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A primeira Imagem esculpida de Nossa Senhora de Fátima

Há um cheiro sacramental espalhado por S. Mamede do Coronado, na Trofa (Portugal). Vem escorraçado pelo pó que sai das oficinas onde velhos “santeiros” talham e pintam estatuetas. São os discípulos de José Ferreira Thedim, o homem que há 82 anos criou a imagem de Nossa Senhora de Fátima. “Um mestre”, diz Zacarias Tedim, sobrinho do escultor. “O número um em arte sacra”, afirma o povo da aldeia.

José Ferreira Thedim nasceu em S. Mamede do Coronado (Portugal) em 1892 e aí morreu em 1971. “O pai era escultor e os irmãos também. Mas o meu tio recorda Zacarias, era o mais artístico de todos”, que aos 65 anos faz um pouco mais do que meia dúzia de imagens.

As estátuas de José Ferreira Thedim primavam pela exuberância, conta Joaquim Oliveira, 76 anos, 20 dos quais pintava o que José F. Thedim cinzelava. “Era o único a moldar, a desenhar e a fazer. Lembro-me que na oficina havia uma educação especial. Um silêncio tremendo. Parecia uma igreja”.

Seria esse profissionalismo, que fez “escola” em S. Mamede do Coronado (Portugal), que levaria a Igreja a escolher José F. Thedim para talhar a figura de Nossa Senhora de Fátima.

 “Muito antes do meu tio ter sido incumbido, em 1917, de esculpir a imagem, já outra tinha sido feita por Teixeira Lopes, escultor de arte antiga”, explica Zacarias. “Era uma mulher de busto forte, vergada, vestida com um traje normal. Só que foi rejeitada”.

Sem figura para assinalar o 13 de Maio, diz Zacarias, o Santuário encomendou outra. “Pediram uma nova imagem à Casa Fânzeres, de Braga, que a confiou a José F. Thedim”. Mas o contato não teria sido casual, destaca o padre Lucindo Silva, abade há 17 anos da vizinha S. Romão do Coronado. “José F. Thedim era amigo do antigo pároco de S. Mamede. E o bispo de Leiria, na época das Aparições, era de S. Pedro de Fins”.

Multiplicação do dinheiro

Escolhido o “santeiro”, “José F. Thedim foi levado até à irmã Lúcia para recolher dados para o trabalho”. Mas o certo, afirma Joaquim Oliveira, pintor, é que no início José F. Thedim teria ido buscar idéias “a um catálogo espanhol” para conceber a imagem original. Sim, “porque há uma original e uma repetitiva”, frisa o padre Lucindo. “A diferença está na forma como foi feito o manto, mas também no fato de uma ser artística e a outra comercial”. Foi esta última que acabou por encher os bolsos a muitos “santeiros”, esclarece Avelino Vinhas, enquanto passeia  com seus 90 anos pela escadaria da Casa Estúdios Nossa Senhora de Fátima.

“Trabalhei com o José F. Thedim dos 12 até aos 20 anos e depois estabeleci-me. Fiz milhares de contos de réis em Fátima e espalhei a nossa arte cristã por todas as nações do Mundo”.

Hoje alegra-se em ter estátuas na China, na América, na Catedral de Luanda e até “um Coração de Maria na terra do Papa, em Cracóvia”.

A visão de Lúcia

Acabada a obra, “com um metro e três centímetros dos pés até ao cabeça”, a imagem seguiu para o Santuário, diz  Zacarias Thedim. “Foi abençoada pelo pároco de Fátima a 13 de Maio de 1920 e a 13 de Junho foi colocada na Capelinha das Aparições”. A partir daí o trabalho de José F. Thedim internacionalizou-se. A tal ponto que em 1931 Pio XI atribuiu-lhe o título de comendador da Santa Sé.

