Os Lecionários não trazem outros textos senão aqueles que já estão na Biblia. Não há comentários nem acréscimos. As leituras da Biblia, que são proclamadas na Liturgia, não são tomadas a esmo ou segundo o gosto de quem preside ou de quem as proclama. Elas são selecionadas cuidadosamente, porque devem iluminar o que vai ser celebrado: um Batismo, uma Crisma, uma Eucarístia, um Casamento, um Ordenação, um Benção etc. Contudo, elas são escolhidas de tal modo que nos possibilitam ouvir, meditar e orar a maioria dos livros da Biblia. E nos preparam para participar dos ritos sacramentais, como um momento profundo de escuta e de união com Jesus.
Quantos Lecionários existem?
A nossa Liturgia de rito romano conta atualmente com cinco lecionários. Vamos falar apenas nos Lecionários que são usados na celebração da Eucaristia. São dois: o Lecionário dominical e festivo, para os domingos e dias festivos, e o Lecionário ferial, usado nos dias da semana. Os textos do Lecionário dominical e festivos estão relacionados num ciclo de 03 anos: ano A, ano B e ano C. Em cada ciclo predomina a leitura de um dos Evangelistas: Mateus no ano A; Marcos no ano B e Lucas no ano C. E o Evangelho de João é reservado para ser proclamado no Natal, na Quaresma e no tempo Pascal. Oferece 03 leituras, uma do Antigo Testamento ou “Profeta”, uma do Novo Testamento ou “Apostolo”, e o Evangelho. Há sempre um nexo temático entre o Evangelho e as outras 02 leituras, de tal modo que se perceba que toda a Bíblia converge para os Evangelhos, como ponto de encontro com Jesus.
O Lecionário ferial, proclamado nas missas dos dias de semana, oferece apenas duas leituras. Está divido em anos pares e anos impares, mas não existe um nexo temático entre as duas leituras. Sua finalidade é possibilitar um leitura continua da Biblia, tanto na primeira leitura como no Evangelho.
Após a primeira Leitura, é nos oferecido um Salmo responsorial, que é a resposta meditativa à Palavra Proclamada. E antes do Evangelho, precede uma pequena aclamação, com algum texto que se refere ao trecho evangélico que será proclamado. Tudo forma uma unidade, que não deve ser quebrada com outros textos ou com outros cânticos.
O centro da Liturgia da Palavra é sempre o Evangelho?
É momento em que mais claramente o próprio Jesus renova sua Palavra para nós. Colocamo-nos de pé e atentos. Se possível, a leitura é feita de um livro especial, chamado de Evangeliário, entronizado com todo respeito. A dignidade da proclamação do Evangelho pede que seja anunciado pelo sacerdote ou pelo diácono. Ao terminar a leitura, não se diz “Palavra do Senhor”, mas sim, “Palavra da Salvação”. E todos respondemos: “Glória a Vós Senhor!” porque em Jesus, Deus completou sua obra e realizou suas promessas pela nossa salvação.
Fonte: Pe. José Ulysses da Silva, C.Ss.R.
Revista de Aparecida – Edição 106 (Jan/11)
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Olá! acredito que onde lê-se: ” Tudo forma uma unidade, que deve ser quebrada com outros textos ou com outros cânticos.”
deveria ler-se : Tudo forma uma unidade, que NÃO deve ser quebrada com outros textos ou com outros cânticos.
Muito obrigado! Já alterado!