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1 – Meditar é a mesma coisa que pensar com o afeto da vontade na verdade e no bem que encerram os Mistérios do Rosário. Aqui meditar é a mesma coisa que contemplar, embora o significado destas duas palavras, em si, seja um pouco diferente. Meditar exige que nós nos esforcemos por pensar e conhecer qualquer coisa discorrendo ou refletindo sobre ela. Porém, contemplar é pensar e conhecer por intuição ou simples olhar da – nossa inteligência mas sem discorrer ou refletir.

2 – Com efeito, a verdade e o bem são-nos necessários, pois são o objeto da nossa inteligência e da nossa vontade, cuja tendência é possuí-los e gozá-los. De nada aproveitam, se não os conhecemos, se não pensamos ou meditamos neles. Todos os cristãos recebem no dia do seu Batismo a luz e o dom da fé. Mas quantos infelizmente, sem deixarem de crer, vivem como se não tivessem a fé que para eles é morta. Acreditam nas verdades religiosas, mas não as vivem, não as põem em prática, não fazem delas caminho para a vida eterna. De pouco vale acreditar nessas verdades que a fé nos apresenta envolvidas em véus sem a meditação dessas verdades.

O Rosário, é, em primeiro lugar, oração vocal e deve ser, acima de tudo, oração de meditação que nos leva a penetrar os Mistérios que a fé nos propõe para crer.

3 – A meditação não pode rasgar, por si, os véus em que a fé nos apresenta as verdades da nossa religião. O homem, pela fé, está em presença dos grandes Mistérios divinos que jorram da fonte infinita da verdade, do bem e da vida, que é Deus. Essa fonte é, portanto, a Divindade-Deus uno na Trindade de Pessoas que se aproximam de nós por Jesus Cristo, Filho de Deus feito Homem. Como Jesus dizia, a vida eterna consiste em conhecê-Lo a Ele e, por meio dEle, conhecer a Deus Pai. Enquanto estamos no mundo, de passagem para a eternidade, não podemos ter a visão da glória do Céu, onde a nossa alma verá satisfeita todas as suas aspirações de Luz, de Bem, de Vida e Felicidade.

As insondáveis riquezas de Deus estão encerradas em Jesus, Deus Humanado, cuja vida neste mundo, sem deixar de ser divina, foi humana como a nossa, mas toda cheia de Deus. O Rosário, que é oração de meditação, leva-nos a copiar e a viver essa vida de Jesus, tornando a nossa divina como a dEle. O Rosário contém, através dos seus 20 Mistérios, o Livro da Vida que é Jesus Cristo. Com razão S. Luis Grignon de Montfort, grande apóstolo do Rosário, escreveu que o Rosário «divide a vida de Jesus e a de Maria em 20 Mistérios, que nos representam as suas virtudes e ações como em 20 quadros, cujos traços devem servir-nos de regra e exemplo para a orientação da nossa vida. São 20 archotes a guiar-nos neste mundo, 20 focos brilhantes para nos conhecermos a nós mesmos e para atear o fogo do seu amor em nossos corações, 20 fogueiras para nos consumirem completa­mente em suas chamas. (Cf. O Segredo admirável, 3ª dezena)

4 – Os frutos desta vivência são todos os que são próprios do Rosário, como veremos noutra ocasião. Porque a meditação, como já se disse, é a parte mais importante na sua recitação. Porque as vidas de Jesus e de Maria estão ‘intimamente associadas, ao meditar os seus Mistérios, aparece-nos neles a graça de Jesus, que nos é dada por Maria. A fé e o amor que abrasam a alma nessa meditação são eficazes para determinarem a influência divinizadora de Jesus e de Maria e levam-nos a um maior conhecimento e amor divinos: acrescentam em nós essa vida divina.

Quem medita bem o Rosário, recebe como diz S. Tomás, o efeito principal da meditação, isto é, a graça da devoção que é a vontade e o afeto com que servimos a Deus, como resultado natural da consideração da verdade e do bem divinos que se encerram nos Mistérios do Rosário.

 

(Livro – Manual do Rosário – Ed. do Secretariado Nacional do Rosário – Fátima – Portugal. P. 520 e 521)

 


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