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Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Bistrica

 
Aparecem referências ao lugar chamado “Bistrica” na Croácia, em documentos escritos no ano de 1209. Trata-se de um pitoresco vale situado em Hrvatsko Zagorje, a norte de Zagreb. A paróquia e a igreja de “Marija Bistrica” já eram citados no ano 1334.
A imagem de Nossa Senhora remonta ao século XV. Antes esteve na igreja de Visinski. Por volta do ano 1545, devido à ameaça dos otomanos, ela foi transferida para Bistrica. Em 1650 foi escondida na parede da igreja e logo depois foi esquecida.
Em 1684, sob a supervisão do bispo Martin Borkovic a imagem foi novamente encontrada e colocada num altar. Desde então tiveram início as numerosas peregrinações dos devotos de Nossa Senhora. Em 1880, terrível incêndio destruiu a igreja mas a imagem foi milagrosamente preservada.
Em seguida o arquiteto Herman Bole cuida da restauração do templo.
A imagem de Nossa Senhora de Bistrica é negra. Segundo a história, ela tornou-se preta por causa do incêndio ocorrido em 1880. Há historiadores da arte que reinvidicam que as “madonas” negras eram assim feitas de propósito no século XII. Os artistas teriam-nas esculpido com a tez escura inspirados no Antigo Testamento, no qual o rei Salomão elogia a beleza morena das mulheres de Jerusalém.
Em 1715 o parlamento da Croácia presenteou o templo com o principal em honra da “Bistricka Gospa”. Anteriormente dedicada a São Pedro e São Paulo, a igreja é colocada sob o patrocínio de “Snijezna Gospa” (Nossa Senhora das Neves). A denominação atual é “Majka Bozja Bistricka” (Mãe de Deus de Bistrica).
O Papa Bento XIV (1750-1758) concedeu uma indulgência plenária a todos os peregrinos que naquele santuário confessarem os seus pecados e participarem da Eucaristia.
Em 1923 o Papa Pio XI concedeu ao Santuário o honroso título de Basílica Menor. Em 1935 o Arcebispo de Zagreb solenemente coroou a imagem, proclamando-a Rainha de todo o povo da Croácia. Em 1971, a Conferência dos Bispos nomeou o templo como Santuário Nacional. Em 1984 ali se realizou o Congresso Eucarístico Nacional com a presença de centena de milhares de croatas.
No dia 3 de outubro de 1998, num sábado, o papa João Paulo II beatificou em Bistrica o Cardel Aloísio Stepinac, conhecido por seu amor e reverência para com a Virgem durante toda sua vida. Mais de 500 mil pessoas participaram da missa solene de beatificação.
Nossa Senhora de Bistrica, rogai por nós que recorremos a vós!
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Bonária

Ao sudoeste da cidade de Cagliari, em uma colina, fica a cidade de Bonária (Bons Ares), muito conhecida como lugar de peregrinações.

Aí fundaram os Irmãos da Misericórdia, em 1330, seu primeiro convento na Sardenha. Foi seu fundador, um distinto morador de Cagliari, frei Carlo Catalon, que um dia, durante a oração, tendo sido arrebatado em êxtase, teve uma visão profética, uma cena singular: depois de uma grande tempestade, aproximar-se-ia do porto de Bonária um hóspede misterioso, que traria à cidade grandes benefícios espirituais e também notáveis benefícios materiais.
O profético acontecimento teve lugar em 25 de março de 1370: um navio mercante viajava da Espanha para a Itália, e eis que repentinamente, quando já se avistava a ilha de Sardenha, desaba um tão grande temporal que o naufrágio parecia iminente, pelo que resolveu o comandante lançar a carga ao mar, para aliviar o navio.
Entre a carga havia um pesado caixão, do qual ninguém sabia o conteúdo, e que também foi lançado ao mar.
Mas, ó prodígio: mal caiu na água o referido caixão, acalmaram-se as ondas como por encanto!
Quiseram então salvar o caixote, para ver o que continha, mas foram baldados os esforços da tripulação, pois ele se esquivou teimosamente e foi como que nadando em direção à praia, até parar defronte da igreja de Bonária.
Dois Irmãos da Misericórdia acudiram logo e pegaram-no sem nenhuma dificuldade, transportando-o para a igreja. Ao abri-lo, viram diante de si, com grande surpresa, uma imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus!
A imagem tinha 56 cm de altura. O semblante da mãe de Deus era meio escuro e muito expressivo; o vestido, carmesim, e o manto, azul escuro; a mão direita estava na posição de quem segurasse uma vela, que de fato mais tarde lhe puseram na mão; no braço esquerdo sustentava o Menino, que tinha na mão esquerda a figura do globo terrestre, estando a direita na posição de abençoar.
Como a imagem foi dar na praia defronte da igreja de Bonária, deram-lhe o título de Nossa Senhora de Bonária, e assim Maria Santíssima granjeou um novo título.
Nossa Senhora de Bonária é venerada como a padroeira da Sardenha e de Cagliari.
Em sua honra fazem muitas festas nas cidades e nas aldeias, e as mães sardenhenses dão a suas filhas, com muito gosto, o nome de Bonária.
Como a antiga igreja se tornou pequena para a grande multidão de peregrinos, começaram no princípio do século XX uma grandiosa construção: a nova igreja em estilo barroco, a qual foi consagrada em 22 de abril de 1926.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Bonate

