Na Nicarágua, no departamento de Chinandega, encontra-se a paróquia de
El Viejo, na qual se venera, há muito tempo, a imagem da Imaculada Conceição de Maria. Segundo a tradição a imagem de Nossa Senhora de “El Viejo” foi trazida da Espanha por Pedro Ahumada, irmão caçula de Santa Teresa de Ávila, que fora nomeado governador da província da Nicarágua. À Reformadora do Carmelo teria pertencido a imagem que a entregou a seu irmão antes que ele viajasse às Índias.
Invocação Mariana: Nossa Senhora da Confiança
Este título mariano, de origem brasileira, deve-se à Irmã Alice Marie Senise, do colégio Notre Dame, no bairro do Sumaré na capital paulista. Foi ela quem observou a imagem de Nossa Senhora quando passava de ônibus pelo cemitério protestante chamado “Cemitério do Redentor”. Irmã Alice vivia intrigada com a presença desta estátua de pedra maciça da Virgem nesse local. Numa de suas passagens notou que a imagem já não estava em seu pedestal.
Invocação Mariana: Nossa Senhora da Consolação
O presente título é divulgado no mundo inteiro pela Ordem dos Agostinianos, posto que, segundo uma lenda, a ele deve-se a conversão de Santo Agostinho. Santa Mônica, angustiada pela morte de seu esposo e pelos desvarios de seu filho Agostinho, recorreu à Mãe da Consolação, tendo depois a grande alegria de ver seu filho convertido e tão fervoroso cristão, que é hoje é considerado um dos maiores santos doutores da Igreja. Santo Agostinho tomou como protetora a Consoladora dos Aflitos e seus filhos espirituais se encarregaram de divulgar sua devoção.
Invocação Mariana: Nossa Senhora da Coroa
Em um convento dos Menores, na Itália, tomou o hábito de noviço um virtuoso moço muito devoto de Nossa Senhora, a cujo serviço desejava muito entregar-se.
Invocação Mariana: Nossa Senhora da Correia
Lê-se na vida de Santa Mônica o fato seguinte. De onde se origina o titulo Nossa Senhora da Correia.
Estando ela um dia a chorar os extravios morais de seu filho Agostinho, apareceu-lhe Nossa Senhora, a quem invocara em sua aflição. A Mãe de Deus, que estava vestida de preto, tendo à cintura uma correia da mesma cor, disse-lhe que se vestisse do mesmo modo, que assim conseguiria a conversão do filho.
A correia ou cinto era comum entre as mulheres da palestina.
Santa Mônica passou a usar desde aquele dia o vestido preto e a correia.
Convertido Agostinho, também ele começou a usar hábito preto e correia, como devoção especial a Nossa Senhora, hábito e correia que deu como distintivo a seus filhos espirituais, os padres da congregação dos agostinianos por ele fundada em Tagaste (Africa) no ano de 388.
Cresceu a Ordem Agostiniana, e com ela a devoção a Nossa Senhora da Consolação e Correia espalhou-se pelo mundo inteiro.
Tendo como padroeira Nossa Senhora da Consolação e Correia, existe hoje a Arquiconfraria da Sagrada Correia que no Brasil te sua sede em São Paulo, na igreja matriz de Santo Agostinho.
O titulo Nossa Senhora da Correia é geralmente usado unido ao de Nossa Senhora da Consolação, provavelmente por ser Nossa Senhora, sob este título, a padroeira da Arquiconfraria da Sagrada Correia.
Invocação Mariana: Nossa Senhora da Divina Providência
O título Nossa Senhora da Divina Providência não é novo, pois já era usado em vários santuários da Itália desde o século XII, tendo sempre por objeto quadros e afrescos representando a Virgem Santíssima com o Menino nos braços. Mas só em 1732 se inicia o movimento religioso oficialmente reconhecido pela Santa Sé, o qual se espalhou em todo o mundo, atraindo multidões
Um contratempo deu ocasião à inauguração do quadro célebre exposto à veneração pública em Roma. Em 1659 0 papa Alexandre VII, da família Chigi, resolveu engrandecer a praça Colonna, e, quando os clérigos de São Paulo entregaram seu convento aos demolidores, cortaram uma parte da parede na qual um artista desconhecido pintara uma imagem de Maria, milagrosa, para levá-la consigo.
Mas, quando se tratou de colocá-la no lugar que lhe destinaram, o precioso afresco caiu e fez-se em mil pedaços.
