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Maria: Reflexão 24/05/2011

Invocar Maria como Auxilio dos cristãos não é senão expressar com palavras o que a celestial Mãe faz em nós com suas obras.

Realmente, Maria é a grande auxiliadora do povo cristão, que dela recebe a proteção contra a adversidades, o consolo em seus sofrimentos, a fortaleza nas desgraças.

Se o filho, em todo o momento de aflição, recorre à sua mãe, dos lábios do cristão brota a invocação à sua Mãe Santíssima; e esta celestial Senhora nada tem que mais preocupe como ajudar seus filhos, que a ela se dirigem com simples confiança e profundo amor.

Fonte: Livro “Os cinco minutos de Maria” – Alfonso Milagro

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A Mensagem Bíblica do Ofício de Nossa Senhora da Conceição

MATINAS E LAUDES 

Filha, Mãe, Esposa

Maria Ssma. Vive a plena comunhão com a Ssma. Trindade. Assim disse o Concílio Vaticano II: “Maria é adotada com a missão sublime e a dignidade de ser Mãe do Filho de Deus, e por isso, filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo” (Constituição Lumen Gentium, n.º 53). E o Documento dos Bispos reunidos em Puebla acrescenta: “A Virgem Imaculada vive agora imersa no mistério da Trindade, louvando a glória de Deus e intercedendo pelos homens” (n.º 293).

Virgem das virgens 

Modo hebraico de exprimir o superlativo. Nossa Senhora é a mais santa de todas as Virgens.

Estrela da Manhã 

No livro do Apocalipse, por duas vezes Jesus Cristo é apresentado como a “estrela da manhã”: Ap 2, 28 e 22, 16. É por meio dele que o mundo sai das trevas do pecado e entra na plena luz da graça. Aqui no Ofício, a expressão refere-se a Maria, por meio da qual é anunciada a vinda do Sol da Justiça, o Salvador.

Deus vos salve, Cheia de Graça 

Foi essa a saudação do anjo Gabriel a Maria na anunciação (Lc 1, 28). A graça divina fez de Maria um jardim ornado de todas as virtudes.

Já Lá AB Aeterno

Se cada um de nós é escolhido e chamado por Deus antes da criação do mundo – como diz São Paulo em Ef 1, 4 – com mais razão Maria, desde toda eternidade, estava destinada por Deus para ser Mãe do Salvador.

Como o Verbo, Deus criou Terra, Mar e Céus 

É o que diz o Evangelho de São João 1, 3: “Tudo foi feito por meio dele”. Assim também está no Salmo 32, vv. 6 e 9: “Pela Palavra do Senhor foram feitos os céus; Ele disse e tudo foi feito. Ele ordenou e tudo existiu”. Essa Palavra de Deus criadora veio morar entre nós e tomou forma humana, encarnando-se no seio de Maria: é Jesus, o Filho do Pai Celeste, a 2.ª Pessoa da Ssma. Trindade (Jo 1, 14).

Quando Adão pecou, Vos escolheu por esposa 

Diz Gn 3, 15 que Deus prometeu à raça humana a vitória final sobre a serpente: por isso, esse texto é chamado de “Proto-evangelho”, primeiro anúncio da salvação. Comentando essa passagem, assim escreveu o Papa São Pio X: “vendo no futuro, Maria esmagar a cabeça da serpente, Adão estancou as lágrimas que a maldição arrancava de seu coração” (Encíclica Ad diem illum, de 02.11.1904). No plano de Deus, assim como o primeiro homem e a primeira mulher tinham causado a ruína da humanidade, assim também um Homem e uma Mulher seriam o início da redenção do mundo.

Deu-lhe morada em seu Tabernáculo 

“Felizes os que habitam em vossa casa, Senhor; aí eles vos louvam para sempre!” (Sl 83, 5). A casa de Maria foi a casa de Deus no mundo durante os trinta anos da vida oculta de Jesus. Mas ela viveu sempre na presença do Senhor e por isso viveu em íntima comunhão com Ele; assim Deus a acolheu em seus tabernáculos eternos no dia da sua Assunção.

PRIMA 

MESA, COLUNA, CASA 

No livro dos provérbios, lemos que “a Sabedoria (divina) construiu a sua casa, plantando sete colunas. Preparou o banquete, misturou o vinho e pôs a mesa. Enviou as suas criadas para anunciar … Vinde comer do meu pão e beber do vinho que misturei” (Pr 9, 1-3). Nossa Senhora é a casa escolhida por Deus para Jesus vir morar entre nós. Ele que no Banquete Sagrado da Eucaristia se nos apresenta nos sinais do Pão e do Vinho.

Mãe Criadora dos Mortais Viventes 

“Enquanto peregrinamos, Maria será a mãe e a educadora da fé. Ela cuida que o Evangelho nos penetre intimamente, plasme nossa vida de cada dia e produza em nós frutos de santidade” (Documento de Puebla, n.º 290). Ao pé da cruz, Maria recebeu de Jesus agonizante a missão de ser mãe de todos os que seriam discípulos dele (Jo 19, 26). Eva foi a mãe de todos os viventes na ordem da natureza (Gn 3, 20); Maria “se tornou para nós mãe na ordem da graça” (Concílio Vaticano II, Constituição Lumen Gentium, n.º 61).

Porta dos Santos 

Ou porta do Céu, como se reza na Ladainha, significa que Maria intercede por nós para que sejamos dignos de receber a recompensa dos santos, o céu. Por isso, rezamos com a Igreja: “Depois deste desterro, mostrai-nos Jesus”.

Forte esquadão contra o inimigo

No Cântico dos Cânticos, livro que celebra a beleza do amor humano dos esposos, a expressão “terrível como um exército em ordem de batalha” é um dos elogios que o esposo faz à sua amada (Ct 6, 4.10). Esse Cântico é todo ele aplicado à Aliança de amor que existe entre Deus e Seu Povo, Aliança esta que os Profetas descreveram em termos de Matrimônio (Os 2, 12-22; Jr 2, 2; Is 62, 4-5). Por ser Maria a representante máxima desse Povo amado por Deus, aplica-se a ela o que o Cântico diz da esposa. Diante do poder de Maria, fogem as forças do mal; ela defende seus filhos nas batalhas que têm de travar para se manterem fiéis a Deus.

Estrela de Jacó 

O profeta Balaão, chamado pelo rei Balac para amaldiçoar o povo de Israel, desobedeceu à ordem do rei e predisse num célebre oráculo que “uma estrela sairá de Jacó” (Nm 24, 17), isto é, do povo hebreu nascerá um chefe, que vencerá os inimigos. Neste anúncio do Messias, está também incluída sua Mãe, e por isso o nosso Ofício vê em Maria aquela estrela, que vai trazer a salvação ao Povo.

Refúgio do Cristão 

Nossa Senhora é representada também como exercendo a mesma função que tinham no Antigo testamento as cidades de refúgio (Js 20, 3), onde podiam se abrigar os que tivessem cometido algum delito. Maria, Mãe de misericórdia, intercede pelos pecadores, libertando-os da morte eterna.

TERÇA 

TRONO DO GRÃO SALOMÃO 

Tão belo e luxuoso era o trono do grande rei Salomão, que a Bíblia exclama: “Nada de semelhante se fez em reino algum!” (1Rs 10, 20). Era de marfim, todo revestido de ouro puro. Para aquele que seria superior a Salomão (Mt 12, 42), Deus preparou em Nossa Senhora um trono infinitamente mais belo e nobre, enriquecendo-a com toda espécie de graça.

Arca do Concerto ou Arca da Aliança 

Desde os tempos do Êxodo, a arca foi o sinal da presença de Deus nomeio do seu povo (Êx 25, 10-22). Era o lugar do encontro entre Deus e o povo. Nela se guardavam as tábuas da lei mosaica, o maná que alimentou os hebreus no deserto, e a vara de Aarão que floresceu milagrosamente. Jesus é o novo Moisés, que no Sermão da Montanha pregou a nova Lei (Mt 5-7). Deixou-nos na Eucaristia o alimento, figurado no maná, que nos conduz até a pátria celeste (Jo 6, 32-33). E a vara de Aarão simboliza a virgindade de Maria que, sem concurso humano, gerou o Salvador. A força do Altíssimo envolveu Maria com sua sombra (Lc 1, 35), assim como a nuvem da presença divina enchia o Tabernáculo onde repousava a Arca da Aliança.

Velo ou Gedeão 

Velo ou tosão é o couro do carneiro com a lã. Gedeão, que foi Juiz em Israel, obteve de Deus um duplo sinal de sua futura vitória contra os madianitas: primeiro, só o velo se umedeceu de orvalho e toda a terra ao redor permaneceu seca; depois, foi o contrário: enquanto o velo ficou seco, tudo ao redor apareceu molhado (Jz 6, 36-40). O orvalho que desce antes sobre o velo e depois sobre toda a terra representa a plenitude de graça que Maria recebeu, para depois comunicá-la à humanidade inteira.

Íris do Céu 

O arco-íris, que apareceu no céu depois do dilúvio, tornou-se o sinal da Aliança entre Deus e os homens; ao vê-lo, Deus se lembraria da sua intenção misericordiosa de não mais castigar os homens com um novo dilúvio (Gn 9, 12-17). Maria anuncia que chegaram os tempos do perdão: por meio dela nasce o Rei Pacífico que veio, não para condenar o mundo, mas para salvá-lo (Jo 3, 17).

Sarça da Visão 

Deus chamou Moisés para libertar seu povo, aparecendo-lhe numa sarça, que ardia sem se consumir (Êx 3, 1-6). Nossa Senhora está simbolizada na sarça, porque deu à luz o Libertador do mundo, sem prejuízo da sua virgindade.

Favo de Sansão

Sansão encontrou um favo de mel dentro da ossada de um leão, morto por ele tempos atrás (Jz 14, 5-18). No seio da humanidade morta pelo pecado. Deus encontra aquela que na Salve-Rainha chamamos de “doce Virgem Maria”.

Florescente Vara 

“Um ramo sairá do trono de Jessé”, disse o Profeta Isaías (11, 1). Jessé foi o pai do grande rei Davi, de quem Jesus era chamado filho (Mt 21, 9), por ser descendente seu. Maria é aquele ramo que floresce, quando dela nasce Jesus.

SEXTA 

ALEGRIA DOS ANJOS 

Os anjos anunciaram aos pastores aquela que seria a grande alegria para todo o povo: o nascimento do Salvador, o Cristo Senhor, e cantaram alegres os louvores de Deus (Lc 2, 10-13).

Horto de Deleites 

Nossa Senhora é figurada naquele paraíso de delícias, onde viveram os primeiros Pais (Gn 2, 8). Porque ela é um verdadeiro jardim onde o Espírito Santo plantou as mais belas virtudes.

