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Em 15 de Junho de 1921, Lúcia visita a Cova da Iria, onde tem lugar a sétima aparição da Mãe de Deus, aludida em 13 de maio de 1917. O bispo de Leiria havia convidado Lúcia a deixar Aljustrel para se refugiar no Asilo de Vilar, no Porto. Lúcia tinha concordado, mas cedo se arrependera, acusando o peso da separação da família e dos locais que lhe eram familiares.

Anos mais tarde, recorda no seu diário como, naquele dia, se dirigiu à Cova da Iria, onde, «ajoelhada e debruçada sobre a pequena grade que resguardava a terra que tinha alimentado a feliz carrasqueira onde Nossa Senhora pousou os Seus Imaculados pés, deixei as lágrimas correrem em abundância enquanto que pedia a Nossa Senhora perdão de não ser capaz de oferecer-Lhe desta vez, este sacrifício que me parecia superior as minhas forças. Recordava sim, esse mais belo dia 13 de Maio de 1917, em que tinha dado o meu “Sim” prometendo aceitar todos os sacrifícios que Deus quisesse enviar-me. E esta recordação era como que uma luz no fundo da alma, um escrúpulo que me não dava paz, e me fazia verter uma torrente de lágrimas. […]

Por certo que, desde o Céu, o Teu maternal olhar me seguia os passos e no espelho Imenso da Luz que é Deus, viste a luta daquela a quem prometeste especial proteção. “Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.” 

Assim solícita, mais uma vez desceste à terra, e foi então que senti a tua mão amiga e maternal tocar-me no ombro; levantei o olhar e vi-Te, eras Tu, a Mãe Bendita a dar-me a Mão e a indicar-me o caminho; os Teus lábios descerraram-se e o doce timbre da tua voz restituiu a luz e a paz à minha alma: “Aqui estou pela sétima vez, vai, segue o caminho por onde o Senhor Bispo te quiser levar, essa é a vontade de Deus.” Repeti então o meu “Sim”, agora bem mais consciente do que, o dia 13 de Maio de 1917 e enquanto que de novo Te elevavas ao Céu, como num relance, passou-me pelo espírito toda a série de maravilhas que naquele mesmo lugar, havia apenas 4 anos, ali me tinha sido dado contemplar. Recordei a minha querida Nossa Senhora do Carmo e nesse momento senti a graça da vocação à vida religiosa e o atrativo pelo Claustro do Carmelo.»

No dia seguinte, Lúcia sai de Aljustrel, a caminho do Asilo de Vilar, no Porto, onde é admitida em 17 de junho, tomando o nome de Maria das Dores.


Fonte: Santuário Nossa Senhora de Fátima – Portugal


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