Em 1944, na cidade de Bonate, diocese de Bérgamo, Itália, no dia 13 de maio, várias crianças colhiam flores para depositarem aos pés da Virgem Maria. Num dado momento, as meninas que acompanhavam a colega, de nome Adelaide Roncali, dez anos, viram que ela estava imóvel, olhando para o alto, como que alheia a tudo. Não respondendo aos chamados, as amigas foram correndo dizer à mãe de Adelaide que “ela tinha morrido em pé.

Acreditou-se, porém, que Nossa Senhora aparecera, a Adelaide. Estava vestida de branco. Espargia muita luz e que Maria a tranqüilizou dizendo: “Não tema, eu sou Maria. Seja boazinha e eu voltarei até você”. 0 êxtase se repetiu mais 13 vezes, em duas etapas: de 13 a 21 e de 28 a 31 de maio. Assim como em Lourdes, Fátima, Salete e outros lugares, Nossa Senhora aconselhou a oração, sobretudo a reza do terço meditado nos mistérios da vida de Jesus. Insistia na penitência. Que acabassem com a impureza e blasfêmia.
Como sempre, a notícia logo correu. Muita gente queria se beneficiar das aparições, implorando curas. Conta-se que mais de um milhão de peregrinos se concentrou no local. Umas duzentas pessoas proclamaram-se curadas. 0 Bispo de Bérgamo constituiu uma comissão de médicos para estudar o caso. Dentre os 70 milagres indicados, apenas um cego, vítima de combate na guerra, ficou curado repentinamente.
O povo, empolgado por mais essa manifestação, proclamou Maria com mais um título: Nossa Senhora de Bonate.
 
Oração a Nossa Senhora de Bonate
Senhor nosso Deus, concedei-nos sempre saúde de alma e corpo, e fazei que, ela intercessão de Nossa Senhora de Bonate, sejamos libertos de todo pecado e, livres das tristezas presentes, gozemos as alegrias eternas. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Buglose

À margem direita do rio Adour, a 12 km de Dax, foi erigida a antiga capela de Nossa Senhora de Buglose, porém Nossa Senhora não tinha ainda este título.

Tendo Joana d’Albret ordenado a destruição dos oratórios das zonas rurais, alegando que só serviam para tolas superstições, a imagem de Nossa Senhora venerada nessa capela só pôde ser salva do incêndio e escondida; mas só muito tempo depois foi encontrada em uma fonte, informa a lenda, por um boi.
Deste pormenor se originou o título dado à imagem, formado de duas palavras gregas significando “langue de boeuf” (língua de boi), daí Buglose. O lugar também tomou este nome.
Luís XIII mandou reparar a capela incendiada, mais tarde substituída por uma igreja de três naves, que possui atualmente um carrilhão de 64 sinos.
Os Padres Lazaristas assumiram o encargo da conservação da igreja e da organização das peregrinações durante 87 anos.
Buglose foi um centro de regeneração cristã.
Os milagres se multiplicaram aí durante anos, tendo um grande número de enfermos recuperado a saúde nesse lugar bendito, como atestam numerosos processos verbais.
Há, perto do santuário, uma fonte milagrosa, na qual esteve escondida a imagem, dizem, durante 50 anos.
Nossa Senhora de Buglose foi coroada em 1866.
As peregrinações a este santuário são realizadas em maio e de 8 a 15 de setembro, oitava da Natividade.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Caravaggio

No princío do século XV vivia em Caravaggio (diocese de Cremona), lugarejo a 38 km de Milão (Itália), uma jovem muito piedosa, Giannetta Vacchi.

