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Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Candelária

“Contam que, por volta de 1400, dois pastores guardavam seus animais perto de uma caverna na ilha de Tenerife, nas Canárias, e observaram certo dia que o gado se recusava a entrar na lapa, apesar de todos os seus esforços. Penetraram, então, na gruta e descobriram a imagem dc uma Senhora com o filho ao colo. Estranhando o ocorrido, foram notificar o seu povo. Acudindo a população, inclusive o rei do país, ao local, observaram maravilhados a existência de numerosas candeias (velas) sustentadas por seres invisíveis, que com seus cânticos ‘ensinavam a maneira de render culto a Deus e à Virgem Maria. Começaram os nativos a honrar Aquela que amavam sem conhecer, até que um cristão espanhol casualmente ali desembarcou nos fins do século XV e explicou-lhes o mistério”.

A imagem original desapareceu no dia 17 de novembro de 1826 devido a uma inundação provocada por uma forte chuva que carregou um barranco que circundava o Santuário. Era entalhada em madeira dourada e policromada. Sua altura era de um metro.O Menino se encontrava em seu braço direito e o esquerdo trazia uma candeia de cor verde. Várias representações em quadros permitem conhecer suas formas antes de seu desaparecimento.É provável que a imagem tenha chegado à Ilha na metade do século XV, trazida por missionários franciscanos. A imagem atualmente venerada é obra do artista Fernando Estevez, que a esculpiu em 1827.O primeiro Santuário, cuja construção foi concluída em 1672, foi atendida pela Ordem Dominicana. Possuía um belo retabábulo, infelizmente destruído por um incêndio em fevereiro de 1789.Na metade do século XIX tiveram início as obras do atual templo, que se deram de forma muito lenta. Recebem um novo impulso em 1930 com o projeto de Eladio Laredo, que foi sucedido pelo arquiteto Marrero Regalado. Hoje contempla-se uma bela igreja de planta clássica com três naves, um cruzeiro e um campanário.A festa de Nossa Senhora da Candelária é celebrada anualmente no dia 15 de agosto. Nesse dia acorrem ao santuário peregrinos do todas as ilhas, que vêm prestar homenagem à sua padroeira.Em 1867, a pedido do bispo das Canárias, Lluch y Garriga, o papa Pio IX declarou Nossa Senhora da Candelária como padroeira de todo o arquipélago. A coroação da Virgem e seu Filho ocorreu no dia 13 de outubro de 1889 pelo bispo Dom Ramón Torrijos Gómez, privilégio concedido pelo papa Leão XIII através de decreto assinado no dia 14 de julho de 1889.A imagem de Nossa Senhora da Candelária é igual à de Nossa Senhora das Candeias, da qual é variante.

A imagem de Nossa Senhora da Candelária tornou-se célebre por causa de seus milagres.Nossa Senhora da Candelária, Rogai por nós que recorremos a vós!

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Caridade

Em certa manhã do ano de 1607, ou, segundo outros de 1608, em Cuba, dois irmãos indígenas, João e Rodrigo de Joyos, e o crioulo João Moreno, que tinha seus 10 anos, foram enviados pelo administrador das estâncias de Varajagua às costas de Nipe, para de lá trazerem certa quantidade de sal, o qual era recolhido nas salinas naturais que se encontram em toda a costa norte da ilha, e especialmente na baia de Nipe.

Chegados à costa, encontrara, o mar agitadíssimo por causa do forte vento que soprava, acompanhando de copiosa chuva.

Vendo que lhes era impossível executar a tarefa de que tinham sido encarregados, refugiaram-se os rapazes numa choça, na qual permaneceram três dias, depois dos quais, serenando o tempo, puderam embarcar em débil canoa e dirigir-se às salinas da costa.