Incansável, o escultor cria, em 1947, a Virgem Peregrina. Novamente, salienta Zacarias, “teve de falar com Lúcia, porque precisava de uma visão fiel”. No trajeto das alterações à estátua juntou-se a José F. Thedim o discípulo Joaquim Oliveira. “Depois de ter dado a primeira volta ao Mundo, a imagem voltou e chamaram-me para a restaurar”, conta. “Fui à presença de Lúcia que me disse o que queria e não queria na imagem”. E o que não queria, confessa, “era que soubessem que eu lá tinha estado”.

Seguiu-se S. João de Deus, “Pietá”, várias homenagens e um pedido especial do antigo presidente norte-americano Eisenhower que lhe encomendou uma “Santane de Beauprais”.

Hoje, a obra de José F. Thedim está espalhada por galerias, igrejas, mosteiros e conventos de todo o Mundo. O problema, frisa Joaquim Oliveira, é que a escola de Thedim está acabando. “Os jovens não ligam a isto. E nós somos os “santeiros”, porque escultores, só os das Belas Artes”.

Talhada em cedro do Brasil

A primeira imagem e que se encontra até hoje entronizada na capelinha das aparições, bem com as primeiras esculpidas para peregrinação pelo mundo foram feitas em madeira de cedro vinda dos Estados de S. Paulo, Paraná e Santa Catarina no Brasil. Uma material lenhoso, colorido e com um cheiro característico muito bom para a talha.

A Coroa

A coroa que a imagem ostenta apenas nas grandes celebrações é um exemplar único cunhado em Lisboa e nela trabalharam gratuitamente 12 artistas durante três meses. Pesa 1200 gramas e é enriquecida por 313 pérolas e 2679 pedras preciosas. Esta coroa  foi oferecida pelas mulheres portuguesas a 13 de Outubro de 1942, em ação de graças por Portugal não ter entrado na 2º Guerra Mundial, e tem incrustada a bala oferecida por João Paulo II.

O falecido Sumo Pontifice ofereceu a bala que lhe trespassou o corpo no atentado de que foi vítima em Roma, a 13 de Maio de 1981, em sinal de agradecimento à Virgem, por lhe salvo a vida.

Fonte:  Zacarias Thedim

Orações

Oração a Nossa Senhora de Caravaggio

Ó Maria, Virgem Santa de Caravaggio do presépio até a cruz cuidaste do teu Filho, e para Joaneta, foste consolação e fonte de paz.
Mostra-nos o Salvador: fruto do teu ventre, e ensina-nos a acolher Jesus e seguir seu Evangelho. À tua proteção recorremos, ó cheia de graça, em nossas necessidades: livra-nos dos perigos; ajuda-nos a vencer as tentações; leva ao Senhor nossa prece e mostra que és nossa mãe, a mãe que ele nos deu.


Roga por nós, Nossa Senhora de Caravaggio, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

Orações

Oração a Nossa Senhora da Visitação

Deus eterno e todo poderoso, em vosso imenso amor inspirastes Maria, quando trazia em si o Vosso Filho a visitar Isabel. Concedei-nos por sua intercessão que, respondendo fielmente aos apelos de Vosso Espírito, procuremos amar eficazmente o próximo.

Por Vosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

Nossa Senhora da Visitação, Rogai por nós!

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Nossa Senhora da Visitação

"A visitação" Pintor Domenico Ghirlandaio c. 1491 (Musée du Louvre, Paris)

FESTA 31/05

Maio é o mês dedicado à particular devoção de Nossa Senhora. A Igreja o encerra com a Festa da Visitação da Virgem Maria à santa prima Isabel, que simboliza o cumprimento dos tempos. Antes ocorria em 02 de julho, data do regresso de Maria, uma semana depois do nascimento e do rito da imposição do nome de São João Batista.

A referência mais antiga da invocação de Nossa Senhora da Visitação pertence a Ordem franciscana, que assim a festejavam desde 1263, na Itália. Em 1441, o Papa Urbano VI instituiu esta festa, pois a Igreja do Ocidente necessitava da intercessão de Maria, para recuperar a paz e união do clero dividido pelo grande cisma.

