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Ensinamentos de João Paulo II

A boca fala da abundancia do coração… As frases publicadas abaixo revelam mais algo daquilo que abundava no coração de João Paulo II. Conheça um pouco mais da alma desse Servo de Deus: é um modo de entender porque a Igreja o considera Beato.

Sobre a Oração

1 – É hora de redescobrir, queridos irmãos e irmãs, o valor da oração, sua força misteriosa, sua capacidade de voltar a nos conduzir a Deus e de nos introduzir na verdade radical do ser humano.

2 – Em nossas noites físicas e morais, (pela oração) se tu estás presente, e nos amas, e nos falas, já nos basta, embora muitas vezes não sentiremos o consolo.

3 – Quando um homem ora, coloca-se perante Deus, perante um Tu, um Tu divino, e compreende ao mesmo tempo a íntima verdade de seu próprio eu: Tu divino, eu humano, ser pessoal criado a imagem de Deus.

A Santíssima Eucaristia

1 – “O Santo Sacrifício da Missa quer ser também a celebração festiva da nossa salvação”. 29.09.79

2 – “O culto eucarístico brota do amor e serve ao amor, para o qual todos nós somos chamados em Cristo Jesus. E fruto vivo desse mesmo culto é o aperfeiçoamento da imagem de Deus que trazemos em nós, imagem que corresponde àquela que Cristo nos revelou. Tornando-nos assim “adoradores do Pai em espírito e verdade”, nós amadurecemos numa, cada vez mais, plena união com Cristo, estamos mais unidos a Ele”. 24.02.1980

3 – “E Eucaristia é grande apelo para a conversão. Sabemos que ela é convite para o Banquete; que, alimentando-nos com a Eucaristia, recebemos o Corpo e o Sangue de Cristo, sob as aparências do pão e do vinho. E precisamente porque é convite, a Eucaristia é e continua a ser apelo para a conversão”. 29.09.79

4.- “Numa plena e ativa participação no Sacrifício Eucarístico e na vida litúrgica completa da Igreja, todo o povo encontra a primeira e indispensável fonte do verdadeiro espírito cristão. Na Eucaristia encontra a força que o torna capaz de dar ao mundo o testemunho de vida.” 26.04.79

Sobre a Santa Virgem Mãe de Deus

1 – “O dogma da maternidade divina de Maria foi para o Concílio de Éfeso e é para a Igreja como um selo do dogma da Encarnação na qual o Verbo assume realmente, na unidade de sua pessoa, a natureza humana sem, anulá-la”.

2 – “Maria é ‘cheia de graça’, porque a Encarnação do Verbo, a união hipostática do Filho de Deus com a natureza humana, se realiza e cumpre precisamente nela”.

3 – “O ir ao encontro das necessidades do homem significa, ao mesmo tempo, sua introdução no raio de ação da missão messiânica e do poder salvador de Cristo. Por conseguinte, sucede uma mediação: Maria se põe entre seu Filho e os homens na realidade de suas privações, indigências e sofrimentos. Se põe “no meio”, ou seja, se faz mediadora não como uma pessoa desconhecida, senão no seu papel de mãe, consciente de que como tal pode – melhor “tem o direito de” – fazer presente ao Filho as necessidades dos homens”.

4 – “A Mãe de Cristo se apresenta diante dos homens como porta-voz da vontade do Filho, indicadora daquelas exigências que devem cumprir-se para que possa ser manifestado o poder salvador do Messias”.

5 – “Em Caná, mercê da intercessão de Maria (…), Jesus começa sua hora. Em Caná Maria aparece como a que crê em Jesus, sua fé provoca o primeiro “sinal” e contribui para despertar a fé dos discípulos “.

6 – “A missão maternal de Maria junto aos homens, de nenhuma maneira escurece nem diminui a única mediação de Cristo, pelo contrário, mostra sua eficácia. Esta função maternal brota, segundo o privilégio de Deus, da sobreabundância dos méritos de Cristo… dela depende totalmente e dela extrai toda a sua virtude.” (Redentoris Mater- 4, 9, 21, 22)

O Rosário da Santíssima Virgem

1 – “Em sua simplicidade e profundidade, continua sendo também neste terceiro Milênio apenas iniciado uma oração de grande significado, destinada a produzir frutos de santidade.”

2 – “O Rosário é uma oração centrada na cristologia. Na sobriedade de suas partes, concentra em si a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é como um compêndio”.

3 – “Com o Rosário o povo cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade de seu amor.”

4 – “Pelo Rosário, o fiel obtém abundantes graças, como recebendo-as das próprias mãos da Mãe do Redentor.”

5 – “Esta oração teve um papel importante em minha vida espiritual desde minha juventude. O Rosário me acompanhou nos momentos de alegria e nos de tribulação. A ele confiei tantas preocupações e nele sempre encontrei consolo.”

6 – “Há vinte e quatro anos, no dia 29 de outubro de 1978, duas semanas depois da eleição à Sede de Pedro, como abrindo minha alma, expressei-me assim: «O Rosário é minha oração predileta. Prece maravilhosa! Maravilhosa em sua simplicidade e em sua profundidade.” […] Hoje, no início do vigésimo quinto ano de serviço como Sucessor de Pedro, quero fazer o mesmo. Quantas graças recebi da Santíssima Virgem através do Rosário nestes anos: Magnificat anima mea Dominum! Desejo elevar meu agradecimento ao Senhor com as palavras de sua Mãe Santíssima, sob cuja proteção coloquei meu ministério petrino: Totus tuus!”

7 – “No marco de uma pastoral mais ampla, fomentar o Rosário nas famílias cristãs é uma ajuda eficaz para contrastar os efeitos desoladores desta crise atual.”

8 – “Numerosos sinais mostram como a Santíssima Virgem exerce também hoje, precisamente através do Rosário, aquela solicitude materna para com todos os filhos da Igreja que o Redentor, pouco antes de morrer, confiou-lhe na pessoa do predileto: «Mulher, eis aí o teu filho!» (Jo 19, 26).”

9 – “Maria vive olhando a Cristo e tem em mente cada uma de suas palavras: « Guardava todas estas coisas, e as meditava em seu coração » (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As memórias de Jesus, impressas em sua alma, a acompanharam em todos os momentos, levando-a a percorrer com o pensamento os diversos episódios de sua vida junto ao Filho. Foram aquelas lembranças que constituíram, em certo sentido, o ‘rosário’ que Ela recitou constantemente nos dias de sua vida terrena.”

“Quando recita o Rosário, a comunidade cristã está em sintonia com a memória e com o olhar de Maria.”

10 – “Percorrer com Maria as cenas do Rosário é como ir à ‘escola’ de Maria para ler a Cristo, para penetrar em seus segredos, para entender sua mensagem.” “O Rosário promove este ideal, oferecendo o ‘segredo’ para abrir-se mais facilmente a um conhecimento profundo e comprometido de Cristo. Poderíamos chamar o Rosário de Caminho de Maria.”

Vida Consagrada

1 – O chamamento para seguir o caminho dos conselhos evangélicos nasce do encontro íntimo com o amor de Cristo, que é amor redentor. Quando Cristo, «depois de vos ter fitado, vos amou», chamando cada um e cada uma de vós, amados Religiosos e Religiosas, aquele seu amor redentor foi dirigido a uma determinada pessoa, adquirindo ao mesmo tempo características esponsais: tornou-se amor de eleição. Tal amor abrange a pessoa toda, alma e corpo, seja homem ou mulher.

2 -“A Profissão religiosa coloca no coração de cada um e cada uma de vós, queridos Irmãos e Irmãs, o amor do Pai; aquele amor que há no coração de Jesus Cristo, Redentor do mundo. Este é um amor que abarca o mundo e tudo o que nele vem do Pai e que ao mesmo tempo deve vencer no mundo tudo o que «não vem do Pai”.

