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Schoenstatt – Novo itinerário da Peregrina Original

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A Peregrina Original visita o Brasil, antes de partir para as celebrações do centenário da Aliança de Amor, 2014, em Schoenstatt, com o objetivo de:

 Revitalizar a rede de Santuários em nosso Brasil Tabor e “enchê-los de consciência de missão”.

 Que os nossos Santuários Filiais, ermidas, Santuários-Lares, Santuários Paroquiais e, especialmente, nossos Santuários-Coração se experimentem unidos entre si e vinculados à mesma fonte, que é o Santuário Original.

A Peregrina Original leva graças para o Brasil

Devido a fragilidade da Mãe Peregrina Original, após o acidente, a Central Nacional de Assessores, a fim de proteger essa relíquia e, ao mesmo tempo, não interromper a torrente de graças de sua peregrinação, refez o seu itinerário.

25.12 a 15.01.2013
 Santuário em Atibaia/SP – Período de Recesso – disponível para os Ramos do Movimento
16.01 a 24.02  Santuário em Atibaia/SP
25.02 a 17.03
 Santuário em Brasília/DF
18.03 a 13.04
 Santuário no Rio de Janeiro/RJ
14  a 30.04
 Santuário em Atibaia/SP
01 a 21.05
 Santuário em Confins/MG
22.05 a 24.06
 Santuário em Jaraguá – São Paulo/SP
15 a 29.06
 Santuário em Jacarezinho/PR
30.06 a 13.07
 Santuário em Cornélio Procópio/PR
14 a 21.07
 Santuário em Atibaia/SP
22 a 28.07
 Santuário no Rio de Janeiro/RJ – Jornada Mundial da Juventude com o Papa
30.07 a 25.08
 Santuário em Vila Mariana – São Paulo/SP
26.08 a 14.09
 Santuário em Londrina/PR
15 a 22.09
 Santuário em Guarapuava/PR
23.09
 Viagem para o Santuário em Frederico Westphalen/RS

– Que esta relíquia seja tratada, transportada e venerada com todo carinho, respeito e dignidade.

Fonte: Movimento Apostólico de Schoenstatt – Campanha da Mãe Peregrina

Schoenstatt

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Rosário de Nossa Senhora

rosarioPalavras de João Paulo II sobre a Oração do Rosário

“O Rosário é minha oração preferida. Oração maravilhosa em sua simplicidade e em sua profundidade. Nesta oração repetimos muitas vezes as palavras que a Virgem Maria escutou da boca do anjo e de sua prima Isabel. A estas palavras toda a Igreja se associa.

Podemos dizer que o Rosário é, de certo modo, uma oração-comentário do último capítulo da Constituição “Lumen Gentium” do Vaticano II, capítulo que trata da admirável presença da Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja. No fundo das palavras “Ave Maria”, passam diante dos olhos do que reza os principais episódios da vida de Cristo, com seus mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, que nos fazem entrar em comunhão com Cristo, poderíamos dizer, através do coração de sua Mãe.

Nosso coração pode encerrar nestas dezenas do Rosário todos os atos que compõem a vida de cada indivíduo, de cada família, de cada nação, da Igreja e da humanidade: os acontecimentos pessoais e os do próximo e, de modo particular, daqueles que mais gostamos. Assim, a simples oração do Rosário pulsa no ritmo da vida humana”.

João Paulo II

Como surgiu a oração do Santo Rosário

A oração do Santo Rosário surge aproximadamente no ano 800 à sombra dos mosteiros, como Saltério dos leigos. Dado que os monges rezavam os salmos (150), os leigos, que em sua maioria não sabiam ler, aprenderam a rezar 150 Pai nossos. Com o passar do tempo, se formaram outros três saltérios com 150 Ave Marias, 150 louvores em honra a Jesus e 150 louvores em honra a Maria.

No ano 1365 fez-se uma combinação dos quatro saltérios, dividindo as 150 Ave Marias em 15 dezenas e colocando um Pai nosso no início de cada uma delas. Em 1500 ficou estabelecido, para cada dezena a meditação de um episódio da vida de Jesus ou Maria, e assim surgiu o Rosário de quinze mistérios.

A palavra Rosário significa ‘Coroa de Rosas’. A Virgem Maria revelou a muitas pessoas que cada vez que rezam uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das flores, sendo assim o Rosário a rosa de todas as devoções e, portanto, a mais importante.

O Santo Rosário é considerado a oração perfeita porque junto com ele está a majestosa história de nossa salvação. Com o rosário, meditamos os mistérios de gozo, de dor e de glória de Jesus e Maria. É uma oração simples, humilde como Maria. É uma oração que podemos fazer com ela, a Mãe de Deus. Com o Ave Maria a convidamos a rezar por nós. A Virgem sempre nos dá o que pedimos. Ela une sua oração à nossa. Portanto, esta é mais poderosa, porque Maria recebe o que ela pede, Jesus nunca diz não ao que sua mãe lhe pede. Em cada uma de suas aparições, nos convida a rezar o Rosário como uma arma poderosa contra o maligno, para nos trazer a verdadeira paz.

O Rosário é composto de dois elementos: oração mental e oração verbal.

No Santo Rosário a oração mental é a meditação sobre os principais mistérios ou episódios da vida, morte e glória de Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe.

A oração verbal consiste em recitar quinze dezenas (Rosário completo) ou cinco dezenas do Ave Maria, cada dezena iniciada por um Pai Nosso, enquanto meditamos sobre os mistério do Rosário.

A Santa Igreja recebeu o Rosário em sua forma atual em 1214 de uma forma milagrosa: quando a Virgem apareceu a Santo Domingo e o entregou como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e outros pecadores daquele tempo. Desde então sua devoção se propagou rapidamente em todo o mundo com incríveis e milagrosos resultados.

As Quinze Promessas da Virgem Maria aos que rezarem o Rosário

1. Aqueles que rezarem com enorme fé o Rosário receberão graças especiais.

2. Prometo minha proteção e as maiores graças aos que rezarem o Rosário.

3. O Rosário é uma arma poderosa para não ir ao inferno: destrói os vícios, diminui os pecados e nos defende das heresias.

4. Receberá a virtude e as boas obras abundarão, receberá a piedade de Deus para as almas, resgatará os corações das pessoas de seu amor terreno e vaidades, e os elevará em seu desejo pelas coisas eternas. As almas se santificarão por meio do Rosário.

5. A alma que se encomendar a mim no Rosário não perecerá.

6. Quem rezar o Rosário devotamente, e tiver os mistérios como testemunho de vida, não conhecerá a desgraça. Deus não o castigará em sua justiça, não terá uma morte violenta, e se for justo, permanecerá na graça de Deus, e terá a recompensa da vida eterna.

