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Autor: Gaudium Press

Uma das cenas mais pungentes encontrada nos Evangelhos, sem dúvida, está no sermão da montanha, descrita por São Mateus (capítulos 5-7). Na linguagem bíblica a montanha, devido à sua elevação, torna-se um lugar de comunicação com o divino; assim podem ser vistos, por exemplo, o Sinai, o Horeb, o monte Sião, etc. No entanto, neste trecho do Evangelho é o próprio Deus que eleva os discípulos ao monte para ali lhes ensinar.

Jesus Cristo faz papel de um pedagogo, o qual se debruça sobre aqueles aos quais vai ensinar e, aos poucos, os conduz para patamares cada vez mais elevados, não só do conhecimento, mas do convívio humano e de suas responsabilidades perante a sociedade e perante Deus.

Assim começa este capítulo do Evangelho de São Mateus: “Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então abriu a boca e lhes ensinava…” (Mt 5,1-2). Nosso Senhor ensina como um mestre que sobe em sua cátedra (a montanha). Senta-se e começa a ensinar aos discípulos. Naquela época havia muitos mestres, mas Jesus Cristo é superior a qualquer um deles, pois ensinava com uma autoridade que causava insegurança aos mais conhecedores das Escrituras. Era superior, inclusive ao glorioso profeta Moisés, o qual ensinou a partir do Sinai, no qual recebeu as tábuas da Lei.

Os mestres devem ensinar a verdade, ensinar o caminho que conduz ao bem, o rumo que leva a Deus. “Agora, ao contrário, Deus fala de um modo muito próximo, como de homem para homem. Agora Ele desce até o fundo dos seus sofrimentos”[1].

No Evangelho de São Mateus este foi o primeiro dos cinco grandes discursos realizados por Jesus Cristo. Constantemente as palavras do Salvador são um convite para uma mudança de vida, uma verdadeira conversão.

Durante a vida pública do Messias, os Apóstolos foram sendo ensinados por uma divina didática. Observando os milagres, ouvindo as parábolas e os conselhos, admirando as atitudes e presenciando o holocausto total do Cordeiro de Deus, receberam mais do que uma doutrina, um modo de viver.

Após a partida do Redentor, a Igreja estava instituída como um organismo vivo, cuja cabeça é o próprio Cristo, Nosso Senhor [2]. Aqueles que antes foram ensinados por Jesus, agora têm a missão de evangelizar: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20).

No entanto, há uma pessoa que aprendeu e praticou as palavras do Salvador como nenhuma outra, Maria Santíssima. “Nossa Senhora estando presente entre os Apóstolos, após a Ascensão de seu Divino Filho, é impossível que estes não A tenham consultado acerca de seus trabalhos, seus ensinamentos e escritos. Antes, é de se supor que a Ela frequentemente recorresem”[3].

Durante aquele sagrado convívio com seu Divino Filho, no qual “sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração” (Lc 2,51), Ela soube observar e amar as atitudes por Ele tomadas. Por isso, após a Ascensão de seu Filho, Maria Santíssima se tornou uma fonte pura e cristalina, da qual os próprios Apóstolos beberiam: “Verdade é que a São Pedro, como Papa, cabia o poder sobre toda a Igreja. Contudo, é também verdade que o Príncipe dos Apóstolos estava completamente submisso à Mãe de Deus, a qual, por meio dele, dirigia os demais”[4].

Não é demais imaginá-La aconselhando e inspirando os Apóstolos acerca de suas missões, bem como lhes explicando o sentido real das palavras e atos de seu Filho: “Por exemplo, Maria Santíssima tendo a seu lado São Paulo, São Pedro ou São João Evangelista, e Ela que conta, explica, interpreta e os ajuda a compreender os fatos da vida de Nosso Senhor, realçando este ou aquele episódio, e sendo, deste modo, o aroma do bom espírito perfumando a Igreja inteira”[5].

Maria foi proclamada “Mãe da Igreja” pelo Papa Paulo VI, e desta forma Ela é modelo de fé e de confiança, mas também é Aquela que ensina aqueles que devem ensinar: “Nenhuma criatura, diz Santo Agostinho, jamais possuiu um conhecimento das coisas divinas e do que se relaciona com a salvação, igual à Virgem Bendita. Ela mereceu ser a mestra dos Apóstolos…”[6].

 

Thiago de Oliveira Geraldo

 

[1] Bento XVI. Jesus de Nazaré. Tradução de José Jacinto Ferreira, SCJ. São Paulo: Editora Planeta Brasil, 2007, p.73

[2] Cf. Catecismo da Igreja Católica, n 779.

[3] OLIVEIRA, Plínio Corrêa de. Conferências em 25/06/1966 e 11/07/1967. Apud. CLÀ DIAS, João Socgnamiglio. Pequeno Ofício Da Imaculada Conceição Comentado. São PAulo: Artpress, 1997, p.81

[4] Ibidem.

[5] Ibidem.

[6] Ibidem.

 


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