3 – “O consagrado é aquele que afirma e vive em si mesmo o senhorio absoluto de Deus, que quer ser tudo em todos”. (Exortação Apostólica Redemptionis Donum- 25-março-1984)

Frases sobre assuntos variados

1 – “Nem todos estão chamados a ser artistas no sentido específico da palavra. Entretanto, segundo a expressão do Gênesis, a cada homem é confiada a tarefa de ser artífice da própria vida; de certo modo, deve fazer dela uma obra de arte, uma obra-prima.”

2 – “A Igreja de hoje não precisa de “cristãos em tempo parcial”, mas sim de cristãos em tempo integral!”

3 – “A Igreja é a carícia do amor de Deus ao mundo.”

4 – “A juventude não é apenas um período de vida (…), mas uma qualidade de alma que se caracteriza precisamente por um idealismo que se abre para o amanhã.”

5 – “A pior prisão é um coração fechado.”

6 – “A terceira idade é uma dádiva de Deus e chegar a ela é um privilégio.”

7 – “A vocação do cristão é a santidade, em todo momento da vida. Na primavera da juventude, na plenitude do verão da idade madura, e depois também no outono e no inverno da velhice, e por último, na hora da morte.”

8 – “Afeta-me qualquer ameaça contra o homem, contra a família e a nação. Ameaças que têm sempre sua origem em nossa debilidade humana, na forma superficial de considerar a vida.”

9 – “Amar é o contrário de utilizar.”

10 – “Deus não é um ser indiferente ou longínquo, pois não estamos abandonados a nós mesmos.”

11 – “Deus se deixa conquistar pelo humilde. E recusa a arrogância do orgulhoso.”

12 – “Em realidade, todas as coisas, todos os acontecimentos, para quem sabe lê-los com profundidade, encerram uma mensagem que, em definitivo, remete a Deus.”

13 – “Os meios de comunicação acostumaram certos setores sociais a escutar o que “afaga os ouvidos”.”

14 – Se queres a paz, trabalha pela justiça. Se queres a justiça, defende a vida. Se queres a vida, abraça a verdade, a verdade revelada por Deus.”

15 – “Quando o homem se põe como medida de todas as coisas, converte-se em escravo de sua própria finitude.”

16 – “Rico, de fato, não é aquele que tem, mas aquele que dá.”

Fonte: Arautos do Evangelho
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Frases de João Paulo II

Os escritos e discursos de João Paulo II são fonte de ensinamentos. Ele tinha sempre uma palavra a ser dita sobre os mais variados temas da atualidade. Eles edificaram e animavam. Você conhecia o que aqui transcrevemos?

A Liberdade deve basear-se na verdade.

1 – “O verdadeiro conhecimento e autêntica liberdade encontram-se em Jesus. Deixai que Jesus sempre faça parte de vossa fome de verdade e justiça, e de vosso compromisso pelo bem-estar de vossos semelhantes”.

2 – “A Revelação ensina que não pertence ao homem o poder de decidir o bem e o mal, mas somente a Deus. O homem é certamente livre, uma vez que pode compreender e acolher os mandamentos de Deus. E goza de uma liberdade bastante ampla, já que pode comer «de todas as árvores do jardim». Mas esta liberdade não é ilimitada: deve deter-se diante da «árvore da ciência do bem e do mal», chamada que é a aceitar a lei moral que Deus dá ao homem. Na verdade, a liberdade do homem encontra a sua verdadeira e plena realização, precisamente nesta aceitação. Deus, que «só é bom», conhece perfeitamente o que é bom para o homem, e, devido ao seu mesmo amor, propõe-lo nos mandamentos.”

3 – “Portanto, a lei de Deus não diminui e muito menos elimina a liberdade do homem, pelo contrário, garante-a e promove-a. Bem distintas se apresentam, porém, algumas tendências culturais hodiernas, que estão na origem de muitas orientações éticas que colocam no centro do seu pensamento um suposto conflito entre a liberdade e a lei. Tais são as doutrinas que atribuem a simples indivíduos ou a grupos sociais a faculdade de decidir o bem e o mal: a liberdade humana poderia «criar os valores», e gozaria de uma primazia sobre a verdade, até ao ponto de a própria verdade ser considerada uma criação da liberdade. Esta, portanto, reivindicaria tal autonomia moral, que, praticamente, significaria a sua soberania absoluta.”

4 – “A liberdade, em todos seus aspectos, deve se basear na verdade. Quero repetir aqui as palavras de Jesus: “E a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

5 – “Só a liberdade que se submete à Verdade conduz a pessoa humana a seu verdadeiro bem. O bem da pessoa consiste em estar na Verdade e em realizar a Verdade”.(Veritatis Splendor)

O respeito à vida como fundamento de direitos

1 – “O respeito à vida é fundamento de qualquer outro direito, inclusive o da liberdade.”

2 – “A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta desde o momento da concepção. A partir do primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos seus direitos de pessoa, entre os quais está o direito inviolável de todo ser inocente à vida”.

3 – Qualquer ameaça contra o homem, contra a família e a nação me atinge. Ameaças que têm sempre sua origem em nossa fraqueza humana, na forma superficial de considerar a vida.”

4 – Todo ser humano, desde sua concepção, tem direito de nascer, quer dizer, a viver sua própria vida. Não só o bem-estar, mas também, de certo modo, a própria existência da sociedade, depende da salvaguarda deste direito primordial.

5 – Se a criança por nascer tem negado este direito (à vida), será cada vez mais difícil reconhecer sem discriminações o mesmo direito a todos os seres humanos.

A Família como Igreja domestica

1 – A família está chamada a ser templo, ou seja, casa de oração: uma oração simples, cheia de esforço e de ternura. Uma oração que se faz vida, para que toda a vida se transforme em oração.

2 – Em uma família que reza não faltará nunca a consciência da própria vocação fundamental: a de ser um grande caminho de comunhão.

3 – O homem é essencialmente um ser social; com maior razão, pode-se dizer que é um ser “familiar”.

4 – “O matrimônio e a família cristã edificam a Igreja. Os filhos são frutos preciosos do matrimônio.”

5 – A família é “base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida”.

6 – Que toda família do mundo possa repetir o que afirma o salmista: “Vede como é doce, como é agradável conviver os irmãos reunidos” (Sl 133, 1).

7 – Os pais têm direitos e responsabilidades específicas na educação e na formação de seus filhos nos valores morais, especialmente na difícil idade da adolescência. (Familiaris Consortio – Exortação Apostólica – 1981)

O homem e a necessidade de Deus

1.- “A pessoa humana tem uma necessidade que é ainda mais profunda, uma fome que é maior que aquela que o pão pode saciar -é a fome que possui o coração humano da imensidade de Deus”.

2.- “A caridade procede de Deus, e tudo o que ele ama nasce de Deus e conhece a Deus… porque Deus é amor (1 Jo 4,7-9). Somente o que é construído sobre Deus, sobre o amor, é durável”.

Uma só missão: anunciar Cristo, evangelizar

1 – “Como os Reis Magos, sede também vós peregrinos animados pelo desejo de encontrar o Messias e de adorá-lo! Anunciai com valentia que Cristo, morto e ressuscitado, é vencedor do mal e da morte!”

2 – “Se quiserdes ser eficazes pregadores da Palavra, deveis ser homens de fé profunda, e ao mesmo tempo ouvintes atuantes da Palavra”.

3 – “A Palavra de Deus é digna de todos vossos esforços. Abraçá-la em toda sua pureza e integridade, e difundi-la com o exemplo e a pregação, é uma grande missão. Esta é vossa missão hoje, amanhã e pelo resto de vossas vidas”.

A verdadeira fonte da paz

1 – “Homens e mulheres do terceiro milênio! Dexai-me repetir: abri o coração a Cristo crucificado e ressuscitado, que vos oferece a paz! Onde entra Cristo ressuscitado, com Ele entra a verdadeira paz”

2 – “Neste tempo ameaçado pela violência, pelo ódio e pela guerra, testemunhai que Ele (Jesus), e somente Ele, pode dar a verdadeira paz ao coração do homem, às famílias e aos povos da terra. Esforçai-vos em buscar e promover a paz, a justiça e a fraternidade. E não esqueçais da palavra do Evangelho: «Bem-aventurados os que trabalham pela paz, porque eles serão chamados filhos de Deus» (Mt 5,9).”