Por ser muito devota de Nossa Senhora, jejuava na véspera de suas festas, que ela celebrava com grande fervor; além disso, não deixava passar um só dia sem se recomendar à Mãe de Deus, e, durante o dia, quer estivesse a trabalhar em casa, quer se entregasse aos trabalhos do campo, suspendia o trabalho por breves momentos para elevar sua mente à Virgem bendita. Era, em suma uma daquelas almas virtuosas e simples que tanto agradam ao Senhor.
Casada contra a sua vontade com Francisco Varoli, teve de sofrer duríssimas provações, pois o malvado do marido não só a ofendia com os maiores insultos, mas também chegava a bater-lhe. Contudo, ela suportava injúrias e maus tratos com admirável resignação, recomendando-se a Nossa Senhora com fervor sempre crescente, à medida que aumentavam os tormentos que lhe infligia o desumano marido.
Estava Giannetta para completar o 32º ano de sua tormentosa existência (e ninguém suspeitava que em breve terminariam suas tribulações), quando inesperadamente começa a paciente senhora a desfrutar o conforto da Rainha do Céu.
No dia 26 de maio de 1432, o cruel marido, ou porque naquele dia ainda se deixasse levar mais pela brutal paixão da ira, ou por instigação de maus companheiros, agrediu a mulher mais brutalmente do que em geral o fazia, não se compadecendo dela nem mesmo depois de vê-la ferida; ao contrário, juntando crueldade a crueldade, ordenou-lhe que fosse sozinha cortar o feno, acrescentando à desumana ordem as mais duras ameaças.
Giannetta não se revolta: pega na foice e obedece confiando em Deus, que vê as aflições dos atribulados, e no patrocínio daquela a quem invocamos como o poderoso auxílio dos cristãos.
Chegando ao campo agreste chamado Mazzolengo, distante cerca de uma légua de Caravaggio, na estrada que conduz a Misano, pôs-se a pobrezinha ao trabalho, que durou várias horas, entremeado de freqüentes invocações à Virgem Santíssima.
Quando o dia já declinava, olhando Giannetta para o feno ceifado, viu claramente que não tinha a força necessária para levá-lo para casa em uma só caminhada, e, pela distância em que estava, não havia tempo para fazer duas viagens. Desolada e torturada com a lembrança do cruel marido, não sabe o que fazer, por mais que procure imaginar um meio de livrar-se daquele apuro. Volta então os olhos lacrimosos para o céu e exclama: “Oh, Senhora caríssima, ajudai-me: só de vós espera socorro a vossa pobre serva!…”
Ia continuar a confiante súplica, quando de repente lhe aparece uma senhora de aspecto nobre e venerando, de porte majestoso e belo e gracioso semblante, tendo nos ombros um manto azul, e a cabeça coberta com um véu branco.
“Oh, Senhora minha santíssima”” exclama Giannetta no auge da admiração…
Sim, eu sou a tua Senhora”, replica Maria, “mas não temas, filha: tuas preces foram, por minha intercessão, ouvidas por meu divino Filho, e já te estão preparados os tesouros do céu. Ajoelha-te, pois, e escuta reverente.”
“Oh, Senhora”, diz a humilde e simples Giannetta (que ou não imaginava ter diante de si a Mãe de Deus, ou então estava obcecada pelo pensamento do demônio que a esperava em casa), “eu não tenho tempo a perder: os meus jumentos estão esperando este feno”.