A Bíblia narra que Maria viajou para a casa da família de Zacarias logo após a anunciação do Anjo, que lhe dissera “vossa prima Isabel, também conceberá um filho em sua idade avançada. E este é agora o sexto mês dela, que foi dita estéril; nada é impossível para Deus”. (Lc 1, 26, 37). Já concebida pelo Espírito Santo, a puríssima Virgem foi levar sua ajuda e apoio à parenta genitora do precursor do Messias Salvador.

O encontro das duas Mães é a verdadeira explosão de salvação, de alegria e de louvor ao Criador. Dele resultou a oração da Ave Maria e o cântico do “Magnificat”, rezados e entoados por toda a cristandade aos longos destes mais de dois milênios.

Desde 1412, Nossa Senhora da Visitação é festejada especialmente pelos italianos da Sicília, como a Padroeira da cidade da Enna. Mas nem todo o mundo cristão celebrava esta veneração, por isto foi confirmada no sínodo de Basiléia em 1441.

Os portugueses sempre a celebraram com muita pompa, porque rei D. Manuel I, o Venturoso, que governou entre 1495 e 1521, escolheu Nossa Senhora da Visitação a Padroeira da Casa de Misericórdia de Lisboa, e de todas as outras do reino.

Foi assim que este culto chegou ao Brasil Colônia, primeiro na Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, depois se disseminou por todo território brasileiro. Antigamente os fieis faziam uma enorme procissão até os Hospitais da Misericórdia para levar conforto aos enfermos e suas doações às instituições. Hoje, as paróquias enviam as doações recolhidas com antecedência, para as Pastorais dos enfermos, que atuam com os voluntários junto às Casas de Saúde mais deficitárias. Tudo para perpetuar a verdadeira caridade cristã, iniciada pela Mãe de Deus ao visitar a santa prima levando sua amizade e ajuda quando mais precisava.

Em 1978, a Madre Maria Vincenza Minet foi chamada pelo Senhor para fundar uma congregação de religiosa sob o carisma de Nossa Senhora da Visitação. Com o apoio do Bispo de Assis, nesta cidade da Itália nasceu as Servas da Visitação em 1978, para abrirem missões a fim de atender as necessidades dos mais pobres e marginalizados em todos os continentes. Hoje, além da Itália, atuam na Polônia, Filipinas, África e Brasil.

Fonte: Editora Paulinas

Orações

Oração a Nossa Senhora Auxiliadora

Santíssima Virgem Maria a quem Deus constituiu Auxiliadora dos Cristãos, nós vos escolhemos como Senhora e Protetora desta casa. Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso.

Preservai esta casa de todo perigo: do incêndio, da inundação, do raio, das tempestades, dos ladrões, dos malfeitores, da guerra e de todas as outras calamidades que conheceis. Abençoai, protegei, defendei, guardai como coisa vossa as pessoas que vivem nesta casa. Sobretudo concedei-lhes a graça mais importante, a de viverem sempre na amizade de Deus, evitando o pecado.

Dai-lhes a fé que tivestes na Palavra de Deus, e o amor que nutristes para com Vosso Filho Jesus e para com todos aqueles pelos quais Ele morreu na cruz.

Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por todos que moram nesta casa que Vos foi consagrada. Amém.

Intercessões Nossa Senhora Santuários Marianos

Nossa Senhora Auxiliadora

FESTA NO DIA 24/05

Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este combate católico.

A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Afastada a perseguição maometana, o Santo Padre demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos.

No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados pontifícios, foi excomungado pelo Sumo Pontífice. Em resposta, o imperador francês seqüestrou o Vigário de Cristo, levando-o para a França. Movido por ardente fé na vitória, o Papa recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a imagem de Nossa Senhora de Savona logo que fosse liberto.

O Santo Padre ficou cativo por cinco anos, sofrendo toda espécie de humilhações. Uma vez fracassado, Napoleão cedeu à opinião pública e libertou o Papa, que voltou a Savona para cumprir sua promessa. No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os bens eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde aprisionara o velho pontífice.

Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma.

O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades.