Pelas 5 horas da manhã, ao desfazer-se as brumas da aurora, divisaram um vulto que, flutuando, vinha na direção deles. Pensaram em princípio que fosse uma ave aquática que voava ao seu encontro, mas pouco depois tiveram uma inesperada e agradável surpresa: reparando bem no vultozinho que se aproximava, viram que era uma imagem de Nossa Senhora, que vinha sobre uma tábua, na qual se lia a seguinte inscrição: “Eu sou a Virgem da Caridade”.

A imagem, de 15 polegadas de altura., tinha o rosto redondo, de cor clara e sustentava no braço esquerdo o Divino Menino, que tinha numa das mãos a esfera símbolo do mundo, tendo a outra levantada em atitude de dar à bênção.

A imagem inspirava respeito e veneração.

Recolheram os felizes tripulantes aquela preciosa jóia, qual inestimável dom do céu, e notaram, admirados, que nem a orla do vestido da Senhora se tinha molhado!

Transportados de gozo, recolheram depressa a quantidade de sal que deviam levar e, regressando à choça, trataram de combinar como haveriam de conduzir a imagem à estância de Varajagua.

Não tardaram a pôr-se a caminho, e, assim que os trabalhadores da estância souberam da visita que iam receber, prepararam um modesto altar e foram ao seu encontro, radiantes de alegria. O maioral da estância despachou logo um mensageiro para dar conta do ocorrido ao administrador real das minas da vila de Cobre, vila muito abundante em minas do metal de que tirou seu nome.

Ordenou o administrador que se erigisse logo uma ermida, enviando uma lâmpada de cobre para que ardesse constantemente uma luz diante da imagem.

Em poucos dias foi construída a ermida, tendo sido encarregado de cuidar da lâmpada Diogo de Joyos, irmão dos afortunados descobridores da imagem

Não satisfeita contudo, a piedade do administrador, enviou uma comissão de homens competentes, presidida pelo cura da vila, para que se informasse minuciosamente sobre o encontro da imagem., e depois a conduzisse em procissão para o povoado ou vila de Cobre.

Os encarregados da Comissão, depois de se terem prostrado aos pés da imagem e entoado vários cantos em seu louvor, receberam das testemunhas informações detalhadas acerca da aparição. Em seguida preparando uma espécie de liteira, que ornamentaram do melhor modo possível, nela colocaram a imagem, carregando-a eles mesmos, rodeados dos vizinhos da estância, a certa distância do povoado vieram-lhes ao encontro os habitantes em massa, com a milícia e o administrador, que levava a bandeira real; postos na presença da imagem, caíram de joelhos, e o administrador, baixando a bandeira diante da Maria, representada naquela imagem., reconheceu-a como Rainha da ilha.

Romperam então a música e as salvas da artilharia, e, entre vivas e aplausos, a imagem foi conduzida à vila e colocada no altar-mor da igreja paroquial .

A origem da santa imagem, ainda que envolta em treva, podemos descobri-la com segurança moral.

Em 1703, por não comportar mais a primitiva ermida os romeiros que vinham de toda a ilha e de outras regiões imploraram a bondade de Nossa Senhora da Caridade, foi construído o atual santuário no lugar indicado milagrosamente pela própria Mãe de Deus, num outeiro que dista 430 passas da vila de Cobre.

A festa principal do santuário celebra-se anualmente em 8 de setembro, com grande concurso de fiéis.

A esse santuário (de Cobre) acorrem fiéis de Cuba e das Antilhas.

Os pobres e os enfermos vão em busca de alívio, e são inúmeros os prodígios alcançados graças a Nossa Senhora da Caridade, muitos dos quais acham-se consignados em folhetos impressos.

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Caridade do Cobre

A presença de Maria na história de Cuba remonta ao surgimento da primeira comunidade cristã de raiz indígena, nascida pela pregação de um soldado anônimo de Sebastião de Ocampo, que em 1509, enfermo, chegou àquelas paragens, recomendado aos cuidados dos índios da região de Macaca.

Os cuidados foram tão eficazes que o soldado em breve se recuperou .