Mas a Virgem Santíssima, tocando-lhe suavemente nos ombros, fê-la ajoelhar-se e assim lhe falou: “Ouve atentamente, filha: o mundo, com suas iniqüidades, havia excitado a cólera do céu. O meu divino Filho queria punir severamente esses homens iníquos, cobertos de pecados; mas eu intercedi pêlos míseros pecadores com insistentes súplicas, e finalmente Deus se aplacou. Vai, portanto, comunicar a todos que, por causa deste assinalado benefício de meu divino Filho, devem jejuar numa sexta-feira a pão e água, e, em minha honra, festejar o sábado desde a véspera; eu reclamo isto como uma prova da gratidão dos homens pela singularíssima graça que para eles obtive. Vai, filha, e manifesta a todos a minha vontade”.
Admiração, amor, compunção enchiam a alma de Giannetta, que, depois de refletir um pouco, exclama: “Senhora, quem acreditará em minhas palavras? … Sou uma pobre e desconhecida criatura…”
E a Virgem bendita replica: “Levanta-te, minha filha, e não temas: refere corajosamente o que te comuniquei e ordenei: eu confirmarei com sinais evidentes as tuas palavras; e este lugar onde agora tu me vês se tornará célebre e famoso para toda cristandade”.
Ditas estas palavras, abençoa Giannetta com o sinal da cruz e desaparece, deixando no solo os vestígios de seus beatíssimos pés.
Imagine quem puder como ficou Giannetta a tal espetáculo (visto que já compreendido então que era Nossa Senhora quem lhe falava): extática, fora de si, levanta os olhos como que para acompanhar a Virgem Maria; e, prostrando-se em terra, beija e torna a beijar as santas pegadas. Depois afasta-se contra a vontade daquele santo lugar e corre, voa para sua aldeia, e pêlos caminhos por onde passa vai narrando a quem encontra tudo o que tinha visto e ouvido. Todos crêem em suas palavras, cumprindo-se assim a profecia da Santíssima Virgem, e correm, guiados por Giannetta, ao bem-aventurado lugar, admirando as santas pegadas impressas no solo verdejante, bem como a fonte que ali brotara milagrosamente.
Todos empenhavam-se em louvar e agradecer a bondade divina, maravilhando-se sempre mais. Sua gratidão crescia quando viam as curas operadas por meio da água da fonte milagrosa, ou as graças e prodígios alcançadas de outra maneira, que se multiplicavam dia a dia. Como é natural, a fama de tantos prodígios voou com a rapidez do raio até as cidades vizinhas, e mesmo até as regiões mais longínquas, de modo que foi tal a afluência de pessoas que iam a Mazzolengo, para contemplar os santos vestígios dos pés de Maria, admirar a fonte sagrada e beber da água prodigiosa, que foi necessário construir uma comissão que regulasse o acesso dos peregrinos. Mais tarde, divulgada por toda a Europa a notícia do milagroso acontecimento e das contínuas curas prodigiosas e outras graças concedidas por Maria no local da aparição, começaram a chover as ofertas, de modo que a autoridade diocesana constituiu uma comissão cuja incumbência era recolher donativos e aplicá-los na construção de uma igreja no lugar em que tinha aparecido Nossa Senhora.
A primeira pedra da igreja foi lançada pelo vigário de Caravaggio em 31 de julho do mesmo ano da aparição (1432), mas só foi acabada e consagrada dezenove anos depois.
Transcorrido um século, a igreja ameaçava ruir, pelo que foi preciso ser escorada. Depois, tornando-se pequena para o sempre crescente número de peregrinos, foi ampliada por iniciativa de são Carlos Borromeu. Posteriormente, ameaçando novamente ruir, foi preciso demoli-la.
Foi então que o célebre arquiteto Pellegrini construiu o majestoso santuário, que é hoje uma das mais fúlgidas glórias da fé do povo italiano, como da arte que se inspira na religião.
Eis, pois mais um título dado à Mãe de Deus – Nossa Senhora de Caravaggio -, por causa de sua aparição em Caravaggio (Itália) a Giannetta Vacchi.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Caacupe

