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Entrevista com o mariólogo leigo irlandês Williams A.Thomas

Por José Antonio Varela Vidal

ROMA, sexta-feira, 21 de setembro de 2012 (ZENIT.org) -. Dias atrás foi concluído em Roma o 23° Congresso Mariológico Internacional, que, no contexto do 50° aniversário do Concílio Vaticano II, abriu espaço para a reflexão sobre o desenvolvimento da mariologia nos últimos anos, assim como a devoção à mãe de Jesus.

ZENIT conversou com o teólogo e mariólogo irlandês, o leigo William A. Thomas, que é também jornalista e escritor de temas religiosos, e consultor em seu país de casos especiais para dois dicastérios da Santa Sé.

ZENIT: Qual foi a importância deste Congresso para a comunidade mariológica?

Williams A. Thomas: Foi muito importante, porque analisou o desenvolvimento da mariologia desde o Concílio Vaticano II até hoje. Devemos levar em conta que, nesta ocasião, foram 16 documentos no total, com quatro muito importantes, dentre eles o capítulo 8 da Lumen Gentium, que foi a coroa dedicada à Virgem como Mãe da Igreja. E sobre isso nos detemos a estudar no Congresso.

ZENIT: E quais foram as principais conclusões?

Williams A. Thomas: Que desde o tempo do Concílio existem problemas em relação a devoção à Virgem Maria, já que antes disso, existia uma grande devoção seja pelo terço como pelas novenas e a consagração, por exemplo. Após o Concílio esta devoção foi eliminada em muitos países. O problema para os mariólogos é que o Vaticano II foi dedicado à reforma da liturgia, mas se questiona onde está a Mãe de Deus neste esquema posterior.

ZENIT: Por que isso aconteceu?

Williams A. Thomas: Como um Concílio Ecumênico, e tendo que conversar com outras pessoas, como os protestantes, que não têm a devoção a Maria, algumas Igrejas removeram as estátuas e imagens dos templos, por exemplo.

ZENIT: Isso acontece ainda hoje?

Williams A. Thomas: Digamos que, desde 1967, até o tempo de João Paulo II, existia pouca devoção, e não se aprofundava nos estudos de mariologia. Mas já existia o Cultus Marialis escrito dez anos mais tarde por Paulo VI, onde o Papa fala tudo sobre a Virgem: quem é, onde está, o seu papel na Igreja, e não somente para a Igreja Católica, mas para todos no mundo. Ele diz que todos nós devemos acreditar na Virgem Maria, querendo assim recomeçar a devoção mariana.

ZENIT: Bem, os papas sempre impulsionaram…

Williams A. Thomas: Sim, mas houve vozes, como Karl Rahner, que disse que as graças que recebemos de Deus não chegam através da Virgem Maria, e que ela não é intermediária de todas as graças. Ele disse que ela é importante particularmente como mãe, mas segundo Rahner não roga por nós, e muitas pessoas passaram a não rezar mais o rosário.

ZENIT: Para os mariólogos ela é intercessora de todas as graças?

Williams A. Thomas: O nosso trabalho foi muito importante para estudar a mariologia, e olhar para a Virgem que como Mãe de Deus está viva e distribui graças. Essa é a devoção dos católicos na Igreja, mas os protestantes não acreditam e dizem: “somente a escritura”. Por isso, João Paulo II escreveu a Redemptoris Mater, em 1988, e ali está indicado onde está a Virgem Maria na Bíblia.

ZENIT: Os muçulmanos também dão um lugar a Maria, certo?

Williams A. Thomas: Os muçulmanos acreditam que Jesus é um grande profeta e por isso a sua mãe também é muito importante, e por ela têm um grande respeito. Hoje em Lourdes e Fátima é possível encontrar muçulmanos.

ZENIT: Fala-se de novas aparições da Virgem do mundo … Como o senhor vê isso?

Williams A. Thomas: Sim, são muitas nos últimos 100 anos, porque a devoção mariana não é muito forte e a Virgem Maria sabe que o problema da mariologia desde o tempo do Concílio Vaticano II, é que o foco está sobre a liturgia e não sobre a Mãe da Igreja. Por isso as aparições estão ai para que estudemos estas mensagens e analisemos quais mensagens de Deus encontramos.

ZENIT: O senhor contava que está publicando uma coleção de livros marianos …

Williams A. Thomas: É um grande trabalho. Estou fazendo um compêndio de todos os santuários marianos autênticos do mundo e já tenho três volumes completos. O plano é escrever10 amais, de 300 páginas cada um até 2017, quando o Papa anunciará o Ano Mariano no centenário das aparições da Virgem de Fátima. Seria a terceira vez na história da Igreja que celebramos um ano mariano. O primeiro foi em 1954 para comemorar o 100 º aniversário do dogma da Imaculada. João Paulo II declarou o segundo em 1987 e o terceiro seria em 2017.

ZENIT: Quantos santuários marianos existem no mundo hoje?

Williams A. Thomas: Pelo menos um em cada país, porque a Virgem é mãe de cada país. Por exemplo, no México há muitos, mas um é o nacional, de Guadalupe. Assim também na Argentina, em Lujan ou no Uruguai, Nossa Senhora dos 33, ou no Chile, Nossa Senhora do Carmo. Poderíamos continuar com a França, a Irlanda, a Espanha …

ZENIT: E as invocações a Maria?

Williams A. Thomas: São 4.200 títulos que segundo a Igreja foram dados à Virgem Maria.

 

FONTE ZENIT

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