3 – ” A verdadeira reconciliação entre homens em conflito e em inimizade só é possível, se se deixam reconciliar ao mesmo tempo com Deus”

Sobre os jovens, para os jovens

1 – “A Igreja os vê com confiança e espera que sejam o povo das bem-aventuranças! “Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13-14).

2 – “Não temam responder generosamente ao chamado do Senhor. Deixem que sua fé brilhe no mundo, que suas ações mostrem seu compromisso com a mensagem salvadora do Evangelho!”

3 – Como os Reis Magos, sejam também peregrinos animados pelo desejo de encontrar ao Messias e de adorá-lo! Anunciai com coragem que Cristo, morto e ressuscitado, é vencedor do mal e da morte!”

4 – “Queridos jovens, já sabeis que o cristianismo não é uma opinião e não consiste em palavras vãs. O cristianismo é Cristo! É uma Pessoa, é o que Vive! Encontrar a Jesus, amá-lo e fazê-lo amar: eis aquí a vocação cristã.”

5 – “Queridos jovens, só Jesus conhece vosso coração, vossos desejos mais profundos. Só Éle, quem os amou até a morte, (Jn 13,1), é capaz de saciar vossas aspirações. Suas palavras de vida eterna, palavras que dão sentido à vida. Ninguém fora de Cristo poderá dar-vos a verdadeira felicidade.”

6 – “Agora mais que nunca é urgente que sejais os “sentinelas da manhã”, os vigias que anunciam a luz da alvorada e a nova primavera do Evangelho, da que já são vistas os brotos. A humanidade necessita imperiosamente do testemunho de jovens livres e valentes, que se atrevam a caminhar contra a corrente e a proclamar com força e entusiasmo a própria Fé em Deus, Senhor e Salvador.” (Das Mensagens para a XVII Jornada Mundial da Juventude – julho de 2002.)

A cruz não é escândalo, é esperança

1 – “O sofrimento humano alcançou seu ápice na paixão de Cristo.”

2 – “Onde surge a Cruz, vê-se o sinal de que chegou a Boa Notícia da salvação do homem mediante o amor. Onde se ergue a cruz, está o sinal de que foi iniciada a evangelização. A cruz se transforma também em símbolo de esperança. De instrumento de castigo, passa a ser imagem de vida nova, de um mundo novo”.

3 – “A cruz, na qual se morre para viver; para viver em Deus e com Deus, para viver na verdade, na liberdade e no amor, para viver eternamente”.

4 – “Na cruz de Cristo não apenas se cumpriu a redenção mediante o sofrimento, como o próprio sofrimento humano foi redimido.” “A cruz de Cristo tornou-se uma fonte da qual brotam rios de água viva.”

Confiança, fragilidade e graça

1 – “Os verdadeiros discípulos de Cristo têm consciência de sua própria fragilidade. Por isto colocam toda sua confiança na graça de Deus que acolhem com coração indiviso, convencidos de que sem Ele não podem fazer nada (cfr Jo 15,5). O que os caracteriza e distingue do resto dos homens não são os talentos ou as disposições naturais. É sua firme determinação em caminhar sobre as pegadas de Jesus”.

2 – “Sabei também vós, queridos amigos, que esta missão não é fácil. E que pode tornar-se até mesmo impossível, se contardes apenas com vós mesmos. Mas «o que é impossível para os homens, é possível para Deus» (Lc 18,27; 1,37).”

A Fé e a Razão

1.- “A fé e a razão (Fides et ratio) são como as duas asas com as quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade. Deus colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, definitivamente, de conhecê-lo para que, conhecendo-o e amando-o, possa alcançar também a plena verdade sobre si mesmo (cf. Ex 33, 18; Sl 27 [26], 8-9; 63 [62], 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2).

2 – O homem parece ter-se esquecido de que este é sempre chamado a voltar-se também para uma realidade que o transcende. Sem referência a esta, cada um fica ao sabor do livre arbítrio, e a sua condição de pessoa acaba por ser avaliada com critérios pragmáticos baseados essencialmente sobre o dado experimental, na errada convicção de que tudo deve ser dominado pela técnica. Foi assim que a razão, sob o peso de tanto saber, em vez de exprimir melhor a tensão para a verdade, curvou-se sobre si mesma, tornando-se incapaz, com o passar do tempo, de levantar o olhar para o alto e de ousar atingir a verdade do ser. A filosofia moderna, esquecendo-se de orientar a sua pesquisa para o ser, concentrou a própria investigação sobre o conhecimento humano. Em vez de se apoiar sobre a capacidade que o homem tem de conhecer a verdade, preferiu sublinhar as suas limitações e condicionalismos. (Fides et Ratio – setembro de 1998)

 Fonte: Arautos do Evangelho (Abril/2011)

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“E os dois corriam juntos”

Autor: Frei Lourenço M. Papin, OP

Com efusão de alegria, a Liturgia da Igreja celebra, no Domingo de Páscoa, a ressurreição de Cristo.

É bonito e singelo o texto do Evangelho desse dia. Narra-nos João que, bem de madrugada, Maria Madalena foi visitar o túmulo de Jesus. Vendo o túmulo vazio, saiu correndo para comunicar a Simão Pedro e João que o Senhor não estava lá.  Às pressas, os dois apóstolos se dirigiram ao túmulo. “E os dois corriam juntos”. João, sendo mais novo, chegou primeiro. Viu o túmulo vazio e as faixas de linho (nas quais fora envolto Jesus) que estavam no chão. Não se atreveu a entrar, respeitando a autoridade de Pedro. Certamente ofegante, chega Pedro que foi logo entrando no túmulo. Além das faixas viu também o pano que cobrira a cabeça de Jesus enrolado num lugar à parte. Delicadamente enrolado por Jesus. João, então, também entrou. “Ele viu e acreditou”. João e Simão Pedro viram e acreditaram na ressurreição do Senhor (Cf. Jo 20, 1-9).

Domingo de Páscoa nos coloca diante do mistério da Ressurreição de Cristo, verdade proeminente e fundamental de nossa fé.

A pena de morte da cruz que o Império Romano infligia a uma pessoa, equivalia ao seu banimento e total aniquilamento social. Numa perspectiva humana, a vida e a obra de Cristo se caracterizariam como um grande fracasso. De fato, num primeiro momento, os apóstolos e todos os seus seguidores, ou debandaram desconcertados ou ficaram confusos e atônitos. Somente a Ressurreição física e gloriosa do Cristo pode explicar o ressurgir imediato de sua missão e obra.

O apóstolo Paulo, declara com humildade e franqueza histórica: “Cristo ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas (Pedro) e depois aos doze. Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive. Em último lugar apareceu também a mim, como a um abortivo” (1 Cor 15, 1-8). O mesmo apóstolo chega a exclamar: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé”! (1 Cor 15, 13) Paulo prioriza a aparição do Ressuscitado a Cefas e aos apóstolos, por serem pedras fundamentais da Igreja. Sabemos, todavia, que Maria Madalena e as santas mulheres que vieram ao sepulcro para terminar de embalsamar o corpo de Jesus, foram as primeiras que depararam com o túmulo vazio, as primeiras que se encontraram com o Ressuscitado e as primeiras que anunciaram a Ressurreição aos próprios apóstolos (Cf. Jo 20, 1-18; Mt 29, 9-10; Mc 16, 9-11).

A fé na Ressurreição da primeira comunidade cristã se alicerça, pois, no testemunho de mulheres e homens concretos e confiáveis que eram conhecidos de todos. A Ressurreição torna-se a prova cabal da divindade de Jesus. “O mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento”. (Catecismo da Igreja Católica, nº 639). Interessante notar como a primeira comunidade cristã não foi tomada por nenhuma exaltação ou euforia mística ou fanática diante do anúncio da Ressurreição. Aliás, a verdadeira fé é sempre serena e equilibrada.