No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, São João Bosco iniciou a construção, em Turim, de um santuário, que foi dedicado a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos.

A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com sua mãe Margarida, a confiar inteiramente em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título Auxiliadora dos Cristãos. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi “Ela (Maria) quem tudo fez”, quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão.

Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a “Virgem de Dom Bosco”.

Escreveu Dom Bosco: “A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso”.

 Oração a Nossa Senhora Auxiliadora, Protetora do Lar

 Santíssima Virgem Maria a quem Deus constituiu Auxiliadora dos Cristãos, nós vos escolhemos como Senhora e Protetora desta casa. Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso.

Preservai esta casa de todo perigo: do incêndio, da inundação, do raio, das tempestades, dos ladrões, dos malfeitores, da guerra e de todas as outras calamidades que conheceis. Abençoai, protegei, defendei, guardai como coisa vossa as pessoas que vivem nesta casa. Sobretudo concedei-lhes a graça mais importante, a de viverem sempre na amizade de Deus, evitando o pecado.

Dai-lhes a fé que tivestes na Palavra de Deus, e o amor que nutristes para com Vosso Filho Jesus e para com todos aqueles pelos quais Ele morreu na cruz.

Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por todos que moram nesta casa que Vos foi consagrada. Amém.

Fonte: Canção Nova

Orações

Oração a Nossa Senhora de Fátima


Santíssima Virgem, que nos montes de Fátima vos dignastes revelar aos três pastorinhos os tesouros de graças que podemos alcançar, rezando o santo rosário, ajudai-nos a apreciar sempre mais esta santa oração, a fim de que, meditando os mistérios da nossa redenção, alcancemos as graças que insistentemente vos pedimos (pedir a graça).

Ó meu bom Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós.

Amém

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Nossa Senhora de Fátima: Há 94 anos o céu visitou a terra

A mensagem de Fátima ecoa hoje com ainda mais vigor

Era 13 de maio de 1917, uma manhã de domingo como tantas outras, quando o céu se abriu e Nossa Senhora veio visitar a terra, trazendo um apelo de conversão para toda a humanidade. Escolheu como mensageiros os humildes pastorinhos da Serra de Aire, Jacinta de 7 anos, seu irmão Francisco, de 9, e sua prima Lúcia, de 10 anos.

O lugar escolhido também surpreende pela simplicidade. A Cova da Iria era uma terra de pastagens para o rebanho de ovelhas, coberta de uma vegetação rasteira, pedras e algumas árvores, como a azinheira, utilizada por Nossa Senhora do Céu como púlpito, para falar aos pequeninos e por intermédio deles ao mundo inteiro.

O fato é que, há 94 anos, o 13 de Maio é um marco na história de Portugal, da Igreja e do mundo. A vida daquelas crianças também mudou completamente depois daquele dia. Fiéis ao apelo de Nossa Senhora: «Oferecei a Deus todos os sofrimentos que Ele vos enviar, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores».

Os Três Pastorinhos entregaram-se a esta sua grande missão, principalmente pela recitação diária do terço e a prática de sacrifícios, de tal modo que já em 1919 e 1920, respectivamente, Francisco e Jacinta foram levados ao céu. E depois de a Santa Igreja ter reconhecido as virtudes heroicas deles e um milagre por meio da intercessão deles, o Papa João Paulo II – no dia de 13 de maio de 2000 – declarou-os beatos, reconhecendo assim o cumprimento heroico da missão que receberam de Nossa Senhora.

Na terceira aparição da Virgem Maria às crianças – em julho de 1917, Lúcia recebeu de Nossa Senhora uma missão específica: «Jesus quer servir-Se de ti, para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração». Missão que ela assumiu com muito empenho durante toda a vida.