Segundo a lenda, no final do século XVI, no Paraguai, um índio convertido, escultor por ofício, andava sobre uma montanha quando foi atacado pelos Mbayaes, dos quais escapou escondendo-se atrás de um grosso tronco. Nos angustiantes momentos em que ficou escondido, pediu a Nossa Senhora que o livrasse da morte. Quando se viu livre da ameaça, começou a construir uma imagem da Virgem com um pedaço do tronco que o havia acolhido.

No ano de 1603, o lago Tapaicuá transbordou e inundou todo o vale de Pirayú, arrastando tudo que estava à sua volta, inclusive a imagem de Nossa Senhora. Quando as águas baixaram, milagrosamente apareceu a imagem que o índio esculpira.
Os fiéis começaram a difundir sua devoção e a invocá-la com o nome de “Virgem dos Milagres”. Um devoto chamado José, carpinteiro, construiu uma modesta ermida e nela começou a ser cultuada a Virgem de Caacupé.
A imagem de Nossa Senhora de Caacupé é bem pequena, medindo pouco mais de cinqüenta centímetros. Ela é a Imaculada Conceição. Seus pés se apóiam sobre uma pequena esfera e suas vestes trazem uma faixa branca de seda.
A palavra Caacupé significa “detrás dos montes”. O Santuário de Caacupé é um centro nacional de peregrinações. A festa é celebrada anualmente no dia 8 de dezembro. Os peregrinos chegam aos milhares ao Santuário para demonstrar seu amor e gratidão à Mãe de todos, a “Virgem Azul do Paraguai”.
Nossa Senhora de Caacupé, rogai por nós!
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Casaluce

A história de Nossa Senhora de Casaluce vem do sul da Itália. Casaluce significa “Casa de Luz “. Na cidade de Aversa, em um dia de temporal muito forte, uma linda moça de cor negra bateu à porta de um seminário para pedir abrigo, porém, naquele tempo, não era permitida a entrada de mulheres nessas instituições. Então os padres pediram que a moça fosse a um convento de freiras, na cidade mais próxima, “Casaluce”. As freiras a acolheram e a instalaram num quarto. No dia seguinte, as freiras não a encontraram, e no seu lugar havia apenas um quadro – era a figura da moça, com uma criança nos braços. A partir daí, vários milagres foram atribuídos aquela santa. Por isso os padres de Aversa reclamaram o quadro por ter sido lá que a santa havia estado primeiro. Para evitar discórdia ficou resolvido que o quadro ficaria quatro meses em Aversa e oito em Casaluce. “Todas as gerações me felicitarão porque o todo poderoso realizou em mim grandes obras” (Lc. 1,48-49).

DEVOÇÃO NO BRASIL
No final do século XIX, os imigrantes italianos, concentraram-se no bairro do Brás em São Paulo. Os Napolitanos instalaram-se preferencialmente na rua Caetano Pinto e aí revelaram a devoção à Casaluce. Eles trouxeram uma réplica do quadro, cuja a cópia fiel da imagem da santa se encontra na Itália. Fundaram então, a igreja em 1900 e continuaram ligados assim, mais fortemente à terra natal; até hoje, no mundo inteiro, só existem duas igrejas dedicadas à Nossa Senhora de Casaluce, a de Nápoles e a de São Paulo. Através desse sentimento religioso, nasceu a primeira festa italiana de São Paulo, com comidas típicas, muita música e alegria. Inúmeros são os milagres de Nossa Senhora de Casaluce. O povo vem agradecer a intercessão da Mãe de Jesus pelas graças recebidas e pedir sempre. “Peça à Mãe de Deus que o Filho atende”.
· O nome de Maria está unido aos lugares onde ela viveu ou onde é venerada;
· Daí os nomes de Maria de Nazaré, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora . Aparecida, Nossa Senhora de Casaluce, etc..
· Festejamos Nossa Senhora de Casaluce no mês de maio;
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora de Chartres

Nossa Senhora de Chartres

O mais antigo e venerável santuário da França é a catedral de Chartres, célebre não só como lugar de peregrinação, mas também como obra de arte.