Com a Ressurreição de Cristo iniciou-se a construção de uma era nova para a humanidade. Sua Ressurreição é a vitória da vida sobre a morte, é semente de esperança plantada no coração da história. É anúncio e realização de vida nova no amor, na graça, na justiça, na liberdade e na verdade. É exigência de vida digna em sua dimensão religiosa, moral, ética, física e psíquica. É anúncio e garantia da ressurreição dos mortos como dignificação máxima do corpo humano e do humanismo cristão. É a sua presença viva e atuante no meio de nós.

A Ressurreição de Cristo é força que nos impele na transformação do velho mundo, num mundo novo onde a última palavra não seja da morte mas sim da vida sempre ressurgindo e vencendo a morte.

“E os dois corriam juntos”… Que a Páscoa seja nossa corrida ao alegre encontro com o Senhor ressuscitado são os votos que cordialmente apresento ao prezado amigo leitor.

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Cerca de mil anglicanos se convertem ao catolicismo na Semana Santa

Londres (Terça-feira, 26-04-2011, Gaudium Press)

Esta Semana Santa trouxe mais algumas alegrias para a Igreja Católica. Isto porque cerca de mil anglicanos converteram-se ao catolicismo neste período. As informações estão no site do Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham (www.ordinariate.org.uk), na Inglaterra, espécie de diocese sem território na qual foram formados novos membros da religião católica.

As cerimônias de conversão ocorreram em sete catedrais diferentes. Na região sul de Londres, nos templos de Southwark, South Benfleet e Walhamstow; e na região Central, nas catedrais de Tunbridge Well, Deal, Oxford e London.

O patrono do Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham e um dos bipos anglicanos que agora é sacerdote católico, Monsenhor Keith Moon, foi um dos líderes religiosos responsáveis pela recepção dos novos integrantes. A cerimônia realizada pelo monsenhor aconteceu na segunda-feira,18, e foi a primeira celebrada pelo religioso após sua conversão.

O Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham segue as normas estabelecidas pela Constituição Apostólica “Anglicanorum Coetibus” para os fiéis anglicanos que desejam entrar em comunhão com a Igreja Católica.

Com informações da Rádio Vaticana.

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Devoção ao Imaculado Coração de Maria e aos Primeiros Sábados

Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa

Maria Santíssima é verdadeiramente Mãe de uma bondade incomensurável. Seu desvelo para conosco excede a todo amor conhecido, pois não apenas é generoso, terno, envolvente e até heróico, mas parece ultrapassar todos os limites.

Como vimos, mesmo quando em Fátima se referiu às punições reservadas para o mundo impenitente, a Mãe de Deus revestiu suas admoestações de profunda tristeza, demonstrando também, por seu modo de se expressar, uma grande pena dos “pobres pecadores”.

Apesar do anúncio da salutar punição, Nossa Senhora encontra-se pronta a nos obter de seu Divino Filho o perdão. A condição é que utilizemos os meios por Ela indicados: o aumento na devoção a Ela, a oração e a penitência.

Não há por que estranhar o caráter condicional dessa promessa de perdão, vinda de Mãe tão bondosa e misericordiosa. Pois, uma vez que alguém está ameaçado de castigo por causa de seus pecados, o modo de ser poupado é deixar de cometê-los.

A devoção ao Imaculado Coração de Maria

Para salvar as almas “dos pobres pecadores, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração” – dizia a Santíssima Virgem na aparição de 13 de julho de 1917, ao tratar do cerne de sua mensagem. Porém, não foi esta a única ocasião em que Nossa Senhora se referiu à importância dessa devoção. Mencionou-a diversas outras vezes nas suas mensagens, e tal insistência não pode deixar de ser seriamente considerada.

Quem se tomar de verdadeiro e sincero amor por essa boa Mãe, puríssima e inigualável, e pôr em prática a devoção ao seu Imaculado Coração, será favorecido por seu contínuo amparo. Por maiores que tenham sido os pecados cometidos, Nossa Senhora intercederá pelo fiel devoto junto a seu Divino Filho, obtendo-lhe todas as graças de emenda de vida e perseverança no bom caminho.

A devoção ao Imaculado Coração de Maria é, portanto, um dos principais remédios para a ruína contemporânea.

A comunhão reparadora

Nossa Senhora ofereceu-nos, por meio da Irmã Lúcia, um dom de valor inestimável: “Eu prometo assisti-los na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas”. Para receber esse benefício, basta ao fiel fazer a comunhão reparadora dos primeiros sábados de cinco meses seguidos, além de se confessar, rezar o terço e fazer quinze minutos de meditação sobre os Mistérios do Rosário. Essa comunhão deve ser oferecida em desagravo à Santíssima Virgem e a seu Divino Filho, pelos pecados e ofensas contra Eles cometidos.

Como fazer a comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados

Com efeito, na terceira aparição, em 13 de julho, Nossa Senhora prometera: “Virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados”. Tal vinda ainda não se dera.

No dia 10 de dezembro de 1925, porém, conforme relata a Irmã Lúcia (falando de si mesma na terceira pessoa), “apareceu-lhe a Santíssima Virgem, e, ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um Menino. A Santíssima Virgem, pondo-lhe no ombro a mão, mostrou-lhe um Coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos. Ao mesmo tempo, disse o Menino: ‘Tem pena do Coração de tua Santíssima Mãe, que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam, sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar’.

Em seguida, disse a Santíssima Virgem: ‘Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo momento Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem quinze minutos de companhia meditando nos quinze mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assisti-los na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas’.

No dia 15 de fevereiro de 1926, apareceu-lhe de novo o Menino Jesus. Perguntou-lhe se já tinha espalhado a devoção à sua Santíssima Mãe”.Ela Lhe disse que a Madre Superiora stava disposta a propagá-la, mas que o confessor tinha dito que esta última, sozinha, nada podia. “Jesus respondeu: ‘É verdade que a tua Superiora, só, nada pode; mas, com a minha graça, pode tudo’.

Apresentou a dificuldade que algumas almas tinham de se confessarem no sábado, e pediu para ser válida a confissão de oito dias. Jesus respondeu: ‘Sim, pode ser de muitos mais [dias] ainda, contanto que, quando Me receberem, estejam em graça e tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria’.

Ela perguntou: ‘Meu Jesus! [e] as que se esquecerem de formar essa intenção?’ Jesus respondeu: ‘Podem formá-la na outra confissão seguinte, aproveitando a primeira ocasião que tiverem de se confessar’.”

Quatro anos depois, na madrugada de 29 para 30 de maio de 1930, Nosso Senhor revelou interiormente à Irmã Lúcia outro pormenor a respeito das comunhões reparadoras dos cinco primeiros sábados:

“‘E quem não puder cumprir com todas as condições no sábado, não satisfará com os domingos?’, [perguntei]. [Jesus respondeu]: ‘Será igualmente aceita a prática desta devoção no domingo seguinte ao primeiro sábado, quando os meus Sacerdotes, por justos motivos, assim o concederem às almas’.”

Como praticar a devoção dos Cinco Primeiros Sábados


“Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração”

Na terceira aparição, em Fátima, a 13/7/1917, a SSma. Virgem anunciou que viria pedir a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Mais tarde, a 10/12/1925, quando a Irmã Lúcia já estava na Casa das Dorotéias, em Pontevedra, na Espanha, Nossa Senhora apareceu-lhe de novo. A Seu lado via-se o Menino Jesus, em cima de uma nuvem luminosa:

“Olha, minha filha – disse-lhe a Virgem Maria – o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro sábado:

* se confessarem;
* receberem a Sagrada Comunhão;
* rezarem um terço e;
* Me fizerem quinze minutos de companhia meditando nos vinte mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar
.

Eu prometo assisti-los na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.”

