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Necessidade de meditar o Rosário

1 – Meditar é a mesma coisa que pensar com o afeto da vontade na verdade e no bem que encerram os Mistérios do Rosário. Aqui meditar é a mesma coisa que contemplar, embora o significado destas duas palavras, em si, seja um pouco diferente. Meditar exige que nós nos esforcemos por pensar e conhecer qualquer coisa discorrendo ou refletindo sobre ela. Porém, contemplar é pensar e conhecer por intuição ou simples olhar da – nossa inteligência mas sem discorrer ou refletir.

2 – Com efeito, a verdade e o bem são-nos necessários, pois são o objeto da nossa inteligência e da nossa vontade, cuja tendência é possuí-los e gozá-los. De nada aproveitam, se não os conhecemos, se não pensamos ou meditamos neles. Todos os cristãos recebem no dia do seu Batismo a luz e o dom da fé. Mas quantos infelizmente, sem deixarem de crer, vivem como se não tivessem a fé que para eles é morta. Acreditam nas verdades religiosas, mas não as vivem, não as põem em prática, não fazem delas caminho para a vida eterna. De pouco vale acreditar nessas verdades que a fé nos apresenta envolvidas em véus sem a meditação dessas verdades.

O Rosário, é, em primeiro lugar, oração vocal e deve ser, acima de tudo, oração de meditação que nos leva a penetrar os Mistérios que a fé nos propõe para crer.

3 – A meditação não pode rasgar, por si, os véus em que a fé nos apresenta as verdades da nossa religião. O homem, pela fé, está em presença dos grandes Mistérios divinos que jorram da fonte infinita da verdade, do bem e da vida, que é Deus. Essa fonte é, portanto, a Divindade-Deus uno na Trindade de Pessoas que se aproximam de nós por Jesus Cristo, Filho de Deus feito Homem. Como Jesus dizia, a vida eterna consiste em conhecê-Lo a Ele e, por meio dEle, conhecer a Deus Pai. Enquanto estamos no mundo, de passagem para a eternidade, não podemos ter a visão da glória do Céu, onde a nossa alma verá satisfeita todas as suas aspirações de Luz, de Bem, de Vida e Felicidade.

As insondáveis riquezas de Deus estão encerradas em Jesus, Deus Humanado, cuja vida neste mundo, sem deixar de ser divina, foi humana como a nossa, mas toda cheia de Deus. O Rosário, que é oração de meditação, leva-nos a copiar e a viver essa vida de Jesus, tornando a nossa divina como a dEle. O Rosário contém, através dos seus 20 Mistérios, o Livro da Vida que é Jesus Cristo. Com razão S. Luis Grignon de Montfort, grande apóstolo do Rosário, escreveu que o Rosário «divide a vida de Jesus e a de Maria em 20 Mistérios, que nos representam as suas virtudes e ações como em 20 quadros, cujos traços devem servir-nos de regra e exemplo para a orientação da nossa vida. São 20 archotes a guiar-nos neste mundo, 20 focos brilhantes para nos conhecermos a nós mesmos e para atear o fogo do seu amor em nossos corações, 20 fogueiras para nos consumirem completa­mente em suas chamas. (Cf. O Segredo admirável, 3ª dezena)

4 – Os frutos desta vivência são todos os que são próprios do Rosário, como veremos noutra ocasião. Porque a meditação, como já se disse, é a parte mais importante na sua recitação. Porque as vidas de Jesus e de Maria estão ‘intimamente associadas, ao meditar os seus Mistérios, aparece-nos neles a graça de Jesus, que nos é dada por Maria. A fé e o amor que abrasam a alma nessa meditação são eficazes para determinarem a influência divinizadora de Jesus e de Maria e levam-nos a um maior conhecimento e amor divinos: acrescentam em nós essa vida divina.

Quem medita bem o Rosário, recebe como diz S. Tomás, o efeito principal da meditação, isto é, a graça da devoção que é a vontade e o afeto com que servimos a Deus, como resultado natural da consideração da verdade e do bem divinos que se encerram nos Mistérios do Rosário.

 

(Livro – Manual do Rosário – Ed. do Secretariado Nacional do Rosário – Fátima – Portugal. P. 520 e 521)

 

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Fátima: Santuário evoca a primeira aparição do Anjo

Local da aparição do anjo

Porque neste ano pastoral de 2010-2011 se pretende de forma especial fazer memória das aparições do Anjo em Fátima, em 1916, o Santuário de Fátima está a organizar, para o dia 31 de Março, a evocação da primeira aparição deste mensageiro de Deus, que veio preparar os corações dos três pequenos videntes para as aparições de Nossa Senhora, no ano seguinte.

Tendo como base as memórias da Irmã Lúcia, verifica-se que não é conhecida a data exacta desta aparição do Anjo da Paz, assim como a data das seguintes aparições.

Apenas é conhecido que a primeira aparição aconteceu na Primavera, a segunda no Verão e a terceira no Outono.

Assim, este ano, nos primeiros dias de Primavera, a data escolhida para a evocação da primeira aparição foi o último dia de Março.

O programa, um convite à participação de todos, inicia com a concentração na Capelinha das Aparições, às 21:30, seguindo-se uma caminhada até à Loca do Cabeço, lugar da aparição, com a recitação do rosário pelo caminho. O programa termina com a evocação da aparição, no respectivo local.

