e fiando, e, algumas vezes, como eu mesma vi, cuidava dos rebanhos de seu pai” – conta Hauviette, sua amiga.

Entretanto, a nota dominante de sua infância foi sua exemplar piedade. Desde muito pequena, Deus a atraía para a contemplação de panoramas elevados. Destinada a grandes feitos, sua fé deveria ser robusta. Gostava imensamente de freqüentar a igreja, e com sumo interesse dava os primeiros passos no aprendizado da doutrina cristã.

Jamais poderia ela imaginar a grande missão para a qual sua alma estava sendo preparada. Ouçamo-la narrar, com encantadora simplicidade, um acontecimento que a marcou profundamente: “Quando eu tinha mais ou menos 13 anos, ouvi a voz de Deus que veio ajudar-me a me governar. Eu ouvi a voz do lado direito, quando ia para a Igreja. Depois que ouvi esta voz três vezes, percebi que era a voz de um anjo. Ela me ensinou a me conduzir bem e a freqüentar a igreja”.

Tempos depois, sabendo já que aquela “voz” era de São Miguel Arcanjo, conta: “Ela [a voz] me disse ser necessário que eu, Joana, fosse em socorro do Rei da França”.

Aos 17 anos, parte para a vida de batalhas

A Filha Primogênita da Igreja estava numa situação calamitosa. Em 1337, o Rei Eduardo III da Inglaterra, reivindicando para si o Trono da França, desencadeou a Guerra dos Cem Anos. Enfraquecidos por fatores de ordem moral e religiosa, além de graves discórdias internas, os franceses sofreram reveses sucessivos. Em 1420, foram obrigados a assinar o humilhante Tratado de Troyes, em conseqüência do qual o Rei da França perdeu o trono em favor do Rei da Inglaterra. Assim, a nação francesa caminhava para um inglório ocaso.

Precisamente nesta trágica circunstância, surge a figura argêntea de Santa Joana d’Arc, a camponesa iletrada, mas instruída nas vias da virtude por três enviados de Deus: o Arcanjo São Miguel, Santa Catarina de Sena e Santa Margarida de Antioquia.

Quando ela completou 17 anos, as “vozes do Céu” lhe indicaram que o momento de agir havia chegado. Saindo da casa paterna, Joana conseguiu convencer o Capitão Roberto de Baudricourt a conduzi-la à presença do “Delfim” (assim era chamado o monarca francês Carlos VII, ainda não coroado Rei), o qual se encontrava em Chinon.

Com a convicção e confiança recebida das vozes celestes, afirmava ela ser a vontade do rei do Céu que Carlos fosse coroado, e que ela era chamada a comandar em nome de Deus os exércitos franceses para expulsar da França as tropas inglesas.

Após vencer muitas dificuldades, a pastora de Domrémy chegou à corte no dia 6 de março de 1429. Nesta ocasião ela se encontraria, por fim, com o monarca que ela própria levaria ao trono. Para testar a autenticidade da missão da qual ela assegurava estar incumbida, e também para divertir-se frivolamente às custas da “ingênua” camponesa, Carlos decidiu disfarçar-se no meio de seus cortesãos, enquanto outro ficaria sentado no trono, vestido com os trajes reais.

Entrou a Santa e foi apresentada ao falso Delfim. Sem dar-lhe maior atenção, ela imediatamente passou a observar todas as fisionomias do recinto, até ver Carlos escondido em um canto. Fixou nele seu puro e penetrante olhar, e fez-lhe uma profunda reverência, dizendo: “Muito nobre senhor Delfim, aqui estou. Fui enviada por Deus para trazer socorro a vós e vosso reino”. O assombro geral logo deu origem a estrondosas aclamações.

Em longa conversa, Santa Joana d’Arc expôs a Carlos VII a missão a ela confiada pela Providência e solicitou que lhe fosse posto à disposição um exército para acorrer logo em defesa de Orléans. Convencido, afinal, pelo que vira e ouvira, Carlos não hesitou em fazer o que a enviada de Deus lhe indicava.