A confissão

No dia 15 de fevereiro de 1926, apareceu-lhe de novo o Menino Jesus. Perguntou-lhe se já tinha espalhado a devoção à sua Santíssima Mãe. A Irmã Lúcia apresentou a dificuldade que algumas almas tinham de se confessar ao sábado, e pediu para ser válida a confissão de oito dias.

“Sim, pode ser de muitos mais ainda, contanto que, quando Me receberem, estejam em graça, e que tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria.”

Por que os cinco Sábados?

Esta pergunta, levantada por muitos, também a fez a Irmã Lúcia a Nosso Senhor, que assim lhe respondeu: “Minha filha, o motivo é simples: são cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria.

1. As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;

2. Contra a sua virgindade;

3. Contra a maternidade divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;

4. Os que procuram publicamente infundir, nos corações das crianças, a indiferença, o desprezo, e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;

5. Os que A ultrajam diretamente nas Suas sagradas imagens”. (Cfr. Memórias e Cartas da Irmã Lúcia, Porto, 1973).

Oração para antes da Meditação

Imaculada Virgem Maria Mãe de Deus e nossa Mãe, cheio de pena pelos espinhos que os homens ingratos a todos os momentos cravam em vosso Coração com blasfêmias e ingratidões, aqui estou a vossos pés para Vos fazer quinze minutos de companhia na meditação dos mistérios do Rosário como amorosamente nos pedistes, a fim de Vos consolar.

Vós que guardáveis e meditáveis em vosso Coração o que ouvíeis do vosso Divino Filho e o que víeis nas suas ações, dignai-vos pela vossa maternal bondade e misericórdia obter-me a graça de compreender o que esses mistérios nos ensinam e de praticar as suas lições.

Aceitai, Coração Imaculado de Maria, este meu pobre tributo de filial devoção e desagravo. Perdoai-me e fazei-me merecedor das graças que prometestes a este piedoso exercício, principalmente o da perseverança final. Amém.


Ato de Consagração e Desagravo

Virgem Santíssima e Mãe nossa querida, ao mostrardes o Vosso Coração cercado de espinhos, símbolo das blasfêmias e ingratidões com que os homens ingratos pagam as finezas do vosso amor, pedistes que vos consolássemos e desagravássemos.

Como filhos vos queremos amar e consolar sempre; mas hoje especialmente, ao ouvir as vossas amargas queixas, desejamos desagravar o vosso doloroso e Imaculado Coração que a maldade dos homens fere com os duros espinhos dos seus pecados.

De modo especial vos queremos desagravar das injúrias sacrilegamente proferidas contra a vossa Conceição Imaculada e Santa Virgindade. Muitos, Senhora, negam que sejais Mãe de Deus e nem vos querem aceitar como terna mãe dos homens. Outros, não vos podendo ultrajar diretamente, descarregam nas vossas sagradas imagens a sua cólera satânica. Nem faltam também aqueles que procuram infundir nos corações, sobretudo nas crianças inocentes, que são o vosso encanto, indiferença, desprezo e até ódio contra Vós.

Virgem Santíssima, aqui prostrados aos vossos pés, vos mostramos a pena que sentimos por todas estas ofensas e prometemos reparar com os nossos sacrifícios e orações tantos pecados e ofensas destes vossos filhos ingratos.

Reconhecendo que também nós, nem sempre correspondemos às vossas predileções, nem vos honramos e amamos como Mãe, mas antes entristecemos o vosso Coração e o do vosso divino Filho, suplicamos para os nossos pecados misericordioso perdão. Queremos ainda pedir-vos, Senhora, compaixão, proteção e bênção para o povo da Rússia, que outrora vos amou tanto, e que está confiado e consagrado ao vosso Coração Imaculado. Reconduzi-o ao seio da verdadeira Igreja e sede a sua salvação, como prometestes nas vossas aparições em Fátima.

Para todos quantos são vossos filhos e particularmente para nós, que queremos amar-vos como mãe muito querida e nos consagrarmos inteiramente ao vosso Coração Imaculado, seja-nos ele o refúgio nas angústias e tentações da vida e o caminho que nos conduza até Deus, que esperamos gozar eternamente no Céu. Amém.

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Ressurreição do Senhor

Quão grande deve ter sido a admiração que expressaram os olhos de Maria Madalena! Quão grande o tremor ao ver a sepultura, onde estava o corpo Daquele que foi a causa da mudança de rumo fundamental e definitiva de sua vida, e que agora está aberta e vazia: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”.

O corpo de Jesus era a última coisa que restava àquele pequeno grupo de pessoas, fascinados por Ele. Parecia que o poder daquela época tivesse vencido. E agora, aquele pequeno tesouro, contido num sepulcro destinado a estar fechado para todo o sempre, tinha sido “retirado”.

A preciosidade daquele corpo e daquele lugar é a única razão que poderia explicar a corrida de Pedro e João, quando apenas receberam a notícia da Madalena: agora, Jesus não estava mais com eles, tinham a necessidade de um sepulcro, junto ao qual poderiam chorar a perda do Mestre, e queriam estar certos que ninguém o tivesse profanado.

A passagem evangélica de hoje nos chama a atenção não pelas as coisas que nos são relatadas, mas por aquelas que não são descritas: não nos é dito como o Senhor ressuscitou e não nos é descrito como os discípulos o viram! O que realmente domina a cena é o “sepulcro vazio”.

Tão logo entraram naquela cova cavada na pedra, deram-se conta de tudo o que havia acontecido: “Viu e creu” (Jo. 20,8). Mas o que viram? “As faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto a cabeça de Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à parte” (Jo. 20,6-7). Em si, um fato banal, sem significado relevante, mas que foi suficiente para fazer com que os olhos de João se abrissem à verdade. “Ressuscitei e estarei sempre contigo” (Cf. Antifona de entrada), assim deve ter escutado, com o próprio coração, o discípulo amado!

Ademais, se paramos um momento para refletir, o Senhor continua a entrar em nossas vidas através dos encontros, gestos ou situações que, para a maior parte das pessoas, poderiam resultar insignificantes, mas que para nós assumem a mesma importância que tiveram aqueles panos de linho para o discípulo amado.

Depois de dois mil anos, aquele sepulcro está ainda vazio, mas diante de um acontecimento desses, cada um de nós é chamado a tomar uma decisão. Como fazê-lo de forma consciente, sem que sejam outros a decidirem por nós? Não nos servem grandes conhecimentos ou uma inteligência superior. Podemos ser testemunhas do Senhor Ressuscitado, podemos reconhecer no sinal das faixas ali deixadas, a sua ressurreição, somente se estamos dispostos a deixar que Ele entre em nossas vidas e as cumulem com o seu Espírito. Será a amizade com Cristo, a familiaridade com Ele, dia após dia, que nos levará a darmo-nos conta “de tudo o que Jesus fez” (At. 10,39) e nos ajudará a compreender que a esperança – de justiça, de bem, de bondade, de verdade, de beleza – que se ascendeu quando o encontramos, realmente se realizará.

O cristão não é um visionário ou um iludido, mas sim uma pessoa dotada de simplicidade de coração, a tal ponto que o leva a chamar as coisas pelo próprio nome e, dessa forma, o que para o mundo é uma “sepultura vazia”, para nós tornou-se o maior sinal da única Presença que pode satisfazer os anseios do nosso coração.

“Ressuscitei e estarei sempre contigo” é o que o Senhor, neste momento, está dizendo também a você

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Por que Maria é proclamada: Bendita!

Isabel é uma mulher que reconhece ser Maria a bendita do Senhor, porque traz em seu seio fruto bendito de Deus Uno e Trino. Felicita-a pelo dom que ela recebeu de Deus, pelo estado de bem-aventurança em que se encontra por ter dito SIM ao plano do Pai.

Com que belas palavras Isabel fala bem de Maria, com que voz expressiva e firma  a proclama bendita, bem vinda, por trazer a alegria de um futuro próximo que já milênios o povo de Israel aguarda, anseia, espera. Isabel bendiz Maria com estas palavras e com esta proclamação:

Bendita és tu entre as mulheres,

Bendito é o fruto de teu ventre!