7. Aquele que for verdadeiro devoto do Rosário não perecerá sem os Sagrados Sacramentos.

8. Aqueles que rezarem com muita fé o Santo Rosário em vida e na hora de sua morte encontrarão a luz de Deus e a plenitude de sua graça, na hora da morte participarão do paraíso pelos méritos dos Santos.

9. Livrarei do purgatório àqueles que rezarem o Rosário devotamente.

10. As crianças devotas ao Rosário merecerão um alto grau de Glória no céu.

11. Obterão tudo o que me pedirem mediante o Rosário.

12. Aqueles que propagarem meu Rosário serão assistidos por mim em suas necessidades.

13. Meu filho concedeu-me que todo aqueles que se encomendar a mim ao rezar o Rosário terá como intercessores toda a corte celestial em vida e na hora da morte.

14. São meus filhinhos aqueles que recitam o Rosário, e irmãos e irmãs de meu único filho, Jesus Cristo.

15. A devoção a meu Rosário é um grande sinal de profecia.

Bênçãos do Rosário

1. Os pecadores obtêm o perdão.

2. As almas sedentas são saciadas.

3. Os que estão atados vêem seus nós desatados.

4. Os que choram encontram alegria.

5. Os que são tentados encontram tranqüilidade.

6. Os pobres são socorridos.

7. Os religiosos são reformados.

8. Os ignorantes são instruídos.

9. Os vivos triunfam sobre a vaidade.

10. Os mortos alcançam a misericórdia por via de sufrágios.

Benefícios do Rosário

1. Nos eleva gradualmente ao perfeito conhecimento de Jesus Cristo.

2. Purifica nossas almas do pecado.

3. Permite-nos vencer nossos inimigos.

4. Facilita-nos a prática das virtudes.

5. Inflama-nos do amor de Jesus Cristo.

6. Obtém-nos de Deus toda classe de graças.

7. Proporciona a nós com o que pagar todas as nossas dívidas com Deus e com os homens.

Audiência com Papa João Paulo II

Caríssimos Irmãos e Irmãs!

1. Durante a recente viagem à Polónia, dirigi-me com as seguintes palavras a Nossa Senhora: “Mãe Santíssima, […] obtém que também eu tenha as forças do corpo e do espírito, para poder cumprir até ao fim a missão que o Ressuscitado me confiou. Confio-te todos os frutos da minha vida e do meu ministério; confio-te o destino da Igreja; […] em ti confio e mais uma vez declaro: Totus tuus, Maria! Totus tuus! Amen” (Kalwaria Zebrzydowska, 19/08/2002). Repito hoje estas palavras, dando graças a Deus pelos vinte e quatro anos do meu serviço à Igreja na Sé de Pedro.

Neste dia particular, confio de novo nas mãos da Mãe de Deus a vida da Igreja e a vida tão atormentada da humanidade. A ela confio o meu futuro. Entrego tudo nas suas mãos, para que, com amor de mãe o apresente ao seu Filho, “para servir à celebração da sua glória” (Ef 1, 12).

2. O centro da nossa fé é Cristo, Redentor do homem. Maria não o obscurece, nem obscurece a sua obra salvífica. Assunta ao céu em corpo e alma, a Virgem, que foi a primeira a beneficiar dos frutos da paixão e da ressurreição do próprio Filho, é Aquela que da maneira mais certa nos conduz a Cristo, o fim derradeiro do nosso agir e de toda a nossa existência. Por isso, ao dirigir a toda a Igreja, na Carta apostólica Novo millennio ineunte, a exortação de Cristo a “fazer-se ao largo”, acrescentei que, “neste caminho, nos acompanha a Virgem Santíssima, à qual […], juntamente com tantos Bispos […], confiei o terceiro milénio” (n. 58). E ao convidar os crentes a contemplar incessantemente o rosto de Cristo, desejei ardentemente que Maria, Sua Mãe, fosse para todos mestra desta contemplação.

3. Desejo hoje exprimir este desejo com mais clareza mediante dois gestos simbólicos. Daqui a pouco vou assinar a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae. Além disso, juntamente com este documento, dedicado à oração do Rosário, proclamo o ano que vai de Outubro de 2002 a Outubro de 2003 o “Ano do Rosário”. Faço isto não só porque este é o vigésimo quinto ano do meu pontificado, mas também porque se celebra o 120º aniversário da Encíclica Supremi apostolatus officio, com a qual, a 1 de Setembro de 1883, o meu venerado predecessor, o Papa Leão XIII, deu início à publicação de uma série de documentos dedicados precisamente ao Rosário. Há também outra razão: na história dos Grandes Jubileus reinava o bom hábito, depois do Ano Jubilar dedicado a Cristo e à obra da Redenção, de ser proclamado outro em honra de Maria, como que implorando-lhe a ajuda para fazer frutificar as graças recebidas.

4. Para a exigente, mas extraordinariamente rica tarefa de contemplar o rosto de Cristo juntamente com Maria, há porventura melhor instrumento do que o Rosário? Contudo, devemos redescobrir a profundidade mística na simplicidade desta oração, tão querida à tradição popular. Esta oração mariana na sua estrutura é, de facto, sobretudo meditação dos mistérios da vida e da obra de Cristo. Ao repetir a invocação do “Ave Maria”, podemos aprofundar os acontecimentos fundamentais da missão do Filho de Deus na terra, que nos foram transmitidos pelo Evangelho e pela Tradição. Para que esta síntese do Evangelho seja mais completa e ofereça uma maior inspiração, na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae propus que se acrescentem outros cinco mistérios aos que actualmente são contemplados no Rosário, e chamei-os “mistérios da luz”.

Eles incluem a vida pública do Salvador, desde o Baptismo no Jordão até ao início da Paixão. Esta sugestão tem a finalidade de ampliar o horizonte do Rosário, para que seja possível a quem o recita com devoção, e não mecanicamente, penetrar mais profundamente o conteúdo da Boa Nova e conformar a própria existência cada vez mais com a de Cristo.

5. Agradeço-vos a vós, aqui presentes, e a quantos neste dia particular, estão espiritualmente unidos a mim. Obrigado pela benevolência, e sobretudo pela certeza do constante apoio da oração. Confio este documento sobre o Santo Rosário aos Pastores e aos fiéis de todo o mundo. O Ano do Santo Rosário, que viveremos juntos, produzirá sem dúvida frutos benéficos no coração de todos, renovará e intensificará a acção da graça do Grande Jubileu do Ano 2000 e tornar-se-á fonte de paz para o mundo.

Maria, Rainha do Santo Rosário, que vemos exposta aqui na bonita imagem venerada em Pompei, conduza os filhos da Igreja à plenitude da união com Cristo na sua glória!