Sua origem é anterior à era cristã, e mesmo à era romana.
“Carnatum” (seu nome céltico) era um lugar santo já na Gália; aí já conheciam outrora uma gruta subterrânea, na qual era venerada uma divindade céltica, e no tempo dos romanos os driuidas tinham nesse lugar, por ordem de César, o centro de suas atividades religiosas.
Quando o cristianismo aí penetrou, nos primeiros séculos de sua existência, os cristão aproveitaram do antigo culto o que puderam, e uma tradição fidedigna diz que eles deixaram até ficar em seu trono a antiga imagem dos celtas, que representava uma mulher com uma criança no colo, adaptando-a à sua fé sob o título de “Notr Dame sous Terre”, isto é, “Nossa Senhora sob a terra”, à qual depois denominaram Nossa Senhora de Chartres, pois é muito comum, para diferenciar as imagens milagrosas umas das outras, dar-lhes como título o nome do lugar em que foram encontradas, ou mesmo do lugar em que simplesmente se celebrizaram por seus milagres.
Era uma imagem de madeira, de 80 cm de altura, enegrecida pelo tempo, representando uma mulher sentada numa rústica cadeira de braços, com uma criança no colo; a criança tinha a mão direita levantada em ato de abençoar e apoiava na esquerda uma bola. A mãe tinha a cabeça cingida por uma coroa de folhas de carvalho.
Um caminho subterrâneo, para os peregrinos, conduzia a essa divindade, e uma fonte, cuja existência denotava sua origem galo-romana, corria paralela ao caminho.
Na época da Revolução Francesa essa imagem foi queimada, no século XIX a substituíram por uma nova imagem de Maria, até hoje muito venerada.
Na subterrânea e enegrecida abóboda ardem constantemente numerosas lâmpadas, e as paredes laterais do altar estão cobertas de ex-votos.
O culto cristão adaptou-se facilmente ao culto subterrâneo dos celtas, porque também os cristãos, nos primeiros séculos, tiveram de prestar seu culto a Deus às escondidas, nas catacumbas, e a Gália foi um dos primeiros países em que o cristianismo penetrou.
Isso contribuiu para a origem da lenda segundo a qual os sacerdotes celtas de Carnutum, no tempo em que a Mãe de Deus vivia aqui na terra, tinham-lhe enviado uma mensagem e lhes rendiam homenagem sob o título de Nossa Senhora de Chartres, adotado depois também pelos cristãos; reza também a lenda que dois discípulos do apóstolo Pedro – Sabiniano e Potenciano – foram os primeiros cristãos a ir de Roma para Chartres.
Por causa desta lenda ou tradição, a igreja de Chartres (hoje catedral) é considerada a mais antiga da França, por ter sido fundada antes do nascimento de Cristo.
Invocações Marianas

Nossa Senhora da Saúde

A origem da devota imagem de Nossa Senhora da Saúde remonta aos primeiros tempos da conquista do México pelos espanhóis, sendo bem notável a fabricação da referida imagem e o material nela empregado.

Os índios tarascos costumavam, quando ainda gentios, modelar os simulacros de suas falsas divindades com um pasta composta da medula do talo do milho perfeitamente seca e moída, misturada com os falsos bulbos de uma planta epífita, chamada, em seu idioma, tatzingueni. Essa mistura, nas proporções devidas, produzia uma massa bastante manipulável, e com ela modelavam as figuras.
Quem ensinou aos tarascos a aplicação da pasta de milho à estatuária foi Matias de la Cerda, o mais famoso escultor que da Europa veio para a América. Com o mesmo material esculpiram mais tarde os índios de Patzcuaro, sob a direção de dom Vasco de Guiroga, primeiro bispo de Michoacán, a venerada imagem de Nossa Senhora da Saúde, provavelmente no ano de 1538.
A imagem foi colocada em modestíssimo altar do hospital que dom Vasco erigiu em Patzcuaro sob a invocação de Santa Maria. Assim ficaram os enfermos e desvalidos da raça indígena recomendados ao patrocínio daquela que é o consolo dos aflitos, e logo começou a Santíssima Virgem, por meio da santa imagem, a derramar tantas graças e benefícios sobre quantos a ela recorriam, que sua fama se estendeu pela comarca inteira, de modo que lhe deram o título de Saúde dos enfermos ou Nossa Senhora da Saúde.
Em 08 de dezembro de 1717 foi consagrado seu santuário, celebrando-se a dedicação com grande pompa, espaço de oito dias. Em 1890 o santuário foi remodelado e dotado de um novo altar para a milagrosa imagem, solenemente coroada em 08 de dezembro de 1899, em meio a grandes e suntuosas festas.
Nossa Senhora da Saúde, rogai por nós!…
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Conceição da Escada

