Na região de Jônia. Ásia Menor, imigrantes gregos construíram muitas cidades como Éfeso que existe ainda hoje. Famosa por causa do Concílio nela realizado de 22 de junho a 2 de julho de 431 (século V) pelo Papa Celestino I, que proclamou Maria como Mãe de Deus contra a heresia de Nestório que lhe negava essa prerrogativa. Na Espanha, para festejar este fato, um artista espanhol esculpiu uma imagem de Maria com o Menino Jesus nos braços. No pedestal estava escrito: Teotocos (Mãe de Deus). Era uma demonstração da grande alegria causada no povo espanhol pela declaração da maternidade divina, feita pelo Concílio de Éfeso. A Espanha sempre foi célebre pela devoção a Maria Mãe de Deus. Principalmente ao tempo da invasão dos Árabes, na batalha de Guadalete em 711, que dominaram a península Ibérica. No princípio permitiam que os espanhóis praticassem a religião, mas só dentro das igrejas. Entre os devotos de Maria, Mãe de Deus, havia um chamado Gracian Ramires.
Certo dia, quando Gracian cumpria sua devoção costumeira, notou que a imagem não se encontrava no altar. Seu primeiro julgamento foi de que alguma outra pessoa teria escondido a imagem, para evitar que fosse profanada, mas ninguém sabia do paradeiro.
Gracian imaginou que teria chegado a hora em que os muçulmanos desencadeariam uma perseguição mais violenta aos cristãos e levaram a imagem para fins sacrílegos. Baseado em outras perseguições brutais contra o povo, resolveu matar a mulher e a filha, para livrá-las da selvageria dos invasores, sem antes pedir às duas que se encomendassem a Deus e à Virgem Maria. Ramires pressionado pela situação de desespero e inconformado com o desaparecimento da imagem da Mãe de Deus, com outros fiéis, pôs-se a vasculhar todos os recantos onde alguém a poderia ter escondido. Confiando na mesma Senhora, excelsa, amável e poderosa, a cada passo renovava a intenção de proclamá-la rainha da Espanha se a encontrasse. Depois de muita procura encontraram a imagem no meio de uma plantação de “atochas” que em português significa “esparto” – gramínea medicinal e também muito utilizada no fabrico de cestas, esteiras e cordas. Encontrar a imagem provocou grande alegria no pessoal da região que foi se aglomerando em volta. Quiseram recolocá-la no altar da igreja de onde saiu, mas não houve como nem quem pudesse removê-la daquele lugar. Entenderam então que Maria desejava ficar no mesmo “atochal” e fosse construída uma nova igreja.
O chefe militar muçulmano, vendo aquela aglomeração, imaginou que haveria alguma revolta do povo e determinou que os soldados atacassem. Mas fracassou e foram rechaçados e vencidos. Gracian Ramírez e os demais entraram gloriosamente em Madri.
O povo não falava de outra coisa a não ser da espetacular vitória que, desde já, eles atribuíram a Nossa Senhora da Atocha – A Mãe de Deus, um novo título que Nossa Senhora recebia.
Se por um lado Marcian Ramirez também podia se alegrar por ter contribuído para a derrota dos mouros, por outro, amargurava-lhe a alma lembrar que sua esposa e filha tinham sido degoladas por ele mesmo!… Chorando, dirige-se ao local do encontro da imagem, onde já se começava a construção da igreja em louvor à Mãe de Deus.
Qual não foi seu espanto e alegria encontrar vivas sua esposa e filha, ambas de joelhos diante da imagem, rezando. Ramírez não podia crer no que via. Julgou ser ilusão. Foi necessário que as duas lhe falassem, agradecendo à Mãe de Deus o milagre que Jesus operava por intercessão de Maria! A devoção a N. Senhora da Atocha, se espalhou. Os reis da Espanha a escolheram por padroeira da nação depois que o rei Afonso VI reconquistou Madrid definitivamente.
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