Quando o Pe. Kentenich e os estudantes selaram a Aliança de Amor com Maria na pequena capelinha no vale de Schoenstatt, nasceu um lugar de graças que se converteu na origem de um Movimento que cresceria e se expandiria, mas que também experimentaria severas provas e tormentas. O Padre Kentenich queria essencialmente criar uma vida espiritual que fosse adaptável às condições de rápidas mudanças no mundo moderno. Os propósitos e planos dos jovens estudantes foram duramente provados quando muitos deles foram chamados a servir nas frentes de combate na primeira guerra mundial. Foi aí que esta nova visão e vida passaram pela prova e a vida e o testemunho dos jovens membros de Schoenstatt – apoiados pela revista MTA que levou suas experiências mais longe – atraíram mais pessoas de diferentes estados de vida.
Entre Guerras
Entre as guerras Schoenstatt começou a crescer como um centro de retiros para diversos grupos de pessoas de diferentes estados de vida. O próprio Pe. Kentenich deu muitas palestras e retiros, desenvolvendo o tema da Aliança de Amor com Maria. Ele deu ênfase em como o mundo se movia a uma nova era e a Igreja deveria dar uma resposta convincente às necessidades deste tempo. Durante os anos 30, as atividades do Movimento foram acompanhadas de perto pelos nazistas.
Ao mesmo tempo, o Pe. Kentenich começou a enviar Irmãs de Maria a outros continentes para expandir o movimento em diferentes países. Era muito comum que os antigos estudantes da geração fundadora, que neste momento trabalhavam como Padres Pallotinos em outros continentes, abrissem as portas para elas.
Internacional
Em 1941 o Pe. Kentenich foi preso e enviado ao campo de concentração de Dachau por quatro anos. Ele começou a expansão de Schoenstatt entre os prisioneiros, também entre os italianos, poloneses, tchecos e de outras nacionalidades. Em 1944 fundou junto com eles a “Internacional”.
O primeiro santuário filial foi inaugurado no dia 18 de outubro de 1943 pelo Monsenhor Alfredo Víola, Bispo de Salto, em Nova Helvecia, Uruguai. Os santuários filiais surgiram por iniciativa das Irmãs de Maria alemãs que foram enviadas como missionárias aos países da América do Sul.
As Irmãs do Uruguai se deram conta do difícil que era vincular um povo a um santuário distante fisicamente e, além disso, em território alemão, em um tempo de guerra e por isso tiveram a iniciativa de construir uma réplica do Santuário Original. Neste momento, o Fundador Pe. José Kentenich estava em Dachau, por isso não foi possível pedir seu consentimento expressamente.
Ao receber as notícias deste fato, o Pe. Kentenich viu uma ação divina e assumiu a ideia de construir um santuário filial em cada lugar onde Schoenstatt florescia. Hoje Schoenstatt não é somente um lugar de graças às margens do Reno na Alemanha. Em torno a cada santuário filial (200 hoje em dia), Schoenstatt é também um lindo lugar onde muitas pessoas podem experimentar a presença de Deus. Schoenstatt é uma “rede de santuários” e quer ser uma ponte entre a terra e o céu, até que todo o mundo se converta em um “lindo lugar”.
Frutos de Dachau
Em Dachau o Padre Kentenich pode experimentar em si mesmo e na vida dos schoenstattianos que o acompanhavam, a força transformadora e vitoriosa da Aliança de Amor com a Santíssima Virgem, com a Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
A Aliança de Amor foi vivida à altura da «Inscriptio», ou seja, com uma pré-disposição positiva frente à realidade da Cruz e do sofrimento. Nesse lugar de provas, viveu o choque frontal entre o «poder das trevas» (cf Col. 1, 13) e o Grande Sinal, a «Mulher revestida de sol» (cf Apoc 12, 1). Ali recebeu uma dupla confirmação: por um lado, a catástrofe antropológica para a qual marchava o ocidente; de outro, o selo divino da Obra que havia fundado. Mais ainda, percebeu que o «fenômeno Dachau» não era um fato isolado, mas sim um prelúdio do que, de uma maneira ou de outra, iria acontecer em todo o mundo. Os campos de concentração – afirmará – foram, ao mesmo tempo, «campos de preparação».