Este, por sua vez, ofereceu aos seus samaritanos o Dom da mensagem do Evangelho, pois, uma vez restabelecido, aprendeu a língua deles e lhes serviu de catequista. Por inspiração do anônimo soldado cubano, os indígenas construíram o primeiro templo cubano. Nele começaram a elevar suas preces a Deus e colocaram uma imagem da Virgem. Aqueles índios, primícias da evangelização em Cuba, aprenderam, junto com as primeiras noções da fé, a devoção à Virgem, expressa na oração da Ave Maria.

Contudo, em 1612 que a Santíssima Virgem quis manifestar seu especial pelos cubanos. Graças à aparição no arquivo das Índias do manuscrito que em 1738, a pedido do Rei, se enviara à Corte para prover de um capelão o Santuário da Virgem do Cobre, sabemos através de testemunhos antigos e diretos, a história da descoberta da imagem Os relatos se remontam ao ano de 1687 e impressionam por sua simplicidade e beleza.

Este é um dos mais importantes documentos da história cubana. Talvez seja a primeira vez que, na história da ilha de Cuba, em um documento oficial se apresenta a declaração solene de um negro escravo, dando força legal ao testemunho de um daqueles homens que, por causa da escravidão, haviam perdido todos os seus direitos e que eram apenas tratados como pessoas. O declarante é o escravo negro Juan Moreno, garoto de dez anos, que acompanhou aos irmãos Juan e Rodrigo de Hoyos, “índios naturais do pais”, em sua viagem a Nipe para buscar sal, quando deu-se a descoberta da imagem da Virgem. Juan Moreno, ancião de 85 anos e único sobrevivente daquele acontecimento, relata as recordações de sua infância com a voz simples e poética dos humildes.

“…Estando muna manhã o mar muito calmo, saíram do dito recife francês para a dita saída antes de raiar o sol, os ditos Juan e Rodrigo Hoyos e este declarante. Embarcados em uma canoa e apartados do dito recife francês viram uma coisa branca sobre a espuma da água, que não puderam distinguir o que poderia ser, e aproximando-se mais pareceu-lhes ser um pássaro e galhos secos. Disseram os referidos índios, parece uma menina, e mal acabaram de falar, reconheceram e viram a imagem de Nossa Senhora, a Santíssima Virgem com um Menino Jesus nos braços sobre uma tabuleta, e na dita tabuleta umas letras grandes, as quais leu o dito Rodrigo de Hoyos e diziam: “Eu sou a Virgem da Caridade”. Vendo suas vestimentas admiraram-se de que não estivessem molhadas, e nisto, cheios de gozo e alegria, colheram apenas três terços de sal e vieram para a Fazenda de Barajagua”.

Maria da Caridade apareceu a três representantes das classes mais pobres e exploradas: dois índios e um negro escravo, aos quais enche de alegria com sua presença. Os humildes puderam senti-la próxima e solidária porque Maria trazia com ela aquele que “realiza prodígios com seu braço, dispersa aos soberbos de coração, aquele que derruba do trono os poderosos e eleva os humildes, aquele que aos famintos enche de bens e aos ricos despede de mãos vazias”.

Pouco tempo depois, a imagem da Virgem foi trasladada para o povoado de El Cobre.

Era como se a Virgem, desde sua aparição e descoberta, trouxesse para o povo oprimido e sofredor, uma mensagem de libertação e de justiça, porque foi El Cobre o primeiro povoado de Cuba a promover a liberdade dos escravos. Não é de se admirar que Céspedes, 68 anos depois, quando visitou a cidade, apresentou suas armas à Senhora e pôs debaixo de seus pés a luta justa que ele liderara para o bem do povo. O mesmo Céspedes hasteou a bandeira libertária confeccionada com a tela do dossel que continha a imagem familiar da Virgem em seu lugar de Bayamo.