16 de outubro de 2002
S.S. João Paulo II

Mistérios do Rosário

MISTÉRIOS GOZOSOS (segunda-feira e sábado)

1. A encarnação do Filho de Deus.
2. A visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel.
3. O nascimento do Filho de Deus.
4. A Apresentação do Senhor Jesus no templo.
5. A Perda do Menino Jesus e o encontro no templo.

MISTÉRIOS DOLOROSOS (terça-feira e sexta-feira)

1. A Oração de Nosso Senhor no Horto da Oliveiras.
2. A Flagelação do Senhor.
3. A Coroação de espinhos.
4. O Caminho do Calvário carregando a Cruz.
5. A Crucificação e Morte de Nosso Senhor.

MISTÉRIOS GLORIOSOS (quarta-feira e domingo)

1. A Ressurreição do Senhor.
2. A Ascensão do Senhor.
3. A Vinda do Espírito Santo.
4. A Assunção de Nossa Senhora aos Céus.
5. A Coroação da Santíssima Virgem.

MISTÉRIOS LUMINOSOS (quinta-feira)

1. O Batismo no Jordão.
2. A auto-revelação nas bodas de Caná.
3. O anúncio do Reino de Deus convidando à conversão.
4. A Transfiguração.
5. A Instituição da Eucaristia, expressão sacramental do mistério pascal.

Orações do Rosário

O Sinal da Cruz
Em nome do Pai, + e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

O Credo
Creio em Deus, Pai- todo-poderoso, criador do Céu e da terra. E em Jesus Cristo seu único Filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos; foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém.

Pai Nosso
Pai Nosso, que estais no céu, santificado seja vosso nome. Venha a nós o vosso reino. Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

Ave Maria
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto de vosso ventre Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém

Glória
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Salve Rainha
Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve. A vós bradamos degredados filhos de Eva. A vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa: esses vossos olhos misericordiosos, a nós volvei. E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre. Ó clemente, Ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria! Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Depois de cada dezena pode-se recitar a seguinte oração, como indicou a Santíssima Virgem Maria em Fátima:
“Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu, e socorrei principalmente as que mais necessitarem da vossa misericórdia”.

Como rezar o Rosário

Para recitar o Rosário com verdadeiro proveito deve-se estar em estado de graça ou pelo menos ter a firme resolução de renunciar o pecado mortal.

1. Segurando o Crucifixo, fazer o Sinal da Cruz e em seguida rezar o Credo.

2. Na primeira conta grande, recitar um Pai Nosso.

3. Em cada uma das três contas pequenas, recitar um Ave Maria.

4. Recitar um Glória antes da seguinte conta grande.

5. Anunciar o primeiro Mistério do Rosário do dia e recitar um Pai Nosso na seguinte conta grande.

6. Em cada uma das dez seguintes contas pequenas (uma dezena) recitar um Ave Maria enquanto se faz uma reflexão sobre o mistério.

7. Recitar um Glória depois das dez Ave Marias. Também se pode rezar a oração de Fátima.

8. Cada uma das seguintes dezenas é recitada da mesma forma: anunciando o correspondente mistério, recitando um Pai Nosso, dez Ave Marias e um Glória enquanto se medita o mistério.

9. Ao se terminar o quinto mistério o Rosário costuma ser concluído com a oração da Salve Rainha.

As virtudes e os mistérios do Rosário

Mistérios Gozosos

1- A Anunciação à Nossa Senhora. A humildade
2- A Visitação à Sta. Isabel. A virtude da Caridade
3- O Nascimento de Nosso Senhor. O desapego ao material
4- A Apresentação do Menino. O oferecimento de nosso ser ao Pai
5- A perda no Templo. O Zelo Apostólico

Mistérios Dolorosos

1- A Oração no Horto. A Opção pelo sacrifício
2- A Flagelação do Senhor. O domínio corporal
3- A Coroação de espinhos. A retidão mental
4- Jesus carregando a Cruz. A Paciência
5- A Morte de Nosso Senhor. A aceitação da Vontade Divina

Mistérios Gloriosos

1- A Ressurreição de Jesus. A virtude da Fé
2- A Ascensão do Senhor. A virtude da Esperança
3- O envio do Espírito Santo. O Amor Divino
4- A Assunção de Maria Santíssima. A Boa Morte
5- A Coroação de Nossa Senhora. A intercessão de Nossa Mãe

Mistérios Luminosos

1- Batismo de Jesus por João Batista, no rio Jordão. Renovação da graça do Batismo.
2- Auto-revelação de Cristo nas bodas de Caná. Fidelidade na família.
3- Anúncio do Reino e convite à conversão. Fervor apostólico.
4- Transfiguração de Cristo. Conversão.
5- Instituição da Santíssima Eucaristia por Jesus. Amor reparador.

 

Fontes:
ACI Digital
Movimento Rosário Permanente

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A arrebatadora excelência da voz de Maria

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“A Anunciação”, por Giotto – Capela degli Scrovegni, Pádua (Itália)

39 “Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40 Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu'” (Lc 1, 39-45).

Ao ouvir a voz da Mãe de Deus, São João Batista foi imediatamente purificado do pecado original. Tal prodígio prenunciava as grandes transformações reservadas aos que, ao longo da História, seriam objeto da maternal intercessão de Maria.

Monsenhor Joao Cla Dias_EP.jpgMons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

I – O olhar humano e o olhar da fé

Ensina o Apóstolo que “o justo viverá pela fé” (Gal 3, 11). Esta afirmação ressalta a natural insuficiência de nossa razão para atingir, por si mesma, determinadas verdades da Religião Católica. Quando a inteligência se dissocia de Deus, perde a capacidade de apreender o que a realidade possui de mais essencial: a presença d’Ele na alma e em todo o universo criado. Basta recordarmos o testemunho de Santo Agostinho que, após percorrer em vão o mundo do pensamento à procura do sentido de sua existência, exclamou: “Tu estavas dentro de mim, mais interior que o meu próprio íntimo e mais elevado que o ápice do meu ser”.1 Ora, esse conhecimento foi-lhe dado pela fé, pois a vista humana não alcança a Deus diretamente.2

De igual forma, quando analisamos as Sagradas Escrituras não é possível acompanhá-las com a pura inteligência. Esta fica aquém da amplitude sobrenatural dos episódios da História Sagrada, de modo especial dos Evangelhos, e a partir de certo limite deve se abrir para as inspirações do Espírito Santo a fim de penetrar em seu sentido divino. Cabe-nos meditar tais fatos enquanto acontecimentos movidos pela ação direta e eficaz do Criador.

