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Quarta Alegria

Quarta Alegria de Maria Santíssima! ADORAÇÃO DOS MAGOS

“Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e lhe prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra”. (Mt 2,11)

Realeza na servidão

As alegrias que envolvem a vida de Maria de Nazaré estão presentes nas surpresas que Deus realiza ao longo de sua caminhada. No silêncio da estrebaria, Maria e José felizes adoram o Deus feito carne. Seus olhos contemplaram a salvação que chegou para todos os povos. O recém nascido deitado na manjedoura repousa tranquilo tendo seu sono embalado pela presença protetora dos pais. Sem lugar para eles nas pensões, o rei da glória, sem luxos, teve como berço o lugar de alimentação dos animais (manjedoura).

O rei mostra a que veio, para ser servo, “pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Em toda sua caminhada terrena, Jesus viveu sempre na humildade, sem riquezas e privilégios. Desde o seu nascimento o Filho de Deus se identificou com os necessitados. O Deus feito homem concedeu a humanidade, dignidade. A partir de sua pobreza, mostrou que diante de Deus todos têm valor, inclusive os mais desprezados e abandonados da sociedade. Quanto a Maria meditava todas estas coisas em seu coração (Lc 2,19).

O Evangelista Mateus nos recorda que não somente os pais e os pastores (Lc 2,16-20) adoraram o recém nascido, mas também alguns Magos vindos do Oriente. A piedade popular une, de modo quase imediato, o nascimento do Filho de Deus com a visita dos Reis Magos, mas não se conhece com precisão a época em que teve lugar. Os Magos eram pessoas “sábias”. A palavra “Mago” empregada a estes homens, não tinham ligação ao que hoje em dia se entende por esse nome. Não eram homens dados à magia, eram homens cultos, pertencentes a uma casta de grandes estudiosos de fenômenos celestes. O nome era direcionado especialmente aos sacerdotes da Caldeia, que foram os primeiros a realizarem estudos astronômicos no mundo.

A manifestação do Messias

São Beda, o Venerável (673-735) que foi monge beneditino na Inglaterra e historiador, realizou uma pesquisa e escreveu sobre os Reis Magos. Beda foi o primeiro a escrever os nomes destes Magos: Gaspar, Baltazar e Melquior. Segundo o Monge, Gaspar que quer dizer “aquele que vai inspecionar” era um jovem de aproximadamente vinte anos de idade, o mesmo teria partido de uma região montanhosa, próxima do Mar Cáspio. Baltasar que significa “Deus manifesta o Rei” era mouro, e tinha quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia. Melquior quer dizer: “Meu Rei é Luz” tinha setenta anos, tinha cabelos e barba branca, o mesmo teria partido de Ur, na Caldeia. Para o Monge São Beda e outros doutores da Igreja, estes três homens representavam as três raças existentes sobre a face da terra, os reis e os povos de todo o mundo.

O Catecismo da Igreja Católica afirma que a visita dos Magos “é a manifestação de Jesus como Messias, Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo…”. Nesses “magos”, representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação. A vinda dos magos a Jerusalém para “adorar ao Rei dos judeus” mostra que eles procuram em Israel, à luz messiânica da estrela de Davi, aquele que será o Rei das nações.

Sua vinda significa que os pagãos só podem descobrir Jesus e adorá-lo como Filho de Deus e Salvador do mundo, voltando-se para os judeus e recebendo deles sua promessa messiânica, tal como está contida no Antigo Testamento.” (n.528). A Igreja interpreta a visita e adoração dos Magos como o pleno cumprimento da profecia de Davi: “Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons. Todos os reis hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações” (Sl 71, 10-11).

O cumprimento do anuncio profético

Maria, a Mãe de Jesus, tinha sempre presente em seus pensamentos alguns textos dos Profetas que se referiam ao Messias, seu Filho, principalmente de que não seria somente o Rei de Israel, mas receberia honras de todos os povos. O Profeta Isaías anunciara que: “À tua luz caminharão os povos e os reis andarão ao brilho do teu esplendor. Lança um olhar em volta e observa: todos se reuniram e vieram procurar-te (…). Uma grande multidão de camelos te invade, camelos de Madiã e Efa; vêm todos de Sabá, trazendo ouro e incenso e anunciando os louvores de Javé (Is 60, 3-6).

A alegria que envolve este momento tem início com o reaparecimento da estrela aos Magos logo após deixarem o Palácio de Herodes: “Ao verem de novo a estrela, os magos ficaram radiantes de alegria” (Mt 2,10). “Este mesmo fato advoga em favor da suposição de que o astro que os guiava não era um fenômeno natural — um cometa, uma conjunção, etc., como se procurou muitas vezes demonstrar — mas um sinal sobrenatural dado por Deus a esses homens escolhidos, e só a eles”¹. A estrela parou sobre o local onde estava o menino, “quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e lhe prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra” (Mt 2,11).

Não somente o coração de Maria mas também o de José ficaram repletos de alegria e gratidão. A alegria que invade os corações daquele jovem casal está no cumprimento dos anúncios proféticos em relação a Jesus, seu Filho. Para eles começavam a cumprir-se uma promessa de salvação predita a séculos. A alegria que invade este acontecimento está também no agradecimento dos presentes recebidos daqueles homens generosos, predecessores na fé dos cristãos procedentes dos gentios.

Os presentes certamente contribuíram para sanar a situação econômica precária. A simplicidade de Maria e José não pode corresponder à tamanha generosidade. Os Magos, no entanto, estavam felizes e consideraram-se suficientemente recompensados pelo olhar e o sorriso de Jesus.

O sorriso do recém-nascido, iluminou de novo as suas almas e pelas doces palavras de agradecimento de Sua Mãe, Maria e de José. São João Crisóstomo (†407), afirma que os Magos foram mais tarde batizados pelo Apóstolo São Tomé e foram grandes propagadores da Fé. “Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, partiram para a região deles, seguindo por outro caminho” (Mt 2, 12), levando consigo a alegria de terem encontrado o Messias.

O Evangelista Mateus não relata uma suposta conversa entre os Magos e Maria e José, mas podemos supor que após adorarem o Menino tenham lançado um olhar sobre a bendita entre todas a Mulheres e também a Ela terem felicitando por tão grande graça de trazer ao mundo o Rei dos reis. Quanto a José, palavras de encorajamento e apoio na grande missão de proteger e a Virgem e o Menino.

Fonte:
Academia Marial de Aparecida

Autor:
Vinícius Aparecido de Lima Oliveira (Associado da Academia Marial de Aparecida)

Bibliografia do autor:

  1. LOART, J.A. Vida de Maria (9): Adoração dos Magos. Opus Dei, 2020. Disponível em: <https://cleofas.com.br/os-tres-pastorinhos-de-fatima-e-o-anjo-da-paz/>. Acesso em: 07, Janeiro de 2023.

Consulta de Pesquisa do autor:

– Bilblia Online Paulus


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