Em 1915, quando os veteranos mambises, encabeçados por Jesús Rabí, enviam uma carta ao Papa Benedito XV pedindo que proclame como Patrona de Cuba à Virgem da Caridade do Cobre, não fez mais que manifestar a devoção de todo o povo cubano, proclamar sua fé em Jesus Cristo e seu amor de Mãe, reconhecendo publicamente o que havia manifestado nos anos de luta e sofrimento: a proteção de Maria, seu constante auxílio em favor do povo cubano.

Ela, a Virgem Morena, a Virgem Fiel, que acompanhou o povo cubano em todos os momentos de sua história e tem-se comprometido a segui-la com seu Amor, convida todos os povos uma vez mais a crescer nesse Amor.

No dia 8 de setembro de 1927 foi inaugurado o atual Santuário, na cidade de El Cobre. Dali a Virgem continua protegendo, com olhar e coração maternal, a todos os seus filhos que, nela, descobrem um dos melhores meios para se achegar a Jesus, fonte de toda esperança.

Nossa Senhora da Caridade do Cobre, rogai por nós!

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Carpição

Existe no município de São José dos Campos uma capela que todos os anos no dia 15 de agosto atrai grande número de romeiros e cujo orago é Nossa Senhora do Bom Sucesso, conhecida pelo nome pitoresco de Nossa Senhora da Carpição.

Os devotos, ao chegarem ao local da festa, dirigem-se para trás da capela e com uma enxada retiram torrões de terra que amontoam na praça fronteiriça à Igreja. Muitas vezes, ao terminarem as festividades, o volume de terra transportada chega a 5 metros cúbicos.

O povo acredita que o cumprimento da tradicional cerimônia, ou “obrigação”, proporcionará aos devotos de Nossa Senhora da Carpição mais saúde, bem-estar c felicidade. Daí muitas pessoas levarem um pouquinho da terra, que elas consideram sagrada, em lenços e saquinhos próprios. Depois de cumprida a “obrigação” os fiéis entram na capela para acender velas, amarrar fitas nos santos de sua devoção e deixar esmolas.

Conta-nos Alceu Mainard de Araújo que o templo de Nossa Senhora da Carpição começou com uma simples cruz erguida para assinalar o local onde morreu de desastre um pernambucano desconhecido. O povo ali se reunia para rezar, porém na última década do século passado, como não havia igreja no bairro do Pernambuco, resolveram transformar aquela cruz em capela.

Organizaram uma festa com a finalidade de angariar fundos para a edificação de templo, mas não conseguiram resolver qual seria o santo protetor do futuro templo. Entretanto, a primeira coisa que deveria ser feita era a capina do terreno. Aqueles homens rudes mais piedosos, unidos num ideal comum, muniram-se de enxadas e foram limpar a área da construção. Eis, porém que durante a capina ouviram um grito de um mutireiro. Sua enxada encravara num objeto duro que ele julgava ser uma pedra. Qual não foi o espanto dos companheiros quando descobriram que a suposta pedra era uma imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso.

Religiosamente improvisaram um andor e nele colocaram a preciosa descoberta, levando-a para a residência do festeiro. O encontro da imagem foi comemorado com alegre cerimônia que se prolongou até de madruga. Ao terminarem as danças, o dono da casa percebeu que a santa havia desaparecido. A principio julgou tratar-se de uma brincadeira de mau gosto, mas os dias iam passando e a imagem não aparecia …

Tempos depois, narrando os estranhos acontecimentos a uns amigos, o festeiro levou-os ao local da carpição e ali, com enorme surpresa, encontrou a santa no mesmo lugar onde surgira. Pegou a imagem e levou-a novamente para sua casa e com espanto de todos ela voltou sozinha ao local primitivo. Ainda uma terceira vez repetiu-se o milagre e, então, construíram ali a ermida para abrigá-la.