Contemplemos, por esse prisma, a singela narrativa do mistério da Visitação recolhida pelo Evangelho deste 4º Domingo do Advento. Trata-se de uma dama que empreende viagem para visitar sua prima que em breve seria mãe, a fim de oferecer-lhe seus serviços. Ambas se encontram e manifestam mútuo afeto. Simples cena, descrita sob os véus de um mero acontecimento familiar, mas que abarca uma profundidade insondável, digna de análise e, sobretudo, de meditação.

II – A santidade, um bem expansivo

Após o relato da aparição do Anjo a Zacarias, feito por São Lucas em um diálogo de poucos versículos (cf. Lc 1, 11-20), o Evangelista detalha que “o povo estava esperando […] e admirava-se de ele se demorar tanto tempo no santuário” (Lc 1, 21). Tal pormenor revela que a conversa deve ter sido mais extensa do que as breves frases registradas pelo texto sagrado. Se assim aconteceu nessa aparição, que pensar da sucinta narração do encontro de São Gabriel com a Virgem Santíssima (cf. Lc 1, 26-38)? Podemos supor que o colóquio não tenha sido tão curto e, por humildade, Maria tenha desejado que ficasse consignado tão só o necessário para a boa compreensão da embaixada vinda do Céu. Consideremos o quanto a oportunidade de discorrer com Ela terá sido um privilégio para o celestial mensageiro, e como terá ele desejado valer-se da circunstância, tirando o máximo proveito. Da parte d’Ela, quantos pensamentos elevados não terá exposto a São Gabriel. Quiçá, até deve ter-lhe pedido conselhos. A grande perfeição da natureza espiritual do Anjo, acrescida da proximidade com Deus, certamente inspirava em Nossa Senhora uma santa afinidade com o mundo angélico.

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“A Anunciação”, por Fra Angélico – Museu de São Marcos, Florença (Itália)

Entre os temas desse colóquio, podemos supor que Ela tenha incluído o da conveniência de visitar sua prima Santa Isabel, que esperava um filho havia seis meses, como Lhe comunicara o Anjo. Maria se apressou em manifestar sua disponibilidade de ir até ela – que, como veremos, era toda fundada em razões sobrenaturais -, embora fosse provável que antes disso tenha passado certo período em recolhimento, devido ao extraordinário influxo de graças então recebido. Ela não Se julgou desobrigada do dever de dedicar-Se ao próximo, inclinando-Se, com prontidão, a cumprir o caridoso desígnio. É o que narra o Evangelista.

A ação eficaz nasce da contemplação

39 “Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia”.

Após dar seu livre consentimento e tornar efetiva a Encarnação por um ato de máxima fidelidade à vontade de Deus (cf. Lc 1, 38), Nossa Senhora não abandonou a vida em sociedade, como o demonstra a visita que fez à sua prima. Quem, ao saber que está gestando o próprio Filho de Deus, tornando-se Mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, pensaria numa prima? Uma alma egoísta, após ter recebido a embaixada do Anjo, quereria abraçar uma mal-entendida vida de contemplação, a fim de beneficiar-se das vantagens dessa prerrogativa e gozar das consolações do convívio com o Menino Jesus. Maria fez o oposto: pôs-se a caminho logo, “naqueles dias”, pois os inocentes se interessam mais pelos outros do que por si próprios.

Jerusalém situava-se no alto de uma montanha de aproximadamente 800 metros de altitude e a cidade onde vivia Zacarias – Ain Karim, segundo uma antiga tradição – ficava num vale, a sete quilômetros ao sudoeste da Cidade Santa. Já Nazaré localizava- se a uma boa distância – cerca de 130 km -, a qual, para ser percorrida, levava de três a cinco dias de viagem, por um caminho penoso e solitário através dos vales da Samaria e das regiões montanhosas da Judeia.3 Nossa Senhora transpôs com ânimo resoluto tais obstáculos para chegar ao vilarejo. Contudo, estaríamos longe de compreender sua impostação de espírito neste trajeto, se não relacionássemos a presteza com que realizou o percurso à sua intensa vida interior.

Sendo uma alma meditativa, imbuída de forte espírito de oração, Ela nos mostra que a boa contemplação redunda na ação bem feita, dá glória a Deus e edifica o próximo. Devemos nos compenetrar de que os espíritos fervorosos são aqueles que exercem sua missão com maior êxito, porque agem ao sopro do Espírito Santo. Nesse caso, Maria “é impulsionada por um movimento divino, pelo Verbo que traz em seu seio. Este divino fardo, longe de atrasá-La, A eleva, A faz voar, A transporta para o alto das montanhas”.4

A pressa, manifestação de fervor

Cumpre ressaltar outro aspecto relacionado com uma palavra do Evangelista: “apressadamente”. Por que teve Ela o desejo de partir o quanto antes a fim de estar com a prima? Após a Anunciação, a Virgem Santíssima foi favorecida com nova plenitude do Espírito Santo e estava exultante de alegria. Como o bem é difusivo,5 Nossa Senhora, que não tinha nenhum resquício de pecado e n’Ela tudo era santidade e virtude, logo desejou partilhar os tesouros recebidos. Com São José não tinha a possibilidade de Se expandir, pois os fatos posteriores nos indicam que a Providência agiu com ele de maneira diversa, exigindo-lhe grande confiança em meio a acontecimentos que apenas aos poucos lhe foram sendo esclarecidos. Por isso Ela preferiu deixar nas mãos de Deus qualquer comunicação a ser feita ao esposo. No entanto, como o Anjo havia dito que Santa Isabel já estava no sexto mês de uma concepção miraculosa, Maria julgou ser a ocasião ideal para se encontrar com ela, intuindo, também, não haver junto à prima quem a ajudasse adequadamente.

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“Nossa Senhora a caminho da casa da sua prima Isabel” – Basílica da Visitação, Ain Karim (Israel)

Ela partiu logo, pois a vida sobrenatural não comporta delongas, preguiça nem desvios. É preciso observar que o fato de estar apressada não significa estar perturbada por qualquer agitação, já que Ela ia, sem dúvida, com todo equilíbrio e calma interior. A pressa vinha do anseio de comunicar as maravilhas que levava em Si, e ainda que tivesse toda a disponibilidade para auxiliar também nas necessidades práticas, essa não era a razão mais importante. A consideração pela prima dava-Lhe a certeza de não haver ninguém melhor para ser sua interlocutora, uma vez que Isabel “estava de certo modo envolvida nos mistérios da Redenção”.6 E por amor ao Divino Filho que engendrava, lançou-Se logo pelos caminhos, como comenta Santo Ambrósio: “Pressurosa por causa do gáudio, dirigiu-se à montanha. Estando cheia de Deus, poderia não elevar-se até às alturas? Os cálculos lentos são alheios à graça do Espírito Santo”.7

Além disso, houve um motivo mais significativo que determinou a viagem, relacionado com a pessoa e a missão de São João Batista. Por revelação do Anjo, sem dúvida a Virgem Santíssima sabia que o filho que Santa Isabel estava para dar à luz era o Precursor e, por esta razão, tinha certeza de que ele estava associado de maneira particular ao plano da salvação. Ora, Ela queria colaborar para que a glória de seu Divino Filho fosse a maior possível, num desejo correspondente ao elevado grau de perfeição e santidade de sua alma. Por tal motivo, correu com o intuito de santificar o quanto antes o Precursor, pois a ideia de que este varão pudesse nascer tisnado pelo pecado contundia seus anseios.