Coroação do Rei: dia de glória e alegria

Desta forma o mundo de então presenciou um fato absolutamente inédito: Joana, a “donzela”, marcha à frente dos exércitos franceses, conduzindo-os para uma batalha decisiva.

A presença dessa virgem resplendente de inocência e de certeza na vitória impunha respeito no acampamento e dava novo alento aos oficiais e soldados. Proibiu terminantemente as bebidas alcoólicas e os jogos. Sobretudo, fez questão de que os soldados pudessem confessar-se e receber a santa Comunhão.

Seus conselhos de guerra jamais falharam, causando admiração aos mais experimentados generais. A tomada de Orléans foi um esplêndido triunfo! Em meio à batalha, lá estava ela segurando seu branco estandarte bordado com a imagem de Nosso Senhor e as palavras Jesus, Maria.

Após a tomada de Orléans, seguiram-se outras grandes vitórias. Graças a Santa Joana d’Arc, renascera na França o ideal de unidade e a esperança de reconquistar o território perdido. O povo não poupava entusiásticas manifestações de gratidão e admiração pela “Donzela”.

Chegou, enfim, o almejado dia em que o Rei da França voltou a ocupar o trono ao qual só ele tinha direito. Em 17 de julho de 1429, Carlos VII foi solenemente coroado, tendo a seu lado Santa Joana d’Arc com seu estandarte. Alguém lhe perguntou o motivo da presença daquele lábaro de guerra numa cerimônia de coroação, e recebeu pronta resposta: “Ele esteve comigo na hora do combate, é natural que esteja também no momento da glória”.

Foi um dia de grande festa. Mais do que nunca, a alegria invadia-lhe a alma. Embora os ingleses não tivessem ainda sido expulsos totalmente, o Reino da França já estava restabelecido!

Uma terrível perplexidade

Em pouco tempo, porém, a essa alegria se sobreporiam as pesadas sombras da ingratidão, das intrigas e da traição.

O Rei, sentindo-se agora poderoso e firme em seu trono, rapidamente se esqueceu da gratidão devida a essa heróica donzela. Pior ainda, Carlos VII, dominado por surda inveja, abandonou-a à própria sorte.

Santa Joana d’Arc sofreria da mesma forma que o Divino Salvador, o qual, depois de ser recebido triunfalmente no Domingo de Ramos, foi crucificado na Sexta-Feira Santa.

Mesmo assim, ela continuou a luta, disposta a não depor armas enquanto houvesse tropas inglesas no território francês. Tentando salvar a cidade de Compiègne, em 1430, ela foi feita prisioneira por soldados da Borgonha (aliada da Inglaterra) e entregue aos ingleses.

Estes levaram-na a um tribunal da Inquisição, formado irregularmente e presidido por um bispo indigno e corrupto, Pierre Cauchon, ao qual foi oferecida alta soma em dinheiro.

Perante o iníquo tribunal, a inocente jovem foi acusada de heresia e bruxaria. Não faltou quem atribuísse suas vitórias a um acordo com os espíritos malignos. Não lhe foi dado um defensor, mas ela, assistida pelo Espírito Santo, defendeu-se com tanta segurança e sabedoria que deixou pasmos tanto os acusadores quanto os juízes.

Esse tribunal, porém, não se reunira para julgar… A sentença condenatória já estava decidida de antemão. A salvadora da França foi condenada à pena de morte na fogueira em praça pública.

Torturada pelas pressões e injustiças das quais era vítima, Joana tinha um sofrimento maior, uma terrível perplexidade: o Rei estava reposto em seu trono, mas os ingleses ocupavam ainda boa parte do território francês; iria ela morrer sem ter cumprido inteiramente sua missão?

