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8f0a7d0b39f09eb40799fc518e97efe6Como consagrados a Virgem Maria, podemos pedir, colocar intenções, e oferecer orações, jejuns, penitências, sacrifícios e boas obras por uma pessoa ou causa?

Quando estamos para fazer a nossa consagração a Jesus Cristo pelas mãos da Santíssima Virgem Maria, as dúvidas que mais nos atormentam é se podemos pedir por nós mesmos, por outras pessoas ou causas e oferecer nossas orações, jejuns, penitências, sacrifícios e boias obras. Pois, a perfeita e total consagração de nós mesmos à Nossa Senhora “consiste em nos darmos inteiramente à Santíssima Virgem, para que por ela pertençamos inteiramente a Jesus Cristo”1. Isto significa que entregamos nosso corpo, com todos os sentidos e membros; nossa alma, com todas as suas potências; nossos bens materiais, presentes e futuros; “nossos bens interiores e espirituais, que são os nossos méritos, virtudes e boas obras passadas, presentes e futuras”2. Pela consagração, damos tudo o que temos na ordem da natureza e na ordem da graça, e tudo o que podemos vir a ter no futuro, na ordem da natureza, da graça ou da glória, a Jesus Cristo, pelas mãos maternas da Virgem Maria. Sobre esta entrega de amor, se tudo entregamos a Nossa Senhora, podemos perguntar: Não ficaremos desamparados? Podemos pedir por nós mesmos e pelos outros? Podemos oferecer nossas orações, jejuns, penitências, sacrifícios e boas obras? Não sofreremos muito no Purgatório?

Por esta devoção, consagramos tudo a Virgem Maria, inclusive as nossas orações, jejuns, penitências, sacrifícios e boas obras. Entregamos o valor satisfatório e meritório de tudo a Nossa Senhora. Esses valores passam a pertencer a Maria e é ela quem os empregará da melhor maneira possível. Consequentemente, não podemos oferecer as nossas orações, jejuns, penitências, sacrifícios e boas obras. Com isso, podemos pensar que dessa forma saímos perdendo, mas acontece o contrário. Pois, quando consagramos tudo a Mãe de Deus, entregamos nosso tesouro espiritual à quem sabe, melhor do que nós, como usar do valor das nossas orações, jejuns, penitências, sacrifícios e boas obras. Dessa forma, nós mesmos, nossos amigos, parentes e benfeitores, não seremos prejudicados pelo fato de nos termos dedicado e consagrado sem reservas ao serviço do Senhor e da sua Mãe Santíssima. Pensar o contrário seria uma “injúria ao poder e à bondade de Jesus e de Maria, que saberão muito bem socorrer os nossos parentes, amigos e benfeitores com o nosso pequeno tesouro espiritual, ou por outros meios”3. Isso significa que, quando nos consagramos e entregamos tudo nas mãos de Maria, não perdemos nada, mas até ganhamos pois não dependemos somente dos valores das nossas boas obras. Quando necessário, a Virgem Maria certamente usará de outros meios, inclusive de seus próprios méritos, para alcançar-nos aquilo de que necessitamos e pedimos.

O fato de consagrarmos tudo a Nossa Senhora não impede que rezemos, façamos jejuns, penitências, sacrifícios e boas obras por nós mesmos ou pelos outros, pelos vivos ou pelas almas do Purgatório, ou ainda por alguma causa importante, embora não podemos oferecer os seus valores, pois a aplicação destes depende da vontade da Santíssima Virgem. Podemos sempre pedir, ou seja, colocar intenções às nossas orações, jejuns, penitências, sacrifícios e boas obras. O que não podemos é oferecer os valores destes, pois estes pertencem a nossa Mãe. Com isso, não ficamos desamparados, pois a Virgem Maria saberá, melhor do que nós, aplicar bem os valores de tudo que lhe ofertamos. Entregar tudo a Mãe da Igreja nos levará a “orar com mais confiança, precisamente como uma pessoa rica que tivesse entregado toda a sua fortuna a um grande príncipe, para o honrar melhor, suplicaria com mais confiança a este príncipe que desse esmola a algum dos seus amigos que lhe pedisse. Daria até prazer ao príncipe por proporcionar-lhe assim ocasião de mostrar seu reconhecimento para com uma pessoa que se despojou para o revestir, e que se fez pobre para o honrar. O mesmo se deve dizer de Nosso Senhor e da Santíssima Virgem: nunca se deixarão vencer em gratidão”4.

Podemos ainda pensar que se damos à Santíssima Virgem todo o valor das nossas ações para que o aplique a quem quiser, talvez será preciso sofrer muito tempo no Purgatório, antes de entrar no Reino dos Céus. Este pensamento – que nasce do nosso amor próprio e da nossa ignorância a respeito da liberalidade de Deus e da Virgem Maria – destrói-se por si mesmo. Pois, “uma alma fervorosa e generosa, que preza mais os interesses de Deus que os seus; que dá a Deus, sem reservas, tudo o que tem, sem poder dar mais; que só anseia pela glória e pelo Reino de Jesus por Maria; que se sacrifica inteiramente para o conseguir; essa alma generosa e liberal haverá de ser castigada no outro mundo por ter sido mais liberal e mais desinteressada do que as outras? De modo algum: é para com essa alma […] que Nosso Senhor e sua Santa Mãe são mais liberais neste mundo e no outro na ordem da natureza, da graça e da glória”5. Por isso, confiantes na liberalidade da Mãe e do Filho, não tenhamos medo de nos prender a Jesus e a Maria pela santa escravidão de amor, pois “as suas cadeias são cadeias de salvação”6.

Assim, entregando nossas intenções a Virgem Maria, podemos ficar despreocupados, pois ela sabe, melhor do que nós, o que precisamos e o que as pessoas, por quem pedimos, necessitam. Pois, se a solução das situações pelas quais pedimos está de acordo com a vontade e o tempo de Deus, certamente seremos atendidos pela Mãe de Deus. Por isso, façamos nossos pedidos, colocando nossas intenções a Nossa Senhora, pois ela as atenderá, no tempo certo, conforme a vontade de Deus. Desde já, consagremos tudo, nossas orações, jejuns, penitências, sacrifícios e boas obras a Jesus pelas mãos de Maria, pois a Mãe do Senhor sabe melhor do que nós aplicar os valores que lhe entregamos. Por fim, com a ousadia de São João Damasceno, digamos: “Tenho confiança em Vós, ó Mãe de Deus, serei salvo. Tendo a Vossa proteção, nada temerei. Com o Vosso socorro combaterei e porei em debandada os meus inimigos: porque a Vossa Devoção é uma arma de salvação que Deus dá aos que quer salvar!”7. Nossa Senhora, refúgio dos pecadores, rogai por nós!

 

FONTE: CANÇÃO NOVA

 

Referências:

2 Idem, ibidem.

3 Idem, 132.

4 Idem, ibidem.

5 Idem, 133.

6 Eclo 6, 31.

7 SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Op. cit., 182.


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