Nossa Senhora foi apressadamente, então, para transmitir com exclusividade a Boa-nova a Santa Isabel e a São João Batista, tornando-Se a primeira Arauto do Evangelho da História. Nesse sentido ressalta Monsabré: “Ela não teme nem as dificuldades nem as fadigas da viagem, pois porta a graça de Deus, e a graça é um dom tão grande que devemos estar dispostos a todos os sacrifícios para levá-lo àqueles a quem está destinado”.8

Os efeitos de uma visita de Maria

40 “Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo”.

Quanto gostaríamos de saber como Maria cumprimentou Isabel nessa ocasião! São Lucas, porém, não registrou tal pormenor. Tudo indica que Ela, em sua suprema humildade, chegou com discrição, sem chamar a atenção sobre Si. Ao ver a prima, saudou-a, chamando-a pelo nome, e o Espírito Santo agiu de maneira sensível. Deus é tão delicado – é a própria Delicadeza – que, ao se aproximarem as duas almas eleitas, inundou Santa Isabel de graças, comunicando-lhe que a plenitude dos tempos havia chegado e o Messias estava ali presente no seio virginal de Nossa Senhora. Esta, por sua vez, deu-Se conta de não ser necessário explicar nada à prima.

Bem podemos imaginar a unção e o poder da voz da Mãe de Deus em função de seus frutos. Qualquer música da Terra, por mais bela e perfeita que seja, não pode ser-lhe comparada. Aquela voz tem força e penetração e é extraordinariamente eficaz! Ao dizer Isabel, Maria o fez com tanto amor que a entonação era carregada de sentido sobrenatural, doçura e sublimidade, pois “a boca fala do que transborda do coração” (Mt 12, 34).

Sinal disto é o fato de São João Batista ter saltado no ventre de Santa Isabel. A tradição teológica reconhece ter sido nesse momento que o pecado original foi extirpado do menino, tal como se ele houvesse sido batizado.9 Embora uma criança com seis meses de gestação ainda não tenha capacidade de compreender, ele foi objeto de um altíssimo fenômeno místico que, segundo afirmam certos autores, deu-lhe um lampejo de conhecimento racional; contudo, parece mais conforme à fé que a vida divina, existente em Maria em plenitude e superabundância,10 lhe tenha sido transmitida pelo timbre daquela voz virginal e santificadora: a graça penetrou nele e deu-se um verdadeiro Batismo, o qual lhe infundiu as virtudes e os dons, enchendo-o do Espírito Santo.

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“A Visitação” – Igreja de São Tiago o Menor, Liège (Bélgica)

“O mistério da Visitação foi uma imensa efusão de graças. A graça se esparge sobre o Precursor, santifica-lhe a vida, ilumina-lhe a inteligência, inaugura-lhe e consagra-lhe a carreira, pois esse estremecimento era precisamente a claríssima indicação da presença do Verbo”.11 No instante da purificação de São João Batista, Santa Isabel foi arrebatada pelo Espírito Santo. Através de quem lhe veio esta graça? Qual foi o caminho escolhido pelo Divino Paráclito para cumulá-la de tais benefícios? Serviu-Se do que transbordava de sua Esposa, que era mais do que suficiente para elevar Isabel ao auge da perfeição. Maria, ao longo de toda a sua vida, sempre esteve ornada de um extraordinário influxo de graças, o qual recebeu um constante aumento até o instante de sua partida para a eternidade.

Conhecer o efeito da voz da Santíssima Virgem constitui, portanto, um magnífico ensinamento para nós. Se as águas foram escolhidas por Deus para a instituição do Batismo e, como sinal sacramental após a invocação do Espírito Santo, têm o poder de lavar o pecado, quão mais poderosa é a voz de Maria, a ponto de santificar São João no ventre materno! Ela ainda não fora coroada Rainha dos Céus e da Terra e, entretanto, já atuava como Intercessora. Bastou sua voz e seu desejo para a criança ficar limpa do pecado original, dando um salto de alegria.

Vemos, pois, como toda transformação ou progresso espiritual é possível quando Nossa Senhora toma a iniciativa de Se debruçar sobre uma alma. Como ensina São Tomás, o amor que desce é eficaz 12 e, vindo de Deus e de Nossa Senhora, santifica. Nesse sentido, portanto, observamos uma relevante verdade: em relação aos superiores na linha do espírito, mais importante é ser amado do que amar.

Louvores de uma alma cheia do Espírito Santo

42 “Com um grande grito exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!'”

A expressividade de Santa Isabel deve ser considerada como a reação de uma alma tomada pelo Espírito Santo. Seus gestos e suas palavras são dignos de apreciação. O texto afirma que a prima de Nossa Senhora prorrompeu num “grande grito”, proclamando com força, entusiasmo e encanto o que lhe passava no fundo do coração nesse momento, por divina revelação. Seu clamor nos ensina que, quando uma realidade sobrenatural nos é descoberta, não podemos nos calar, sendo nossa obrigação exteriorizar o júbilo que nos invade e tornar manifesto o reconhecimento pela dádiva recebida. Se assim não procedermos, incorreremos em omissão e nos tornaremos merecedores de uma repreensão semelhante àquela feita aos fariseus inconformados com a glorificação do Salvador: “Digo-vos: se estes se calarem, clamarão as pedras” (Lc 19, 40).

Nossa atenção é atraída aqui ainda por outro pormenor de grande importância. Santa Isabel poderia ter formulado a frase numa ordem diferente: “Bendito é o fruto do teu ventre e bendita és tu entre as mulheres!”; mas, ao contrário, ela primeiro elogiou Nossa Senhora. Agindo desta maneira, reconhecia que o melhor modo de chegar a Deus é pela Virgem Santíssima. Quem está cheio do Espírito Santo apreende com facilidade esta verdade, enquanto as almas afastadas da luz divina mostram-se reticentes em relação à intercessão de Maria, levantando objeções infundadas a respeito. Nessa passagem, o próprio Espírito nos mostra que a forma mais rápida, segura e certeira para chegar a Nosso Senhor Jesus Cristo é fazê-lo através de sua Mãe.