 

HISTORIA DAS APARIÇÕES DO ANJO DA PAZ AOS TRÊS PASTORINHOS:

Em 1916, um anjo apareceu três vezes aos pastorzinhos. A finalidade destas visitas traduziu-se na preparação dos videntes de Fátima para acontecimentos de maior importância, como viriam a ser as Aparições de Nossa Senhora, um ano depois. Os fenômenos que viriam a acontecer, não eram de todo fáceis de compreender, daí a importância daquele mensageiro em conduzir as três crianças no sentido de melhor compreenderem e difundirem uma mensagem que todos a pudessem entender e interpretar com o significado que se pretendia transmitir.

 

Primeira Aparição

A primeira aparição do Anjo teve lugar na Loca do Cabeço, um local dos arredores de Aljustrel. Era um dia chuvoso naquela primavera de 1916. Na Loca do Cabeço havia umas pequenas grutas, que ainda hoje se podem visitar, onde os pastorzinhos se abrigavam. Ao acalmar-se a tempestade os pastorzinhos saíram da gruta e foi quando se levantou um vento forte. A pouca distância dos pastorzinhos, no meio do olival, depararam-se com uma figura que tinha “A forma de um jovem de 14-15 anos, mais branco que a neve e transparente como o cristal atravessado pelos raios do sol, e muito belo”, segundo palavras de Lúcia. Aproximou-se deles e disse “Não tenhais medo. Eu sou o Anjo da Paz. Rezai comigo”. Ajoelhou-se e inclinando o rosto até ao chão pediu para rezarem três vezes “Meu Deus, eu acredito, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão pelos que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam”. Depois levantou-se e disse “Orai assim. Os corações de Jesus e de Maria estão atentos à voz das vossas suplicas”. Dito isto o Anjo mais branco que a neve deixou as três crianças.

Durante o resto do dia as crianças sentiram-se tão bem, que nem eram capazes de comentar o sucedido entre eles. O Francisco rezou de acordo com aquilo que ouviu dizer às suas companheiras, na medida em que via o Anjo, mas não o ouvia.

 

Segunda Aparição

A Segunda aparição teve lugar cerca de dois meses mais tarde. O local escolhido desta vez não foi a Loca do Cabeço, mas o poço situado atrás da casa dos pais da Lúcia. Era hora de sesta e tudo estava calmo, apenas as crianças brincavam nas traseiras da casa quando de súbito se deparam novamente com a imagem do Anjo que disse: “O que fazem? Rezai, Rezai muito. Os corações de Jesus e de Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios”. A Lúcia perguntou ao Anjo como se deveriam comportar. “De tudo o que puderdes, oferecei um sacrifício ao Senhor em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de suplica pela conversão dos pecadores”.

Os pastorzinhos ficaram com estas palavras retidas. Começaram então a fazer sacrifícios e a rezar a oração que o Anjo lhes ensinou.

 

Terceira Aparição

No Outono do mesmo ano encontravam-se os pastorzinhos a rezar a oração que o Anjo lhes ensinara, no local onde acontecera à primeira aparição, na Loca do Cabeço quando de súbito o Anjo lhes aparece novamente. Esta aparição teve a particularidade de o Anjo se apresentar com um Cálice na mão esquerda e uma Hóstia na mão direita sobre o Cálice e da qual caiam pingas de sangue. O Anjo ajoelhou-se ao lado dos pastorzinhos, deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, enquanto lhes pedia para rezarem três vezes a seguinte oração: ” Santíssima Trindade Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do seu Sacratíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores”.

O Anjo levantou-se, tomou com ele o Cálice e a Hóstia que tinham ficado suspensos, deu a Hóstia à Lúcia e o conteúdo do Cálice ao Francisco e à Jacinta dizendo: “Tomai e Bebei o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o Vosso Deus”.

O Anjo ajoelhou-se de novo, rezando três vezes a mesma oração com os pastorzinhos, para depois os deixar com a sua missão já cumprida.

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João Paulo II e Nossa Senhora

Sou todo Vosso, Mãe e Senhora!

Há certos acontecimentos da vida de João Paulo II que são dignos de memória, mais ainda que outros. São aquelas atitudes do Servo de Deus que ainda rendem bons frutos essa Terra e terão desdobramentos eternamente, no Céu.  Falar sobre isso nunca será demais: a justiça e a gratidão exigem que esses gestos sejam sempre lembrados.

Beatificação: fatos dignos de memória

João Paulo II, será beatificado no dia primeiro de maio de 2011, em Roma. Até lá, sua vida será esquadrinhada palmo a palmo, será narrada em todo mundo, para todos.

Sobre o “Papa que veio de longe” – timoneiro da “Barca de Pedro” por quase 27 anos – veremos desfilar comentários sobre sua atuação como sacerdote, bispo, arcebispo e cardeal na Polônia ainda comunista. Saberemos como foram seus estudos, sua prisão pelos nazistas, sua política diplomática e suas visitas apostólicas a 129 países.

Conheceremos sua atuação durante o concílio. Poderemos avaliar detalhes e consequências do atentado que sofreu em 1981, bem como de sua doença. Serão lembrados seus sofrimentos e também as alegrias, tristezas e esperanças de seus 84 anos de vida. E é bom que seja assim mesmo: João Paulo II viveu de modo assinalado a História da Igreja e da humanidade. Até que se esgote tudo que se tem a dizer sobre ele, passará um bom tempo.