O prêmio da confiança e da fidelidade

Na manhã triste e fria do dia 30 de maio de 1431, ela foi queimada viva na cidade de Rouen, aos 19 anos de idade. Amarrada em meio às chamas e olhando para seu crucifixo, ela reafirmou em altos brados a inabalável confiança no cumprimento de sua missão: “As vozes não mentiram! As vozes não mentiram!”

Terá ela recebido nesse instante supremo alguma revelação que a tirou da angustiante perplexidade? Ter-lhe-ão “as vozes” falado uma última vez, explicando que, graças ao irresistível impulso por ela dado, em pouco tempo a França estaria livre dos invasores?

Quem saberá dizer? O certo é que em 1453, após a batalha de Castillon, os ingleses foram expulsos do Reino da França.

Em 1456, um inquérito judicial realizado por ordem do Rei teve como resultado a declaração da inocência de Santa Joana d’Arc. Beatificada por São Pio X em 1909, foi ela canonizada por Bento XV em 1920. A Santa Igreja celebra sua festa no dia 30 de maio.

Guardadas as devidas proporções, essa virgem guerreira e mártir bem poderia cantar como a Mãe de Deus:

“Minha alma glorifica o Senhor (…) porque lançou os olhos sobre a baixeza de sua serva, e eis que de hoje em diante me proclamarão bem-aventurada todas as gerações. Porque realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é santo.”

Fontes: Arautos do Evangelhos:

*Mons. João Clá Dias, EP

*Carmela W. Ferreira; Revista Arautos do Evangelho, Maio/2004, n. 29, p. 32 à 35

Artigos

Significados do Manto Nossa Senhora de Guadalupe

A imagem da Morenita, como é chamada Nossa Senhora pelos mexicanos, assombrosa e inexplicavelmente se conserva em excelente estado, numa tela grosseira, como de estopa, e tão alta rala que, através dela, pode-se enxergar o povo e a nave da igreja.

Nisto podemos ver a mão de Deus, pois tal imagem não foi pintada por mãos humanas, e, ainda hoje, continua exposta no santuário construído no monte Tepeyac, conquistando corações mexicanos e de inúmeras nacionalidades que chegam com seus pedidos e agradecimentos.

Vejamos, portanto, o seu significado: partindo dos seus rasgos, passando pela simbologia indígena e chegando aos fenômenos que podem ser comprovados cientificamente, a Virgem de Guadalupe é sem dúvida uma aparição “dita sobrenatural”.

Podemos dizer que a imagem do sagrado manto é um cacho de símbolos, que reflete a identidade espiritual o cristão latino-americano; para compreender melhor esta explicação, sugerimos ter em mãos uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.

O seu rosto moreno: representa a cor mestiça do povo nascente, tanto em relação à sua pele, quanto à cultura.

A túnica vermelho-palida: antes, a cor do deus sol asteca, do sangue e da vida, e agora, a cor do Sangue do verdadeiro Redentor Jesus Cristo.

O manto verde-azulado: antes, a cor dos imperadores astecas, e agora, a cor da imperatriz do mundo; cor que sintetiza o deus dos índios o deus-dois, masculino e feminino, e agora, cor da Mãe do Deus-homem.

Sol envolvendo a Virgem: simboliza a divindade do sol, eclipsada pela mãe de Deus e a seu serviço.

Lua sob os pés e estrelas no manto: é a reconciliação de toda a natureza: do sol, da lua e das estrelas, depois de um longo conflito cósmico, como contam os mitos astecas.

Anjo sob a Virgem: é o anunciador de um novo sol, o Sol da Justiça, Cristo, inaugurando assim uma nova era: a da fé e da graça.

As duas cruzes: a cristã, no pescoço, e a cruz solar indígena, sobre o ventre, simbolizando a harmonia da religião asteca com a fé cristã.

Outro dado interessante a destacar é que vários cientistas, ao fotografarem os olhos de Nossa Senhora, encontraram misteriosamente num deles a cena onde o índio João Diego se apresenta diante do bispo, caindo as rosas do manto e aparecendo a imagem impressa nela.