Humildade e alegria, sinais da presença de Deus

43 “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre”.

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“São João Batista e Santo Estêvão” (detalhe)
Museu Nacional de Arte da Catalunha
– Barcelona

Santa Isabel prossegue seu elogio, colocando-se numa postura de humildade. Não podemos nos esquecer de que Nossa Senhora era ainda muito jovem – tinha por volta de quinze anos -, enquanto a prima era uma anciã. Ao comprovar a superioridade da virginal donzela, a esposa de Zacarias se submete comovida, e não duvida em recebê-La com júbilo, embora se considerando indigna de semelhante graça. Portanto, sua reação é análoga à de Maria diante do Anjo, quando disse: “Eis aqui a escrava do Senhor” (Lc 1, 38). Pelo teor da exclamação de Isabel podemos concluir que ela, por uma magnífica iluminação interior, soube estar ali Aquela que gestava quem seu filho apontaria, anunciando: “Eis o Cordeiro de Deus!” (Jo 1, 29). Assim, teve conhecimento da Encarnação do Verbo antes mesmo de ser transmitida a notícia a São José, como fruto, sem dúvida, de uma humildade que já lhe habitava a alma desde muito tempo. Por aí podemos medir a importância e o prêmio que nos espera se também nós reconhecermos nossa insuficiência.

Na nova referência ao salto de São João Batista no ventre de Santa Isabel, a mãe caracteriza essa reação como um estremecimento “de alegria”. Quando recebemos a graça santificante, do mesmo modo nos enchemos de júbilo e, se correspondemos a ela, encontramos a verdadeira felicidade. No mundo existem alegrias aparentes que trazem satisfações momentâneas, ao passo que a prática da virtude nos proporciona um contentamento de fundo de alma que predispõe para grandes atos de heroísmo e se prolongará por toda a eternidade. Este é mais um alentador benefício da proximidade de Nossa Senhora – a Mãe da divina graça -, a qual devemos procurar com todo empenho e ardor.

Sem fé não há bem-aventurança

45 “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

É interessante analisarmos o elogio de Isabel a Maria, ao reconhecê-La como “Aquela que acreditou”. Vinha ela padecendo havia seis meses as consequências da incredulidade de seu esposo que, por duvidar do anúncio angélico sobre o nascimento de São João Batista, ficara mudo. Assim, Isabel pôde meditar durante longo tempo sobre a extraordinária importância da virtude da fé. E com isso melhor admirar a virginal e inocente fé de Maria Santíssima, que, por acreditar plenamente no Anjo, mereceu o prêmio: “Será cumprido o que o Senhor Lhe prometeu”.

Crer é seguir o exemplo de Nossa Senhora, que não exigiu explicações nem procurou condicionar o anúncio do Anjo àquilo que, segundo os seus critérios, poderia ser oportuno. Pelo contrário, consentiu com docilidade em tudo o que São Gabriel predisse, tornando claro que mais importante do que ser Mãe do Redentor – de si mesma uma graça insuperável – é conformar-se por inteiro com os desígnios de Deus.13 Nos futuros anos da vida pública de Jesus, quando Lhe anunciarem a presença de sua Mãe, Ele responderá: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a observam” (Lc 8, 21); e, mais adiante, ao ouvir um elogio feito a Nossa Senhora pelo dom da maternidade divina, dirá ainda: “Antes, bem-aventurados os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11, 28). Com tais afirmações, o Mestre deixaria patente que prezava mais a fidelidade de Maria Santíssima à sua Palavra do que o incomparável privilégio de gerá- -Lo no tempo.

Virgem da Flor de Lis - Cripta da Catedral da Almudena - Madri.jpg
Virgem da Flor de Lis – Cripta da Catedral
da Almudena, Madri

III – As lições da Visitação

A Visitação, notável sobretudo por seu sentido místico e simbólico, é um marco da Era Cristã em que se manifestou a mentalidade de Maria Santíssima, toda feita de admiração, humildade, despretensão, afeto, prontidão, serviço, obediência, alegria e vida interior.

Se quisermos que nossa vida seja pervadida por essa luz marial, peçamos a Ela que nos conceda a graça de participar de sua fé, para discernirmos a atuação do Espírito Santo no cotidiano de nossa existência. Não é necessário abandonarmos as obrigações familiares, profissionais ou os deveres de estado inerentes à vocação de cada um, pois é precisamente no exercício perfeito dessas atividades que nos santificaremos. Tal como Santa Isabel, estejamos atentos à presença de Maria.

Uma das mais belas lições da Liturgia do 4º Domingo do Advento, por certo, é a importância de sermos amados por Maria Santíssima. Ela nos ama, não por algum merecimento nosso, pelo que temos ou fazemos, mas porque somos filhos de Deus. O seu amor é incondicional. Peçamos, assim, com fervor, nesta semana que antecede o Natal, que Ela nos fale no fundo do coração e nos transforme, apesar de todos os pesares, em entusiasmados arautos de Cristo em nossos dias. (Revista Arautos do Evangelho, Dez/2012, n. 132, p. 10 à 17)

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Fonte: Arautos do Evangelho

Autor: Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP – 2012/12/26

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Em Lourdes, Nossa Senhora disse: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Mas, por que os inimigos da Igreja se sentem incomodados com isso?

No dialeto de Santa Bernardette significa: “Eu sou a Imaculada Concepção”

Em 8 de dezembro de 1854, atendendo aos anseios mais profundos de toda Igreja, o Papa Beato Pio IX proclamou como dogma de fé a Imaculada Conceição de Maria.

Foi um dos atos mais altos do pontificado do bemaventurado Papa Pio IX.

Há três razões pelas quais a definição deste dogma é odiosa aos inimigos da Igreja.

Primeira razão: um dogma anti-igualitário

Este dogma ensina que Nossa Senhora foi concebida sem pecado original, desde o primeiro instante de seu ser. O que quer dizer que Ela em nenhum momento teve nenhuma nódoa do pecado original.

A lei inflexível pela qual todos os descendentes de Adão e Eva, até o fim do mundo, teriam o pecado original, essa lei se suspendeu no que diz respeito à Nossa Senhora e naturalmente ao que diz respeito à humanidade santíssima de Nosso Senhor Jesus Cristo.

De maneira que Nossa Senhora não ficou sujeita às misérias a que estão sujeitos os homens. Ela não tinha maus impulsos, más inclinações, más tendências que os homens tem.

Tudo nEla corria harmonicamente para a verdade e para o bem; tudo nEla era o movimento para Deus.

Por isso, Nossa Senhora é o exemplo perfeito da liberdade, no sentido de que tudo quanto a razão, iluminada pela fé, lhe indicava, Ela queria inteiramente e não encontrava em si nenhuma espécie de obstáculo interior.