Isto explica o por que, saindo de Dachau, o Pe. Kentenich mudou a estratégia na condução da Família de Schoenstatt. Se até aquele momento, ou seja, durante trinta anos, sua ação se caracterizou por um estilo mais silencioso e prudente, dali por diante seu atuar terá o sinal do risco, da audácia e uma dinâmica muito mais forte.
Devemos registrar também outro fato decisivo: no campo de concentração, o Padre Kentenich fundou a «Internacional» de Schoenstatt. A esse passo foi conduzido por uma leitura crente das circunstâncias, dos sinais dos tempos. Ali se encontravam sacerdotes prisioneiros de diversos países da Europa. Através deste acontecimento, Deus não lhe estava indicando um caminho para dar uma dimensão e dinâmica internacionais à Obra que havia começado? No dia 18 de outubro de 1944, sob a chuva, o Padre Kentenich deu um passo decisivo: «… Hoje queremos formar aqui uma «Internacional». Todos estão representados. Até agora Schoenstatt era uma obra limitada. Hoje rompe-se este limite e se faz internacional».
Em Dachau e no Terceiro Documento de Fundação, encontramos as chaves decisivas que iluminam todo o período seguinte de sua ação apostólica. Depois de ter podido perceber, em forma direta, os extremos do rebaixamento do homem ao que conduz todo projeto coletivista – qualquer que seja sua variante ou tonalildade -, depois de experimentar o espírito com o qual se pode vencer este tipo de homem e dar a sua Obra uma base conscientemente internacional, o Padre Kentenich parte de Dachau. E enquanto lhe é permitido pelas circunstâncias, sai ao mundo em busca de aliados: «Nossa missão mariana não tem me deixado em paz; tem me dado força e coragem para percorrer todo mundo, buscando aliados que me ajudem a realizar plenamente esta missão» (Carta ao Padre Carlos Sehr, 1956). Entre os anos de 1947 e 1952, visitou a África do Sul, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Estados Unidos.
Provas
Durante este período escreveu uma longa carta às autoridades da Igreja na Alemanha, a qual colocou no altar do Santuário de Bellavista, Chile, no dia 31 de Maio de 1949. Nesta carta, o Pe. Kentenich ressalta os perigos que enfrenta a Igreja devido a alguns modelos de pensamento teológico que separavam Deus de sua criação e nossa humanidade do Espírito, uma atitude que ele descreve como um “pensar, viver e amar mecanicista”. A carta não foi compreendida, mas sim considerada ofensiva. Uma resposta a isto foi a visitação a Schoenstatt por parte das autoridades eclesiásticas e logo após a mesma o Pe. Kentenich foi exilado nos Estados Unidos por 14 anos. Durante este tempo, o Movimento em Schoenstatt e em outros países sofreu uma severa perseguição e esteve perto de ser dissolvido em várias ocasiões. No Movimento, este tempo levou a uma entrega heróica e a muitos sacrifícios, seguindo o exemplo de amor à Igreja do seu Fundador.
O Concílio Vaticano II abriu uma nova visão da Igreja que compreendeu melhor a obra do Pe. Kentenich e em 1965 foi chamado a regressar a sua terra e foi plenamente restituído pelo Papa Paulo VI. Durante os três anos seguintes foi possível que ele continuasse com seu trabalho com o Movimento, falecendo no dia 15 de setembro de 1968.
Depois da morte do Padre Kentenich, o Movimento de Schoenstatt permaneceu profundamente vinculado à pessoa do Fundador, trabalhando no crescimento de uma fidelidade criativa à sua missão e carisma, adaptando-se aos novos ambientes culturais e fatos históricos.
Rumo ao centenário da Aliança
Em 1985, na celebração do centenário do nascimento do Pe. Kentenich, o Movimento de Schoenstatt se uniu em uma grande celebração internacional em Schoenstatt e em Roma sob o lema: Tua Aliança – nossa Vida.
Desde então, o Movimento se expandiu para mais países e recuperando-se dos “anos de exílio”, trabalha para oferecer sua contribuição para a Igreja e para a sociedade, também em colaboração com outros movimentos eclesiais.
Do dia 1° ao dia 7 de fevereiro de 2009, a Conferência 2014 deu início em nível mundial à preparação do cententário da Aliança de Amor, começando com o 18 de outubro de 2013 e finalizando com uma peregrinação massiva ao Santuário Original no dia 18 de outubro de 2014 e logo partindo a Roma.