Podemos ver como a totalidade da preciosa imagem, sua própria pessoa, é diálogo e mistura de etnias e humanidades diferentes. Ela reza de mãos juntas, do modo dos espanhóis, mas também quase iniciando uma dança, que é para os índios a máxima forma de reverenciar a Deus, seu rosto é mistura de raças, e, revelando-se mãe de todos, assume a cor de seus filhos mais necessitados.

De olhos negros e pele morena, ao mesmo tempo em que consola, nos desafia a sermos colaboradores na tarefa evangelizadora. Rosto amável que, com seu misericordioso olhar, delicado e profundo, continua nos provocando a trabalhar pela construção de um mundo novo, repleto de paz, respeito e amor. 

DETALHES DOS OLHOS:

O tamanho tão pequeno das córneas na imagem, cerca de 7mm a 8mm, descartam a possibilidade das figuras dos reflexos terem sido pintadas sobre os olhos. Devemos também ter em conta que o tecido, feito de fibras de Maguey, sobre qual a imagem foi estampada, é extremamente rudimentar e apresenta poros e falhas na costura, por vezes, maiores que os das córneas da imagem. Se com a tecnologia de que dispomos hoje é impossível criar ou reproduzir uma figura com tanta riqueza de detalhes, imagine para um artista no ano de 1531.

Os estudos dos olhos da Virgem de Guadalupe resultaram na descoberta de 13 pequenas imagens. Mas a surpresa não para por aí.

Primeiramente ampliou-se 1 mm da imagem 2.500 vezes. Um destes pontinhos microscópicos corresponde à pupila do Bispo Zumárraga (Que está por inteiro na pupila da Virgem) e foram ampliadas outras 1.000 vezes. Nela encontra-se novamente a imagem de Juan Diego mostrando o poncho com a imagem da Virgem de Guadalupe.

A imagem de (4)Juan Diego aparece duas vezes. Uma nos olhos da Virgem e outra nos olhos do Bispo que está nos olhos da Virgem.

Existe uma hipótese que diz que estas 13 figuras querem trazer uma mensagem da Virgem de Guadalupe para humanidade: que perante Deus, os homens e mulheres de todas as raças são iguais. Na opinião do doutor Aste, as figuras de 7 a 13 (grupo familiar indígena) são as mais importantes, pois estão no centro dos olhos, o que significa que a família é o centro do olhar compassivo de Maria. Poderia ser um convite da Virgem de Guadalupe a nos aproximarmos de Deus em família, especialmente nestes tempos em que está sendo tão desprezada e atacada.

O Dr. Aste, afirma que quando São Juan Diego foi recebido pelo (2) Bispo Zumárraga, a Virgem Maria estava presente; invisível, mas observando toda cena. Isto explica porque estão refletidas em seus olhos as imagens presentes. Quando São Juan Diego abriu o poncho e caíram as rosas, a imagem estampou-se, e em seus olhos levava o reflexo de todas as pessoas que testemunharam o milagre. Desta maneira, Deus quis nos deixar uma “fotografia” desta impressão milagrosa.

As Estrelas do Manto

12 de dezembro – Solstício de inverno

Na terça-feira, 12 de dezembro de 1531 de nosso calendário (Calendário Juliano), ou 22 de dezembro do Calendário Astronômico dos indígenas, aconteceu à aparição da Virgem de Guadalupe no poncho de São Juan Diego. Na manhã deste mesmo dia, ocorreu o solstício de inverno que para as culturas pré-hispânicas significativa o sol moribundo que recobra vigor e retorna à vida.

12 de dezembro de 1531, pela manhã do solstício de inverno

Para os indígenas, o solstício de inverno era o dia mais importante de seu calendário religioso. O sol vencia as trevas e ressurgia vitorioso. Não é coincidência que a Virgem tenha apresentado seu Filho justamente neste dia, ficando claro para os índios que aquele que ela trazia em seu seio era o verdadeiro Deus.

Fonte: Revista Milicia da Imaculada – Maio/2011

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