No entanto, haverá ainda outras atitudes de Karol Wojtyla, outros acontecimentos também dignos de memória. Eles também são história e devem ser lembrados. São fatos praticados pelo Servo de Deus que ainda continuam a render bons frutos nessa Terra e terão desdobramentos no Céu, eternamente.

Falar sobre isso nunca será demais e a justiça e gratidão exigem que eles sejam sempre lembrados.

Devoto de Maria

Dentro dessa perspectiva estariam, por exemplo, as expressões de devoção a Nossa Senhora, a catequese e todo o apostolado Marial exercido pelo Papa João Paulo II.

Porém, seria um desafio quase invencível enumerar —mesmo sinteticamente— todos seus pensamentos, todas suas atitudes e desejos a propósito da Virgem Maria. Nessa contingência, sem a pretensão de esgotá-los, relembremos fatos e manifestações que evocam a devoção de João Paulo II a Maria Santíssima, seus desdobramentos e consequências.

“Totus tuus”

Poucas horas depois de ter sido eleito Papa (17 de outubro de 1978), dirigindo-se ao mundo todo, afim de enunciar as grandes linhas de seu pontificado, ele afirmou: “Nesta hora, […] não podemos deixar de voltar, com filial devoção, o nosso olhar para a Virgem Maria […], repetindo as palavras “totus tuus” (todo teu), que […] gravamos em nosso coração e em nossas armas, no dia da ordenação episcopal”.

O que dizer de um homem que, ao atingir a situação mais elevada e augusta dessa Terra, proclama ser “todo de Nossa Senhora”? A resposta é simples e sem exageros: João Paulo II mostrava, assim, ser um homem predestinado. Pois, quem tem devoção a Nossa Senhora traz em sua alma a marca da predestinação.

Consagração a Jesus Cristo pelas Mãos de Maria

Durante seu longo pontificado, nas mais diversas situações, ele tinha seus olhos voltados constantemente para Nossa Senhora.

Aproveitou-se de ocasiões solenes ou intimas, visitas a grandes santuários ou a pequenas igrejas e capelas, fóruns internacionais ou encontros privados para, sempre, renovar sua “consagração a Cristo pelas mãos de Maria” (RMa 48).

Ele escolheu este meio para mostrar ao mundo seu amor à Virgem Maria e seu desejo de viver fielmente esse compromisso de fidelidade a sua devoção mariana. E assim ele agiu até o fim de sua vida.

De onde ele auriu e encontrou fundamentos para essa entranhada devoção a Nossa Senhora?

Sem dúvida alguma, na Tradição Católica e nos exemplos de vida de inúmeros santos. Contudo, a mariologia de João Paulo II foi beneficamente influenciada, sobretudo, por S. Luís Maria Grignion de Montfort (1673-1716) que afirmava: “Toda a nossa perfeição consiste em sermos configurados, unidos e consagrados a Jesus Cristo. Portanto, a mais perfeita de todas as devoções é, incontestavelmente, aquela que nos configura, une e consagra mais perfeitamente a Jesus Cristo.

Ora, sendo Maria, entre todas as criaturas, a mais configurada a Jesus Cristo, daí se conclui que, de todas as devoções, a que melhor consagra e configura uma alma a Nosso Senhor é a devoção a Maria, sua santa Mãe; e quanto mais uma alma for consagrada a Maria, tanto mais será a Jesus Cristo” (Tratado, 120 – in RVM 15).

História de uma devoção

Na verdade, a relação de Karol Wojtyla com Nossa Senhora começou quando ele era menino. Sua mãe terrena morreu quando ele tinha sete anos e o pequeno órfão logo habituou-se a rezar diariamente junto a uma imagem de Nossa Senhora de sua paróquia. Karol desabafava suas alegrias, tristezas e esperanças diante da Mãe Celestial, tal como faria com a sua mãe e, talvez, até com mais confiança. De Nossa Senhora sua alma de criança recebia compreensões e afagos que só a melhor das mães sabe dar.

Tendo nascido e vivido na Polônia onde a maioria de seus compatriotas veneram a Virgem de Czestochowa, padroeira de sua abençoada e mariana terra, esta relação cresceu ao longo da sua existência acompanhando-o em sua formação e durante a vida de sacerdote.

Quando foi eleito bispo, tomou como lema a descrição de um estado de vida que já havia assumido antes e vivia: Totus Tuus. Todo Teu! Uma de suas frases poderia resumir a razão de ele dizer “Totus Tuus” a Maria: “Importa reconhecer que, antes de que qualquer outro, o próprio Deus, o Pai eterno, confiou-se à Virgem de Nazaré, dando-lhe o próprio Filho no mistério da Encarnação” (RMa 39).

“Rosario: minha oração predileta!”

“O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e profundidade”.

Estas palavras de João Paulo II, ditas em 20 de outubro de 1978, uma semana depois de ter sido eleito Papa, ajudam a mostrar atitudes de uma espiritualidade que ele vivia e que tomou mais corpo durante seu pontificado. Nesse período, ele aprofundou e amadureceu sua devoção a Nossa Senhora e disso dava sempre mostras: rezava constantemente o rosário.