Palma de Paciência 

Maria conquistou a palma da vitória pela paciência e constância que demonstrou, associando-se ao sacrifício do Seu Filho e “consentindo com amor na imolação da vítima por ela mesma gerada” (Concílio Vaticano II, Constituição Lumen Gentium, n.º 58).

Terra Bendita e Sacerdotal 

Deus disse a Adão que, como castigo do seu pecado, a terra seria maldita, produzindo cardos e espinhos (Gn 3, 17). A Virgem Ssma., porém, é comparada àquela terra prometida, a terra santa, que mana leite e mel (Êx 3, 8). É uma terra sacerdotal, porque dá à luz o Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote (Hb 9, 11).

Cidade do Altíssimo

Na Bíblia, a Cidade Santa de Deus é Jerusalém, com a qual Ele faz uma Aliança de amor (ls 61, 10; Ap 21, 2). A Igreja inteira está representada nesta imagem da nova Jerusalém, mas sobretudo Aquela que é a Mãe da Igreja, escolhida para habitação de Deus na terra; com Ela Deus celebrou o seu Matrimônio místico, fazendo-a Esposa do Espírito Santo.

Porta Oriental 

Diz o Profeta Ezequiel (46, 1-3) que a porta oriental do Templo de Jerusalém é o lugar por onde entra o príncipe; todo o povo da terra se prostra junto a essa entrada. Por meio de Maria, Deus entra na história humana, realizando o grande milagre da Encarnação do seu Filho Único, o Príncipe dos reis da terra (Ap 1. 5). E por isso todas as gerações proclamam as grandezas de Maria (Lc 1, 48).

Lírio 

Essa comparação do lírio entre os espinhos é tirada do Cântido dos Cânticos (Ct 2, 2). No seu livro “Glórias de Maria”, Santo Afonso de Ligório imagina Deus dirigindo-se a Nossa Senhora com estas palavras: “Filha por excelência entre o resto das minhas filhas, sois como o lírio entre os espinhos, pois todas as outras foram manchadas pelo pecado, e só vós fostes sempre imaculada e sempre minha amiga”.

NOA 

CIDADE DE DAVI, GUARNECIDA DE TORRES 

O rei Davi construiu sua capital, Jerusalém, como uma cidade bem fortificada, para resistir a todos os ataques dos inimigos (2Sm 5, 9; Ct 4, 4). Assim, Maria é aquela criatura santa, que nunca foi vencida pelo pecado; toda cheia de graça, foi sempre fiel a Deus. É nisso exatamente que consiste o privilégio da sua Imaculada Conceição, que “nos apresenta em Maria o rosto do homem novo redimido por Cristo, no qual Deus recria de modo ainda mais admirável o provejo do paraíso” (Puebla, n.º 298).

A Força do Dragão foi por vós prostada 

Após o pecado dos primeiros Pais, quando Deus amaldiçoou a serpente, Ele anunciou que a descendência da Mulher haveria de esmagar-lhe a cabeça (Gn 3, 15). Por isso, Nossa Senhora da Conceição é representada com a cobra debaixo dos pés. Trazendo ao mundo o Salvador, ela deu início à vitória do Bem sobre o Mal.

Mulher Forte 

O livro dos Provérbios (31, 10-31) faz o elogio da perfeita dona-de-casa, que se mostra solícita, corajosa e operante em tudo o que faz. Em todos os tempos, inclusive hoje, existem mulheres que vivem esse ideal de doação total. Porém, mais que todas, Maria sempre teve essa fortaleza de ânimo, para executar sua missão no lar e na sociedade. Foi ela “a mulher forte, que conheceu a pobreza e o sofrimento, a fuga e o exílio; é modelo para que os que não aceitam passivamente as circunstâncias adversas da vida pessoal e social, nem são vítimas da alienação” (Puebla, n.ºs 297, 302); tornou-se assim exemplo para a mulher contemporânea, desejosa de participar com poder de decisão nas opções da Comunidade (Paulo VI, Exortação Apostólica Marialis Cultus, n.º 37).

Invicta Judite 

A Igreja exalta a Mãe de Deus com as mesmas palavras com que os hebreus festejaram o triunfo desta mulher corajosa que, arriscando a vida, cortou a cabeça do general inimigo, e assim salvou seu povo: “Tu és a glória de Jerusalém! És a alegria de Israel, a honra do nosso povo!” (Jt 15, 9).

Alentaste o Sumo Davi 

Na história de Davi se conta que ele, estando já velho, mandou que lhe procurassem uma jovem esposa, para o assistir e cuidar dele. Procuraram em todo o território de Israel e trouxeram-lhe uma jovem belíssima, chamada Abisag de Sunam, que o serviu e se tornou sua esposa, mas permaneceu virgem (1Rs 1, 1-4). Cristo realizou as esperanças que o povo colocava em Davi; por isso, ele foi reconhecido como um novo Davi, um filho de Davi. A seu lado, Nossa Senhora tornou-se a esposa virginal de Deus.

DO EGITO O CURADOR 

O salvador do Egito, durante os sete anos de fome, foi José, que nasceu de Raquel, esposa predileta de Jacó (Gn 30, 22-24). Raquel é figura de Maria, a criatura preferida de Deus, predestinada a ser Mãe do Salvador do mundo.

TODA É FORMOSA MINHA COMPANHEIRA 

Para o homem que ama ternamente sua esposa, ela é toda bela e sem defeito; é esse mais um elogio que o amado faz à sua amada no Cântico dos Cânticos (Ct 4, 7). Ele se aplica a Maria num grau eminente: ela jamais teve qualquer mancha de pecado, sendo toda ornada de virtudes.

VÉSPERAS 

RELÓGIO ATRASADO, SINAL DO VERBO ENCARNADO 

O episódio bíblico referido aqui é o da cura obtida pelo rei Ezequias por intervenção do Profeta Isaías. Quando este anunciou ao rei que ele ficaria curado, ele não quis acreditar, sem antes ver um sinal do céu, que confirmasse as palavras do Profeta. Isaías então disse que a sombra do sol, com a qual se marcavam as horas no relógio solar, haveria de atrasar dez graus, como se as horas do dia voltassem atrás (2Rs 20, 8011; Is 38, 7-8).

Para entendermos que semelhança pode haver entre esse relógio e Maria Ssma., temos de ler a estrofe seguinte, que fala da descida de Deus até junto das criaturas. O Verbo se humilhou, tomando a forma de servo (Fl 2, 7), quando se encarnou no seio de Maria; o sol que retrocede representa o Cristo que se rebaixa fazendo-se homem. Então Maria é comparada com o relógio, no qual se realiza essa aniquilação do Sol divino.

SOL DA JUSTIÇA 

Deus prometeu através do PROFETA Malaquias: “Para vós que temeis o meu Nome, brilhará o Sol da Justiça” (Ml 3, 20). Esse Sol é o Cristo Salvador, que faz Maria resplandecer com sua luz, pois Ele é a luz do mundo (Jo 8, 12). Por isso, São João viu Maria no Apocalipse como “uma mulher vestida com o sol” (Ap 12, 1).

OS CEGOS ERRADOS VÓS ALUMIAIS 

A nós, que muitas vezes erramos o caminho, cegados pelas ilusões do mundo. Nossa Senhora nos aponta Aquele que é o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6), dizendo-nos como nas Bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5).

COM NUVENS COBRISTES O MUNDO 

A frase é tirada de Eclo 24, 6 e, aplicada a Nossa Senhora, exprime o que disseram os Bispos em Puebla: “Maria não vale apenas pela Igreja. Tem um coração tão grande quanto o mundo e intercede ante o Senhor da história por todos os povos. Isto bem registra a fé popular, que põe nas mãos de Maria, como Rainha e Mãe, o destino de nossas nações” (n.º 289).

COMPLETAS 

RAINHA DE ESTRELAS COROADA 

Em Ap 12, 1 aparece no céu, como um grande sinal, a Mãe do Messias, coroada de doze estrelas. A Liturgia aplica esse texto à Assunção de Maria, na qual “se nos manifestam o sentido e o destino do corpo santificado pela graça. No corpo glorioso de Maria começa a criação material a ter parte no corpo ressuscitado de Cristo. Maria, arrebatada ao céu, é a integridade humana, corpo e alma, que agora reina intercedendo pelos homens, peregrinos na história” (Puebla, n.º 298).

SOBRE OS ANJOS SOIS PURIFICADA 

Mais pura que os anjos, Nossa Senhora tem uma santidade maior que a deles. Ela é a mais sublime das criaturas.

ESTAIS DE OURO ORNADA 

O Salmo 44, composto para celebrar as núpcias do rei, descreve o cortejo formado pelas princesas que conduzem os monarcas. A rainha que traja vestes douradas e está à direita do rei (v. 10) simboliza Maria que, “ao lado do Rei dos séculos, resplandece como Rainha e intercede como Mãe” (Paulo VI, Exortação Apostólica Marialis Cultus, n.º 6).

SEGURO PORTO AOS NAVEGANTES 

Para os que enfrentamos as tempestades deste mundo, Maria é “vida, doçura, esperança nossa”. Santo Afonso de Ligório ensinou nas Glórias de Maria que a devoção a Nossa Senhora é sinal seguro de salvação: afirmou também que um verdadeiro devoto de Maria não se perde, pois Ela tudo alcança junto de Seu Filho em favor dos que A invocam.

ESTRELA DO MAR 

Santo Tomás explica assim esse título de Maria: ” Assim como por meio de estrela do mar os navegantes são orientados para o porto, assim os cristãos por Maria são conduzidos para a glória”.

SAÚDE CERTA 

Na Ladainha também invocamos Maria como “saúde dos enfermos”. Por meio de sua poderosa intercessão, recuperam a saúde os doentes de qualquer espécie. Como Seu Filho “passou pelo mundo fazendo o bem” (At 10, 38), Nossa Senhora não se cansa de zelar pela felicidade de seus filhos.

PORTA PARA O CÉU ABERTA 

“Por Maria foi aberta para todos a porta do paraíso, a qual por meio de Eva tinha sido fechada” – diz o Breviário.

ÓLEO DERRAMADO

Essa imagem é tirada de Ct 1, 2: “Teu nome é como um óleo escorrendo”. O óleo tem as propriedades de alimentar, curar, fortalecer, perfumar, inflamar; assim, os que invocam o Nome de Maria com confiança experimentam em sua vida que ” a devoção à Virgem Ssma. É um auxílio poderoso para o homem em marcha para a conquista da sua própria plenitude” (Paulo VI, Exortação Apostólica Marialis Cultus, n.º 57).

Fonte: Comunidade Shalom


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Hino à Irmã Dulce

Salve! Salve! Save Irmã Dulce do amor!
Veja! veja! veja,  os grandes feitos do Senhor!

Irmã Dulce tão querida e tão amada, ontem e hoje tão venerada,
acolheu crianças, jovens, idosos e doentes entregues a divina
caridade e da bondade!