A graça, por outro lado, A acumulava e Ela era cheia de graça. De maneira que o ímpeto com que todo o ser dela se voltava para o tudo o que é verdade, tudo o que era bem, era verdadeiramente indizível.

Ora, ensinar que uma mera criatura humana – como foi Nossa Senhora – tivesse esse privilégio extraordinário, isso era fundamentalmente anti-igualitário.

E definir esse dogma era proclamar uma tal desigualdade na obra de Deus, uma tal superioridade de Nossa Senhora sobre todos os outros seres, que evidentemente haveria de fazer espumar de ódio todos os espíritos igualitários.

Segunda razão: a pureza imaculada de Nossa Senhora

Mas havia uma razão ainda mais profunda para que a Revolução odiasse esse dogma. O revolucionário ama o mal, é um simpatizante do mal, e ele tem alegria quando encontra em alguém um traço de mal.

O revolucionário tem, pelo contrário, muito pesar quando ele vê uma pessoa em que ele não percebe um traço de mal. Porque ele sendo ruim ele sente simpatia e harmonia com aquilo que é ruim e ele procura encontrar o mal em tudo.

Ora, a ideia de que um ser tão excelsamente bom e santo, desde o primeiro instante de seu ser, haveria de causar ódio num revolucionário. Evidentemente!

Por exemplo, imagine a situação de um indivíduo perdido de impureza, um verdadeiro porco.

Ele sente as inclinações impuras que o levam para todo lado. Ele sente, naturalmente, a depressão que essas inclinações impuras causam nele, máxime porque elas têm o consentimento dele.

Evidentemente ele se sente todo deteriorado pela concessão que ele fez.

Agora, imagine-se um homem desses considerando Nossa Senhora que não tinha nenhuma apetência para a impureza, que era toda Ela feita da mais transcendental pureza.

Ele sente evidentemente uma antipatia e um ódio, porque o seu orgulho fica esmagado pela pureza imaculada daquela a respeito da qual ele está pensando.

Imaculada Conceição, Stone, Staffordshire, Inglaterra

Então, definir uma tal ausência de orgulho, uma tal ausência de sensualidade, uma tal ausência de qualquer prurido de Revolução neste ser privilegiado, era afirmar que a Revolução é objeto de um tal repúdio da parte de Nossa Senhora, que facilmente se compreende como tem que doer e tem que causar ódio a uma pessoa revolucionária.

Dissolvendo a doutrina dos católicos desviados

Por isso, mesmo dentro da Igreja, houve duas correntes. Uma corrente que combateu a Imaculada Conceição, e outra corrente que era favorável à Imaculada Conceição.

Naturalmente seria um exagero dizer que todo mundo que combateu a Imaculada Conceição é porque estava trabalhando por pruridos revolucionários.

Mas é fato que todo mundo que estava trabalhando por pruridos revolucionários combateu a Imaculada Conceição.

É fato também que todos aqueles que lutaram a favor da Imaculada Conceição, defendendo a proclamação do dogma, neste ponto mostravam uma mentalidade contra-revolucionária.

De maneira que, de algum modo, a luta da Revolução e da Contra-Revolução estava presente no embate entre essas duas correntes teológicas.

Terceira razão do ódio dos inimigos da Igreja contra o dogma da Imaculada Conceição: o exercício da infalibilidade papal

Havia outra razão ainda, que tornava odiosa para os liberais, a definição desse dogma. É que não tinha sido definido ainda o dogma da Infalibilidade Papal.

E Pio IX, antes da definição do dogma da Infalibilidade Papal, fez uma consulta a uma série de teólogos e aos bispos do mundo, e depois, com autoridade própria, fazendo uso da Infalibilidade Papal, definiu o dogma da Imaculada Conceição.

O que para os teólogos liberais era uma espécie de declaração de princípios, porque, definindo, ele afirmava que tinha a Infalibilidade Papal.

Tudo isto provocou um estalar de indignações do mundo revolucionário. Foi também um entusiasmo enorme no mundo contra-revolucionário.

Por toda parte começaram a aparecer as meninas batizadas com o nome de Conceição, exatamente em louvor do novo dogma.

De onde uma série de “Conceições” que se vieram multiplicando pelos tempos afora, cujo nome inteiro era “Imaculada Conceição de tal”, e que era a afirmação de que os pais consagravam aquelas meninas à Imaculada Conceição de Nossa Senhora.

Pio IX: exemplo de liderança na luta contra a Revolução

Pio IX – bem diferente de alguns que depois lhe sucederam – levou a investida a tal ponto que conduziu a luta contra todos os erros da Revolução durante todo o tempo do pontificado dele.

Até na Suíça – o foco da forma talvez mais execrável de protestantismo, o calvinismo – teve que se admitir na legislação a construção de uma catedral católica.

Pio IX mandou de presente uma imagem da Imaculada Conceição para ficar no centro de Genebra, para afirmar e proclamar esse dogma.

Este é um belo exemplo da liderança de Pio IX na luta contra a Revolução.

Entre o Beato Pio IX e São Gregório VII há uma analogia. São Gregório VII forçou a curvar-se diante dele um imperador do Sacro Império Romano Alemão.

Pio IX fez uma coisa, talvez, mais árdua e mais extraordinária: forçou a Revolução a curvar-se diante dele, não pedindo perdão, porque a Revolução não pede perdão, mas rugindo de ódio, humilhada e esmagada.

O que ainda é mais bonito do que levar um mau imperador a pedir perdão.

Por isso, é inteiramente apropriado que todos os católicos tenham um carinho especial para o dogma da Imaculada Conceição, que é tão detestado pelos inimigos da Igreja ainda hoje.

Em Lourdes, Nossa Senhora veio dar ganho de causa aos contra-revolucionários e mostrou a falsidade dos inimigos do Papa, do dogma e da desigualdade que Deus estabeleceu legitimamente entre os homens.

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Nossa Senhora da Medalha Milagrosa

Sempre acreditei na medalha milagrosa com toda a força da minha fé. A sua mensagem, uma das maiores e mais extraordinárias destes últimos séculos, confirmou que esta é a hora de Maria, a qual reanuncia os tempos nos quais, segundo uma expressão cara a Catarina de Labuouré, “as almas respirarão Maria como os corpos respiram o ar” (S. Luis Grignion de Monfort, Tratado da verdadeira devoção a Maria, n.217). Eis porque me detenho com ardor na segunda aparição, a mais densa em singificado, na qual a Virgem revela a missão que confia a Catarina.

“No dia 27 de novembro de 1830, que era o sábado anterior ao primeiro domingo do adevento, às cinco e meia da tarde, estava eu fazendo a meditação em profundo silêncio quando me pareceu ouvir do lado direito da capela um rumor, como o roçar de uma roupa de seda. Ao dirigir o olhar para aquele lado, vi a Santíssima Virgem na altura do quadro de São José.