Em outubro daquele mesmo ano, conforme a Senhora havia prometido, concluiu-se o ciclo das aparições. Aquele dia ficou marcado com o surpreendente “Milagre do Sol” – historicamente certo e reconhecido inclusive pela ciência. Diante deste sinal de Deus, o bispo D. José nomeou, em maio de 1922, uma Comissão Canônica para o processo Diocesano das Aparições e em 13 de outubro de 1930 declarou como dignas de crédito as visões das crianças na Cova da Iria, permitindo oficialmente o culto a Nossa Senhora de Fátima que, a esta altura, já atraía milhares de peregrinos de diversas partes do mundo ao local.

A essência da Mensagem de Fátima é chamar a atenção dos homens para as verdades eternas da salvação. Sua primeira exigência é a reparação das ofensas cometidas contra Deus, contra Jesus e contra o Imaculado Coração de Maria.

Jacinta Marto, a mais nova entre os três videntes, expressava esta verdade quando já enferma – e totalmente absorvida pelo desejo do Céu – vivia seus últimos dias aqui na terra. «Se os homens soubessem o que é a eternidade, faziam tudo para mudar de vida», proclamava ela.

Francisco, que tinha caráter firme e era, segundo relatos, o mais radical nas penitências, era de poucas palavras e de muita oração. Sabendo que seria logo levado ao Céu pela Branca Senhora, não queria outra coisa senão consolar o coração de Jesus com suas orações e penitências. Enquanto a sua irmã e a prima iam à escola, ele aproveitava para ficar com “Jesus Escondido”, como costumava referir-se à Santíssima Eucaristia.

À Lúcia foi confiada – pela Virgem de Fátima – a missão de nos transmitir a Mensagem de Fátima, guardar por um tempo “o Segredo de Fátima” e ser, durante sua vida na terra, um sinal concreto de fé e esperança para os peregrinos e devotos de Nossa Senhora. Faleceu aos 98 anos, em 13 de fevereiro de 2005.

Noventa e quatro anos já se passaram e a Mensagem de Fátima parece-nos ecoar com ainda mais vigor. As inúmeras graças alcançadas e o número cada vez maior de peregrinos que vêm à Cova da Iria são sinais evidentes da presença real da Mãe de Deus neste lugar.

Apoiemo-nos com fé na promessa que Nossa Senhora nos fez: «Por fim meu Imaculado Coração triunfará» e caminhemos como fiéis peregrinos rumo à salvação eterna.

Fonte/Autora:

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Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com

Dijanira Silva Apresentadora da Rádio CN FM 103.7 em Fátima Portugal

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A missão da Irmã Lúcia

A difusão da devoção ao Imaculado Coração de Maria foi a incumbência específica dada por Nossa Senhora a essa privilegiada vidente.

A visita da Virgem Maria foi para a Irmã Lúcia “o início de uma singular missão, à qual ela se manteve fiel até ao fim dos seus dias”, afirma o Papa João Paulo II na mensagem enviada ao Bispo de Coimbra, por ocasião das exéquias da quase centenária freira carmelita.

Qual foi em concreto essa missão? A resposta, encontramo-la nas “Memórias” de Lúcia.

A graça de Deus será vosso conforto

Com aquela celestial Senhora “vestida de luz”, a vidente manteve vários diálogos. Já na primeira aparição, a 13 de maio, perguntou-lhe:

– E eu também vou para o Céu?

– Sim, vais.

– E a Jacinta

– Também.

– E o Francisco?

– Também, mas tem que rezar muitos Terços. (…) Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?

– Sim, queremos.

– Ide, pois, ter que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

“Foi ao dizer estas palavras – esclarece a Irmã Lúcia, em suas memórias – que abriu as mãos, fazendo penetrar em nossos peitos o reflexo que delas expedia. A qual luz nos penetrava no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente do que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo, também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente: ‘Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento’.

“Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou: ‘Rezem o Terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra’.”

Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar

Na segunda aparição, a 13 de junho, Nossa Senhora confiou à Irmã Lúcia uma missão específica, dizendo-lhe:

– A Jacinta e o Francisco, levoos em breve, mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação, e serão queridas de Deus essas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono.

E a eleita religiosa acrescenta: “Nossa Senhora me disse que nunca me deixaria e que seu Imaculado Coração seria o meu refúgio e o caminho que me conduziria a Deus”.