O arquiteto, sentindo vivamente a perda do afresco, quis indenizar os religiosos, e a grande custo adquiriu um quadro da Virgem, obra-prima de Scipione Puizone. A pintura, que tem 54 cm de altura por 42 de largura, foi colocada no altar do oratório situado no primeiro andar do convento de São Carlos, por ser o local em que os religiosos se reuniam para os exercícios de piedade.
Descrição da imagem (pintura) que representa Nossa Senhora da Divina Providencia: a Virgem Maria esta revestida de uma túnica purpúrea e de um manto azul; um véu transparente lhe cobre a cabeça, recaindo elegantemente sobre os ombros; ela aperta amorosamente ao seio virginal a criança que segura nos braços e dirige suave olhar para o rosto adorável do mais belo dentre os filhos dos homens. 0 Menino não tem auréola, o que indica, na opinião de um cônego distinto, que Ele, além de ser o Filho de Deus, representa também os filhos dos homens. A mãozinha de Jesus, agarrada a mão da Virgem, indica a confiança, o abandono, a fé inquebrantável com que o coração humano deve, na hora do perigo, recorrer aquela que é o Refúgio dos atribulados.
Um dia, revolvendo com a alma cheia de amor os papéis do arquivo, descobriu o jovem Pe.
Januário Maffetti um manuscrito da lavra do Pe. Palma, o qual conseguira, a custa de mil angústias, edificar o convento e a igreja de São Carlos.
A cada página o Pe. Palma proclamava que Maria fora sua única Providência.
A relação jazia, havia mais de um século, oculta no fundo da biblioteca.
Movido por celestial inspiração, o jovem religioso mandou tirar uma cópia do quadro original e, não achando na igreja um lugar apropriado para a pintura, suspendeu-a no corredor entre a igreja e o convento. Abaixo do quadro colocou a seguinte inscrição, ditada por seu amor: “Mater Divinae Providentiae”.
Era o dia 13 de julho de 1732, sexto domingo depois de Pentecostes.
Desde então cresceu e se expandiu por toda a parte, autorizada pelos sumos pontífices, a devoção a Nossa Senhora da Divina Providencia, a qual começou a ser divulgada no Brasil com a chegada dos padres barnabitas, em agosto de 1903.
Invocação Mariana: Nossa Senhora da Encarnação
Conta-nos o evangelho de São Lucas (Le 1, 28-38) a Anunciação do anjo Gabriel a Maria, e quando Maria respondeu aceitando a sua missão – “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. Naquele momento o Verbo Divino se encarnou e uma nova era se abriu para a humanidade.
Invocação Mariana: Nossa Senhora da Enfermaria
Dom Afonso Henrique. para em tudo ser grande, também o foi no culto à Santíssima Virgem. Por isso sempre levara consigo um imagem de Nossa Senhom da Conceição, que é certamente a que colocou numa ermida extramuros de Lisboa quando foi tomar esta cidade aos sarracenos. Para essa capela, diz uma bula do santo padre Pio IV, eram levados os portugueses feridos, para serem pensados, e os mortos, para serem sepultados.
Por tal motivo, dom Afonso e seus bons guerreiros começaram a invocar essa imagem com o título de Nossa Senhora da Enfermaria, atribuindo-lhe a grande vitória que alcançaram contra os mouros.
Ainda hoje existe na igreja de são Vicente de Fora uma capela dedicada a Nossa Senhora da Enfermaria, em memória da que foi venerada por dom Afonso Henrique.
Invocação Mariana: Nossa Senhora da Escada

A imagem de Nossa Senhora da Conceição da Escada é uma das mais antigas e também das mais queridas de Portugal. Sua existência, segundo remota tradição, é anterior à conquísta de Lisboa e o titulo foi dado pelo povo em alusão aos trinta e um degraus que davam acesso ao seu santuário ou talvez por ser um dos símbolos de Maria.
Junto à velha ermida de Santa Maria da Escada os pescadores amarravam seus braços ao argolões de ferro chumbados em pelares de cantaria lavrada e, quando desciam o rio Tejo, de mãos erguidas pediam à Virgem que lhes protegesse as redes. Este culto de gente do mar por Nossa Senhora da Escada foi-se ampliando com o passar do tempo e nas procissões ou romarias ao popular santuário inúmeros devotos vinham de longe em batéis ornamentados para cumprirem votos e promessas.