Salve! Salve! Save Irmã Dulce do amor!
Veja! veja! veja,  os grandes feitos do Senhor!

Lecionou pelas ruas, tão feliz do que fazia,
foi muito além daquilo que podia!
Dulce! Dulce! Dulce tão querida do Senhor,
dedicou o amor ao pobre, viveu o evangelho com ardor!

Salve! Salve! Save Irmã Dulce do amor!
Veja! veja! veja,  os grandes feitos do Senhor!

Por que é Deus, ficará no coração e na mente,
o ardor dessa canção para o mundo e ação eternamente,
Dulce do grande amor, viveu com os pequeninos a amizade do Senhor!

Salve! Salve! Save Irmã Dulce do amor!
Veja! veja! veja,  os grandes feitos do Senhor!

Orações

Oração à Irmã Maria Clara

Santíssima Trindade, Pai Filho e Espírito Santo, para Vossa maior honra e glória, bem da Igreja e do mundo, dignai-Vos glorificar na terra a Vossa serva Madre Maria Clara do Menino Jesus, que em vida tanto se dedicou a cuidar dos pobres., das crianças e de todos os que sofrem.
Revesti-a, Deus de Bondade, da auréola de glória que resplandece na fronte de todos quantos a Santa Igreja nos propõe como modelos de virtude a imitar, e ouvi as súplicas que, por seu intermédio Vos dirigimos, concedendo-nos a graça que Vos pedimos.
A Vós toda a honra e toda a glória, pelos séculos dos séculos.
Ámen.
Pai Nosso… Avé Maria… Glória…
BREVE HISTÓRICO:
«Maria Clara, um rosto de ternura e da misericórdia de Deus» é o slogan escolhido para a celebração.

A irmã Clara foi a fundadora das irmãs Franciscanas e, espera-se muitos peregrinos de vários países.

Libânia do Carmo Galvão Meixa de Moura Telles de Albuquerque, mais conhecida por «Mãe Clara», nasceu na Amadora, em Lisboa, a 15 de Junho de 1843 e morreu em Lisboa no dia 1 de Dezembro de 1899 e o seu processo de canonização viria a iniciar-se em 1995.

Esta beatificação acontece quando Bento XVI assinou o decreto de aprovação do milagre a 10 de Dezembro de 2010 relativo a uma cidadã espanhola Georgina Troncoso Monteagudo, afectada por um grave problema de pele, e ao qual ficou curada, quando ela se deslocou ao túmulo no dia 12 de Novembro de 2003 e pediu a sua intercessão. A cidadã espanhola deve estar presente na celebração da beatificação.

Recebeu o hábito de Capuchinha, em 1869, escolhendo o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus.

A futura beata foi enviada a Calais, França, a 10 de Fevereiro de 1870, para fazer o noviciado, na intenção de fundar, depois, em Portugal, uma nova Congregação.

Abriu a primeira comunidade da CONFHIC em S. Patrício – Lisboa, no dia 3 de Maio de 1871 e, cinco anos depois, a 27 de Março de 1876, a Congregação é aprovada pela Santa Sé.

Irmã Clara, vai assim juntar-se a cinco outros santos portugueses que foram beatificados recentemente como: Os Pastorinhos Jacinta e Francisco 13.05.2000, Frei Bartolomeu dos Mártires 4.11.2001, Alexandrina de Balazar 25.04.2004, Rita Amada de Jesus 28.05.2006 e Nuno Alvares Pereira, o Santo Condestável a 26.04.2009.

Portugal tem sido abençoado por Deus.

A beatificação, que antecede a canonização (declaração de santidade), é o rito através do qual a Igreja Católica propõe uma pessoa como modelo de vida e intercessor junto de Deus, ao mesmo tempo que autoriza o seu culto público, normalmente em âmbito restrito (diocese ou família religiosa).

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O Anjo Bom da Bahia

Autor: Frei Lourenço Maria Papin, OP
Santa Cruz do Rio Pardo/SP

Neste Domingo, 22 de maio, a Igreja no Brasil viverá um dia de intenso júbilo: a beatificação da brasileira Irmã Dulce, em solene cerimônia presidida pelo Cardeal Dom Geraldo Agnelo, Arcebispo emérito de Salvador, por delegação do Papa Bento XVI.

Ela nasceu em Salvador (BA) aos 26 de maio de 1914. Seu nome de Batismo: Maria. Seu nome de registro civil: Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Foram seus pais Augusto Lopes Pontes e Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes. Sua mãe faleceu quando ela tinha 07 anos.

Desde cedo Maria Rita mostrava-se uma garota alegre e extrovertida. Consta que apreciava o futebol e seu time de coração era o Esporte Clube Ypiranga, formado por trabalhadores e pessoas socialmente excluídas.

Espelhando-se no seu pai, dentista que atendia gratuitamente os necessitados, a menina Maria Rita, com seus dozes anos, já visitava algumas áreas carentes de Salvador, em companhia da sua tia, irmã de sua mãe.

Visitando casebres da periferia de Salvador, começou a conhecer de perto a pobreza, o sofrimento dos doentes carentes, das crianças abandonadas e dos pais desempregados. Essa experiência despertou em Maria Rita um grande amor pelos pobres que se tornaram sua opção preferencial.

Aos 15 anos entrou para a Ordem Terceira Franciscana, cujo carisma é viver a pobreza evangélica.

Em fevereiro de 1933, aos 19 anos, apenas formada professora, entrou para Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristovão-SE. Como então era costume mudou seu nome para Irmã Dulce, em homenagem à sua falecida mãe.

Sua primeira missão como freira foi lecionar num colégio mantido pela Congregação em Salvador. Seu desejo, porém, era trabalhar com os pobres.

Já em 1935 dava assistência a uma comunidade muito pobre de Alagados do bairro de Itapagipe. Atendendo também a numeros operários desse bairro, criou um posto médico e foi pioneira ao fundar a União Operária São Francisco, primeira organização operária católica do Estado.

Juntamente com o franciscano frei Hildebrando Kruthaup fundou o Círculo Operário da Bahia, mantido com rendas de três cinemas que os dois construíram através de doações recebidas.

Freira de idéias avançadas, fundou o Colégio Santo Antonio para operários e filhos de operários.

Freira destemida, invadiu cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar os doentes que encontrava pelas ruas de Salvador. Houve reintegração de posse… mas Irmã Dulce não abandonou seus doentes, alojando-os onde encontrava abrigo.

Um fato até pitoresco dessa freira criativa: em 1949, com autorização de sua superiora transformou um galinheiro ao lado convento, num local onde abrigou 70 doentes. Como Irmã Dulce veio a construir o maior hospital da Bahia (Hospital Santo Antonio) os baianos diziam jocosamente que isso aconteceu a partir de um simples galinheiro! Em 1989 esse hospital tinha mais de 700 funcionários.

Alicerçada em sua fé na Divina Providência e movida pela sua ardente caridade, Irmã Dulce conseguiu formar uma impressionante rede de obras visando sobretudo a saúde dos doentes pobres ou abandonados.

Em 1988, o então presidente da República, José Sarney, com o apoio da Rainha Silvia da Suécia, a indicou para o Prêmio Nobel da Paz. O bem aventurado João Paulo II por duas vezes se encontrou com a Irmã Dulce: na primeira, aos 07.07.1980, incentivando-a prosseguir no seu benemérito trabalho; na segunda aos 20.10.1991, para confortá-la em seu leito de enferma em um Convento.

Cinco meses após a visita do Papa, aos 13.03.1992, a Bahia chorou a morte de Irmã Dulce que carinhosamente era chamada de “o bom anjo da Bahia”.

Importante observar que, após a sua morte, suas obras sociais mais do que duplicacaram em núlceos que prestam assistência médica, social e educacional à população sobretudo carente.

Irmã Dulce viveu heroicamente a Caridade amando em plenitude a Deus e aos pobres e marginalizados. Foi uma mulher de oração e de vida eucarística como amorosa oblação a Deus e como serviço aos irmãos. Por tudo isso ela está sendo declarada bem-aventurada.

Deixo aqui minha prece: Bem-aventurada Irmã Dulce, junto de Deus seja o anjo bom não só da Bahia mas também de nosso imenso Brasil. Amém!

Orações

Oração à Irmã Dulce

Foto Oficial Irmã Dulce

Senhor Nosso Deus
Recordando a vossa Serva Dulce Lopes Pontes,
Ardente de amor por vós e pelos irmãos,
Nós vos agradecemos pelo seu serviço a favor dos pobres e dos excluídos.
Renovai-nos na fé e na caridade,
E concedei-nos a seu exemplo vivermos a comunhão
Com simplicidade e humildade,
Guiados pela doçura do Espírito de Cristo.
Bendito nos séculos dos séculos. Amém

(oração oficial)

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Não queres aliviar meu Coração?

Valerie nunca se sentira mais feliz! Quando comungou, depois de tantos anos sem frequentar os Sacramentos, estava tão radiante como Jeanette, que recebia por primeira vez a Jesus Eucarístico em seu inocente coração.


Na pitoresca cidadezinha de Veynes, junto aos Alpes franceses, vivia uma família muito unida e religiosa: Pierre Blondet, o pai, Marie Anne, a mãe, e os dois pequerruchos, Jeanette e Louis. O casal era muito abastado e generoso, dando continuamente bons exemplos de caridade e auxílio aos mais necessitados.

Não era raro, por exemplo, ver os empregados do senhor Pierre levarem o pároco, na melhor carruagem do patrão, para atender camponeses enfermos ou moribundos. E a cada domingo, depois da Missa, Marie Anne atendia com carinho a todos os que vinham bater à sua porta pedindo um bocado de comida, remédio para seus males ou uma palavra de consolo.

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Nesse ano, todos esperavam os Blondet com impaciência

Porém, o pequeno Louis sofria de asma, e quando chegava o inverno, o frio daquelas regiões fazia-o sofrer bastante. Por isso, a família havia adquirido uma bela casa na pequena cidade de Saint-Remy de Provence, próxima a Marselha, onde o clima era bem mais ameno, e para lá se mudavam nessa época.

Chegada a primavera, os Blondet retornavam para Veynes e o casarão de Saint-Remy ficava sob os cuidados de Valerie, uma jovem governanta muito honesta e trabalhadeira, que mantinha com esmero a casa da nobre patroa.

Logo que o outono começava a manifestar sinais de seu término, muitos braços se ofereciam para ajudar Valerie na limpeza da casa, a fim de bem receber tão querida família. Faziam uma faxina geral, lavando cortinas e tapetes, limpando móveis e almofadas, tirando as teias de aranha acumuladas pelo tempo, deixando tudo limpo e perfumado. E não se esqueciam do jardim, onde ainda era possível encontrar algumas flores coloridas.