Comentando essa confortadora promessa da Santíssima Virgem, Jacinta expande-se com sua prima em manifestações de amor:

“Aquela Senhora disse que o seu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus. Não gostas tanto disto? Eu gosto tanto do seu Coração! É tão bom! Gosto tanto do Coração Imaculado de Maria! É o Coração da nossa Mãezinha do Céu! Tu não gostas tanto de dizer muitas vezes: Doce Coração de Maria! Imaculado Coração de Maria! Eu gosto tanto, tanto! Doce Coração de Maria, sede a minha salvação! Imaculado Coração de Maria, convertei os pecadores, livrai as almas do inferno!”

Eu fico mais algum tempo na terra

A designação de Lúcia para uma missão específica é relatada, com acréscimo de alguns pormenores, num diálogo entre os três pastorinhos a propósito da aparição de 13 de junho de 1917. Francisco pergunta à sua prima:

– Para que estava Nossa Senhora com um coração na mão espalhando pelo mundo essa luz tão grande que é Deus? Tu estavas com Nossa Senhora na luz que descia para a terra, e a Jacinta, comigo, na que subia para o Céu.

– É que tu, com a Jacinta, vais em breve para o Céu, e eu fico com o Coração Imaculado de Maria mais algum tempo na terra.

– Quantos anos ficas aqui?

– Não sei, bastante tempo!

– Foi Nossa Senhora quem o disse? – insiste Francisco.

– Foi. E eu o vi nessa luz que Ela nos fez penetrar no peito.

Ouvindo esta última afirmação, Jacinta exclama:

– É assim mesmo! Eu também assim o vi. Esta gente fica tão contente só por lhe dizermos que Nossa Senhora mandou rezar o Terço e que aprendesses a ler! O que seria se soubessem o que Ela nos mostrou em Deus, no seu Imaculado Coração, nessa luz tão grande! Mas isso é segredo, não se lhe diz. É melhor que ninguém o saiba.

Amor ardente ao Imaculado Coração

E em outro trecho das “Memórias”, a Irmã Lúcia escreve: “Parece-me que, naquele dia (13 de julho de 1917, terceira aparição), este reflexo teve por fim principal infundir em nós um conhecimento e amor especial para com o Coração Imaculado de Maria, assim como das outras duas vezes o teve a respeito de Deus e do mistério da Santíssima Trindade.
Desde esse dia, sentimos no coração um amor mais ardente pelo Coração Imaculado de Maria”.

Qual era a força desse amor, pode-se avaliar pela recomendação feita por Jacinta à Irmã Lúcia em julho de 1919, pouco antes de ir para o Hospital de Ourém: “Falta-me pouco para ir para o Céu. Tu ficas cá para dizeres que Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Quando for para dizeres isso, não te escondas. Diz a toda a gente que Deus nos concede as graças por meio do Coração Imaculado de Maria, que as peçam a Ela. Ah! se eu pudesse meter no coração de toda gente o lume que tenho cá dentro no peito a queimar-me e a fazer- me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria!”

Fonte: Arautos

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O que é ser santo?

Autor: Frei Lourenço Maria Papin, OP


A Igreja toda viveu um forte momento de emoção religiosa com a beatificação de João Paulo II por Bento XVI, no passado dia primeiro de maio.

E a Igreja no Brasil, particularmente reviverá essa emoção com beatificação da brasileira Irmã Dulce, no próximo 22 de maio. Irmã Dulce, carinhosamente chamada de “o anjo bom da Bahia” em razão de seu trabalho com os doentes, pobres e marginalizados.

Os ritos da Beatificação, assim como na canonização, são gestos eclesiais para lembrar que todos somos chamados por Deus a ser santos.

“Vocação Universal à Santidade na Igreja” é o significativo título do capítulo V da Constituição Dogmática Lumen Gentium do Concílio Vaticano II.