Era frequente vê-lo rezar o terço devotamente nos momentos de pausa, em seus traslados no papamóvel, nos encontros mais longos com jovens, enquanto eles executavam músicas para ele, e nas horas de recolhimento diante do Santíssimo Sacramento ou de uma imagem de Nossa Senhora.

Suas inúmeras e importantes atividades nunca foram empecilho que justificassem deixar de rezar o terço. Tornou-se conhecido o fato de que nas audiências que concedia ou nas visitas que fazia, o presente que mais oferecia era sempre um rosário, mesmo que a pessoa não fosse católica ou nem tivesse Fé alguma. Ele chegou mesmo a afirmar que “nunca como no Rosário o caminho de Cristo e o de Maria aparecem unidos tão profundamente. Maria só vive em Cristo e em função de Cristo.”

Contemplar com Maria o rosto de Cristo

Não causa espanto que João Paulo II tenha desejado dedicar ao Santo Rosário o ano que antecedeu o Jubileu de Prata de seu pontificado. Essa foi uma atitude querida por ele para incentivar “a contemplação do rosto de Cristo na companhia e na escola de sua Mãe Santíssima. Com efeito, recitar o Rosário nada mais é [que] contemplar com Maria o rosto de Cristo” (RVM – 3). Assim, depois de 25 anos na direção da Igreja, o já então ancião Karol Wojtyla confirmava, uma vez mais, o “Totus Tuus” da sua vida.

“Meditar com o Rosário significa entregar os nossos cuidados aos corações misericordiosos de Cristo e da sua Mãe. À distância de vinte e cinco anos, ao reconsiderar as provações que não faltaram nem mesmo no exercício do ministério petrino, desejo insistir, como para convidar calorosamente a todos, a fim de que experimentem pessoalmente isto mesmo: verdadeiramente o Rosário «marca o ritmo da vida humana» para harmonizá-la com o ritmo da vida divina, na gozosa comunhão da Santíssima Trindade, destino e aspiração da nossa existência”.

Ano do Rosário, ano para o rosário

João Paulo II escreveu na Carta Apostólica “Rosarium Virignis Mariae”: “na esteira da reflexão oferecida na Carta apostólica “Novo millennio ineunte” na qual convidei o Povo de Deus, após a experiência jubilar, a “partir de Cristo” senti a necessidade de desenvolver uma reflexão sobre o Rosário, uma espécie de coroação mariana da referida Carta apostólica, para exortar à contemplação do rosto de Cristo na companhia e na escola de sua Mãe Santíssima. Com efeito, recitar o Rosário nada mais é senão [que] contemplar com Maria o rosto de Cristo. Para dar maior relevo a este convite, […] desejo que esta oração seja especialmente proposta e valorizada nas várias comunidades cristãs durante o ano. Proclamo, portanto,o período que vai de Outubro deste ano até Outubro de 2003 Ano do Rosário.

Constante Apostolado através de Maria…

O Papa João Paulo II sempre quis deixar patente diante de todos sua devoção a Nossa Senhora. Essa devoção era uma forma de ele caminhar na santificação, sem dúvida, mas os efeitos dela tinham como corolário fazer apostolado, atrair mais almas para Cristo. Ele sabia que os exemplos influenciam, entusiasmam e arrastam.

João Paulo II encontrou no exercício dessa devoção um modo de, ao mesmo tempo, mostrar seu apreço pela Virgem Maria e praticar uma catequese mariana, alcançando assim um número maior de almas que pudessem abrir seus corações para Jesus Cristo.

Todos sabiam que, depois de Papa, —como já fazia na Polônia— nunca deixou de praticar a popular devoção dos primeiros sábados, conforme o pedido de Nossa Senhora aos pastorezinhos de Fátima.

Ele quis também demonstrar sua devoção a Nossa Senhora quando atribuiu à intercessão de Maria o fato de ter sobrevivido ao atentado que sofreu na Praça de São Pedro, em 13 de maio de 1981, uma data especialmente associada às aparições da Virgem em Fátima.

…nas audiências públicas

Ele utilizou-se das sempre muito concorridas audiências públicas das quartas-feiras para difundir as glórias de Maria e propagar a devoção a Ela. Entre os anos de 1995 e 1997, em 58 delas, o Sumo Pontífice teve Nossa Senhora como assunto constante dessas audiências.

Com uma didática simples e direta, capaz de atingir qualquer nível de cultura, ele proporcionou aos que tomaram conhecimento dessas homilias uma incursão através de diversos e variados temas que constituem a mariologia.

Numa delas, João Paulo II tratou da “Devoção mariana e o culto das imagens”. Foi, então, uma ocasião para Ele afirmar:

“Ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher…(Gl 4,4). O culto mariano funda-se sobre a admirável decisão divina de ligar para sempre, como recorda o apóstolo Paulo, a identidade humana do filho de Deus a uma mulher, Maria de Nazaré.

O mistério da maternidade divina e da cooperação de Maria na obra redentora suscita nos crentes de todos os tempos uma atitude de louvor, quer para com o Salvador quer [para com] Aquela que O gerou no tempo, cooperando assim na redenção.