Bendita a Mãe do meu Senhor que me visita!

Bendita a saudação que chegou aos meus ouvidos,

Bendita a criança que estremeceu em meu ventre!

Feliz és tu que acreditaste no que o Senhor te disse,

Porque será realizado! (cf. Lc 1, 41-45)

Não é fácil penetrar o mistério de Maria. No entanto, Isabel penetra-o com sua finesse. Não só penetra nesse mistério, mas o socializa, torna-o público, através de suas palavras que prorrompem num hino que se faz grito de exclamação: Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? (Lc 1,43). Maria entra em comunicação com Isabel através do mistério que carrega em si mesma, o Mistério da Encarnação. Toda pessoa que se aproxima do Deus encarnado entra em relação com a Mãe desse Deus encarnado, Mãe que traz consigo o mistério da Nova Criação.

O contexto limita-se ao encontro de duas mulheres que se dá fora da Sinagoga, fora do Templo, num lugar totalmente laico e próprio do cotidiano de uma vida que se desenvolve e cresce no silêncio de uma casa como a de todas as outras famílias. Mas o mistério que se dá a conhecer entre essas duas mulheres tem um alcance teológico e missionário que atravessa os confins do mundo (cf. At 1,8).

O hino de Isabel não é uma exaltação das virtudes da jovem Maria, mas sim do anúncio da realização da Promessa de salvação que se aproxima e já se encontra no meio de seu povo. É a libertação que ressoa nas palavras: Bendita Maria, tu és a Mulher feliz da Terra sem Males que estamos construindo!

Fonte: Revista de Aparecida – Edição 109 – Abril/2011

Artigos Intercessões Nossa Senhora

Nossa Senhora da Confiança

ConfiNSRACONFIAN?A RAE 14B.jpgança! Confiança! Eu venci o mundo!(Jo 16, 33).

Quando a palavra confiança era pronunciada por Nosso Senhor Jesus Cristo, operava nos corações uma profunda e maravilhosa transformação, diz um sábio escritor. A aridez das suas almas era umedecida por um orvalho celestial, as trevas de seus espíritos se transformavam em luz, a angústia era substituída por uma calma serenidade.

O mesmo convite que Nosso Senhor fazia outrora aos seus ouvintes, repete hoje a nós. Confiança! Como essa virtude é necessária nos dias de hoje! Como estão equivocadas as almas que, sentindo suas deficiências e misérias, mal ousam aproximar-se do Divino Salvador, com receio de que um Deus tão puro, tão excelso não se inclinaria para elas, não perdoaria suas faltas! Deus é Misericórdia, e desde que desejemos sinceramente converter-nos, Ele tem pena de nossa miséria, e de nós se aproxima para salvar-nos, para nos colocar junto ao seu Sagrado Coração.

Mais ainda: quis nos dar um meio de experimentarmos a bondade do modo mais eloqüente possível em termos humanos, que é o carinho materno. Do alto da Cruz, no momento mesmo de entregar sua alma ao Pai, deu-nos sua própria Mãe para ser também nossa Mãe. .Mulher, eis aí o teu filho. (…) Filho, eis aí a tua Mãe!. (Jo 19, 26- 27). Como explica a Igreja desde seus primeiros séculos, em São João estava representada toda a humanidade.

Esse dom inenarrável de sermos, também, filhos da Mãe do Céu, nos facilita igualmente a prática da virtude da confiança Essas reflexões nos trazem à lembrança uma belíssima pintura de Nossa Senhora da Confiança a Madonna della Fiducia. venerada na Cidade Eterna, na capela do Pontifício Seminário Romano, vizinho à famosa Basílica de São João de Latrão.

A devoção a Nossa Senhora da Confiança surgiu na Itália há quase três séculos, vinculada à venerável Irmã Clara Isabella Fornari, monja clarissa falecida em 1744, e com processo de beatificação em andamento. Abadessa do mosteiro da cidade de Todi, a Irmã Clara foi privilegiada por Deus com graças místicas, entre as quais a de receber em seus membros os estigmas da Paixão.

Nutrindo uma devoção muito particular à Mãe de Deus, portava sempre consigo um milagroso quadro que A representa com o Menino Jesus nos braços. A essa pintura se atribuíam graças e curas muito numerosas, e já no século XVIII começaram a circular pela Itália cópias dela, dando origem à devoção à Santíssima Virgem sob o título de Mãe da Confiança.

Uma das cópias acabou por se tornar mais célebre que a original. Foi ela levada para o Seminário Maior de Roma o principal do mundo, por ser o seminário do Papa, de onde se tornou padroeira. Todos os anos é venerada pelo próprio Pontífice, que vai visitá-la na festa da Madonna della Fiducia, em 24 de fevereiro.

Desde cedo, Nossa Senhora mostrou aos seminaristas que, se recorressem a Ela sob a invocação de Nossa Senhora da Confiança, podiam contar com seu auxílio nas piores situações.

Nesse sentido, entre os fatos prodigiosos mais insignes contam-se as duas vezes (1837 e 1867) em que uma epidemia de cólera atingiu a Cidade Eterna, mas o Seminário Romano foi milagrosamente poupado pela poderosa intercessão de sua Padroeira. Além disso, na Primeira Guerra Mundial, cerca de cem seminaristas foram enviados à frente de batalha, e colocaram-se sob a especial proteção da Madonna della Fiducia. Todos retornaram vivos, o que atribuíram à proteção da Santíssima Virgem. Em agradecimento, entronizaram o venerável quadro numa nova capela de mármore e prata.

Quando o famoso quadro do Seminário Romano ali chegou, vinha acompanhado de um antigo pergaminho, que ainda se conserva, o qual traz consoladoras palavras da Irmã Clara Isabel: A divina Senhora dignou-Se conceder- me que toda alma que com confiança se apresentar ante este quadro, experimentará uma verdadeira contrição dos seus pecados, com verdadeira dor e arrependimento, e obterá de seu diviníssimo Filho o perdão geral de todos os pecados. Ademais, essa minha divina Senhora, com amor de verdadeira Mãe, se comprouve em assegurar-me que a toda alma que contemplar esta sua imagem, concederá uma particular ternura e devoção para com Ela..

A devoção à Madonna della Fiducia. mostra-se particularmente benéfica quando se reza a jaculatória minha Mãe, minha confiança!

Muitos são aqueles que se fortalecem na confiança, ou a recuperam, apenas por contemplar essa bela pintura, sentindo-se inundados pelo olhar maternal, sereno, carinhoso, encorajador da Rainha do Céu.

E o divino Menino, também fitando o fiel, aponta decididamente o dedo indicador para a Santíssima Virgem, como a dizer:

Coloque-se sob a proteção d.Ela, recorra a Ela, seja inteiramente d’Ela, e você conseguirá chegar até Mim.

(Revista Arautos do Evangelho, Fev/2003, n. 14, p. 36 e 37)

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Realengo – Matança dos inocentes

Autor: Frei Lourenço Maria Papin, OP

Estamos todos estarrecidos diante da espantosa tragédia ocorrida numa escola municipal no bairro de Realengo no oeste da cidade do Rio de Janeiro. Um tresloucado jovem de 24 anos, munido com armas de fogo nas mãos, entra nessa escola atingindo mortalmente des meninas e dois meninos e ferindo muitos outros alunos e alunas. E maior teria sido a tragédia se um policial, chamado por uma criança, não interrompesse a trajetória assassina desse jovem.

Impressionante as imagens de dor que todos vimos, sobretudo pela televisão. Mães aflitas chorando em busca de seus filhos mortos ou feridos, médicos e enfermeiros em lágrimas, socorrendo as crianças vitimas do atentado, tanta gente solidária, às vezes querendo e não sabendo como ajudar.

Comovido, lembrei-me logo do episódio bíblico da matança dos inocentes em Belém de Judá, narrado realisticamente por São Mateus.