O documento da Conferência 2014 diz:
“A “pedra fundamental” é a celebração do acontecimento fundacional. Em torno a ela se agrupam os demais componentes da celebração: em Schoenstatt, em Roma e localmente. A partir da contribuição dos diversos países, percebemos claramente que a MTA nos convida a uma peregrinação aberta ao Santuário Original no dia 18 de outubro de 2014. O lugar e o tempo têm para nós caráter de sacramentais. A celebração no lugar de origem deve estar em conexão simultânea com todo o mundo. Assim se manifesta a amplitude da irradiação da corrente de graças do Santuário Original e a grande fecundidade que retorna ao Schoenstatt original depois de 100 anos. A celebração jubilar tem outro pólo em Roma. Com nosso Pai nos unimos no coração da Igreja para renovar nosso compromisso com ela e acentuar nosso caráter missionário. Levamos os frutos dos nossos Santuários e nossos projetos apostólicos como presente e pedimos ao Santo Padre que nos envie. Assumimos assim o desejo do Fundador que está expressado no Santuário Belmonte: Omnia Matri Ecclesiae.”
A Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt- A imagem de graças
O núcleo de Schoenstatt é constituído pela Aliança de Amor com Maria. O traço mariano talvez é o que mais se conheça em Schoenstatt. Como na imagem de graças de Schoenstatt, também em sua espiritualidade mariana se destaca a relação de Maria com Jesus, a “biunidade”. Ela é a grande Portadora de Cristo aos homens, a companheira e colaboradora permanente de Cristo, o Redentor, em toda a obra da salvação.
A grande graça que se pede a Maria em Schoenstatt é a graça de assemelhar-se a Ela. Maria é o conceito incorrupto de Deus sobre o homem, a mulher plenamente humana, mas configurada em Cristo, colaboradora no plano do Pai, que nos convida a construir livre e ativamente o seu Reino.
Qual é a origem da imagem da MTA?
Nos anos de 1914 – 1915 os primeiros congregados buscavam uma imagem adequada da Virgem Maria para a sua capela. Um professor do colégio os presenteou com uma reprodução litográfica de um quadro do pintor italiano Luigi Crosio. No início, esta imagem não os agradou muito, já que para alguns não lhes agradava desde o ponto de vista estético. Como não tinham dinheiro para comprar outra, colocaram esta imagem na capela no dia 19 de agosto de 1915. Desde então permaneceu sempre no Santuário.
Originalmente a imagem tinha o nome de “Refugium peccatorum”, “Refúgio dos pecadores”. No entanto, os estudantes de Schoenstatt descobriram um título com o qual se identificavam mais por sua própria história: Mater Ter Admirabilis, Mãe Três Vezes Admirável. Em meados do ano de 1916, começou-se a venerar a imagem da Santíssima Virgem no Santuário de Schoenstatt sob este título. “MTA” (como muitas vezes é chamada em Schoenstatt) é a abreviação do título em latim: “Mater Ter Admirabilis”. Seu significado gramatical viria a ser “Mãe muito admirável”. Posteriormete, explicou-se o título de forma simbólica, por exemplo: Ela é Três Vezes Admirável como Mãe de Deus, Mãe do Redentor e Mãe dos redimidos; ou então, Admirável por sua fé, seu amor e sua esperança, etc.
Schoenstatt: Um Santuário com Movimento
“Vocês suspeitarão o que eu pretendo: converter este lugar em um lugar de peregrinação, em um lugar de graça para a nossa casa e para toda a Província alemã e talvez para mais além…”. Este era o audacioso plano que o Padre José Kentenich, Diretor Espiritual do.
Ele os convidava a trabalhar para que a antiga capelinha de São Miguel se transformasse em um Santuário Mariano: “O Santuário que se encontrava, desde tempos imemoráveis, abandonado, descuidado e vazio, foi restaurado por nós e por nossa iniciativa foi dedicado à Santíssima Virgem”. Há apenas dois meses havia iniciado a grande guerra européia, que iria transformar-se na Primeira Guerra Mundial.
Desde aquele dia de outubro já se passaram nove décadas. O Padre Kentenich faleceu no dia 15 de setembro de 1968, mas suas palavras tornaram-se realidade. O profeta tinha razão, ou melhor, percebeu o plano de Deus para este lugar. Descobriu uma fonte de graças – que naquele momento era apenas um fio de água – e que hoje se converteu em uma poderosa corrente de graças, de vida e de idéias, chegando a muitos países e a todos os continentes. A palavra “Schoenstatt” hoje é pronunciada no Paraguai e na Austrália, nos Estados Unidos e no Caribe, na África do Sul e na Índia… Aquela pequena capelinha dedicada a São Miguel Arcanjo é atualmente o Santuário Original e multiplicou na Alemanha, Europa e em todo o mundo através de uma rede de mais de cento e oitenta Santuários Filiais. Foi reconhecido oficialmente pela Igreja como Santuário em 1947.