Finalmente, no dia 15 de agosto veio o padre acompanhado de grande multidão e dedicou a igrejinha à Virgem do Bom Sucesso. O povo da “vizinhança acorreu ao local atraído pela noticia dos fatos milagrosos.

As solenidades tiveram Início nos fins do século passado e desde aquela época apareceu o estranho ritual da carpição, isto é, a retirada de terra e sua colocação em um montículo defronte a igreja. O nome “Carpição” passou a designar a festa e posteriormente a imagem da Vírgem Maria. Este cerimonial continua até hoje no dia 15 de agosto, apesar de a missa da padroeira ser rezada no domingo seguinte à Assunção. A afluência popular inicia-se na véspera, quando a santa é levada à casa do festeiro para ser enfeitada, voltando em seguida acompanhada de enorme cortejo até a capela de Nossa Senhora da Carpição. No dia seguinte à tarde sai a procissão precedida da imagem de São Benedito, para “não chover não dia da festa”.

Como em todas as cidades do interior, a festa de Nossa Senhora da Carpição é realizada à moda popular, com barraquinhas, quentão, garapa, pipocas, venda de bugigangas e jogos. Os folguedos animam as festividades que têm seu ponto alto na hora em que os moçambiqueiros entram na capela para o beijamento, deixando na porta do templo seus bastões e paiás, por serem objetos profanos.

Terminada a procissão, os devotos voltam às suas casas levando um pouquinho da milagrosa terra da capela de Nossa Senhora da Carpição. Eles acreditam que aquela terra cura tudo, desde as dores de dente e de cabeça até os males do coração, sendo benéfica também para evitar pestes que atacam os animais domésticos.

Assim o povo, em sua fé pitoresca e simples, reverencia a Rainha do Céu, a qual aceita misericordiosamente todas as homenagens que lhe são prestadas com carinhos, humildade e amor.

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da China

 

Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na China, Dong Lu em Boading e Sheshan em Shangai. O Santuário de Nossa Senhora de Sheshan em Shangai está sob o controle da Associação Patriótica (a Igreja católica nacional infiel ao Papa), o Santuário a Dong Lu permanece firmemente com Igreja Católica Romana, chamada “Igreja Subterrânea”. Católicos, desde 1924, viajaram todos os maio de todas as áreas de China para Dong Lu rezar antes da Mãe Santificada de Cristo, exceto durante a Revolução Cultural.
Nossa Senhora da China, Rogai por nós que recorremos a Vós!
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Cinta

Na vila de Alcácere do Sal há um antigo templo dedicado ao Santo Cristo dos Mártires. Nesse templo está a imagem da Mãe de Deus, a que deram o titulo de Nossa Senhora da Cinta, por estar cingida de uma cinta de ouro como a usam os padres de Santo Agostinho.
Esla imagem é de pedra e do tamanho natural de uma mulher; está colocada em uma coluna, motivo pelo qual alguns lhe chamam de Nossa Senhora do Pilar. No mesmo pilar também está esculpida a imagem de são Tiago, apóstolo da Espanha.
A imagem de Maria tem no braço esquerdo o Divino Infante Jesus com o bracinho esquerdo ao redor do pescoço de sua santa Mãe que parece inclinar-se a este seu carinhoso abraço. Enfim, essa imagem é de preciosa escultura e tão excelentemente esculpida que não parece ser obra de mãos humanas.
Diz a tradição que, estando uns pescadores a pescar no rio de Alcácere, ao retirar a rede encontraram nela a referida imagem, que, apesar de muito grande e pesada, viera tão leve como se a rede nada trouxesse. Muito alegres com seu bom lance, tomaram a imagem e levaram-na para a igreja dos Mártires colocando-a no altar-mor.