Um ulterior motivo de reconhecido amor pela Bem-aventurada Virgem é oferecido pela sua maternidade universal. Ao escolhê-la como Mãe da humanidade inteira, o Pai celeste quis revelar a dimensão, por assim dizer materna, da Sua ternura divina e da Sua solicitude pelos homens de todas as épocas” (A Virgem Maria – 58 Catequeses do Papa sobre Nossa Senhora. – Aquino, Felipe Rinaldo Queiroz de (org.). – 6ª. ed. – Lorena: Cléofas, 2006, p. 171).

Em outra dessas audiências das quartas feiras, João Paulo II tratou sobre “A oração de Maria”. O Papa assim concluía sua reflexão:

“Tendo recebido de Cristo a salvação e a graça, a Virgem é chamada a desempenhar um papel relevante na redenção da humanidade. Com a devoção mariana os cristãos reconhecem o valor da presença de Maria no caminho rumo à salvação, recorrendo a Ela para obter todo o gênero de graças. Eles sabem sobretudo que podem contar com a sua intercessão materna, para receber do Senhor [tudo] quanto é necessário ao desenvolvimento da vida divina e à obtenção da salvação eterna.

Como atestam os numerosos títulos atribuídos à Virgem e as peregrinações ininterruptas aos santuários marianos, a confiança dos fiéis na Mãe de Jesus impele-os a invocá-la nas necessidades quotidianas. Eles estão certos de que o seu coração materno não pode permanecer insensível às misérias materiais e espirituais de seus filhos” (idem – p. 181).

…em qualquer ocasião oportuna

As homilias de João Paulo II sobre a Bem-aventurada Virgem Maria e seu papel e lugar no mistério de Cristo e da Igreja chegam às centenas, não se limitando apenas às alocuções das quartas feiras. Ele dedicou também, em diversas outras ocasiões, um número enorme de orações e consagrações à Santíssima Virgem.

Às vezes, de passagem, em um discurso, uma audiência, ou outra oportunidade qualquer, relevante ou não, nascidas de seu coração, vinham à tona orações, lembranças ou algumas palavras sobre Nossa Senhora e a necessidade de se ter devoção a Ela. Eram sempre palavras acessíveis, porém, elevadas e com fundamento teológico profundo.

 

Os mistérios de Luz

Se quisermos completar um pouco mais o perfil mariano da alma de João Paulo II, seria bom lembrarmos que ele escreveu a encíclica “Redemptoris Mater” e também a carta apostólica “Rosarium Virginis Mariae”.

Estes escritos trazem um conjunto de pensamentos, meditações e afirmações de um Papa que já havia caminhado bastante na estrada de Maria. Eles trazem reflexões de um coração que se apaixonou pela Santa Mãe de Deus, a Virgem Maria.

Como corolário dessas meditações sobre o Rosário, o Papa acrescentou a ele um conjunto novo de cinco mistérios. Eles formam a quarta parte do Rosário e receberam a denominação de “Mistérios Luminosos” ou “Mistérios da Luz”.

“Quando recita o Rosário, a comunidade cristã está em sintonia com a memória e com o olhar de Maria.” (RVM) Os cinco mistérios acrescentados ao Santo Rosário colocarão o fiel em um tempo maior de contato com Nossa Senhora. E isso é fundamental para o católico, pois, “percorrer com Maria as cenas do Rosário é como ir à ‘escola’ de Maria para ler a Cristo, para penetrar em seus segredos, para entender sua mensagem.”

João Paulo II e Fátima

Provavelmente, a devoção do Papa João Paulo II a Nossa Senhora de Fátima veio de sua época de infância e juventude, pois, na Polônia, desde cedo, a história e a mensagem da Senhora da Cova da Iria foram bastante difundidas.

Os Bispos poloneses participantes do Concílio Vaticano II estavam entre os que mais se entusiasmaram quando s tratou da realização da consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria, segundo o pedido de Nossa Senhora, em Fátima. Entre estes bispos estava o ainda jovem Dom Wojtyla que participou ativamente da defesa e divulgação dessa Consagração.

Assim ele resumiu seu pensamento sobre esta temática: “Consagrar o mundo ao Coração Imaculado de Maria significa aproximar-nos, mediante a intercessão da Mãe, da própria Fonte da Vida, nascida no Gólgota. Este Manancial escorre ininterruptamente, dele brotando a redenção e a graça.” (Homilia do Papa João Paulo II,Fátima, 13 de maio de 1982- in Revista Arautos do Evangelho, Fev/2011, n. 110)

O então Dom Karol Wojtyla participou das quatro sessões do II Concílio do Vaticano. Estava presente quando o Papa Paulo VI anunciou o envio da rosa de ouro ao Santuário de Fátima (21 de Novembro de 1964) e o convite do Cardeal Cerejeira, na última sessão do Concílio, a todos os bispos do mundo, para irem ao Santuário no cinquentenário das aparições (1967).

Ao sobrevoar o território de Portugal —25 de janeiro de 1979— João Paulo II lembrava-se de Fátima em sua mensagem ao presidente: “com cordiais saudações, vai o nosso pensamento para o dileto povo português, auspiciando-lhe e implorando a Maria Santíssima, tão cultuada especialmente em Fátima, a contínua assistência e favores de Deus” (OR, 11 Mar. 1979, p. 2).