O rei Herodes, de mentalidade doentia, de crueldade impiedosa até contra sua própria família, ambicioso pelo poder, tinha ouvido dos magos que em Belém nascera o Rei dos Judeus. Ambicioso pelo poder e temendo perdê-lo, ordenou o massacre de todas as crianças de Belém, menores de dois anos.

O Evangelista Mateus reflete sobre o doloroso episódio citando o profeta Jeremias: “Escuta-se um voz em Ramá: prantos e soluços copiosos. É Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada por que eles já não existem” (cf. Mt 2, 16-18).

Parafraseando o tocando texto bíblico, julgo poder dizer: “ouve-se uma voz de dor em Realengo, no Rio, prantos e soluços copiosos, que se estendem por todo Brasil. É a mãe pátria que chora seus filhos e não se conforma com o que aconteceu.” O que levou esse jovem a praticar tão repugannte ação? Os psicologos, psiquiatras e sociologos, ainda que reticentes, procuram  apresentar as mais diversas explicações. Entre essas explicações, está a do presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Dr. Antônio Geraldo da Silva, que atribui ao jovem um “transtorno de personalidade”: nesse caso a pessoa sabe bem o que está fazendo e prepara tudo com antecedência. O fenômino do “transtorno de personalidade” pode conter seja traços paranóicos que buscam vinganças contra pessoas reais ou imaginárias, como também sintomas de depressão.

Estranha é a carta-testamento encontrada com o jovem: uma aparente  moral rígida em defesa da virgindade, que mais parece indicar “transtorno de personalidade”.

O infausto acontecimento de Realengo vem trazer a tona o grave problema no Brasil que é o indevido porte de armas de fogo. Há poucos anos, o Congresso ao invés de aprovar um projeto de lei radical pela suspensão da venda de armas, optou por uma lei mais branda – o “Estatuto pela desarmamento” – que apenas contém normas mais exigentes sobre o porte de armas.

Houve também um plebiscito em vista do fim da venda de armas que, porém, não vingou. Temos também nossa culpa!

Infelizmente há um grande comércio clandestino de armas que facilita o porte e uso indevido das mesmas. Particulamente assusta-nos a todos pensar no porte de arma dos traficantes.

O bom senso  nos conclama ao desarmamento, ao adeus às armas. As armas devem ser estigmatizadas como um símbolo da morte e ser afastadas do cotidiano dos cidadãos. O jovem de Realengo certamente teve facilidade para conseguir suas armas mortais.

A vida é sagrada. “Não matarás”, reza o quinto mandamento da lei de Deus. Estamos preocupados com o grande numero de vitima de armas de fogo, sobretudo entre os jovens. As estatísticas a respeito são assustadoras.

O derramamento de sangue inocente em Realengo levante-se como mais forte clamor, para que as autoridades e toda a sociedade despertem e se empenhem de verdade em defender e promover a vida. A vida é dom de Deus. A vida é sagrada.

 

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Necessitamos nos santificar por Maria

Alma, imagem viva de Deus e resgatada pelo Sangue precioso de Jesus Cristo, a vontade de Deus a teu respeito é que te tornes santa como Ele nesta vida, e gloriosa como Ele na outra.

A aquisição da santidade de Deus é tua vocação assegurada; e é para lá que todos os teus pensamentos, palavras e ações, teus sofrimentos e todos os movimentos de tua vida devem tender; ou [do contrário] tu resistes a Deus, não fazendo aquilo para o que Ele te criou e te conserva agora.

Ó! Que obra admirável! A poeira transformada em luz, a imundície em pureza, o pecado em santidade, a criatura em Criador e o homem em Deus! Ó obra admirável! Eu o repito, mas obra difícil em si mesma e impossível à natureza por si só; unicamente Deus, por uma graça, uma graça abundante e extraordinária, é Quem pode levá-la a cabo; e a criação de todo o universo não é maior obra-prima do que esta.

Alma, como farás? Que meios tu escolherás para subir onde Deus te chama? Os meios de salvação e de santidade são conhecidos de todos, estão assinalados no Evangelho, explicados pelos mestres da vida espiritual, são praticados pelos santos e necessários a todos os que querem salvar-se e chegar à perfeição; tais são: a humildade de coração, a oração contínua, a mortificação universal, o abandono à divina Providência, a conformidade com a vontade de Deus.

Para praticar todos esses meios de salvação e de santidade, a graça e o socorro de Deus são absolutamente necessários, e esta graça é dada a todos, maior ou menor; não resta dúvida. Eu digo: maior ou menor; pois Deus, ainda que sendo infinitamente bom, não dá Sua graça igualmente forte para todos, embora Ele a dê suficiente para todos. A alma fiel a uma grande graça faz uma grande ação, e com uma fraca graça faz uma pequena ação. O valor e a excelência da graça dada por Deus e correspondida pela alma fazem o valor e a excelência de nossas ações. Esses princípios são incontestáveis.

Tudo se reduz, portanto, a encontrar um meio fácil para obter de Deus a graça necessária para tornar-se santo; e é isto que eu quero ensinar. E, eu digo que para encontrar a graça de Deus, é necessário encontrar Maria.

Porque Maria nos é necessária

1º – Foi só Maria quem encontrou graça diante de Deus, para Si, e para cada homem em particular. Os patriarcas e os profetas, todos os santos da Antiga Lei não puderam encontrar esta graça.

2º – Foi Ela que deu o ser e a vida ao Autor de toda graça, e, por causa disso, Ela é chamada a Mãe da graça, Mater Gratiae.

3º – Deus Pai, de Quem todo dom perfeito e toda graça desce como de sua fonte essencial, dando-Lhe Seu Filho, deu-Lhe todas as Suas graças; de sorte que, como diz São Bernardo, a vontade de Deus Lhe foi dada nEle e com Ele.

4º – Deus A escolheu para ser a tesoureira, a ecônoma e a dispensadora de todas as Suas graças; de modo que todas Suas graças e todos Seus dons passam por Suas mãos; e, conforme o poder que Ela recebeu dEle, segundo São Bernardino, Ela dá a quem Ela quer, como Ela quer, quando Ela quer e tanto quanto Ela quer, as graças do Pai Eterno, as virtudes de Jesus Cristo e os dons do Espírito Santo.

5º – Assim como, na ordem natural, é preciso que uma criança tenha um pai e uma mãe, do mesmo modo, na ordem da graça, é necessário que um verdadeiro filho da Igreja tenha Deus por pai e Maria por mãe; e, se ele se gloria de ter Deus por pai, não tendo o carinho de um verdadeiro filho por Maria, é um farsante que não tem senão o demônio por pai.

6º – Uma vez que Maria formou o Chefe dos predestinados, que é Jesus Cristo, cabe a Ela também formar os membros deste Chefe, que são os verdadeiros cristãos: pois uma mãe não forma o chefe sem os membros, nem os membros sem o chefe. Quem deseje, portanto, ser membro de Jesus Cristo, pleno de graça e de verdade, deve ser formado em Maria por meio da graça de Jesus Cristo, que reside nEla em plenitude, para ser comunicada em plenitude aos verdadeiros membros de Jesus Cristo e a Seus verdadeiros filhos.

7º – O Espírito Santo tendo desposado Maria, e tendo produzido nEla, e por Ela, e dEla, Jesus Cristo, esta obra-prima, o Verbo Encarnado, como Ele nunca A repudiou, Ele continua a produzir todos os dias nEla e por Ela, de uma maneira misteriosa, mas verdadeira, os predestinados.

8º – Maria recebeu de Deus uma dominação particular sobre as almas para as nutrir e fazer crescer em Deus. Santo Agostinho diz mesmo que, neste mundo, os predestinados estão todos contidos no seio de Maria, e que eles não vêm à luz senão quando esta boa Mãe os faz nascer para a vida eterna. Em conseqüência, como a criança tira todo seu alimento de sua mãe, que o dá proporcionado à sua fraqueza, da mesma forma os predestinados tiram toda sua nutrição espiritual e toda sua força de Maria.