Nossa Senhora, porém, para se achar mais pronta e mais perto para socorrer seus devotos pescadores e aos mais que quisessem valer-se do seu amparo e patrocínio, foi encontrada no dia seguinte no alpendre, fora da igreja.
À vista desse maravilhoso sucesso, deram-se por entendidos os seus devotos concordando que Nossa Senhora escolhera aquele lugar porque nele queria ser venerada, e assim lhe mandaram fazer o nicho ou capela que foi colocada nunm coluna, conforme vimos acima.
Crêem todos, sem dúvida, que os cristãos da antiga Salária ou Salácia, quando entraram os mouros na Espanha e chegaram àquela vila, deitaram no rio a santa imagem, para livrar das injúrias e irreverências que poderia padecer às mãos dos bárbaros infiéis.
A devoção que o povo da vila de Alcácere tem para com a misericordiosissima Rainha do Céu, representada naquela imagem, é muito grande, e a grande fé com que imploram seu favor e patrocínio em todas as suas necessidades faz com que achem remédio, alívio e consolação.

Mais tarde mudaram a Imagem para dentro da igreja, onde lhe fizeram uma capela.

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Claridade

Uma noite, marinheiros em grande perigo de naufragar viram de repente, aclarando o porto, uma grande luz misteriosa, que os guiou, salvando-os.
Em ação de graças construíram uma capela em honra de Nossa Senhora, sob o titulo de Nossa Senhora da Claridade.
A capela é muito frequentada pelos fiéis dos arredores, principalmente por aqueles que desejam a cura de alguma doença dos olhos.
A peregrinação é em 15 de agosto.

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Invocação Mariana: Nossa Senhora da Conceição

 Trata-se de um título litúrgico, celebrado no dia 8 de dezembro, pelo qual os católicos professam a prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original, e nasceu, portanto, sem o pecado original. Vale dizer: ela é toda santa, a cheia de graça, desde o momento de sua concepção.

O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, com a bula Ineffabilis Deus. Esta solene definição pontifícia foi resultado de um desenvolvimento da devoção popular aliada a intervenções papais e infindáveis debates teológicos. O calendário romano já incluira a festa em 1476. Contudo, no sétimo século esta celebração já existia no Oriente. Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda cristandade. Quatro anos após a proclamação do dogma por Pio IX, Maria Santíssima apareceu a Bernadette Soubirous dizendo: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Nossa Senhora da Conceição
Em Portugal, o culto foi oficializado por Dom João IV, primeiro rei da dinastia de Bragança, que fora aclamado a 1º de dezembro de 1640, quando se iniciava a oitava da festa da Imaculada Conceição. Seis anos depois, com a aprovação das Cortes de Lisboa, o rei dedicou à Virgem Imaculada o reino português. O solar da padroeira é Vila Viçosa, que deu seu nome a uma ordem honorífica instituída por Dom João VI em 1818, com a denominação de Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
No Brasil existem cerca de 533 paróquias dedicadas à Virgem Imaculada. A primeira imagem chegou em uma das naus de Pedro Álvares Cabral. Os Frades Menores Franciscanos foram os propagadores dessa devoção.
Nossa Senhora da Conceição O culto teve início na Bahia em 1549, quando Tomé de Souza chegou a Salvador trazendo uma escultura da santa. Ela foi a protetora de nosso país no período colonial e foi proclamada Padroeira do Império Brasileiro por Dom Pedro I. Já no despontar do século XX, com o advento da República, o título cedeu lugar a Nossa Senhora Aparecida, que é uma antiga imagem da Imaculada Conceição encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul.
Este título recorda que Deus, em sua Providência, quis formar de modo extraordinário a arca que conteria seu Divino Filho, poupando-a de todo e qualquer traço de pecado. Para Deus nada é impossível.
Amemos Maria Santíssima em sua imaculada conceição, na totalidade de seu amor e entrega nas mãos de Seu Salvador. Ele, que olhou para a humildade de Sua serva, a cumulou de graças imperecíveis.
Ó Maria, concebida sem pecado,
rogai por nós, que recorremos a vós!
Por vossa Conceição Imaculada, ó Maria,
purificai meu corpo e santificai minha alma!
Oração
Ó incomparável Virgem da Conceição,
Mãe de Deus, Rainha dos Céus,
Maria, volvei para mim, imploro-vos,
o olhar benigno de vossa misericórdia.
Livrai-me de minhas gravíssimas culpas;
e com o favor de vossa poderosíssima intercessão,
fazei que eu consiga da Divina Majestade
a salvação de minha alma, a perfeita saúde do corpo
e aquela graça da qual tanto necessito
e que vos recomendo
a fim de que, servindo e louvando-vos nesta vida,
venha depois, um dia,
a amar-vos e agradecer-vos
para toda a eternidade.
Assim seja.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Luz dos Pinhais