Proteção de Fátima: o Papa não morreu

Em 13 de Maio de 1981 completavam 64 anos da primeira aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria. Era também comemorado o cinquentenário da consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria e o Episcopado Português tinha resolvido que nesse dia seria renovada essa consagração. Para a ocasião, João Paulo II havia enviado um telegrama afirmando considerar-se presente à cerimônia.

O Cardeal D. Antônio Ribeiro leu o texto da consagração e a prece pelas intenções do Papa. Leu também uma mensagem onde agradecia o telegrama do Papa e, em nome de todos, pedia a Nossa Senhora “as melhores graças e bênçãos de Deus” para o Papa (cfr. “Voz da Fátima”, 13 Jun. 1981; OR, 9 Mai. 1982, p. 7, cols. 3-4).

Justamente na tarde deste mesmo dia chegou a notícia do atentado contra o Papa. Desde então, no Santuário de Fátima as autoridades eclesiásticas e os peregrinos se uniram em oração pelo Papa.

“Não podíamos deixar morrer o Santo Padre. Pela proteção de Nossa Senhora, Consoladora dos Aflitos, Saúde dos Enfermos, Mãe da Santa Esperança, o Papa não morreu”, dizia o Bispo de Leiria, um ano depois. (OR, 9 Mai. 1982, p. 9, col. 1-2).

No ritmo da “Senhora da Mensagem”

Podemos afirmar que, desde esse dia, o pontificado do Papa João Paulo II decorreu ao ritmo da “Senhora da Mensagem”, como ele costumava dizer. Alguns momentos são significativos e mostram essa sintonia com a mensagem de Fátima:

– 13 de Maio de 1982 – primeira peregrinação do Papa ao Santuário de Fátima;

– a consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria, na Praça de S. Pedro, na presença da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, da Capelinha das Aparições, a 25 de Março de 1984;

– a segunda peregrinação, no décimo aniversário do atentado, a 13 de Maio de 1991;

– a terceira peregrinação com a beatificação dos pastorezinhos Francisco e Jacinta, em Fátima, e o anúncio da terceira parte do segredo de 1917, a 13 de Maio do ano jubilar de 2000, e a sua revelação completa, a 20 de Junho do mesmo ano.

– Finalmente, a nova ida da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, à Praça de S. Pedro, no dia 8 de Outubro de 2000, quando o Papa João Paulo II consagrou a Nossa Senhora o novo milênio, na presença dos bispos do mundo inteiro.

Em alocuções e outros documentos oficiais de seu pontificado, João Paulo II refere-se a Nossa Senhora de Fátima em 110 ocasiões diferentes.

O Papa João Paulo II teve uma última atenção para com Fátima: enviou uma mensagem para a Irmã Lúcia que, a 13 de fevereiro de 2005 ainda a pode ler poucas horas antes de falecer. Menos de dois meses depois, 2 de abril, quando morreu João Paulo II, na Praça de S. Pedro ouvia-se constantemente o “Ave de Fátima”. Cantando, o povo associava definitivamente João Paulo II a Nossa Senhora de Fátima.

 

Fonte: Arautos do Evangelho

Mensagens Medjugorje

Medjugorje – Mensagem a Marija Pavlovic – 25/03/2011

Queridos filhos!

De um modo especial, hoje eu desejo chama-los à conversão. Que a partir de hoje, uma vida nova começe em vossos corações. Filhos, eu desejo ver o vosso “sim”, e possa a vossa vida ser em cada momento um alegre viver na vontade de Deus. De um modo especial, hoje, eu os abençoo com a minha benção maternal de paz, amor e unidade no meu Coração e no Coração de meu Filho Jesus.

Obrigada por terem respondido ao meu chamado.

Artigos

Diante de dois sinais dos tempos

Autor: Frei Lourenço M. Papin, OP

 

João XXIII, eleito papa em 1958, começou a usar amiúde a expressão “sinal dos tempos”, uma maneira de entendermos os planos e desígnios de Deus, à luz da fé, através dos acontecimentos da vida, da história e da própria natureza.

Trata-se de uma linguagem de inspiração bíblica. Um exemplo marcante: Moisés entendeu que Deus o chamava a libertar Israel da escravidão faraônica, através do clamor de seu povo sofrido e oprimido.

Vejo como um sinal dos tempos, no aqui e agora, o movimento ecológico que se globalizou na defesa da natureza, independente de culturas e confissões religiosas. O Espírito do Senhor sopra onde quer!

A Igreja no Brasil, procurando interpretar esse sinal dos tempos, lançou a Campanha da Fraternidade 2011, tendo como tema: “A Fraternidade e a vida no planeta” e como lema as palavras de Paulo aos Romanos: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8, 22).

Essa Campanha é um brado da Igreja, lembrando que Deus tudo criou para o bem do homem e da mulher, sua obra-prima. É o grande ensinamento do livro do Gênesis narrando a obra da criação.

A natureza toda está, sim, a serviço do homem, mas é seu dever respeitá-la e dela cuidar. A natureza ou o meio ambiente é a casa comum de toda humanidade.

Um dos subsídios para difusão popular da CF é o seu cartaz que você já deve ter visto. Ele é muito chamativo, quase apocalíptico. Ao fundo aparece uma fábrica com sua densa fumaça que polui e degrada o ambiente. Em seguida vê-se um rio com sua água suja e escurecida, lembrando a natureza devastada, influenciando o aparecimento de enchentes e o aumento do nível do mar.