Naquele ano, todos esperavam os Blondet com impaciência, porque a pequena Jeanette ia fazer sua Primeira Comunhão na Matriz. Valerie, entretanto, não se sentia tão alegre… Apesar de muito honrada e competente, não era nada piedosa. Nunca ia à Missa aos domingos, não gostava de rezar, e nem se lembrava de quando se havia confessado pela última vez… Apenas pisava na igreja para acompanhar a patroa e, nessas ocasiões, ficava sempre no fundo e distraída. Afinal, chegaram os viajantes e as crianças logo correram para o jardim, para ver as flores e brincar com o cachorrinho Rex, que os esperava pulando de alegria, enquanto balançava agitadamente o rabinho. A senhora Marie Anne respirou comprazida o ar perfumado da habitação e logo se dirigiu aos seus aposentos e aos das crianças. Agradada com a ordem e limpeza, voltou-se para a governanta e disse-lhe:

– Valerie, estou realmente encantada com tudo o que fazes em minha ausência. Quero dar-te uma pequena retribuição por teu bom trabalho.

E entregou-lhe uma vistosa caixa, contendo um belo vestido bordado com as melhores linhas de seda. Uma verdadeira obra de arte!

– Madame, muito obrigada! Mas não mereço tanto… – replicou a governanta.

– É para acompanhar-nos, no próximo domingo, à Missa de Primeira Comunhão de Jeanette.

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“Minha filha, esta espada simboliza a dor
que sinto ao ver-te fechar a alma para as
graças que te concedo”

Valerie percebeu não ser possível ficar no fundo da igreja, dessa vez… Mas não importava, pensou ela, assim apareceria melhor diante de suas amigas, que iam morrer de inveja ao vê-la tão elegante…

Na véspera da cerimônia, Marie Anne avisou que sairiam mais cedo, porque o esposo e ela queriam confessar-se antes da Missa. Jeanette já o havia feito no dia anterior, e o pequeno Louis ainda não tinha idade para isso.

– Confessar-se? – pensou Valerie – Para que essa bobagem? Até parece que Deus fica ressentido com o que fazemos…

Contudo, não disse nada. E, na manhã do domingo, estava pronta bem cedinho, com seu belo vestido novo e um penteado todo especial, imaginando todos os olhares dirigindo-se para ela, quando entrasse na igreja…

Valerie não se enganara. Suas amigas, ao vê-la chegar, fitaram-na com admiração e começaram a cochichar sobre seu novo vestido! Não cabendo em si de vaidade, a governanta procurava aparentar indolência enquanto se dirigia lentamente para a sacristia com o casal Blondet.

Ali havia algumas pessoas esperando sua vez para receber o Sacramento da Reconciliação, e para não dar impressão de estar ela também querendo confessar-se, Valerie se afastou em direção a uma imagem do Imaculado Coração de Maria que havia no lado oposto, fingindo rezar.

Entretanto, seus olhos se fixaram no coração da Virgem, cercado de espinhos e atravessado por uma espada. Era curioso… Ela conhecia essa imagem desde sua infância, mas não se lembrava daquela adaga. Levantou então os olhos para a fisionomia de Nossa Senhora e, vendo nela uma incomum expressão de tristeza, ouviu uma voz a lhe dizer:

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Entre lágrimas, Valerie confessou
suas faltas ao bom pároco

– Minha filha, tu estranhas esta espada? Pois ela simboliza a dor que sinto ao ver-te fechar a alma para todas as graças que te concedo. Não queres aliviar meu Coração? Arrepende-te, confessa-te e faze o firme propósito de mudar de vida. Eu estarei a teu lado para ajudar-te!

Valerie não soube explicar o que se passou… Quando se deu conta, estava de joelhos, confessando, entre lágrimas, as suas faltas ao bom pároco, o qual lhe dizia:

– Vê, filha, passas todo o ano arranjando com esmero a casa da senhora Blondet, para deixá-la satisfeita quando chega. Agora, fizeste algo muito melhor: preparaste tua alma com todo cuidado para receber o Rei dos reis, que há tanto tempo espera para entrar em teu coração.

A governanta nunca se sentira mais feliz! Terminada a confissão, olhou para a imagem de Maria e viu-a risonha e luzidia, sem a espada que antes lhe feria o Coração. E quando comungou, depois de tantos anos sem frequentar os Sacramentos, sentia-se tão radiante como Jeanette, que recebia por primeira vez a Jesus Eucarístico em seu inocente coração.

Marie Anne havia acompanhado discretamente o acontecido na Sacristia e estava emocionada. Juntas, comemoraram a dupla festa. A boa governanta mudou completamente de vida e os habitantes de Saint-Remy, ao tomarem conhecimento da inesperada conversão, cresceram ainda mais em fervor e devoção a Maria Santíssima, pois Ela nunca desampara aos que são d’Ela, e chama a Si até mesmo aqueles que já A abandonaram.

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Mariana Iecker Xavier Quimas de Oliveira_.jpg

Autora:
Mariana Iecker Xavier Quimas de Oliveira

Fonte: Revista Arautos do Evangelho, Maio/2011, n. 113, p. 44-45

Artigos

Espírito do Santo Temor

Autora: Raphaela Nogueira Thomaz

No sacramento da confirmação, o Exmo. Bispo impõe suas sagradas mãos e invoca sobre os crismandos os sete dons do Espírito Santo: “ Deus de Bondade […] e enchei-os do espírito do temor de Deus”.

Entretanto, o temor se opõe à esperança – como ensinam os filósofos – e em Deus temos a suma esperança. Então, por que “temor de Deus”?
Em sua carta, São João nos diz: “Deus caritas est” (1Jo 4,16). Portanto, se Deus é amor não há por que temê-lo.

Contudo, aliada a essa suma Bondade que é Deus, encontramos também Sua infinita justiça, que odeia e castiga o pecado do homem. E, neste sentido, Ele pode e deve ser temido, enquanto tem a faculdade de infligir-nos um mal que mereçamos, em castigo de nossas culpas.

Há quatro classes de temor, muito distintas entre si:

  1. Temor mundano – é aquele que não vacila em ofender a Deus para evitar um mal temporal. Em tempos idos, quantos heróis da Fé, quantos mártires que, por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, não negaram sua Fé e entregaram sua própria vida! Hoje em dia, quantos há que, por horror ao ridículo e por medo das risadas, se entregam às mais deploráveis infâmias!
  2. Temor servil – é próprio do servo que obedece a um senhor apenas por medo do castigo que pode advir-lhe, se assim não proceder. Todavia, nesta classe de temor existem duas modalidades:
    1. A primeira é o medo do castigo como causa única, sem ter em conta a afronta contra Deus.
    2. A segunda é quando o medo do castigo acompanha a causa principal, que é o horror de ofender a Deus. Também chamada dor de atrição, é boa e honesta, mas é um temor simplesmente servil.
  3. Temor filial imperfeito – é o que evita o pecado porque nos separaria de Deus, a quem amamos. É próprio do filho que ama seu pai e não quer separar-se dele. É um temor bom e honesto, mas ainda não é o perfeito, posto que tenha em conta o castigo que lhe viria: a separação do Pai, por isso, do Céu. Assim, é um temor inicial.
  4. Temor filial perfeito – é o amor sumamente perfeito a Deus, o qual levou Santa Teresa D’Ávila a dizer com toda a verdade: “ Ainda que não houvesse céu, eu Te amaria, e ainda que não houvesse inferno, Te temeria”.

Agora, qual dessas classes estaria relacionada ao Dom de Temor de Deus? Evidentemente, o temor filial perfeito, pois se funda na caridade e reverência a Deus como Pai. Mas como o temor filial imperfeito não difere substancialmente do filial perfeito, também o imperfeito passa a fazer parte do dom de temor, ainda que só em suas manifestações incipientes ou imperfeitas. À medida que cresce a caridade, este temor inicial vai se purificando; vai perdendo sua modalidade servil, que ainda teme a pena, para fixar-se unicamente na culpa enquanto ofensa a Deus. O dom de Temor é, portanto, um dom importantíssimo, que inclina a nossa vontade ao respeito filial a Deus, afasta-nos do pecado, enquanto lhe desagrada, e nos faz esperar no poder de Seu auxílio, aperfeiçoando as virtudes da esperança e da temperança, ao fazer-nos considerar a grandeza de Deus.

Grandes santos existiram ao longo da História, os quais, espargindo seu perfume de virtude, inspiravam fortes oposições entre os bons e os maus. Sua integridade impunha respeito e, sobretudo temor que é um reflexo do temor que os homens devem ter a Deus

Fonte: Instituto Filosófico-Teológico Santa Escolastica

Mensagens Medjugorje

Medjugorje: Mensagem a Ivan Dragicevic em 20/05/2011

Nossa Senhora apareceu a Ivan no topo da colina das aparições esta noite por volta das 22:00 peregrinos começaram a subir a montanha em torno de 19:00, encontrando um local tranquilo para sentar e orar, preparando-se para o encontro com nossa Mãe . Foi uma noite linda, como peregrinos, admirando a beleza da criação de Deus através do belo pôr do sol, esta noite. Os peregrinos continuaram a subir e encontrar um lugar vago para se sentar ou ajoelhar-se, até o momento da aparição. Depois de mais de ½ hora de cantos, Ivan começou a Rosário. Nós rezamos um mistério do Rosário e começou um segundo. No final do segundo mistério, todos ficaram em silêncio, como se ajoelhou Ivan e preparados para receber Nossa Senhora. Nossa Senhora apareceu a Ivan por volta das 22:00 horas, e a aparição durou por vários minutos.

A seguir está a descrição de Ivan da aparição:

Hoje, após cada encontro com Nossa Senhora, eu desejo descrever a vocês o que é o mais importante. Nossa Senhora veio muito alegre e feliz e no começo, como de costume, Ela nos saudou com a Sua saudação materna: “Louvado seja Jesus, Meus queridos filhos.

Queridos filhos, hoje mais do que nunca Eu desejo chamar vocês para a oração. Queridos filhos, Satanás quer destruir as famílias de hoje, além disso Eu desejo chamar vocês a renovarem a oração em família. Rezem, queridos filhos, em suas famílias com os seus filhos, não permitam acesso a satanás. Obrigada, queridos filhos, por também hoje terem respondido ao Meu chamado.”

Nossa Senhora, em seguida, por um tempo, com os Seus braços estendidos, rezou por todos nós aqui. Ela rezou sobre o doentes presentes e Ela nos abençoou com a Sua bênção maternal. Ela também abençoou os artigos religiosos trazidos para a bênção. Em seguida, Nossa Senhora rezou por um tempo, especialmente pela paz, pela paz no mundo. Eu também recomendei todos vocês, suas necessidades, suas intenções, suas famílias e, especialmente, os enfermos. Nossa Senhora, em seguida, continuou a orar por todos nós. Ela partiu na oração que, no sinal da cruz luminosa  com uma saudação: “Vão em paz, meus queridos filhos.

