
Ser filho de Maria: bênçãos na vida e na morte
“Eis tua Mãe”: A Entrega da Humanidade à Virgem Maria no Alto da Cruz (João 19,26)
No Calvário, Maria se torna Mãe da Humanidade
No momento mais doloroso da Paixão, quando o Salvador do mundo está suspenso no madeiro da Cruz, Ele pronuncia palavras que ecoam pela eternidade: “Mulher, eis o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis a tua mãe” (Jo 19,26-27). Estas não são apenas palavras de despedida, mas um ato solene, divino e redentor. Jesus entrega Sua Mãe, Maria, a cada um de nós. Ali, no Calvário, nascia a maternidade espiritual da Virgem para com toda a Igreja e cada alma.
São João Paulo II, na encíclica Redemptoris Mater, afirma: “Maria continua a repetir a todos as mesmas palavras que disse em Caná: ‘Fazei tudo o que Ele vos disser’ (Jo 2,5). Com o poder de sua intercessão materna, ela está sempre nos levando a Cristo”. O Senhor confiou a Maria o cuidado da humanidade, como uma nova Eva, Mãe dos viventes na ordem da graça.
A Maternidade Espiritual de Maria: Presente Divino
Maria não nos foi dada como Mãe por acaso. É um dom precioso que flui do próprio Coração de Cristo. A Igreja sempre entendeu esse gesto como um testamento espiritual. O Concílio Vaticano II, na constituição Lumen Gentium, ensina: “Ela cooperou de modo singular com sua obediência, fé, esperança e ardente caridade na obra do Salvador para restaurar a vida sobrenatural nas almas” (LG, 61). Maria é mãe de todos os membros do Corpo Místico de Cristo.
Ser filho de Maria é, portanto, entrar na escola do Evangelho, é viver com confiança e docilidade, como fez o discípulo amado, que “a levou para sua casa”. A casa, aqui, não é apenas a morada material, mas o íntimo do coração. Quando acolhemos Maria, somos acolhidos mais profundamente por Jesus.
Os Benefícios de Ser Filho de Maria na Vida
Aqueles que reconhecem Maria como Mãe desfrutam de benefícios espirituais imensos. Em primeiro lugar, ela nos educa no amor de Cristo. São Luís Maria Grignion de Montfort afirma: “Mais depressa se vai a Jesus por Maria, do que por si mesmo” (Tratado da Verdadeira Devoção, n. 155). Ela é caminho seguro, curto e perfeito para o Céu.
Maria é refúgio nas tentações, consolo nas dores, estrela nas trevas. Quando nos consagramos a ela como filhos, experimentamos sua proteção materna em todas as batalhas espirituais. Ela vela por nossa alma com a ternura de quem esteve ao pé da Cruz e conhece, mais do que ninguém, o peso da dor e o valor da salvação.
Como disse São Bernardo: “Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que recorrem à vossa proteção fosse por vós desamparado”. Essa certeza deve ser como âncora firme em meio às tribulações da vida.
O Amparo de Maria na Hora da Morte
A hora da morte é o momento mais decisivo da vida humana. É a hora do juízo, da colheita eterna. E é justamente aí que a maternidade de Maria resplandece com maior força. Ela que acolheu o corpo sem vida de seu Filho, acolhe também cada filho seu no último suspiro.
O Papa Pio XII, na Bula Munificentissimus Deus, declara: “A Santíssima Virgem, tendo vencido o pecado e a morte, foi elevada em corpo e alma à glória celestial, para que fosse mais plenamente conforme a seu Filho… e assim fosse uma poderosa Advogada do povo cristão junto de seu Filho Divino”. Como Mãe glorificada, ela não nos abandona, mas intercede especialmente no momento de nossa partida.
A tradição da Igreja ensina que a Ave-Maria, com sua súplica final — “rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte” — é uma oração tão eficaz que aqueles que a recitam com fé têm em Maria uma verdadeira Mãe na hora final. Ela nos conduzirá até Jesus como conduziu São José no leito de morte, como estará com cada alma fiel.
Frases de Santos que Confirmam esta Verdade
São Maximiliano Kolbe: “Nunca tenhas medo de amar demais a Imaculada. Jamais poderás amá-La mais do que Jesus A amou”.
Santo Afonso de Ligório: “Quem se lembra frequentemente de invocar Maria não se perderá eternamente”.
São Boaventura: “A devoção à Santíssima Virgem é sinal certo de predestinação”.
Santo Agostinho: “Todos os filhos de Deus têm Maria por Mãe”.
Essas afirmações, baseadas na experiência mística, mostram que o amor a Maria não desvia de Cristo, mas nos introduz mais profundamente no mistério de Sua Redenção.
Ser Filho de Maria é Escolher o Céu
Ser filho de Maria é ser amado por aquela que mais amou Jesus. É ser formado por quem melhor O conheceu. É caminhar por um atalho seguro, guiado por mãos puríssimas, que nos levam até o Sagrado Coração. Quem acolhe Maria como Mãe vive com confiança, morre com esperança e ressuscita para a glória.
A entrega de Jesus na Cruz não foi apenas a entrega da Sua vida, mas também da Sua Mãe. Que resposta daremos a esse presente? Como o discípulo amado, abramos a porta do coração e digamos: “Vem, Mãe Santíssima, mora comigo, guia-me, defende-me, ensina-me a amar como Tu”.
Oração: Entrega à Mãe das Dores
Ó Mãe Santíssima, que do alto da Cruz foste-nos dada como Mãe por teu Filho agonizante, acolhe-nos sob teu manto com a ternura que tiveste ao envolver o corpo chagado do Senhor.
Ensina-nos a amar Jesus com pureza, a segui-Lo com fidelidade e a carregar nossas cruzes com coragem. Fica conosco nas horas de trevas, nas provações da alma e na última agonia.
Sê nosso auxílio na vida e nossa esperança na morte. Conduze-nos pelas mãos até o Céu, onde contigo e com todos os santos, louvaremos eternamente o Coração do teu Filho.
Amém.
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