Em contraste a esse quadro desolador, vê-se na parte inferior do cartaz, uma mureta, onde apesar das devastações, ainda existe vida: um pequeno broto e um cipreste (hera), com suas raízes incrustadas, criando um micro ecossistema, insistindo em viver. O que se relaciona com o lema: “A criação geme em dores de parto”.

Não obstante os “sofrimentos e gritos de dor da natureza”, a vida rompe barreiras, mostrando que existe a esperança representada por uma borboleta que, mesmo com sua breve e humilde vida, cumpre seu importante papel no ciclo natural do planeta.

Outro subsídio também popular é o hino próprio dessa Campanha, cantado em todas as comunidades do Brasil. Bonita sua música, rica de conteúdo sua letra.

“A terra é mãe, é criatura viva; / também, respira, se alimenta e sofre, / É de respeito que ela mais precisa! / Sem teu cuidado, ela agoniza e morre.

Olha as florestas, pulmão verde e forte! / Sente esse ar que te entreguei tão puro? Agora, gases disseminam morte; / O aquecimento queima o teu futuro.

Contempla os rios que agonizam tristes. / Não te incomoda poluir assim?! / Vê, tanta espécie não existe. / Por mais cuidado implora esse jardim.

A humanidade anseia nova terra (2Pd 3, 13). / De dores geme toda a criação (Rm 8, 22). Transforma em Páscoa as dores dessa espera, / Quero essa Terra em plena gestação!”

São algumas das estrofes intercaladas com este refrão de forte apelo: “Nossa mãe Terra, Senhor, / Geme de dor noite e dia. / Será de parto essa dor? / Ou simplesmente agonia?! / Vai depender só de nós”!

Há partos de dor que trazem a vida, há partos de agonia que trazem a morte!

Vejo também, como doloroso sinal dos tempos, a catástrofe dos devastadores terremotos e tsunami no Japão.

Antes de tudo seria anticristão afirmar que se trata de castigo de Deus que é Pai de infinita bondade. Todavia, numa perspectiva de fé bíblica, vejo nessa catástrofe da natureza, como uma lição de advertência divina para todos nós a qualquer nacionalidade que pertençamos que humildemente devemos exclamar: Como somos todos pequenos e frágeis, mesmo com as maravilhosas conquistas da tecnologia.

Com imensa dor lamentamos e choramos os milhares de nossos irmãos japoneses mortos ou desaparecidos. Consternados continuamos vendo, sobretudo pela televisão, multidões desoladas, sem teto, padecendo fome, sede e frio, ameaçadas por irradiações nucleares, enfim, um primeiro mundo com imagens de terceiro mundo.

Mitigando tanto sofrimento, constatamos, todavia, o despertar de fraternidade e solidariedade concreta de tanta gente e de numerosas nações cujos governantes estão preocupados em colaborar na solução dos problemas humanos e materiais advindos dessa catástrofe.

Constatamos também a serenidade, tranqüilidade e solidariedade dos japoneses entre si.

Essa fraternidade e solidariedade de dimensão globalizada que crescem cada dia apresentam-se como mais um componente desse sinal dos tempos, forte e alto falante para toda humanidade.

Nossa prece ao Deus Criador pela vida no planeta. Nossa prece ao Cristo, “sol nascente que nos veio visitar” (Lc 1, 78) por esse povo sofrido da terra do sol nascente.

Artigos

Anunciação do Senhor

Numa pequena casa da cidade de Nazaré, ocorreu o acontecimento mais importante da História da humanidade: a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade no seio puríssimo de Maria. A Santa Igreja comemora esse transcendental acontecimento a 25 de março, precisamente nove meses antes do Natal.

O evangelista São Lucas narra o fato com simples palavras.

O valor da graça

Inclinando-se respeitosamente diante da Santíssima Virgem, o Arcanjo São Gabriel disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1, 28).

Consideremos as palavras: Cheia de graça. A menor das graças vale mais que todo o universo material. Pois a graça é a participação da vida divina. Se tivéssemos que escolher entre a menor das graças e todos os tesouros do mundo, deveríamos, sem a menor hesitação, preferir a graça.

Ora, desde o primeiro instante da concepção, que foi imaculada, a graça divina inundara a alma de Maria e essa graça não cessaria de crescer em proporções que desafiam os cálculos de nossas débeis inteligências. Por isso, São Gabriel A chamou: Cheia de graça.

Humildade da Virgem

Maria Santíssima compreendia perfeitamente a imensidade de Deus e o nada da criatura. Devido à sua prodigiosa humildade, Ela se espantou ao ouvir aqueles louvores.

Vendo a mais perfeita das criaturas ter sentimentos tão despretensiosos, o embaixador celeste acrescentou: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus; eis que conceberás e darás à luz um Filho, a Quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será o Filho do Altíssimo. Deus lhe dará o trono de seu pai Davi, e reinará eternamente e o seu reino não terá fim” (Lc 1, 30,33).

Espírito profundamente lógico de Nossa Senhora

Logo após o primeiro elogio feito por São Gabriel, a Santíssima Virgem “meditava que saudação seria esta” (Lc 1, 29).

