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Quinta Alegria

Quinta Alegria de Maria Santíssima! ENCONTRO DO MENINO JESUS NO TEMPLO

“Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.” (Lc 2, 41-50)”

A peregrinação à cidade Santa

Percorrendo as páginas do evangelho segundo Lucas encontramos a Sagrada Família cumprindo os costumes da tradição judaica e neste ritual sagrado inserindo Jesus para que também como um bom Judeu seguisse o que prescrevia a Lei. A partir da educação empregada por Maria e José podemos entender algumas atitudes e palavras de Jesus nos Evangelhos principalmente ao dizer que “Não veio para abolir a Lei e os Profetas, mas dar-lhes pleno cumprimento” (Mt 5,17). Ir a Jerusalém por ocasião da festa da Páscoa, de Pentecostes e da festa das Tendas ou Cabanas (Ex 23; 34; Dt 16), era o que recomendavam os rabinos.

As mulheres, inclusive Maria, assim como as crianças de menos de treze anos, não eram obrigadas a participar das peregrinações festivas na Cidade Santa. Mas, Ela e os familiares, são gente piedosa e praticante. Por isso “costumam ir a Jerusalém ao menos pela festa da Páscoa, como faz a maioria dos galileus (Lc 2,41)”.¹ A Virgem Maria e seu esposo José todos os anos iam em peregrinação à Jerusalém para participarem da tradicional festa da Páscoa judaica.

Quando o Menino Jesus completou seus doze anos de idade, seus pais o levaram consigo, embora para os adolescentes a participação em tal celebração fosse somente obrigatória após completarem seus treze anos. Porém deveriam se habituar ao cumprimento dos mandamentos os que tivessem menos de treze anos e por isso poderia participar da peregrinação já aos doze anos de idade.

Para a Mãe de Jesus estar no Templo era motivo de imensa alegria pois aquele era o lugar do encontro com Deus, um encontro que se dava pela oração e, principalmente, pelos sacrifícios. O Templo era um símbolo da proteção do Eterno sobre o povo, nele está a presença do Senhor que sempre disposto escuta as petições do povo e socorre a todos aqueles que o invocavam em suas necessidades.

Os três dias...

Ao se dirigir a Salomão, o Senhor Deus assim revela: “Ouvi tua oração e escolhi este lugar como casa para receber os sacrifícios (…). Meus olhos estarão abertos e os ouvidos atentos à oração feita neste lugar. Pois agora escolhi e santifiquei esta casa dedicada a meu nome para sempre. Meus olhos e meu coração estarão nela o tempo todo. E tu, se andares na minha presença assim como andou teu pai Davi, se agires de acordo com minhas ordens e observareis minhas leis e decretos, firmarei teu trono real como prometi a teu pai Davi, dizendo: ‘Nunca ficarás privado de um descendente para ser príncipe sobre Israel.” (2 Cro 7, 12-21. cf. 1 Re 9, 1-9)

Terminado os dias de Festa Solene, a Sagrada Família começa a viagem de retorno para Nazaré, porém, Jesus ficou no Templo, e seus pais não se aperceberam de sua ausência na caravana. Beda, o venerável, nos recorda que durante o retorno dos peregrinos para a sua terra natal, os Israelitas tinham o costume de andarem separados das mulheres, sendo assim ficava, à decisão, os meninos acompanharem o pai ou a mãe. É nesta liberdade de escolha da criança, de quem ele seria companhia na viagem de retorno, que Maria pensava que o menino Jesus estivesse com seu esposo, e que José teria sido a escolha de Jesus para retornar para casa. Porém, José, imaginava que a ausência do menino junto de si era presença e companhia certa junto de sua amada Mãe.

Mas ao perceberem que o menino não estava na caravana “começaram a procurá-lo entre parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à procura dele” (Lc 2,44-45). Uma angústia que se prolongou por três dias em meio a intensa procura e muitas lágrimas de seus pais. Santo Afonso Maria de Ligório nos faz penetrar neste mistério: “O santo Menino empregou aqueles três dias em promover a glória de seu Eterno Pai com jejuns, vigílias e orações e em assistir aos sacrifícios que eram outras tantas figuras do seu próprio sacrifício da Cruz. Para ter algum alimento, diz São Bernardo, foi-lhe mister pedi-lo por esmola, e para descansar não tinha outro leito senão a terra nua”¹.

O encontro

Finalmente encontraram Jesus, ao terceiro dia depois de seu desaparecimento, no Templo. O menino ouvia e interrogava os doutores da Lei, que tomados de espanto ouviam admirados as perguntas e respostas que o Menino extraordinariamente proferia no diálogo.

Depois de dias que pareciam intermináveis ter encontrado Jesus no Templo depois de o ter procurado entre os parentes era para Maria e José motivo de grande alegria. Ter achado o Menino Jesus era mais precioso do que encontrar todos os tesouros do mundo, era um encontro com a felicidade e a vida pois Jesus era tudo para o jovem casal de Nazaré. A perda era um olhar para o mundo como um horrível terrível deserto.

No reencontro com Jesus, voltou a felicidade, uma felicidade de tal forma completa que nada mais a desejavam se não abraçar o filho. O reencontro era um verdadeiro paraíso na terra. A alegria de ter Jesus novamente no seio da família é um sentimento que transcende o demasiado humano sentimento de solidão, tristeza e dor. Toma novamente lugar a alegria nascida do alto. Uma alegria que vem de Deus, que alivia o peso do sofrimento. Uma alegria interior. O reencontro de Jesus no Templo é o único acontecimento que quebra o silêncio dos evangelhos sobre os anos ocultos de Jesus.

Nele, Jesus deixa entrever o mistério da sua consagração total à missão decorrente da sua filiação divina: “Não sabíeis que Eu tenho de estar na casa de meu Pai?” » (CIC, 534). Maria sente alegria em estar na casa do Pai para a celebração da Páscoa e agora contempla a alegria do Filho em servir ao Pai – “Acaso não sabeis que deveria estar na casa do meu Pai:” – as palavras, Jesus revela toda a sua pessoa, vida e sua missão. Revela sua filiação divina e testemunha a sua missão sobrenatural.

A felicidade de Maria, provém da sua fé inabalável, da sua adesão aos projetos de Deus, de sua inabalável confiança no seu amado Filho Jesus. Essa mesma alegria e fé permeou o encontro de Jesus no Templo. Quando todos os motivos levavam a uma correção enérgica, Maria continua a acolher os acontecimentos como vontade de Deus. Ao contrário do que se esperaria de uma mãe, uma correção em relação à atitude do Filho foi a única a reconhecer naquela situação a ação de Deus no meio dos homens.

Fonte:
Academia Marial de Aparecida

Autor:
Vinícius Aparecido de Lima Oliveira (Associado da Academia Marial de Aparecida)

 

Bibliografia do autor:

1.2. SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os dias e festas do ano: Tomo I, p. 136.

 

Consulta de Pesquisa do autor:

– Bilblia Online Paulus


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