Fonte: MedjugorjeBrasil (Tradução: Por Gabriel Paulino)

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Conheça os Videntes de Medjugorje:

IVAN DRAGICEVIC

“Eu penso que é muito importante compreendermos o coração das mensagens. Nossa Senhora nos chama à fé, ao amor, à conversão, à oração, ao jejum e à penitência. Mas, essas não devem ser palavras vazias, se nós vamos de fato dar-lhes vida em nossas vidas”

Filho de Stanko e Zlata, Ivan nasceu em 25 de maio de 1965 em Bijakovici. Ivan e Mirjana tem o mesmo sobrenome, mas não são parentes. Ele tinha 16 anos quando as aparições começaram. Hoje é um dos três videntes que ainda têm aparições de Nossa Senhora diariamente. O foco de sua missão, a pedido de Nossa Senhora, é a oração pelos jovens e pelos sacerdotes. Nos últimos 10 anos Ivan tem viajado pelo mundo levando a mensagem de Nossa Senhora para o maior número de pessoas. Em Hong Kong (China), Japão, Coréia, Austrália, Filipinas, Nova Zelândia, por toda a Europa e pelos Estados Unidos ele tem se encontrado com presidentes, familiais reais, embaixadores, políticos, personalidades do esporte, do cinema e também com as pessoas mais pobres. Ivan tem levado a mensagem de Nossa Senhora para pessoas que nunca poderiam ir à Medjugorje. Em 23 de outubro de 1994 casou-se com a jovem americana Laureen Murphy  Atualmente eles dividem seu tempo entre a América e Medjugorje. Ivan e Laureen foram abençoados por Deus com três filhos: Kristina Marija (20/10/95), Mikaela (15/01/00) e Daniel (09/09/01). Como família eles recebem peregrinos em sua casa para junto com eles viverem uma Experiência de Oração. Ivan diz que há um motivo (ligado às aparições de Nossa Senhora) para ele estar morando nos Estados Unidos e para que Marija Pavlovic Lunetti esteja morando na Itália

Ivan: “As aparições fizeram uma grande diferença em minha vida – a diferença entre Céu e terra. Por exemplo, eu agora me organizo de forma que mesmo durante o dia eu tiro tempo para a oração. Antes a minha vida não tinha sentido. Agora eu estou pleno de alegria interior. Na primeira vez que vi Nossa Senhora uma mudança ocorreu em minha alma e no meu coração. Antes eu freqüentemente evitava a oração, mas agora a diferença é muito grande, eu não consigo descrevê-la. Nossa Senhora revelou o meu futuro e eu estou confiante e não tenho medo, pois eu sei quem me guia, e então, eu não temo a morte. As pessoas desta paróquia e todas as pessoas, deveriam sentir o mesmo”.

IVANKA IVANKOVIC-ELEZ

“Nós devemos rezar mais e viver as mensagens de Medjugorje.”

Filha de Ivan e Jagoda Ivankovic. Ivanka nasceu em Bijakovici no dia 21 de junho de 1966.Tem um irmão e uma irmã. Quando aos 14 anos iniciaram-se as aparições foi ela a primeira a ver a Virgem no monte Podbrdo em 24 de junho de 1981. É a mais jovens das 4 videntes.  Até o dia 7 de maio de 1985, quando lhe foi revelado o décimo segredo, teve aparições todos os dias. A partir de então passou a ver Nossa Senhora uma vez por ano no aniversário das aparições em 25 de junho.. Está casada com Rajko Elez desde 1986 e têm três filhos: Cristina (10/11/87) , José (06/06/90) e Ivan (10/02/94). Vive com a família em Medjugorje. Em uma das primeiras aparições a Virgem lhe disse para que não se preocupasse com sua mãe, há pouco falecida, que ela estava no paraíso.  E durante a sua última aparição diária Ivanka também pode ver sua mãe junto à Virgem Maria. No total ela pôde falar com sua mãe, que está no Céu, por cinco vezes. Vive com sua família em Milatina, próximo a Medjugorje, e é a que menos aparece em público. Ela diz simplesmente que ‘nós devemos rezar mais e vivermos as mensagens de Medjugorje’. Ivanka tem a missão especial dada por Nossa Senhora de rezar pelas famílias.



MIRJANA DRAGICEVIC SOLDO

“E Nossa Senhora está pedindo a nossa ajuda. E quando ela diz ‘nossa ajuda’ não se refere somente a nós os seis videntes, mas sim a ajuda de todos que a sentem como sua mãe”

Filha de Jozo e Milena Dragicevic nasceu em Sarajevo em 18 de março de 1965. Tinha 16 anos quando iniciaram-se as aparições sendo a segunda mais velha entre os 6 videntes. Muito inteligente formou-se em Agronomia na Universidade de Sarajevo onde sua família vivia. Mirjana foi a segunda vidente a ver Nossa Senhora no dia 24 de junho em Medjugorje. Apesar de sua família ser de Sarajevo ela passava suas férias com a sua avó que vivia em Bijakovici. E por isso ela estava em Medjugorje naquele verão (na Europa junho é verão).Casou-se com Marko Soldo na Igreja de São Tiago, em Medjugorje, em   16 de setembro de 1989 e tem duas filhas: Maria (09/12/90) e Verônica (19/4/94). Marko é de família católica. Ele é sobrinho do Padre Slavko. Mirjana e Marko se conhecem desde crianças e cresceram juntos. Ele disse que quando ouviu sobre as aparições e soube que Mirjana estava envolvida que elas eram aparições verdadeiras por que ele a conhecia desde criança e sabia que ela não mentiria. Mirjana vive com com sua família em Medjugorje (Conheça a casa de Mirjana em Medjugorje – clique aqui ). Já recebeu da Virgem os 10 segredos, sendo o último no dia de Natal de 1982 que também marcou para ela a última das aparições cotidianas. Mirjana conhece também as datas precisas de quando se realizarão os fatos contidos nos segredos que estão escritos no pergaminho que Nossa Senhora lhe entregou em sua última aparição diária.. Foi ela quem escolheu o padre Petar Ljubicic para fazer a revelação pública dos segredos, um por um, 3 dias antes de os mesmos se realizarem. Nossa Senhora aprovou a sua escolha. A partir da última aparição no Natal de 1982 até agosto de 1987, Mirjana tem aparições anuais no dia 18 de março, que coincide com seu aniversário. Perguntado por um peregrino que também faz aniversário em 18 de março se a aparição naquele dia tem relação com aniversário dela, Mirjana respondeu: ” As pessoas pensam que Nossa Senhora vem a mim em 18 de março por ser a data do meu aniversário. Com certeza ela não vem naquela data por ser o meu aniversário. Ela nunca me disse “feliz aniversário” Quando tudo começar a acontecer vocês saberão porque o dia 18 de março, porque cada dia 2 do mês e porque quartas e sextas feiras são dias de jejum. Então, tudo ficará claro”

Desde do dia 2 de agosto de 1987, além da aparição do dia 18, iniciaram-se aparições mensais no dia 2 de cada mês, quando Nossa Senhora, através dela dá uma mensagem à humanidade. Durante as aparições dos dias 2 elas oram juntas pelos incrédulos,aos quais Nossa Senhora denomina como ‘aqueles que ainda não conhecem o amor de Deus’. Mirjana diz que se apenas uma vez nós vissemos as lágrimas nos olhos de Nossa Senhora pelos incrédulos que nós começaríamos a rezar intensamente nesta intenção. Nossa Senhora também disse: “Rezar por eles é rezar pelo vosso futuro” porque todos os grandes males no mundo vêm daqueles que não crêem em Deus: as guerras, homicidios, drogas, aborto.. Até 02 de janeiro de 1997 estas aparições eram privadas. Nem mesmo sua família participava. Mirjana permanecia em oração em seu quarto fechado onde Nossa Senhora lhe falava. Então, em 02 de janeiro de 1997 Nossa Senhora lhe disse que a partir de 02 de fevereiro de 1997 estas aparições poderiam ser públicas. E Nossa Senhora convidou a todos para se unirem a elas em suas oraçãos pelos incrédulos.

Mirjana também faz um trabalho voluntário com várias crianças num orfanato desde a época da guerra da Bósnia.

VICKA IVANKOVIC-MIJATOVIC

“Nós, hoje, estamos vivendo um momento de grande graça, não devemos esperar pelo amanhã.  Devemos aceitar hoje, hoje, pois amanhã poderá ser tarde. Tudo aquilo que Nossa Senhora nos convida a fazer hoje nós devemos fazê-lo hoje!”

Filha de Pero e Zlata Ivankovic, nasceu em Bijakovici no dia 3 de setembro de 1964. Vem de uma família de 8 filhos. Freqüentou uma escola de têxteis, mas logo a abandonou para ajudar a família nos trabalhos do campo. Vicka arava a terra e amassava folhas de fumo, pois seu pai trabalhava na Alemanha e os outros irmãos eram menores. Tinha 16 anos quando iniciaram-se as aparições sendo a mais velha dos videntes.

Vicka está casada com Mario Mijatovic desde 26 de janeiro de 2002. Casaram-se em Gruda, próximo a Medjugorje. Têm dois filhos: Sofia Maria (13/01/2003) e Antônio (18/10/04) e vive na pequena localidade de Krehin Grac, alguns quilometros ao norte de Medjugorje. Vicka é de altura mediana e magra tem olhos vivos e um sorriso maravilhoso. Ela irradia amor através de seu sorriso e nunca se cansa de falar com os peregrinos já há mais de 21 anos. Ela recebe os peregrinos e fala com eles na escadaria da casa de sua avó em Medjugorje. Continua tendo aparições diariamente. Nossa Senhora lhe relatou a sua vida e Vicka a tem escrito a mão em três cadernos. Esta biografia será publicada quando Nossa Senhora determinar. Junto com Jakov foi levada ao paraíso, ao purgatório e ao inferno para testemunharem a realidade da vida após a morte.

Durante muitos anos sofreu com tumor cerebral impossível de ser retirado por operação, o que lhe causava terríveis dores de cabeça. Sua mãe falou: “quanto mais minha filha sofre, mais a vejo alegre, não a compreendo”. Durante a doença, Nossa Senhora continuava a aparecer-lhe e, uma vez, na estrada para o hospital de Zagreb, Nossa Senhora ofereceu-lhe duas opções:saúde, sem aparições, ou cruz, com aparições. Ela que estava sofrendo tão intensamente, escolheu saúde e, mais tarde, lamentou-se. Depois de quarenta dias sem ter aparições, Nossa Senhora apareceu a ela e ofereceu, mais uma vez, a oportunidade de escolha. Ela, alegremente, tomou de volta sua cruz e foi curada do tumor, em 1988.

A ela já foram revelados nove segredos sendo o último em 22 de abril de 1986.. Vicka oferece com alegria seus sofrimentos pelas intenções de Nossa Senhora. Sempre a vemos sorrindo. Ela tem a missão de rezar pelos enfermos e recebe aos peregrinos com amabilidade.