9º – Foi a Maria que Deus Pai disse: In Jacob inhabita: Minha Filha, habita em Jacó, quer dizer, nos Meus predestinados figurados por Jacó. Foi a Maria que Deus Filho disse: In Israel haereditare: Minha querida Mãe, tende Vossa herança em Israel, ou seja, nos predestinados. Enfim, foi a Maria que o Espírito Santo disse: In electis meis mitte radices: Lançai, minha fiel Esposa, raízes nos Meus eleitos. Qualquer um que seja, portanto, eleito e predestinado tem a Santíssima Virgem habitando em sua casa, quer dizer, em sua alma, e ele A deixa introduzir nela as raízes de uma profunda humildade, de uma ardente caridade e de todas as virtudes.

10º – Maria é chamada por Santo Agostinho, e é, com efeito, o molde vivo de Deus, forma Dei, quer dizer, somente nEla Deus feito homem foi formado ao natural, sem que Lhe falte nenhum traço da Divindade, e é também nEla somente que o homem pode ser formado em Deus ao natural, tanto quanto a natureza humana é capaz, pela graça de Jesus Cristo.

 

Um escultor pode fazer uma figura ou um retrato ao natural de duas maneiras: 1º – servindo-se de sua indústria, de sua força, de sua ciência e da qualidade de seus instrumentos para fazer essa figura em uma matéria dura e informe; 2º – ele pode colocá-la num molde. A primeira maneira é demorada, difícil, e sujeita a vários acidentes: não é preciso, freqüentemente, mais que um golpe mal dado de cinzel ou de martelo para estragar toda uma obra. A segunda é pronta, fácil e doce, quase sem sofrimento e sem custo, desde que o molde seja perfeito e que ele represente ao natural; desde que a matéria de que ele se sirva seja bem maleável, não resistindo nunca à sua mão.

Maria é o grande molde de Deus, feito pelo Espírito Santo, para formar ao natural um Homem-Deus pela união hipostática, e para formar um homem-Deus pela graça. Não falta a este molde nenhum traço da divindade; qualquer um que seja jogado nele e se deixa manejar, nele recebe todos os traços de Jesus Cristo, verdadeiro Deus, de uma maneira doce e proporcionada à fraqueza humana, sem muita luta e trabalho; de uma maneira segura, sem medo de ilusão, pois o demônio nunca teve e não terá jamais entrada junto a Maria, santa e imaculada, sem sombra da menor mancha de pecado.

Ó! Cara alma, que diferença há entre uma alma formada em Jesus Cristo pelas vias ordinárias daqueles que, como os escultores, se fiam em sua experiência e se apóiam em sua capacidade, e uma alma bem maleável, bem desfeita, bem derretida, e que, sem nenhum apoio em si mesma, se lança em Maria e nEla se deixa manusear pela operação do Espírito Santo! Quanto há de máculas, quanto há de defeitos, quanto há de trevas, quanto há de ilusões, quanto há de natural, quanto há de humano na primeira alma; e como a segunda é pura, divina e parecida com Jesus Cristo!

Absolutamente não há, nem nunca haverá jamais, criatura onde Deus seja maior, fora dEle mesmo e em Si mesmo, que na divina Maria, sem exceção nem dos bem-aventurados, nem dos Querubins, nem dos mais altos Serafins, no Paraíso mesmo. Maria é o paraíso de Deus e Seu mundo inefável, onde o Filho de Deus entrou para lá operar maravilhas, para o guardar e comprazer-Se lá. Ele fez um mundo para o homem viandante, que é este [em que estamos]; Ele fez um mundo para o homem bem-aventurado, que é o Paraíso; mas Ele fez um outro para Si, ao qual deu o nome de Maria; mundo desconhecido a quase todos os mortais, e incompreensível a todos os Anjos e bem-aventurados, lá no Céu, que, na admiração de ver Deus tão elevado e tão distanciado deles todos, tão separado e tão recluso em Seu mundo, a divina Maria, bradam dia e noite: Santo, Santo, Santo.

Feliz e mil vezes feliz a alma, cá embaixo, à qual o Espírito Santo revela o segredo de Maria, para o conhecer; e à qual Ele abre e permite penetrar esse jardim fechado, essa fonte selada para nela abeberar-se das águas vivas da graça! Esta alma não encontrará senão Deus somente, sem criatura, nesta amável criatura; mas Deus, ao mesmo tempo infinitamente santo e elevado, infinitamente condescendente e proporcionado à sua fraqueza. Uma vez que Deus está em todo lugar, pode-se encontrá-Lo em todo lugar, até nos infernos; mas não há lugar onde a criatura possa encontrá-Lo mais perto de si e mais proporcionada à sua fraqueza que em Maria, pois foi para este efeito que Ele desceu a Ela. Por toda parte Ele é o Pão dos fortes e dos Anjos; mas em Maria, Ele é o Pão dos filhos.

Que ninguém imagine, portanto, junto com alguns falsos iluminados, que Maria, sendo criatura, seja um impedimento à união como o Criador; não é mais Maria que vive, é Jesus Cristo só, é Deus só que vive nEla. Sua transformação em Deus ultrapassa mais a de São Paulo e dos outros santos, de que o Céu ultrapassa a Terra em elevação. Maria não foi feita senão para Deus, e tal seria que Ela faça parar uma alma nEla mesma. Pelo contrário, Ela a lança em Deus e a une a Ele com tanto maior perfeição, quanto maior a união da alma com Ela. Maria é o eco admirável de Deus, que não responde senão: Deus, quando alguém grita: Maria, que não glorifica senão a Deus, quando, com Santa Isabel, alguém Lhe chama bem-aventurada. Se os falsos iluminados, que foram miseravelmente enganados pelo demônio até na oração, houvessem sabido encontrar Maria, e por Maria, Jesus, e por Jesus, Deus, eles não teriam tido tão terríveis quedas. Quando se tem uma vez encontrado Maria, e por Maria, Jesus, e por Jesus, Deus Pai, tem-se encontrado todo bem, dizem as almas santas: Inventa, etc. Quem diz a “todo” não faz exceção de nada: toda graça e toda amizade junto a Deus; toda sinceridade contra os inimigos de Deus; toda verdade contra a mentira; toda facilidade e toda vitória contra as dificuldades da salvação; toda doçura e toda alegria nas amarguras da vida.

Isso não quer dizer que quem encontrou Maria, por meio de uma verdadeira devoção, seja isento de cruzes e de sofrimentos, tal seria; ele é mais assaltado do que qualquer outro, porque Maria, sendo a Mãe dos viventes, dá a todos os Seus filhos pedaços da Árvore da vida, que é a Cruz de Jesus; mas talhando-lhes umas boas cruzes, Ela lhes dá a graça de carregá-las pacientemente e mesmo alegremente; de sorte que as cruzes que Ela dá aos que Lhe pertencem são mais uns doces, ou umas cruzes confeitadas, que cruzes amargas; ou, se eles sentem por um tempo a amargura do cálice que é preciso beber necessariamente para ser amigo de Deus, a consolação e a alegria, que esta boa Mãe faz suceder à tristeza, os anima infinitamente a levar cruzes ainda mais pesadas e amargas.

Conclusão

A dificuldade está, portanto, em saber encontrar verdadeiramente a divina Maria, para encontrar toda graça abundante. Deus, sendo Senhor absoluto, pode comunicar por Ele mesmo o que Ele não comunica ordinariamente senão por Maria; não se pode negar, sem temeridade, que Ele o faça mesmo algumas vezes; entretanto, segundo a ordem que a divina Sabedoria estabeleceu, Ele não se comunica ordinariamente aos homens senão por Maria na ordem da graça, como diz São Tomás. É necessário, para subir e se unir a Ele, servir-se do mesmo meio de que Ele Se serviu para descer a nós, para se fazer homem e para nos comunicar Suas graças; e este meio é uma verdadeira devoção à Santa Virgem.

 

Autor: São Luís Maria G. de Montfort – O Segredo de Maria