Schoenstatt, um lugar de peregrinação
Muita gente se pergunta hoje se houve ali uma aparição da Virgem, como costuma acontecer em outros lugares santos como Lourdes e Fátima. Não, em Schoenstatt não houve nenhuma aparição da Mãe de Deus, mas Ela certamente se manifestou a partir deste lugar; ali houve uma iniciativa divida através de um intrumento sacerdotal, o Padre Kentenich. “Todos os que aqui vierem para rezar” – dizia na prática do dia 18 de outubro de 1914 – “devem experimentar as glórias de Maria”. Onde a Virgem Maria se faz presente, surge a vida; onde Ela está, encontramos a paz.
A partir do Santuário, Ela derrama em abundância seus tesouros e suas graças, sempre em favor dos homens, seus filhos. E como toda mãe o faz, preocupa-se particularmente com aqueles que mais sofrem, dos mais necessitados e débeis. Esperamos que uma mãe, que Maria atue sim.
Schoenstatt, um lugar de peregrinação para hoje
Há muitos Santuários marianos em todo o mundo. Diversas são as graças que Maria concede em cada lugar. Por que Ela quis manifestar-se também em Schoenstatt? Para responder a essa pergunta, nada melhor do que recorrer ao testemunho do seu principal instrumento, o Padre Kentenich, e à história vivida a partir de sua fundação. Com uma aguda percepção dos problemas de sua época e uma profunda intuição sobre o futuro, o Padre Kentenich detectou que estávamos diante de uma mudança radical no mundo e, no centro da problemática, estava o homem. Via um crescente processo de massificação, detectava o perigo do desapego aos valores, pessoas e tradições. Percebia o crescente fenômeno de ateísmo já em desenvolvimento e captava que tempos novos requerem um novo tipo de homem e que a Virgem Maria deveria ser sua Mãe, para dar a luz a Cristo nos corações dos homens. Em Schoenstatt e a partir de Schoenstatt queria que Ela se manifestasse como a Educadora desse homem novo em uma nova comunidade.
Devemos perguntar também à história, ao que ocorreu a partir daquele 18 de outubro de 1914. Os fatos falam com uma linguagem eloquente. Milhares de pessoas encontraram em Schoenstatt um lar espiritual e através dele receberam graças especiais. A partir dessa pequena capelinha no vale surgiu um forte Movimento de renovação espiritual, uma grande onda religiosa que, fazendo-se cada vez maior à medida que avança, vai em busca das “novas praias” do futuro. Um movimento que busca a transformação do homem em Cristo através de uma Aliança de Amor com Maria. Uma corrente de entrega heróica e de santidade (esta era uma das exigências do documento de fundação: “aceleração do desenvolvimento de nossa própria santificação e, desta maneira, a transformação de nossa Capelinha em um lugar de peregrinação”). Surgiram seis Institutos Seculares, comunidades de dirigentes católicos, comunidades contemplativas, um vasto movimento laical, movimento popular e de peregrinos. Onde está a Virgem Maria, ali está presente o Senhor, ali atua seu Espírito. Nunca poderemos compreender ou dar o pleno valor para as maravilhas que o Senhor realiza. Sentimos um profundo assombro em apenas perceber sua proximidade e sentimos nascer em nós a verdadeira gratidão. Assim o expressava o Padre Kentenich em forma de oração: “Obrigada, Pai porque elegeste Schoenstatt e porque ali Cristo nasce de novo. Obrigada porque a partir daqui queres irradiar ao mundo as glórias de nossa Mãe, inundando os corações frios com torrentes de amor”.
A Fundação – 18 de outubro de 1914
Se quiser compreender algo com profundidade, deve-se sempre perguntar por suas raizes. Se nós quisermos captar o que é Schoenstatt, devemos buscar compreender o fato a partir do qual deu-se a sua origem e desenvolvimento.
