Alegrete-te! As setes Alegrias de Maria Santíssima
O início
No início do século XV, precisamente no ano de 1442, difundiu-se a notícia de uma suposta aparição da Virgem Maria a um noviço franciscano. O jovem noviço, tinha o fiel costume de ofertar diariamente à Mãe de Deus uma coroa de rosas no término de suas fervorosas orações. Ao ingressar para Ordem Franciscana (Irmãos Menores) sentia uma profunda tristeza por não mais poder oferecer a Virgem Maria sua presente.
O angustiante impedimento da oferta fez com que o noviço decidisse por deixar a Ordem Franciscana. A Consoladora dos Aflitos veio em socorro daquele entristecido jovem, consolando-o e indicando a ele uma oferta diária que lhe seria mais agradável. Deste momento em diante surge a Devoção da Coroa Franciscana ou comumente conhecido como Rosário das Sete Alegrias de Maria.
Ao longo do período Quaresmal a Santa Igreja venera Maria Santíssima como a Mãe Dolorosa, contemplando nas suas Sete Dores as espadas que lhes transpassaram a alma nesse Vale de Lágrimas.
Foi o Papa Pio X quem formalizou o título de Nossa Senhora das Dores ou Virgem Dolorosa fixando sua memória no dia 15 de setembro. Sob esse título mariano se honra o sofrimento da Mãe de Cristo, sofrimento que ela acolheu livremente na obra da redenção mediante a cruz de seu Filho Jesus. É diante da cruz que Maria torna-se Mãe do Corpo Místico de Cristo: a Igreja.
Essa mesma Igreja da qual Maria é Mãe e Senhora revive a cada ano o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Na companhia da Dolorosa Senhora trilhamos o caminho do qual os homens foram redimidos e reconciliados com o Pai. E é também na companhia de Maria de Nazaré que despertamos para uma feliz manhã de ressurreição.
Tradição
Segundo uma antiga e piedosa tradição, antes mesmo de todas as aparições do Ressuscitado relatadas nos Evangelhos, Maria Santíssima teria sido a primeira a testemunhar que Jesus havia ressuscitado verdadeiramente. Desse modo, Maria não é somente a Mãe das Dores, é também a Mãe da feliz “Alegria”. A devoção a Nossa Senhora das Alegrias chegou em terras brasileiras por meio do Frei Pedro Palácios que trouxe para o Brasil em 1558 a mais antiga imagem da Virgem das Alegrias venerada no país.
Maria de Nazaré é a figura por excelência que na obscuridade da fé esperou confiante a realização das promessas divinas. As palavras do Arcanjo Gabriel no momento da Anunciação: “Chaîrekecharitomene, hoKyrios meta sou” – “Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28), constituem um convite a alegrar-se na realização dessas promessas que hão de se cumprir por meio do bendito fruto de seu ventre (Lc 1,39-45).
A saudação “Chaîre”, “Ave”, na sociedade grega era uma saudação normal entre os seus habitantes, porém quando vista à luz das Sagradas Escrituras, adquire um significado profundo pois nos insere nos anúncios alegres da vinda do Messias. Na versão grega do Antigo Testamento a expressão aparece quatro vezes como anúncio Daquele que há de vir para Salvar o povo (cf. Sf 3, 14; Gl 2, 21; Zc 9, 9; Lm 4, 21). A saudação do Arcanjo é um convite à alegria, a um júbilo profundo, anuncia o fim da tristeza que existe no mundo, diante do limite da vida, do sofrimento, da morte, da maldade e da obscuridade do mal que parece ofuscar a luz da bondade divina. ¹
A Promessa
No diálogo do Arcanjo com Maria realiza-se a promessa de Sofonias: “Alegra-te, filha de Sião… O rei de Israel, que é o Senhor, está no meio de ti… O Senhor teu Deus está no meio de ti como Salvador poderoso” (Sf 3, 14-17). Maria é identificada como membro do povo desposado por Deus, a verdadeira Filha de Sião que por meio de seu “sim” faz com que o verbo se torne carne e venha habitar no meio dos homens. Maria é a porta que se abriu totalmente ao Criador, confia N’Ele sem reservas e por isso é a bendita e bem-aventurada entre as mulheres. Como Mãe de Cristo e de sua Igreja, Maria partilha conosco a sua alegria para que inundados pela felicidade do Reino nos tornemos também bem-aventurados.
Após uma feliz e frutuosa caminhada pela Série “Dolorosa” que se aprofundou nas Sete Dores de Maria Santíssima, escrita pelo pesquisador e associado da Academia Marial Vinícius de Oliveira e ilustrada pelo artista sacro Fábio Marques, a Academia Marial de Aparecida apresenta sua mais nova série de artigos marianos que percorrerá os caminhos das “Alegrias” de Maria de Nazaré. Vinicius de Oliveira, abordará semanalmente ao longo da Série “Alegra-te”, as Sete Alegrias que envolveram a caminhada de Maria Santíssima, da Anunciação à sua Coroação como Rainha do Céu e da Terra.
Essa “alegre” trajetória contará com a participação da artista sacra e também associada dessa Academia,Mari Bueno. A artista ilustra as cenas das Alegrias de Maria Santíssima com beleza e devoção, levando o leitor a mergulhar em uma verdadeira “BibliaPauperum”.
FONTES DO ARTIGO:
Academia Marial de Aparecida
AUTORES:
Vinícius Aparecido de Lima Oliveira (Pesquisador e Associado da Academia Marial de Aparecida)
Mari Bueno (Artista Sacra e Associada da Academia Marial de Aparecida)
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