Vicka: Antes, eu rezava apenas por puro hábito. Mas, agora eu me voltei totalmente para a oração. Eu dedico a minha vida completamente a Deus. Eu fico muito sentida por aqueles que não crêem em Deus, por que Nossa Senhora não quer que ninguém se perca. Nós podemos nos ajudar uns aos outros no encontro do caminho certo para Deus. As pessoas devem seguir as mensagens e se converterem. Grandes coisas estão acontecendo aqui: Nossa Senhora está entre nós. Ela deseja atrair a todos para o Seu Filho. Esta é a razão por que ela vem aqui durante todo este tempo e com tanta freqüencia. Aqui todos sentem a proximidade e o amor de Deus.. Afim de ser um modelo e exemplo para nós Nossa Senhora, em janeiro de 1983, iniciou a contar-me a história da sua vida que demorou dois anos para ser completada”.

MARIJA PAVLOVIC-LUNETTI

“Nossa Senhora deseja que, pouco a pouco, toda a nossa vida se torne oração, inclusive nosso trabalho e os nossos encontros com as pessoas. Ela deseja que mudemos a nossa mentalidade. Ela começou a nos convidar a viver de forma muito prática e concreta à santidade”.

Marija tem aparições diárias e é para ela que Nossa Senhora dá a mensagem ao mundo nos dias 25 de cada mês

Filha de Filip e Iva Pavlovic, agricultores, Marija nasceu em Bijakovici no dia 01/04/65. Têm três irmãos e duas irmãs. Quando jovem freqüentou uma escola de cabeleireiros. Tinha 16 anos quando iniciaram-se as aparições e a terceira mais velha dentre os videntes. Casou-se com Paolo Lunetti com quem têm quatro filhos: Michele Maria (14/07/94) , Francesco Maria (24/01/96), Marco Maria (19/07/97) e Giovanni Maia (27/10/02). Vive com a família na Itália, em Monza, onde habitualmente recebe a mensagem dos dias 25 de cada mês. Marija vai a Medjugorje várias vezes por ano. Marija é de altura mediana e magra. Ela é a mais serena dos videntes e em seu semblante se percebe uma grande profundidade espiritual e a descrevem como uma pessoa bela devido a esta profunda espiritualidade, discrição e humildade. Ela teve a sua primeira aparição em 25 de junho de 1981 e continua tendo aparições diariamente. No dia anterior 24/06 Milka, sua irmã, se uniu a Ivanka, Mirjana, e Vicka quando voltaram à colina pela segunda vez. Milka não pôde ir no segundo dia e Marija foi em seu lugar. Desde 01 de março de 1984 a Virgem lhe confia mensagens para a paróquia e para o mundo. Inicialmente eram dadas todas as quintas-feiras, mas a partir de 25 de janeiro de 1987 as mensagens passaram a ser mensais. A ela foram revelados nove segredos. Marija, a pedido de Nossa Senhora, reza por todas almas que padecem no purgatório.

Marija: “Tudo mudou em Medjugorje. As pessoas começaram a rezar e a ouvir as mensagens de Nossa Senhora. Antes eu não rezava o suficiente. Agora eu quero rezar mais e mais.. Eu estou certa de que Deus dá muito a cada um que se abre à oração. Eu digo às pessoas que elas poderiam rezar mais e que Nossa Senhora lhes dará a paz em todas as suas atividades. Não sou eu, mas Nossa Senhora que nos exorta à oração , a propagar a paz e a jejuar. Ela diz que todos os que vêm a Medjugorje devem se converter. E devem encorajar as outras pessoas também a rezarem e a jejuarem. Deus deseja que esta paróquia se desenvolva e que cresça mais e mais na fé. Se as pessoas aceitarem as mensagens Deus irá conduzi-las”

JAKOV COLO

Filho de Ante and Jaka Colo Jakov nasceu em 6 de março de 1971 em Bijakovici. Sua infância esteve marcada por muito sofrimento. Em menos de dois anos perdeu o pai e a mãe ficando sob os cuidados de sua avó. Jakov tinha apenas 10 anos quando se iniciaram as aparições. No inicio a presença daquele menino inquieto em meio aos outros videntes ajudou à credibilidade das aparições quando se via que ele, tão jovem, passava diariamente duas a três horas em oração na Igreja no inverno ou no verão. Casou-se no Domingo de Páscoa de 1993 na Igreja de São Tiago em Medjugorje  com Anna Lisa Barozzi uma jovem italiana com quem tem três filhos: Arianna Maria (06/01/95), David (05/09/96) e Miriam Kiara (05/07/98). Vive com a família em Medjugorje. É o mais jovens dos videntes e já há muitos anos tem a missão de recomendar os enfermos à Virgem e a orar por eles. Quando se refere à oração pelso enfermos Jakov não pensa somente nos doentes físicos, mas também nos espiritualmente doentes. No dia 11 de setembro de 1998 Nossa Senhora o avisou que no dia seguinte (12/09/98) ele teria a sua última aparição diária. Jakov estava nos Estados Unidos e nesta mesma data três anos depois ocorreria o ataque terrorista no Centro Mundial do Comécio (World Trade Center) em Nova York. Jaokov não revela se há alguma relação entre estas datas. No dia 12 de setembro Nossa Senhora lhe confiou o décimo segredo e lhe disse que a partir desta data ele a veria no natal de cada ano Foi muito dfícil para Jakov aceitar que não veria mais Nossa Senhora diariamente. Por meses ele se perguntou como teria forças para viver. E pela oração ele chegou a aceitar e, então, disse que compreendeu que ele era como qualquer um de nós que não vê Nossa Senhora. Com Vicka foi levado pela Virgem Maria ao Paraíso, ao Purgatório e ao Inferno. Jakov fala aos peregrinos de um modo muito franco e incisivo.

A ÚLTIMA APARIÇÃO DIÁRIA DA RAINHA DA PAZ para JAKOV COLO ocorreu em 12 de setembro de 1998 – Durante sua viagem aos Estados Unidos Jakov,a partir de Miami, relatou o seguinte : “Na sexta-feira 11 de setembro durante a aparição regular Nossa Senhora me disse para me preparar especialmente pela oração para a aparição de amanhã, porque ela vai me confiar o décimo segredo. No sábado, 12 de setembro, Nossa Senhora chegou às 11:15 (hora local). Quando chegou, me cumprimentou como sempre acontece com “Louvado seja Jesus”. Enquanto estava me confiando o décimo segredo ela estava triste. Então, com um sorriso gentil, ela me disse: “Querido filho! Eu sou sua Mãe e te amo incondicionalmente. A partir de hoje eu não vou mais aparecer para você todos os dias, mas somente no Natal, no aniversário do meu Filho. Não fique triste, pois, como uma Mãe eu sempre estarei com você e como toda Mãe de verdade, eu nunca te deixarei. E você continue a seguir o caminho de meu Filho, o caminho da paz e do amor e procure perseverar na missão que eu confiei a você. Seja um exemplo de homem que conhece a Deus e o amor de Deus. Deixe que as pessoas sempre vejam em você um exemplo de como Deus age nas pessoas e como Ele age através delas. Eu te abençôo com minha bênção materna e agradeço por teres respondido ao meu chamado”. A aparição terminou às 11:45 “. .

Naqueles dias, em uma curta conversa telefónica com o padre Slavko Barbaric, Jakov disse que chorou por um longo tempo e que ele estava muito triste

Jakov: ” Desde que Nossa Senhora apareceu para mim pela primeira vez a minha vida mudou completamente. Agora eu rezo mais e vou à Missa todos os dias. Eu tento mais e mais viver as mensagens que Nossa Senhora nos dá. Eu agora me sinto mais perto de Deus. Eu creio que nós devemos rezar para que o plano de Deus se realize. Eu agora quero viver como cristão. Eu começo o dia com oração, vou para o trabalho e quando volto para casa procuro ajudar em tudo o que é necessário. Para mim a Santa Missa significa um encontro com o Deus vivo. Nossa Senhora sempre nos pede para rezar mais”.

Fonte: Associação Queridos Filhos

Artigos

Os dogmas marianos: luz para a Igreja

Verdades de Fé proclamadas pelo Magistério em sua missão de custodiar e expor a Revelação, os dogmas marianos constituem um autêntico sinal da divina vitalidade da Igreja.

Autora: Irmã Clarissa Ribeiro de Sena, EP

Após a Ascensão do Senhor aos Céus, coube aos Apóstolos, já transformados pelas graças de Pentecostes, a missão de instruir os homens na Boa Nova. Assim o fez Filipe, por exemplo, quando, impelido pelo Espírito, se aproximou do estrangeiro que lia um trecho de Isaías e lhe perguntou: “Tu compreendes o que estás lendo” ? Ao que este respondeu: “Como posso se não há quem mo explique?” (At 8, 31). Então Filipe, “principiando por essa passagem da Escritura, anunciou-lhe Jesus” (At 8, 35).

Com efeito, sendo a Palavra de Deus expressa com as limitações próprias à linguagem humana, e estando as nossas mentes sempre sujeitas a enganos, era inevitável surgirem dúvidas e dificuldades na compreensão do sagrado depósito da Fé, dando origem às mais variadas interpretações. Inclusive porque naSagrada Escritura, conforme escreve São Pedro a propósito das cartas paulinas, “há algumas partes difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para sua própria ruína” (II Pd 3, 16).

Jesus, portanto, quis instituir um Magistério vivo, confiado ao Papa e aos bispos, sucessores dos Apóstolos, a fim de que “permanecesse íntegro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto tinha revelado para salvação de todos os povos”1, possibilitando-lhe praticar a Fé autêntica sem erro.2

A este Magistério vivo, e somente a ele, cabe “o encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição”; 3 e seu caráter infalível se verifica ao definir, por singular assistência do Espírito Santo, doutrinas em matéria de Fé e moral, seja através do Papa, pronunciando-se ex cathedra, ou do Colégio Episcopal “quando este exerce o supremo Magistério em união com o sucessor de Pedro”.4

É nesse contexto que se inserem as definições dogmáticas nas quais “o Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo”5 e propõe ao povo cristão uma verdade a ser aceita com adesão irrevogável de Fé. Longe de serem imposições arbitrárias, “os dogmas são luzes no caminho de nossa Fé que o iluminam e tornam seguro”.6

Magistério e fervor popular

Os sucessores dos Apóstolos não são apenas mestres, mas também pastores; seus ensinamentos visam, pois, intervir na ordem concreta dos fatos. Por isso, “insistem mais num ponto ou noutro, desenvolvem mais uma matéria, enriquecem de preferência outra, com novos ensinamentos e novas leis, tudo ao influxo do que lhe vai pedindo a solicitude pastoral à vista das diversas vicissitudes pelas quais vai passando o gênero humano ao longo da História”.7

Nesse sentido, ensina Santo Agostinho: “Referentes à Fé católica, há muitos pontos que, ao serem postos no tapete da discussão pela astuta inquietude dos hereges, para podermos fazer- lhes frente, devem ser considerados com mais cuidado, entendidos com mais clareza e pregados com mais insistência. E, assim, a questão suscitada pelo adversário oferece oportunidade para aprender”.8

Há, entretanto, um motor ainda mais dinâmico do que as heresias no desenvolvimento da Fé: é o amor do povo fiel que, inspirado pelo Espírito Santo, impulsiona os seus Pastores a tornarem explícitos certos aspectos da Revelação. Assim, as novas definições dogmáticas não nascem de frias considerações doutrinais, mas provêm das legítimas necessidades e apetências do povo de Deus.