Não é de estranhar que, pela acentuada vocação marítima de Portugal, tenha sido a devoção dos marinheiros de Lisboa uma das mais populares no país, e, por essa razão, uma das primeiras a se implantar no Brasil.
Escada? Que nome estranho para designar uma devoção a Nossa Senhora, poderão pensar alguns ao ouvi-lo. Outros, mais eruditos, estabelecerão talvez um nexo com a escada de Jacó, narrada na Sagrada Escritura, pois o Patriarca sonhou com uma escada que levava ao Céu. De modo análogo, Nossa Senhora leva ao Céu, logo… E ainda outros, quiçá, relacionarão o nome com imagens da Paixão de Cristo, dado que, muitas vezes, Nossa Senhora aparece ao lado da escada utilizada para descer o corpo de seu Divino Filho da cruz.
O que ninguém consegue imaginar é a razão verdadeira da invocação Nossa Senhora da Conceição da Escada.
Na origem do nome, singeleza de circunstâncias naturais
Qualquer pessoa dotada de cultura básica conhece a enorme importância que tiveram as navegações e descobrimentos portugueses nos séculos XV e XVI, bem como o fato de terem sido os navegantes lusos que uniram, por via marítima, diversos continentes. E que tal epopéia ocorreu mediante viagens realizadas a bordo de navios que, se comparados aos de hoje, eram semelhantes a frágeis cascas de nozes.
Coragem não faltou aos navegantes daquela época. Também não faltou fé e fortaleza para correr todos os riscos. E tal fé dos marinheiros lusos encontrava uma expressão encantadora na devoção a Nossa Senhora da Conceição da Escada, na cidade de Lisboa.
A imagem original da Virgem Santíssima – que depois ficou conhecida sob essa invocação – é muito antiga, anterior à reconquista da cidade aos mouros, em 1147. Ela se encontrava em uma capela situada à margem do rio Tejo. Ao partir, os marinheiros encomendavam-lhe seus trabalhos, e agradeciam sua proteção ao voltar. Como a margem do rio é elevada, precisavam subir ou descer os 31 degraus que separam a capela do rio. Por isto, com a passar do tempo, a imagem de Nossa Senhora da Conceição começou a ser chamada de Conceição da Escada, para diferenciá-la de outras imagens de Nossa Senhora da Conceição (devoção muito difundida em Portugal). Desse fato resultou que a imagem passou a ser conhecida como Nossa Senhora da Escada.
Dada a importância que a vida ligada ao mar tinha para o povo português naquela época, é compreensível que a referida imagem fosse das mais veneradas. De onde se explica que, cada vez que se decidia a realização de procissões para celebrar tal ou qual vitória, ou pedir proteção contra este ou aquele flagelo, eram as procissões da capela de Nossa Senhora da Escada das mais concorridas.
Com o tempo, começaram a acorrer à capela pessoas em barcos de locais longínquos, a fim de cumprir promessas e votos, bem como agradecer favores recebidos. Numa determinada época, realizava-se uma procissão com tochas acesas, provavelmente à noite, que descia o rio até chegar à capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição da Escada.
Vitória de Aljubarrota fortalece devoção
A procissão mais importante, porém, era a que comemorava a vitória dos portugueses em Aljubarrota, no ano de 1385. As tropas portuguesas, comandadas pelo Venerável Nun’Álvares Pereira, lutavam não só para defender a independência do país, mas sobretudo para este não cair no cisma que ameaçava dividir a Cristandade, já que o Rei de Castela na ocasião apoiava um antipapa.
Após travarem a luta em condições de inferioridade numérica, os portugueses obtiveram memorável vitória. Ao ter notícia do triunfo, o povo acudiu em massa aos diversos santuários do país, e um dos mais concorridos foi o de Nossa Senhora da Escada, onde pessoas de todas as classes sociais se dirigiram para agradecer a Nossa Senhora a insigne proteção. Que tenham sido de todas as classes sociais não é de estranhar, pois à Marinha dedicavam-se representantes de todos os segmentos sociais da época. Desde os nobres mais elevados que comandavam as armadas com destino à África ou à Ásia, até os mais humildes servidores.