E quando o anjo anunciou-lhe que Ela seria Mãe de Deus, a Virgem indagou: “Como se fará isso, pois Eu não conheço varão?“. E ele respondeu-lhe: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá. E, por isso mesmo, o Santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus” (Lc 1, 35-37).

União Hipostática

Compreendendo ser essa a santíssima vontade de Deus, a Virgem disse ao Anjo: “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra” (Lc 1, 38).

“Ó poderosa, ó eficaz, ó augustíssima palavra! — exclama São Tomás de Vilanova (1488-1555). Com um Fiat (faça-se) criou Deus a luz, o céu, a terra, mas com este Fiat de Maria um Deus se tornou homem como nós”.

Então operou-se a maior de todas as maravilhas. Pela ação do Espírito Divino começou a formar-se no seio da Virgem puríssima o corpo do Menino Jesus. O mesmo Espírito Santo uniu a esse corpo uma alma humana e juntou corpo e alma à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Essas três partes de uma mesma operação foram simultâneas, e esse sublime mistério é denominado pela Teologia de União Hipostática. Na Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo — verdadeiro Deus e verdadeiro Homem — se unem as naturezas divina e humana.

Maria, Mãe de Deus

A Virgem é Mãe de Deus porque gerou alguém que é Deus. Não é, porém, Mãe da Divindade ou da natureza divina; é Mãe duma Pessoa Divina enquanto produziu, no tempo, a natureza humana dessa Pessoa.

Ora, Maria é mãe no sentido próprio. Pois o sujeito gerado é Deus ou uma Pessoa Divina, e não uma pessoa humana que depois foi feita Deus. O filho da Virgem é Deus no momento da concepção. No mesmo instante em que foi homem, foi Deus e homem, porque a natureza humana de Jesus estava destinada a subsistir, unida à natureza divina, na Segunda Pessoa divina.

Esses pontos são doutrina de fé, explicitamente definida e de primeira importância no dogma da Encarnação, pois compreende:

1. A declaração da natureza humana de Cristo, sem a qual não haveria a maternidade de Maria.

2. A declaração da natureza divina de Cristo; do contrário, o filho de Maria não poderia chamar-se Deus.

3. A declaração da união hipostática das duas naturezas na mesma pessoa, a divina; só assim pode ser um mesmo, o filho de Deus-Pai e o filho de Maria.

4. A declaração desta união desde o instante da concepção de Cristo; do contrário, a mãe de Cristo-Homem não se poderia chamar e ser Mãe de Deus.

Maria é chamada verdadeiramente Mater Dei, em latim, ou Theotokos, em grego, conforme definiu solenemente o Concílio de Éfeso, no ano de 431.

Veja outro artigo sobre a Anunciação, clique aqui.

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Fontes de referência:

Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria Santíssima, Vozes, 1964.

– Cônego Raymond Thomas de Saint-Laurent, La Vierge Marie, Aubanel Frères – Avignon, 1927.

Frei J. Armindo Carvalho, O.P., Maria no plano de Deus, Cadernos Culturais, 1, Braga, 1958.

Orações

Oração a Jesus Crucificado

Eis-me aqui, ó bom e dulcíssimo Jesus, que prostrado de joelhos na vossa presença, Vos peço e suplico com o mais ardente fervor da minha alma que imprimais em meu coração vivos sentimentos de fé, esperança e caridade, e um verdadeiro arrependimento dos meus pecados com o propósito firme de me emendar, enquanto eu considero com grande afecto e dor de alma as vossas cinco chagas, tendo diante dos olhos o que já o Santo Profeta David dizia de Vós, ó Bom Jesus: “Trespassaram as minhas mãos e os meus pés, e contaram todos os meus ossos”.

Orações

Oração para pedir a saúde

Pai nosso que estais no Céu, o Sol que ilumina a Terra e lhe dá calor e vida, lembra-nos o vosso amor porque é em Vós que vivemos, nos movemos e somos. Do mesmo modo que, no passado, estivestes muitas vezes connosco na hora das dificuldades, continuai agora a abençoar-nos com a vossa ajuda.
Olhai, Senhor, com bondade o que está a acontecer para meu proveito. Guiai com sabedoria o médico e todos os que me prestam cuidados. Dai-lhes a vossa força curadora para que me seja devolvida a saúde e a fortaleza. Depois, dar-Vos-ei graças pelo vosso generoso e solícito cuidado. Amém.

Orações

Oração por um doente em estado grave

Senhor Jesus Cristo, Redentor dos homens, que na vossa Paixão quisestes suportar as nossas dores e aguentar os nossos sofrimentos, nós Vos pedimos por N… que está doente. Vós que o redimistes; avivai nele a esperança da salvação e confortai-lhe o corpo e a alma. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém.

Orações

Oração a Nossa Senhora para passar bem o dia

Maria, minha querida e terna Mãe, ponde a Vossa mão sobre a minha cabeça. Guardai a minha mente, coração e sentidos para que eu não cometa pecado. Santificai os meus pensamentos, sentimentos, palavras e acções, para que eu possa agradar- Vos e ao Vosso Jesus e meu Deus. E assim, possa partilhar da vossa felicidade no Céu. Jesus e Maria, dai-me a Vossa benção; em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.