E isto nos leva a um lugar – Schoenstatt – no vale de Vallendar (Alemanha) e a uma data, o dia 18 de outubro de 1914. Neste dia, na antiga capelinha de São Miguel recentemente inaugurada, o Padre Kentenich selou uma Aliança de Amor com a Santíssima Virgem. A homilia que deu neste oportunidade aos jovens seminaristas foi reconhecida por ele mesmo, anos mais tarde, como o documento de fundação do Movimento de Schoenstatt, e seu testemunho é decisivo.
Ao compararmos a história de Schoenstatt com a de outros lugares nos quais também se manifestou a Virgem Maria, constatamos semelhanças e diferenças. Algo em comum a todos: Deus busca sempre instrumentos humanos através dos quais Ele quer se aproximar dos homens.
Em outubro de 1914 a Mãe de Deus tomou uma nova iniciativa em Schoenstatt, Alemanha e agora o instrumento humano é um jovem sacerdote de 29 anos, o Padre José Kentenich.
Naquele 18 de outubro, o Padre Kentenich comunica aos seus interlocutores “uma secreta ideia predileta”, um “pensamento audacioso”, algo que estava em seu interior há um certo tempo: “Por acaso não seria possível que a Capelinha de nossa Congregação chegasse a ser ao mesmo tempo nosso Tabor, onde se manifestem as glórias de Maria?”
Três meses antes, no dia 18 de julho, havia chegado a suas mãos um artigo escrito pelo Padre Cipriano Fröhlich, narrando a história do Santuário de Pompéia (Itália). Não havia surgido, como em outros lugares, por uma aparição da Virgem Maria. Deus elegeu ali um instrumento humano para realizar seus planos: um advogado chamado Bartolo Longo (recentemente beatificado por Sua Santidade João Paulo II). O paralelo era sugestivo. O que havia acontecido em Pompéia não poderia se repetir em Schoenstatt? Sua proposta foi realmente audaciosa. Mas – dizia aos jovens seminaristas – “quantas vezes na história do mundo foi o pequeno e insignificante a origem do grande! Por que não poderia acontecer o mesmo conosco?”
Uma proposta audaciosa na verdade
Os quase 100 anos da história de Schoenstatt – desde aquele dia 18, um dia como todos os demais, mas ao mesmo tempo um dia diferente -, comprova que aqueles anelos se transformaram em fatos. Na pequena capelinha de São Miguel, a Mãe de Deus eregiu seu trono de graças de maneira especial e de lá tem distribuido seus tesouros e realizado milagres.
O pequeno Santuário de Schoenstatt multiplicou-se em todo o mundo através dos Santuários Filiais (o primeiro foi construído em Nova Helvecia/Uruguai). A presença de Maria e a manifestação de suas glórias se multiplicou através dos numerosos santuários nos lares das famílias. Em todos estes lugares, Maria quer se manifestar como Mãe e Educadora realizando grandes coisas.
Mas em todos é requerida, segundo as leis permanentes da história da salvação, a cooperação humana. Assim expressa o lema: “Mãe, nada sem Ti; nada sem nós”.
Pe. Esteban Uriburu
Ultrapassar o umbral
Há diferentes formas de se aproximar do Santuário. A mais adequada, no entanto, é a do peregrino. No fundo todos nós, seres humanos, somos peregrinos.
A realidade do Santuário (como a da Aliança de Amor) não pode ser transmitida plenamente com as palavras. Deve-se experimentá-la para que seja captada vitalmente. Enquanto isso não acontecer, pode ser que muitas coisas sejam interessantes em Schoenstatt, mas não se terá ultrapassado o umbral e nem penetrado em seu mistério. Este passo é sempre uma decisão pessoal e livre.
A Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt – Uma corrente de vida e graças
A Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt é um apostolado animado e coordenado pelo Movimento Apostólico de Schoenstatt a serviço da Igreja.
Consiste na visita regular da imagem da Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt às famílias, escolas, hospitais e a todos os lugares onde famílias ou pessoas individualmente a recebem.
A Campanha é levada adiante por voluntários leigos – missionários e coordenadores – organizados por paróquias e dioceses.
Foi iniciada em 10 de setembro de 1950 pelo Servo de Deus, o Diácono João Luiz Pozzobon, membro do Movimento de Schoenstatt, mas as suas raízes já podem ser encontradas nas palavras do Fundador do Movimento, Pe. José Kentenich, escritas dois anos antes do início da Campanha:
“Levem a imagem da Mãe de Deus e dêem um lugar de honra nos lares, assim eles hão de se tornar pequenos santuários…” (15/04/1948).