Devoção expande-se para Bahia e São Paulo
Com as descobertas marítimas que iam sendo feitas, a Fé católica ia se expandindo. Por isso, ao dominar novos territórios, uma das primeiras preocupações dos portugueses era ensinar as verdades da Fé aos habitantes do local. E nada melhor para consolidar uma alma no caminho da verdadeira Religião do que ensiná-la a amar e confiar nAquela que é a Mãe de Deus, e por isso mesmo, nossa advogada.
Como dois dos primeiros locais a serem colonizados em nosso País foram a Bahia de Todos os Santos e zonas na região próximas ao litoral de São Paulo, é compreensível que aí se encontrem as duas capelas dedicadas a Nossa Senhora da Escada.
A existente na Bahia apresenta uma característica muito antiga, da época da escravidão: os escravos, quando ainda não batizados, não podiam ficar dentro da Igreja, permanecendo num alpendre junto à entrada. É por isso que o pequeno templo possui um amplo alpendre.
A outra capela situava-se numa vila chamada Escada, nome este proveniente da própria invocação mariana. Tal capela está situada cerca de Guararema, cidade a 80 quilômetros da capital paulista. Devido à sua proximidade do rio Paraíba, essa vila era freqüentada tanto por pescadores como por viajantes que navegavam rumo ao Rio de Janeiro.
Quando passou por lá, em 1717, o Conde de Assumar, Governador de São Paulo, Escada era uma vila que já possuía sua própria Câmara Municipal. Mas o pequeno núcleo não prosperou, e com sua decadência também foi minguando a devoção mariana que lhe deu origem.
As devoções marianas não constituem, via de regra, um fruto artificial, ocasionado por algum interesse humano. Elas florescem naturalmente quando Nossa Senhora distribui suas graças, valendo-se, por exemplo, de uma imagem sob esta ou aquela invocação. E se o povo é verdadeiramente piedoso, costuma corresponder a essas graças, propaga-se naturalmente a devoção Àquela que o sustenta nas duras lutas da vida.
Quando, porém, a população decai em fervor e não mais invoca a Virgem Santíssima, as devoções ligadas a alguma capela ou imagem também por vezes decaem. As pessoas deixam de freqüentar o local, e vão se olvidando das graças recebidas. Nessas condições, não raro Nossa Senhora opera novo prodígio, a fim de reerguer a antiga devoção. Mas, infelizmente, nem sempre os homens correspondem à nova manifestação da bondade materna.
Dois terremotos e decadência da devoção
Foi o que aconteceu com a imagem de Nossa Senhora da Escada em Portugal. Em 1531 um terremoto destruiu a capela, que foi reedificada. Mas como a devoção continuava decaindo aos poucos, permitiu Nossa Senhora que novo terremoto em Lisboa, mais terrível que o anterior, destruísse o pequeno templo em 1755. Nos dois casos, os edifícios que abrigavam a imagem foram destruídos, salvando-se contudo, milagrosamente, entre as ruínas, tanto a efígie mariana como o altar em que ela se encontrava.
A decadência do culto a Nossa Senhora sob essa invocação havia chegado a tal ponto, que a capela daEscada não foi mais reconstruída. Por isso, a primitiva imagem foi levada para o templo de Nossa Senhora das Mercês em Lisboa, onde se encontra até hoje. Pareceria um triste fim de uma invocação mariana antes tão difundida.
Renascimento promissor
Entretanto, a devoção não morreu. Ela deitou raízes em nosso País, surgindo várias capelas a ela dedicadas, como a que foi edificada na vila da Escada, acima referida, no Estado de São Paulo, e anos atrás em Curitiba, no bairro Novo Mundo.
Peçamos à Mãe de Deus que este seja um sinal do revigoramento dessa bela devoção tão acendrada em nossos ancestrais lusos, especialmente os navegadores, que a trouxeram para a Terra de Santa Cruz.
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Fontes de referência:
– Edésia Aducci, Maria e seus gloriosos títulos, Editora Lar Católico, 1958, 1ª edição.
– Nilza Botelho Megale, Cento e doze invocações da Virgem Maria no Brasil, Ed. Vozes, 2ª edição, Petrópolis, 1986.