As proclamações dos dogmas marianos são belos testemunhos dessa imbricação entre o Magistério vivo e o fervor dos fiéis, desde os primeiros séculos do Cristianismo. O surgimento das primeiras heresias e o surto de amor à verdade que se insurgiu contra elas vai dar uma oportunidade única ao desenvolvimento da Doutrina Cristã, fomentando a reflexão teológica e propiciando as intervenções do Magistério da Igreja, vigilante salvaguarda da Fé.

A história da definição da maternidade divina e da virgindade perpétua de Maria Santíssima como verdades de Fé são dois magníficos exemplos desta realidade.

Maternidade divina

Entre as inúmeras lições outorgadas aos homens pela História, há uma de capital importância: a forma mais eficaz de combater uma verdade nem sempre consiste em propagar o erro oposto, mas em exagerar algum de seus aspectos. Constata-se isso ao analisar o movimento pendular das heresias dos primeiros séculos, as quais, sob as aparências de zelo e pia defesa da ortodoxia, sucederam-se nos mais heterodoxos extremismos, igualmente distantes do equilíbrio da Fé. Foi o sucedido, por exemplo, com a heresia que ocasionou a definição do primeiro dogma mariano.

Grassava no século IV um terrível erro cristológico difundido por Apolinário, Bispo antiariano de Laodiceia, o qual, alegando a necessidade de salvaguardar a unidade de Cristo com Deus, terminou por amputar-Lhe a natureza de homem, negando a existência da alma humana no Verbo Encarnado.

Contra os apolinaristas – como ficaram conhecidos os seguidores do heresiarca -, levantou-se Nestório, Patriarca de Constantinopla, defendendo a integridade tanto da natureza humana como da divina, mas afirmando um erro oposto: ambas eram tão completas que formavam duas hipóstases independentes, duas pessoas unidas de maneira extrínseca e acidental. Assim, Cristo seria Deus e homem, não no sentido católico da união hipostática do Verbo com a humanidade, mas formando um composto de duas pessoas distintas, havendo entre elas apenas uma união moral.9 Essa doutrina comportava um importante corolário: Maria não era Mãe da pessoa divina, mas apenas da natureza humana de Cristo. Portanto, deveria ser chamada Khristotókos (Mãe de Cristo), e não Theotókos (Mãe de Deus).

Tal afirmação contundia tanto o ensinamento dos Padres, quanto a piedade dos fiéis, cuja indignação diante das proposições de Nestório não foi pequena.

Com efeito, claros precedentes da doutrina estabelecida pelo dogma aparecem desde os primeiros tempos da literatura cristã. Já nos escritos de Santo Inácio de Antioquia, que foi discípulo do Apóstolo João, encontramos expressões como estas: “De fato, o Nosso Deus Jesus Cristo, segundo a economia de Deus, foi levado no seio de Maria, da descendência de Davi e do Espírito Santo”10; “Constatei que sois perfeitos na Fé imutável. […] Estais plenamente convencidos de que Nosso Senhor é verdadeiramente da descendência de Davi segundo a carne, Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus, nascido verdadeiramente da Virgem”.11

Em sentido análogo se pronuncia Santo Irineu, no segundo século, quando atribui à mesma Pessoa a geração eterna e a temporal, acentuando a unidade pessoal de Cristo, Verbo de Deus e Filho de Maria: “É, portanto, o Filho de Deus nosso Senhor, Verbo do Pai e, ao mesmo tempo, Filho do homem, que de Maria, nascida de criaturas humanas e Ela própria criatura humana, teve nascimento humano, tornando-Se Filho do homem”.12

A devoção dos fiéis pela “Sancta Dei Genitrix (Santa Mãe de Deus)” vem demonstrada, pelo menos desde o século III, pela prece Sub tuum præsidium, a mais antiga oração dirigida a Maria da qual se tem conhecimento, no qual Ela é assim invocada. 13 Segundo afirma Gabriel Roschini, “no século IV, mesmo antes do Concílio de Éfeso, a expressão Mãe de Deus se tornara tão comum entre os fiéis que dava nos nervos do Imperador Juliano, o Apóstata”.14

Empolgantes são as páginas deste capítulo da História da Igreja em que, tendo à frente o grande São Cirilo de Alexandria, o Concílio de Éfeso definiu no ano 431 a verdade destinada a brilhar para sempre no firmamento da teologia: “Se alguém não confessar que o Emanuel é Deus no sentido verdadeiro e que, portanto, a santa Virgem é deípara (pois gerou segundo a carne o Verbo que é Deus e veio a ser carne), seja anátema”.15

É digno de nota o entrelaçamento havido entre a fé popular e a reação doutrinária contra a heresia, como fator decisivo para a proclamação deste primeiro dogma mariano. A par das questões teológicas, faz-se presente em quase todas as obras que tratam sobre o Concílio de Éfeso, a constituição de uma como que “torcida” dos fiéis pela proclamação do dogma, manifestada, sobretudo, na narrativa do júbilo popular após o encerramento da sessão que consagrou a Theotókos: provida de tochas acesas, a multidão devota acompanhou os Padres conciliares até suas moradas, aclamando-os pelas ruas da cidade.

Estavam abertas, assim, as portas para as definições formais da Santa Igreja sobre as realidades teológicas que dizem respeito à Santíssima Virgem. A segunda delas, sobre a sua virgindade perpétua, viria duzentos anos mais tarde, novamente em defesa da verdade na luta contra a falsa doutrina.

Virgindade perpétua

A virgindade perpétua da Mãe de Deus é sintetizada nesta fórmula: Maria foi virgem antes do parto, no parto e depois do parto. Estes três elementos do dogma afirmam a concepção virginal de Jesus, pois Maria foi mãe por virtude divina, sem concurso humano; o nascimento milagroso de Jesus, “o qual não só não lesou a integridade de sua Mãe, mas também a consagrou”16; e a integridade de Maria Santíssima depois do nascimento de seu Divino Filho.

Já os livros do Antigo Testamento trazem imagens e profecias sobre a virgindade de Maria como comenta São Bernardo: “Que prefigurava em seu dia aquela sarça ardendo sem consumir-se? A Maria dando a luz sem dor alguma. E a vara de Aarão, que floresce misteriosamente, sem havê-la plantado? À Virgem, que concebeu sem concurso de varão. E será Isaías quem melhor nos formule o maior mistério deste prodigioso milagre. ‘Germinará uma vara do tronco de Jessé, e de sua raiz brotará uma flor’, assim deixa representada a Virgem na vara, e seu parto na flor”.17

E prototípica é a profecia de Isaías, recolhida por São Mateus: “Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: ‘Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho que se chamará Emanuel’ (Is 7, 14), que significa: ‘Deus conosco'” (Mt 1, 22-23).

No Novo Testamento, a concepção virginal é atestada por São Lucas e São Mateus, ao afirmarem que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo: “O Espírito Santo descerá sobre Ti, e a força do Altíssimo Te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de Ti será chamado Filho de Deus” (Lc 1, 35); “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que n’Ela foi concebido vem do Espírito Santo” (Mt 1, 20).

Apesar desses indícios escriturísticos, a maternidade virginal de Maria foi alvo dos ataques de várias heresias nos primeiros séculos, como a corrente dos ebionitas, a qual negava a divindade de Jesus. Contudo, a concepção virginal era já considerada pela Igreja como indiscutível patrimônio doutrinário18, e foi posta a serviço da defesa da divindade do Redentor. É neste período que, com São Justino, a expressão “a Virgem” começa a se tornar característica para designar Maria Santíssima.19

No século IV, houve uma ampla explicitação deste dogma, como reação aos erros então propagados. Defenderam a virgindade perpétua de Maria grandes escritores como Santo Epifânio, São Jerônimo, Santo Ambrósio e Santo Agostinho. Belas são as páginas dedicadas pelo Bispo de Hipona ao louvor deste privilégio mariano, como nos mostra o seguinte trecho: “Maria permanece virgem ao conceber seu Filho, virgem como gestante, virgem ao dá-Lo à luz, virgem ao alimentá-Lo em seu seio, sempre virgem. Por que te admiras disso, ó homem? Uma vez que Deus Se dignou fazer-Se homem, convinha que nascesse desse modo”.20

Não tardou que ao aprofundamento teológico se acrescentasse o reconhecimento do Magistério. Coube ao Sínodo de Latrão de 649, convocado pelo Papa São Martinho I, a proclamação do dogma.

Após as grandes controvérsias cristológicas de seus primórdios, a Igreja esperaria doze séculos para uma nova definição dogmática solene sobre os atributos da Mãe de Deus. Desta vez, não será ela impelida pela necessidade de combater heresias, mas por outro possante fator de desenvolvimento dogmático: o sensus fidei.

O dogma da Imaculada Conceição: triunfo da piedade cristã

A definição do dogma da Imaculada Conceição é um exemplo paradigmático da Fé eclesial que, por especial assistência do Espírito Santo, cresce e se aprofunda na compreensão das verdades reveladas. Neste caso, o povo cristão, “que não sabe teologia, mas tem o ‘instinto da fé’, que provém do mesmo Espírito Santo e lhe faz pressentir a verdade, ainda que não saiba demonstrá-la”21, antecipou-se aos doutos e sábios crendo na Imaculada Conceição de Maria.

Estimulados pela fé instintiva dos fiéis, os teólogos buscaram fundamentá-la com argumentos plausíveis e harmonizá-la com o conjunto da Revelação. E foi neste ponto que a tese da Imaculada Conceição se viu incompreendida até por grandes e piedosos doutores, como São Bernardo, Santo Anselmo, São Boaventura, Santo Alberto Magno e São Tomás de Aquino, os quais não ousavam defender a proclamação deste dogma por não conseguirem conciliá-lo com a doutrina acerca da transmissão do pecado original e da redenção universal operada por Cristo.

Uma reação à altura em favor do dogma apareceria anos mais tarde, com o Beato João Duns Escoto, o qual “depois de bem fixar os verdadeiros termos da questão, estabeleceu com admirável clareza os sólidos fundamentos para desvanecer as dificuldades que os contrários opunham à singular prerrogativa mariana”.22 Tais fundamentos consistiram, sobretudo, na elaboração do conceito de redenção preventiva, argumento decisivo da doutrina sobre a Imaculada.