As procissões ao templo da Escada eram as mais concorridas e todas as Vezes que a população se dirigia à Mãe de Deus com a finalidade de agradecer alguma graça ou pedir proteção contra alguma calamidade pública, a pequena ermida de Santa Maria era a mais procurada. A prova disso é que quando D. João I, após a vitória de Aljubarrota, garantiu a soberania do reino lusitano, o povo em massa, homens, mulheres, frades e clérigos, todos descalços, caminhavam cantando para o seu altar em sinal de agradecimento.
a ermida de Nossa Senhora da Escada foi atingida por duas grandes catástrofes: Um maremoto no século XVI e um terremoto em 1755; embora das duas vezes o templo e o convento anexo ficassem inteiramente destruídos, contudo permaneceram ilesos no meio das ruínas a imagem milagrosa e o altar da Virgem Maria. Finalmente, almas piedosas levaram a sagrada efigie para a igrejaa paroquial de Nossa Senhora das Merces, onde até hoje recebe as homenagens sinceras do povo português.
No Brasil conhecemos apenas duas igrejas dedicadas a Santa Maria da Escada e ambas muito antigas, o que demonstra ter sido este culto mais intenso nos primeiros períodos da colonização, desaparecendo posteriormente para dar lugar a outras invocações de maior aceitação no espirito religioso do povo brasileiro. Ambos refletem a predileção dos pescadores, pois uma está localizada na Bahia de Todos os Santos e a outra no Vale do Paraíba.
A igreja da Bahia é do tipo singelo e sóbrio dos primeiros templos coloniais, ornamentada por um amplo alpendre, como era costume nas primitivas capelas brasileiras. O edificio religioso alpendrado é uma tradição arquítetônica ocidental, que data do início do cristianismo, quando os catecúmenos e os penitentes permaneciam no adro. O Brasil continuou esta tradição porque o adro era o lugar onde ficavam os escravos não batizados. Os participantes de certas danças populares, como os congos, não entravam nos templos e a coroação dos reis negros era feita pelos padres no lado de fora das capelas. Outra
razão do alpendre talvez tenha sido a necessidade de abrigar maior número de fiéis, que ali se reuniram por ocasião das romarias.
A igreja de Nossa Senhora da Escada no Município de Guararema, próximo a Mogi das Cruzes, beneficiada com obras de restauração pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, remonta aos principios do século XVIII e é uma das mais interessantes do Estado de São Paulo, pelos indícios de mão-de-obra indígena. Aliás a vila de Escada era uma antiga aldeia de índios e devido à sua excepcional situação às margens do rio Paraíba foi, no tempo em que não havia estradas, o porto obrigatório para os viajantes paulistas, que se dirigiam às Minas Gerais ou à província do Rio de Janeiro. Quando o Conde de Assumar, Governador de São Paulo e de Minas Gerais, por ali passou em 1717, esta vila já possuia um administrador público e uma câmara própria. Entretanto, com o passar do tempo a aldeia não se desenvolveu e foi absorvida pelas cidades vizinhas.
Atualmente o culto de Nossa Senhora da Escada permanece vivo no Brasil somente através das igrejas citadas, que são verdadeiras relíquias históricas e artísticas de uma época que se perdeu na voragem dos séculos.
Iconografia:
Semelhante à Senhora da Conceição. Às vezes aparece junto à Virgem uma escada, um dos símbolos da Paixão de Cristo e também de Maria, pois Ela é comparada à escada de Jacó, que punha em comunicação o céu com a terra.
Invocação Mariana: Nossa Senhora da Esperança

Os fiéis sempre invocam nome de Maria com a esperança de que Ela os ajudasse a resolver seus problemas pessoais. Assim este título não é novo, pois a Mãe de Deus na liturgia tem sido denominada “Esperança dos desesperados”.
Algumas vezes Ela é também invocada e identificada com Senhor do Amor Divino, da Expectação, pois em alguns lugares esta devoção se referia à Esperança do Parto, pelo qual a Virgem Mana daria à luz brevemente o filho de Deus. Neste caso ela era representada grávida, tendo sobre o seio a pomba Divina, símbolo do Espírito Santo.
O mais antigo santuário de Nossa Senhora da Esperança de que se tem notícia é o da cidade de Meniézes, na França, construído no ano de 930. Depois dele vários outros foram erigidos, espalhando-se este orago por toda Europa.
Em Portugal, este culto desenvolveu-se muito na época das grandes descobertas marítimas, figurando entre 05 seus devotos o comandante Pedro Álvares Cabral, que possuía uma bela imagem da Padroeira em sua residência, trazendo-a consigo em sua feliz viagem às Índias. O Brasil foi portanto descoberto sob o olhar terno e protetor da Mãe da Esperanca. Esta efige histórica mostra a Virgem Santíssima com o Menino Jesus sentado em seu braço esquerdo e apontando para uma pomba, que repousa sobre o seu braço direito. Ela está atualmente na cidade de Belmonte, numa capela onde se diz ter sido batizado o descobridor do Brasil, e foi trazida novamente ao nosso país durante o congresso Eucarístico Internacional do Rio Janeiro, em 1955.