Um apostolado mariano, eclesial e popular
É um apostolado mariano, inspirado na atitude de Maria que foi ao encontro de sua prima Isabel. (cf. Lc 1, 39 0 41). É como se Nossa Senhora quisesse sair do seu Santuário, caminhar pelas estradas do mundo e visitar os seus filhos. Na imagem da Mãe Peregrina de Schoenstatt, Ela vai ao encontro de todos, em especial dos mais necessitados e daqueles que estão mais afastados de Deus e da Igreja; um apostolado eclesial que, com a Igreja e a serviço da Igreja, quer colaborar com a pastoral ordinária das dioceses e paróquias; um apostolado popular, pois procura chegar a todas as pessoas em todas as situações da vida, realizando o mandato do Senhor: “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16, 3). É popular também porque se adapta a diversas realidades pastorais: famílias, escolas, hospitais, prisões, etc.
A imagem de Maria da Campanha é a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, venerada nos Santuários de Schoenstatt. As imagens peregrinas são réplicas da imagem ‘peregrina original’ com a qual foi iniciada a Campanha. Têm a forma de santuário para exprimir a ligação essencial ao Santuário de Schoenstatt com todas as graças que ali se recebem. São abençoadas em um Santuário de Schoenstatt e dali são enviadas.
Existem alguns tipos de ‘imagens peregrinas’, de acordo com o apostolado no qual são utilizadas.
A Imagem Peregrina Original – É a imagem com a qual o Diácono João Luiz Pozzobon iniciou a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt em setembro de 1950. Esta imagem foi sua ‘companheira de peregrinação’ durante mais de 30 anos. Em 1980, ele devolveu esta preciosa imagem para a Ir M. Terezinha Gobbo, que lhe havia entregue em 1950. Desde a morte de João Pozzobon, ocorrida em 1985, a Imagem Peregrina Original é guardada com amor e carinho no Centro Mariano, sede do Movimento de Schoenstatt em Santa Maria/RS.
As Imagens Peregrinas Auxiliares – São as imagens destinadas a uma diocese, a um Santuário Diocesano ou a um apostolado maior específico, sob a responsabilidade de um líder. A primeira foi recebida pelo Diácono Ubaldo Pimentel, em Santa Maria, Brasil no dia 8 de dezembro de 1979. São réplicas fiéis da Imagem Peregrina Original, com o mesmo tamanho e formato. Segundo interpretação do Diácono João Pozzobon, as Imagens Auxiliares são como ‘um prolongamento’ da bênção do Fundador de Schoenstatt, Pe. José Kentenich, à Campanha a partir do Santuário Original em 4 de agosto de 1951. Como expressão da sua união com a ‘Original’, todas as ‘Auxiliares’ são bentas e partem do Santuário de Schoenstatt de Santa Maria, que é o lugar de origem da Campanha.
As Imagens Peregrinas Paroquiais são semelhantes à Imagem Original e às Auxiliares. Normalmente são menores e sem as ‘portinhas’. Cada Paróquia pode ter sua imagem para utilizá-las em novenas, procissões e outras atividades. Algumas Paróquias organizam um roteiro para a sua imagem paroquial, para que ela visite as diversas capelas, escolas, grupos de catequese, etc. Normalmente, a imagem peregrina paroquial fica aos cuidados da equipe de coordenação paroquial, que pode delegar a responsabilidade a uma liderança da Campanha.
As Imagens Peregrinas ‘Ocasionais’ são utilizadas em diversos apostolados da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt: com os doentes, em estabelecimentos comerciais, nos hospitais, etc. São confiadas a um missionário que organiza o itinerário e a forma de apostolado. Todas as imagens são cadastradas junto ao secretariado da Campanha.
As Imagens Peregrinas das Famílias percorrem mensalmente, e em caráter permanente, um grupo de trinta famílias. Cada imagem está aos cuidados de um missionário, responsável pelo apostolado junto às famílias, possui um número, registrado no secretariado responsável pela sua área geográfica.
As Imagens Peregrinas para o apostolado Infanto-juvenil são confiadas a jovens e crianças que se colocam – com a Mãe de Deus – como apóstolos para outros jovens e crianças. Podem ser também utilizadas em escolas e grupos de catequese. Todas as imagens usadas neste apostolado são cadastradas no secretariado da Campanha.