Argumentam os teólogos que há duas formas de libertar um cativo: pagando o preço de seu resgate para tirá-lo do cativeiro em que já está (situação análoga à redenção liberativa, na qual, pelos méritos de Cristo, somos limpos da culpa original herdada de nossos primeiros pais); ou pagando antecipadamente, impedindo a pessoa de cair em cativeiro (redenção preventiva). Esta última é uma verdadeira e própria redenção, mais autêntica e profunda que a primeira, e é a que se aplicou à Santíssima Virgem, preservada imune de qualquer mancha de pecado, desde o primeiro instante de sua concepção.23

O entusiasmo do bom povo de Deus do mundo inteiro – e especialmente da Espanha – fazia-se sentir até no Vaticano. Entretanto foi preciso esperar até 8 de dezembro de 1854 para a declaração do dogma. Então, como afirma Pio IX, “teria chegado o tempo oportuno para definir a Imaculada Conceição da Virgem Mãe de Deus, que a Sagrada Escritura, a veneranda tradição, a constante percepção da Igreja, o singular consenso dos Bispos católicos e dos fiéis, os atos memoráveis e as constituições dos nossos predecessores ilustram e explicam admiravelmente”.24

A solene definição teve lugar na Basílica Vaticana com a presença de numerosas autoridades eclesiásticas e de uma multidão de devotos. Observou uma testemunha ocular desse memorável dia: “É hoje em Roma, como outrora em Éfeso: as celebrações de Maria são, em toda a parte, populares. Os romanos se aprestam a receber a definição da Imaculada Conceição, como os efésios acolheram a da Maternidade Divina de Maria: com cânticos de júbilo e manifestações do mais vivo entusiasmo”.25 Estava consagrada para sempre a fórmula encontrada pelos fiéis espanhóis, que tão grande papel tiveram na difusão desta verdade, para expressar seu amor pela Imaculada: “Ave Maria Puríssima, sem pecado concebida!”.

Maria assunta ao Céu

A proclamação dogma da Assunção, definido por Pio XII quase um século depois, é outro belo exemplo de maturação da Fé eclesial.

A devoção popular pela Assunção de Maria em corpo e alma aos Céus encontrou suas primeiras manifestações numa antiquíssima celebração litúrgica no Oriente. Prévias a essa celebração são as primeiras referências da Tradição sobre o destino final da Santíssima Virgem, que aparecem entre os séculos IV e V, destacando-se as asserções de Santo Efrém e Santo Epifânio. Os testemunhos dos Padres tornaram-se mais numerosos a partir do século seguinte, e de grande importância
são as homilias de Santo André de Creta e, sobretudo, de São João Damasceno que “entre todos se distingue como pregoeiro desta tradição”.26

Seguindo os Padres da Igreja, os teólogos escolásticos expuseram com grande clareza o significado da Assunção e sua profunda conexão com as demais verdades reveladas, muito contribuindo na progressiva divulgação deste privilégio da Mãe de Deus. Pode-se dizer que, em linhas gerais, a partir do século XV os teólogos já eram unânimes em afirmá-lo. A esses testemunhos litúrgicos, patrísticos e teológicos cabe acrescentar numerosas expressões da piedade popular, entre elas a dedicação de um dos mistérios do Rosário a essa verdade.

Tal consenso eclesial é apontado por Pio XII como argumento fundamental para a proclamação dogmática da Assunção, pois mostra “a doutrina concorde do Magistério ordinário da Igreja, e a Fé igualmente concorde do povo cristão – que aquele Magistério sustenta e dirige – e, por isso mesmo, manifesta, de modo certo e imune de erro, que tal privilégio é verdade revelada por Deus e contida no depósito divino que Jesus Cristo confiou a sua esposa para o guardar fielmente e infalivelmente o declarar”.27 Apoiada nesses pressupostos, a definição solene realizou-se em 1950.

O ambiente que emoldurou a declaração dogmática da Assunção foi, sem dúvida, impressionante, como puderam registrar as câmeras fotográficas da época. Numerosos Cardeais, Bispos, sacerdotes e religiosos, além da grande multidão de fiéis, acorreram à Praça de São Pedro, sem contar todos os que, espalhados pelo mundo, acompanharam a transmissão por rádio e televisão. Era o orbe católico unido em “um só coração e uma só alma” (At 4, 32), assistindo à solene proclamação da Fé que em uníssono professava.

Assim rezam as palavras definitórias: “Para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta Mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos São Pedro e São Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.28

Sinal de crescimento e fortalecimento

Nas poucas narrações da infância de Jesus registradas nos Evangelhos, figura uma admirável – mas, hélas, quão sucinta! – síntese dos primeiros anos do Verbo de Deus feito carne: “O Menino ia crescendo e Se fortificava: estava cheio de sabedoria,
e a graça de Deus repousava n’Ele” (Lc 2, 40). Tais palavras relativas a Cristo bem podem ser aplicadas a seu Corpo Místico, o qual cresce e se fortalece continuamente, animado pelo Espírito Santo que o vivifica.

Ora, ao término desta reflexão, é reconfortante observar o quanto as definições dogmáticas constituem uma das mais belas manifestações desse crescimento. Pois, como ensina o padre Garrigou-Lagrange, a solene declaração das verdades de Fé e sua penetração cada vez mais profunda no povo cristão apresentam como principal corolário o conduzir à compreensão – tanto quanto seja possível nesta Terra – d’Aquele que “nos ama além do que podemos conceber e desejar, até querer associar-nos à sua vida íntima, levar-nos pouco a pouco a vê-Lo como Ele Se vê, e amá-Lo como Ele Se ama”.29

Portanto, se a solene declaração de uma verdade de Fé tem por principal finalidade conduzir ao conhecimento de Deus e das realidades a Ele concernentes, a mais relevante implicação teológica dos dogmas marianos não poderia ser outra senão a de proporcionar, a partir da explicitação do conteúdo da Revelação, uma maior ciência acerca d’Aquela que Deus escolheu por Mãe e uniu a Si e a toda Igreja de forma singularíssima.

Assim o entendeu a Igreja que, a partir da exegese das Escrituras, da ausculta da Tradição, do labor teológico e da fidelidade à ação do Espírito Paráclito nas almas, descortinou amplos panoramas na compreensão da Santíssima Virgem e de seu Divino Filho.

Nos primeiros séculos, a tenra Igreja recém-nascida vê-se convulsionada por diversas heresias. Grande perigo? Sem dúvida. Mas também excelente oportunidade para a consolidação doutrinária, esforço que talvez não se tivesse efetuado se não fosse a necessidade apologética.

Bem o demonstram a solene declaração da Maternidade Divina e a virgindade perpétua, dogmas que alargaram os horizontes da Doutrina Católica, conferindo a Nossa Senhora um destaque único. Estavam lançados os fundamentos da Mariologia, abertas as portas para o florescimento das festividades em honra à Mãe de Deus e estabelecidas sólidas bases para a devoção mariana dos fiéis.

Passam-se os séculos, e a robustez doutrinária já alcançada permite que se verifique outra forma de desenvolvimento da piedade, desta vez a partir do senso sobrenatural da Fé. As verdades reveladas já definidas, seus corolários doutrinários e suas manifestações litúrgicas são base para a profícua ação do Espírito Santo, que inspira nos fiéis novos aprofundamentos. Estes serão colhidos pelo Magistério da Igreja e, quais novos rebentos inseridos no rol das verdades de Fé, são proclamados
os dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção de Maria.

Organismo vivo e – ao contrário das leis naturais – em contínuo rejuvenescimento, a Igreja pode ainda ver florescer em seu regaço novos dogmas marianos, como, por exemplo, o da mediação universal e o da corredenção da Santíssima Virgem, se a isto a conduzir o cumprimento de sua missão. Sem jamais constituir entraves coercitivos e obsoletos, farão ressoar novamente o grande conselho cristocêntrico de Maria: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5), convidando-nos a uma adesão amorosa ao Magistério da Igreja, “coluna e sustentáculo da verdade” (I Tm 3, 15).

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Fontes de Pesquisas:


1 CONCÍLIO VATICANO II. Dei Verbum, n.7.

2 CIC, 890.

3 CONCÍLIO VATICANO II. Dei Verbum, n.10.

4 CONCÍLIO VATICANO II. Lumen gentium, n.25.

5 CIC 88.

6 Idem, 89.

7 CORRÊA DE OLIVEIRA Plinio. A Igreja e a História. In: Dr. Plinio. São Paulo. Ano V. N.46 (Jan., 2002); p.20.

8 SANTO AGOSTINHO. A Cidade de Deus, l.XVI, c.2, 1.

9 Cf. ALASTRUEY, Gregorio. Tratado de la Virgen Santísima. Madrid: BAC, 1956, p.76-77.

10 SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA. Carta aos efésios, 18,2.

11 Idem, Carta aos esmirniotas, 1,1.

12 SANTO IRINEU DE LIÃO. Contra as heresias, l.3, c.19, 3.

13 ROSCHINI, Gabriel. Instruções marianas. São Paulo: Paulinas, 1960, p.44.

14 Idem, ibidem.

15 Dz 252.

16 CONCÍLIO VATICANO II. Lumen gentium, n.57.

17 SÃO BERNARDO DE CLARAVAL. Laudibus Virginis Matris, II, 5.

18 Em sua Apologia, São Justino apresenta a concepção virginal de Maria como uma verdade fundamental da religião cristã (I, 33); de igual modo, Santo Irineu (Adv. Haer. 3,19ss) afirma que esta verdade é uma das contidas na “regra de Fé” que todos devem crer.

19 Cf. ALDAMA, José Antonio de. María en la patrística de los siglos I y II. Madrid: BAC, 1970, p.83.

20 SANTO AGOSTINHO. Sermão 186,1.

21 ROYO MARÍN, OP, Antonio. La Virgen María: teología y espiritualidad marianas. 2.ed. Madrid: BAC, 1997, p.75.

22 CLÁ DIAS, EP, João Scognamiglio. Pequeno ofício da Imaculada Conceição comentado. São Paulo: Artpress, 1997, p.496.

23 Cf. ROYO MARÍN, op. cit., p.75. 

24 PIO IX. Ineffabilis Deus, n.22.

25 CHANTREL, Joseph. Histoire populaire des papes, apud CLÁ DIAS, op. cit., p.501.

26 PIO XII. Munificentissimus Deus, n.21.

27 Idem, n.12.

28 Idem, n.44.

29 GARRIGOU-LAGRANGE, OP, Réginald. El sentido común: la filosofía del ser y las fórmulas dogmáticas. Buenos Aires: Desclée de Brouwer, 1945, p.240.

Fonte do Artigo: (Revista Arautos do Evangelho, Maio/2011, n. 113, p. 18 à 25)