Nos tempos modernos a devoção a Nossa Senhora da Esperança foi revivida em Saint Brieuc, na Bretanha, e espalhou-se de maneira excepcional após a aparição da Virgem Maria em Poitmain, no dias terríveis da invasão prussiana, quando o inverno, a fome e a guerra se uniram para castigar o povo francês.
O dia 17 de janeiro foi em 1871 especialmente sombrio para a história da França. Paris estava sitiada e as tropas em retirada. O bispo de São Brieuc desesperado, fez um voto solene a Nossa Senhora da Esperança para que salvasse sua pátria e ordenou que o mesmo fosse lido na capital às seis horas da tarde.
Mais ou menos a essa hora, na vila Pontmain, próxima às linhas inimigas, o Sr. Barbedette terminava em seu celeiro o trabalho cotidiano, auxiliado pelos filhos: Eugênio, de 12 anos, e José de 10. Escurecia e o mais velho, cansado, saiu um pouco para espairecer e ver como estava o tempo lá fora.
Qual não foi sua surpresa, quando sobre uma casa próxima, a poucos metros de distância, avistou uma jovem senhora resplendente de luz e de incomparável beleza, vestindo um traje azul salpicado de brilhantes estrelas e calçando sandálias azuis com fivelas douradas Sobre a cabeça apresentava um véu preto e por cima coroa mais alta na frente e diminuindo para trás. O menino contemplava extasiado a maravilhosa aparição, quando uma vizinha saiu de casa. “Joana”, disse Eugênio, “a senhora não enxerga nada lá em cima da casa do vendedor de fumo?” – Por maiss que olhasse, contudo, ela nada conseguiu avistar, o mesmo acontecendo com o Sr. Barbedette. Porém seu irmãozinho José logo percebeu a visão e, além de descrevê-la do mesmo modo que Eugênio, exclamava entusiasmado: – “Como é linda! Como é linda!”
A mãe das crianças também nada enxergou, mesmo colocando os óculos, por isso achou que era uma alucinação dos meninos e levou-os para jantar. Algum tempo depois eles tiveram licença para sair e viram que a bela senhora continuava de pé no mesmo lugar.
O Sr. Vigário e a irmã Vitaline, professora dos videntes, chamados ao local nada puderam ver; no entanto duas meninas internas, que acompanhavam a Irmã, contemplaram a celestial aparição e demonstraram grande alegria ao vê-la sorrir. Emocionada, a multidão de Ccuriosos que ali se encontrava, a convite do vigário prosternou-se e começou a rezar.
Aos poucos a visão foi se transformando aos olhos das crianças. Apareceu em volta da Senhora uma fita azul com quatro velas, duas na altura dos ombros e duas no joelhos. Mais tarde outra fita muito comprida desenrolou-se sob os pés da Virgem e uma pena invisível escreveu os seguintes dizeres: “Mas rezai, meus filhos, Deus, vos atenderá dentro em breve. Meu filho se deixa enternecer”. Viram depois nas mãos de Maria um crucifixo vermelho e uma estrela, que dando volta em tomo da Senhora acendeu as quatro velas, parando em seguida sobre a sua cabeça. Finalmente às 20:45 um véu subiu pouco a pouco e escondeu a aparição.
Este fato extraordinário despertou vivo interesse na região, principalmente porque dez dias depois foi assinado o armistício, terminando a sangrenta guerra entre a França e a Alemanha. O bispo de Laval, após detalhados exames sobre o assunto, publicou a 02 de fevereiro do ano seguimte uma pastoral admitindo a realidade da aparição e autorizando o culto da Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora da Esperança de Pointmain.
Foram inúmeras as graças alcançadas no lugar da aparição e pouco depois erigiu-se ali uma bela basílica, que foi entregue aos cuidados dos padres Oblatas de Mana Imaculada, ordem para a qual entrou posteriormente José Barbeaste, um dos pequenos videntes.
A Ordem dos Oblatas, instituída na França em princípio do século XIX, espalhou-se pelo mundo devido à sua admirável obra missionária, chegando ao Brasil em 1946. Oito anos depois, os padres estabeleceram em Poços de Caldas, no bairro operário de Vila Cruz, onde formaram um colégio para crianças pobres.
