Advento, tempo de espera, caracterizado pela presença marcante de Maria com aquela que soube viver a espera, “como aquela que de maneira singular esperou a realização das promessas de Deus, acolhendo na fé e na carne Jesus, o Filho de Deus, em plena obediência à vontade divina.” , assim expressou Bento XVI.
É, pois, o tempo mariano por excelência do Ano litúrgico. Paulo VI expressa isso com toda autoridade na Marialis Cultus. Historicamente a memória de Maria na liturgia surgiu com a leitura do Evangelho da Anunciação antes do Natal naquele que, com razão, foi chamado o domingo mariano prenatalício.
No Advento se recupera plenamente este sentido com uma série de elementos marianos da liturgia, que podemos sintetizar da seguinte maneira:
– Desde os primeiros dias do Advento há elementos que recordam a espera e a acolhida do mistério de Cristo por parte da Virgem de Nazaré.
– a solenidade da Imaculada Conceição se celebra como “preparação radical à vinda do Salvador e feliz principio da Igreja sem mancha nem ruga (“Marialis Cultus 3).
– entre os dias 17 e 24 o protagonismo litúrgico da Virgem é muito característico nas leituras bíblicas, em algumas orações, como a do dia 20 de dezembro que nos traz um antigo texto do Rótulo de Ravena ou na oração sobre as oferendas do IV domingo que é uma epíclesis significativa que une o mistério eucarístico com o mistério de Natal em um paralelismo entre Maria e a Igreja na obra do único Espírito.
Em uma formosa síntese de títulos. I. Calabuig apresenta nestas pinceladas a figura da Virgem do Advento:
– é a “Cheia de graça”, a “bendita entre as mulheres”, a “Virgem”, a “Esposa de Jesus”, a “serva do Senhor”.
– é a mulher nova, a nova Eva que restabelece e recapitula no desígnio de Deus pela obediência da fé o mistério da salvação.
– é a Filha de Sião, a que representa o Antigo e o Novo Israel.
– é a Virgem do Fiat, a Virgem fecunda. É a Virgem da escuta e acolhe.
Em sua exemplaridade para a Igreja, Maria é plenamente a Virgem do Advento na dupla dimensão que a liturgia tem sempre em sua memória: presença e exemplaridade. Presença litúrgica na palavra e na oração, para uma memória grata d’Aquela que transformou a espera em presença, a promessa em dom. Memória de exemplaridade para uma Igreja que quer viver como Maria a nova presença de Cristo, com o Advento e o Natal no mundo de hoje.
Na feliz subordinação de Maria a Cristo e na necessária união com o mistério da Igreja, Advento é o tempo da Filha de Sião, Virgem da espera que no “Fiat” antecipa o Marana thá da Esposa; como Mãe do Verbo Encarnado, humanidade cúmplice de Deus, tornou possível seu ingresso definitivo, no mundo e na história do homem.
À luz do mistério de Maria, a Virgem do Advento, a Igreja vive neste tempo litúrgico a experiência de ser agora “como uma Maria histórica” que possui e dá aos homens a presença e a graça do Salvador.
A espiritualidade do Advento resulta assim uma espiritualidade comprometida, um esforço feito pela comunidade para recuperar a consciência de ser Igreja para o mundo, reserva de esperança e de gozo. Mais ainda, de ser Igreja para Cristo, Esposa vigilante na oração e exultante no louvor do Senhor que vem.
Fonte: Academia Marial – Santuário Nacional de Aparecida
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