A propósito, escreveu João Paulo II: “A santidade é a prioridade permanente da Igreja” (Cf. Carta Apostólica “No início do novo milênio” – NMI – n. 30). E Igreja somos todos nós, sem distinção, igualitáriamente.

Mas afinal, o que é ser santo? Antes de tudo, a santidade não é privilégio de alguns nem é elitista.  Ela não está além das nuvens, mas ao alcance de todos, pois “esta é a vontade de Deus: a vossa santificação”, escreveu Paulo à sua comunidade de Tessalônica (1 Tess 4,3).

Aliás, os cristãos, no tempo dos apóstolos, sem falsa modéstia, se chamavam de santos. É tão bonita a conclusão da carta de Paulo aos filipenses, escrita na prisão em Roma: “Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa do Imperador” (Fl 4,21). Santos estes corajosos, pois certamente viviam na clandestinidade!

Ser santo é viver a Caridade, isto é, levar até as últimas consequências os dois supremos mandamentos: amar a Deus  sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmo (Cf Mt 22, 34-40). A santidade consiste essencialmente na Caridade e no fato de sermos filhos de Deus, “participantes de sua natureza divina” (2 Pd 1, 4b).

Ser santo é viver na amizade filial com Deus. É estar em comunhão com a Trindade Santa, mistério de infinito amor. A Trindade é fonte e inspiração de toda a santidade.

Ser santo é ter vida de oração pessoal e comunitária permanente . É ouvirr e praticar a Palavra de Deus com todas suas exigências, numa atitude de Fé vivificada pela Caridade.

Ser santo é estar em comunhão participativa com a Igreja, com a comunidade. Ninguém se torna santo isoladamente. Na Igreja vamos encontrar os Sacramentos como canais de graças especiais para o crescimento na santidade. Ser santo é ter vida sacramental, sobretudo eucarística.

Ser santo é estar em continuo e humilde processo de conversão, procurando afastar o maior obstáculo à santidade que pe o pecado. Ser santo é viver em estado de Graça.

Ser santo é fazer de toda nossa vida uma oblação a Deus, como expressão de entrega e serviço a Ele e aos irmãos, sobretudo pobres e necessitados.

Ser santos é respeitar a defender a dignidade da pessoa humana, obra-prima de Deus, remida e restaurada pelo sangue de Cristo. Ser santo é ter fome e sede justiça e promover a paz como exigência de vida digna para todos. Essa é a dimensão social da santidade.

A santidade pode florescer em toda parte, nos mais variados estilos de vida: na vida conjugal e familiar, na vida sacerdotal e religiosa nas diversas modalidades da vida profissional e até mesmo na vida politica.

Entre as centenas de processos de beatificação de leigos e leigas que tramitam no Vaticano, pelo menos dois se referem a politicos: Alcides De Gasperi, admirável estadista, por vários anos primeiro ministro da Itália no após guerra, e Giorgio La Pira, respeitado jurista que foi deputado federal no parlamento italiano e duas vezes prefeito de Florença.

Independente de beatificação ou canonização, estejamos certos que há multidões de santos e santas anônimos pelos caminhos da vida, tantos deles, quem sabe, bem perto de nós, no meio de nós! Se não os houvesse, a Redenção teria sido um fracasso, como profetizou um meu confrade, Frei João Alves Basílio.

E para nos questionar, cito aqui as desconcertantes palavras de um grande convertido, escritor e jornalista católico francês, Léon Bloy (1846  – 1917): “A única tristeza é não ser santo”!

Sim, “a única tristeza é não ser santo”: na vida pessoal, na vida de família e de comunidade, na vida profissional, política e social. Essa tristeza desaparecerá e dará lugar  à verdadeira alegria, na medida e m que houver empenho na busca da santidade.

Será a santidade um ideal impossível? Mas Deus nunca exige de seus filhos o impossível!

Não obstante as fraquezas e limitações humanas, pois somos santos e pecadores, acreditamos no ideal da santidade, sabendo que o seu protagonista é o próprio Espírito de Deus, forte e suavemente agindo na criatura humana.