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Maria: Garantia de salvação

Que preciosa segurança para nosso futuro se amarmos a Santíssima Virgem a ponto de querermos ser imagens vivas d’Ela na Terra!

A devoção a Maria não é um simples ornamento do Catolicismo, nem mesmo um socorro entre muitos outros, que podemos usar ou não, a nosso critério. É uma parte integrante da Religião. Deus quis vir a nós por meio de Maria, e só por meio d’Ela podemos ir a Ele.

Termômetro espiritual e garantia da salvação

Assim como, para certificar-se da vida de uma pessoa, o médico perscruta as batidas de seu coração, nós, para sabermos se uma alma é virtuosa, se ela vive da vida cristã, averiguamos se o culto à Santa Virgem das Virgens lhe é indiferente ou agradável.

Sim, a devoção a Maria é como um termômetro espiritual que marca – se assim podemos dizer – a temperatura de nossa alma, que revela suas disposições secretas. Se as práticas desta devoção nos agradam, podemos estar tranquilos quanto ao estado de nossa alma. Mas se sentimos que há frieza entre nós e a Santíssima Virgem, se abandonamos os atos de culto a Ela, se negligenciamos as orações cotidianas, se alegamos falta de tempo para recitar o Rosário, tenhamos cuidado: nossa virtude diminuiu, a fé de nossa Primeira Comunhão esvaiu- se, estamos no caminho que nos afasta de Deus!

Compreende-se, pois, a necessidade de insistir neste tema, de estimular a piedade e a devoção a Nossa Senhora. Para nós, esta devoção é uma garantia de salvação!

Como assim? É que, se amamos a Virgem Maria, trabalharemos para nos assemelhar a Ela. Somos irresistivelmente levados a imitar as pessoas que nos são simpáticas: quereríamos pensar, falar, viver como elas. Oh! Que preciosa segurança para nosso futuro se amarmos a Santíssima Virgem a ponto de querermos ser imagens vivas d’Ela na Terra! Como Ela, evitaremos tudo quanto desagrada a Deus e tudo quanto causaria prejuízo a nossas almas; como Ela, faremos todo bem, cumpriremos nosso dever, praticaremos a virtude. Com isso, podemos ter confiança.

O exemplo de São Francisco de Sales

Por outro lado, está garantida uma proteção especial da Santíssima Virgem a quem é, de fato, Seu devoto. Quando lhe vierem as provas, as tribulações, as tentações, por mais numerosas e violentas que forem, com a assistência de Maria, ele jamais desesperará. Como prova disso, haveria mil fatos emocionantes para contar. Vejamos somente este, extraído da vida de São Francisco de Sales.

Jovem ainda, São Francisco estava atormentado por uma tentação, contra a qual ele lutava com energia. Mas, numa hora de desânimo, o futuro apareceu–lhe com cores sombrias: ele imaginava-se perdido, condenado ao inferno… Ser condenado, ser separado de Deus, que ele amava como um pai, de Nossa Senhora, que ele venerava como uma mãe, e isso por uma eternidade sem fim!… Este pensamento torturava-lhe o coração e lhe arrancava soluços.

Certo dia, em que ele entrou numa igreja sob essa triste impressão, sentiu como uma mão invisível que o empurrava para os pés de uma imagem de Nossa Senhora. Ajoelhou-se diante dela e suplicou a Maria que lhe obtivesse a graça de vencer essa tentação que o obcecava, e terminou sua oração com estas belas palavras: “Se devo odiar a Deus eternamente no inferno, suplico-Vos uma coisa: obtende-me pelo menos a graça de amá-Lo de todo o meu coração nesta Terra!”.

Terminada sua oração, levantou-se vencedor: a Consoladora dos Aflitos o havia livrado daquele tormento!

Prova de predestinação

Se de vez em quando temos pecados a lamentar, se somos testemunhas entristecidas de quedas humilhantes, não seria porque abandonamos o culto à Santíssima Virgem, porque renunciamos à piedade e, assim, nos privamos de uma assistência que nos teria preservado?

Podemos concluir que uma piedade sólida e sincera é uma prova de predestinação. Se tivermos essa convicção e tomarmos a firme resolução de cultivar, sempre mais e mais, a devoção à Santíssima Virgem e praticar as virtudes que Ela nos inspira, será este um dos melhores frutos desta leitura