Curitiba, Corituba ou ainda Corityba, vem de Coreu ou Curi que significa “pinhão” e Tuba ou Tyba, “muito”. Curitiba, terra de muito pinhão. Em 29 de março de 1693, foi criada a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, quando os povoadores se reuniram na capela de pau a pique, onde já se encontrava a imagem da santa padroeira, Nossa Senhora da Luz, trazida pelos portugueses. Nesse momento foram aclamados, como autoridades, seis homens de sã consciência, que fizeram seu juramento, perante o Padre Antonio de Alvarenga.

Não se sabe ao certo a data da criação da paróquia Nossa Senhora da Luz de Curitiba. Aceita-se como provável o ano de 1668. É certo que em 1683 foi rubricado um livro de registros de batizados. Padre João de Souto é o seu primeiro pároco. Havia em Curitiba mais quatro outras igrejas: a da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas ( a edificação, de 1737, hoje é o edifício mais antigo da cidade), a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a de São Francisco de Paula, e a do Senhor Bom Jesus do Cabral.
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Invocação Mariana: Nossa Senhora da Medalha Milagrosa ou das Graças

 Na tarde de um sábado, dia 27 de novembro de 1830, véspera do 1.o Domingo do Advento, em Paris, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, a noviça Irmã Catarina Labouré, teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções, num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.

 
“A Virgem Santíssima – disse Irmã Catarina – baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: ‘Este globo que vês representa o mundo inteiro (…) e cada pessoa em particular… Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem’.Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS. Ouvi, então, uma voz que me dizia:
 
“Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança”.
 
Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo do M, os dois Corações, de Jesus e de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro uma coroa de doze estrelas.
 
Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem calcava aos pés uma serpente, alusão clara à palavra de Deus a Eva, depois do pecado: “Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15)
 
A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.
 
O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de “Medalha Milagrosa”, ou “Medalha de Nossa Senhora das Graças”. A conclusão do inquérito foi a seguinte: “A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha”. A primeira medalha foi entregue à Irmã Catarina. Em 1836, só o gravador já havia cunhado mais de 2 milhões de peças.
 
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Irmã Catarina ouvido, no princípio da visão, as palavras: “Estes raios são o símbolo das ‘Graças’ que Maria Santíssima alcança para os homens”.
 
Oração
 
Ó imaculada Virgem
Mãe de Deus e nossa Mãe:
ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças
sobre os que vos pedem cheios de confiança
na Vossa poderosa intercessão
inúmeras vezes manifestada
pela Medalha Milagrosa,
embora reconhecendo a nossa indignidade
por causa de nossas numerosas culpas,
acercarmo-nos de vossos pés
para vos expor durante esta Novena
as nossas mais prementes necessidades…
 
(um instante de silêncio)
 
Concedei-nos, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa,
este favor que, confiantes,
vos solicitamos para major glória de Deus,
engrandecimento do Vosso Nome,
e bem de nossas almas,
e para melhor servirmos ao Vosso divino Filho,
inspirai-nos um profundo ódio ao pecado
e dai-nos a coragem
de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.
 
Ave Maria, cheia de graça …
Ave Maria, cheia de graça …
Ave Maria, cheia de graça …
 
Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!