A sua estatura era mediana, e tal era a sua beleza que me é impossível descrevê-la. Estava em pé, a sua roupa era de seda e de cor branca-aurora, feita, como se diz à la vierge, isto é, bem fechada e com as mangas simples. Da cabeça descia um véu branco até os pés. O rosto estava suficientemente descoberto, os pés se apoiavam sobre um globo, ou melhor, sobre metade de um globo, ou pelo menos eu vi somente a vontade. Suas mãos, erguidas à altura da cintura, seguravam de modo natural um globo menor, que representava o universo. Ela tinha os olhos voltados para o céu, e o seu rosto se tornou resplandecente enquanto apresentava o globo ao Nosso Senhor. De repente, seus dedos se cobriram de anéis, ornados de pedras preciosas, uma mais bela do que a outra, algumas maiores, outras menores, e que emitiam raios luminosos.

Enquanto eu estava contemplando-a, a Santíssima Virgem abaixou os olhos na minha dereção, e uma voz me disse: Este globo representa o mundo inteiro, especialmente a França e cada uma das pessoas…

Não sei aqui repetir aquilo que ouvi e que vi, a beleza e esplendor dos raios tão fulgurantes!… e a Virgem acrescentou: São os símbolos das graças que eu espalho sobre as pessoas que as pedem, fazendo-me compreender o quanto é doce invocar a Santíssima Virgem e o quanto Ela é generosa com as pessoas que a invocam; e quantas graças Ela concede às pessoas que a procuram e que alegria Ela sente em concedê-las.

Naquele momento eu era e não era…Estava exultante. E então começou a se formar ao redor da Santíssima Virgem um quadro um tanto oval, sobre o qual, no alto, numa espécie de semicírculo, da mão direita para a esquerda de Maria se liam estas palavras, escritas com letras de ouro: Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Então ouvi uma voz que me disse: Mande cunhar uma medalha conforme este modelo; todas as pessoas que a carregarem, receberão grandes graças; leve-a principalmente no pescoço. As graças serão abundantes para as pessoas que a carregarem com confiança. No mesmo instante pareceu-me que o quadro virou e eu vi o reverso da medalha. Havia o monograma de Maria, isto é, a letra M com uma cruz em cima e, como base dessa cruz grossa, ou seja, a letra I, monograma de Jesus. Sob os dois monogramas havia os Sagrados Corações de Jesus e de Maria, o primeiro rodeado por uma coroa de espinhos e o segundo traspassado por uma espada.”

Interrogada mais tarde se além do globo, ou melhor, além da metade do globo, ela tinha visto outra coisa sob os pés da Virgem, Catarina Labouré respondeu que havia visto uma serpente de cor esverdeada com manchas amarelas. Quando às doze estrelas que circundam o reverso da medalha, “é moralmente certo que essa particularidade foi indicada à viva voz pela Santa, desde a época da aparição.”

Nos manuscritos da vidente encontra-se esta particularidade, que é muito importante. Entre as pedras preciosas havia algumas que não emitiam raios. Enquanto se espantava, ouviu a voz de Maria que dizia: “As pedras preciosas das quais não saem raios são símbolo das graças que não me foram pedidas por esquecimento.”

Em 1832, dois anos após as aparições, o pedido de Maria foi atendido e a medalha foi culnhada. Uma das primeiras pessoas a recebê-la foi a Irmã Catarina, a qual, logo que a teve entre as mãos, a beijou várias vezes com afeto e disse: “Agora é preciso divulgá-la.”

A medalha, num certo sentido, se propagou por si. As graças e os milagres, obtidos seja em benefício das almas, seja em benefício dos corpos, foram tantos e tão evidentes que, em pouco tempo, a medalha foi chamada de “milagrosa”.

Padre Luigi Faccenda

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A Medalha Milagrosa

Com grande espírito de síntese e piedade, uma prestigiosa revista francesa narra as aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré. E relata numerosos fatos ricos em substância de fé e devoção.

Corria o ano de 1264 quando o Papa Urbano IV encomendou, aos principais teólogos da época, a composição da Seqüência da Missa de Corpus Christi, festa cuja promulgação era iminente. Após cada um deles elaborar sua obra, Medalha Milagrosa_1.JPGtodas deveriam ser cotizadas umas com as outras, sendo escolhida a melhor.

Chegado o dia da prova, reunidos todos os teólogos em um grande salão, o Papa determinou que São Tomás de Aquino lesse a sua composição em primeiro lugar. Os concorrentes eram grandes gênios na ciência de Deus, entre eles o famoso São Boaventura. Tal foi o encanto com que todos acompanharam as palavras do Doutor Angélico que, no fim, a uma, todos rasgaram seus trabalhos, votando assim coletivamente no conhecido e belo hino “Lauda Sion”.

Esse fato comovedor, característico dos tempos nos quais “a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente”(Leão XIII, Immortale Dei), veio-me à lembrança ao deparar com os documentos que a seguir transcreverei.

Explico-me. Solicitado a redigir um artigo sobre a Medalha Milagrosa, ao compulsar os textos referentes à matéria, minha atenção se deteve agradavelmente sobre um artigo da revista “L’Ami du Clergé” de abril de 1907. Julguei-o tão bem escrito, com tão grande espírito de síntese e piedade, que resolvi enviar o meu para o arquivo e pôr mãos à obra na tradução, a fim de colocar à disposição dos leitores o texto da publicação francesa.

Com a palavra “L’Ami du Clergé”.

I – Aparição da Medalha Milagrosa

Em 27 de novembro de 1830, a Virgem Imaculada aparecia na capela da Casa-Mãe das Filhas da Caridade, em Paris.

Eram por volta de cinco horas e meia da tarde. Em profundo silêncio, a Irmã Catarina Labouré fazia sua meditação. De repente, ela ouviu um ruído como o frufru de um vestido de seda, vindo do lado da Epístola. Levantou os olhos e deparou com a Santíssima Virgem Maria, resplandecente de luz, trajando um vestido branco e um manto branco-aurora. Os pés da Mãe de Deus pousavam sobre a metade de um globo; suas mãos seguravam outro globo, que Ela oferecia a Nosso Senhor com uma inefável expressão de súplica e de amor. Mas eis que esse quadro vivo se modifica sensivelmente, figurando o que foi depois representado na Medalha Milagrosa. As mãos de Maria, carregadas de graças simbolizadas por anéis radiosos, emitem feixes de raios luminosos sobre a terra, mas com maior abundância num ponto.

Ouçamos a narração da piedosa Vidente:

“Enquanto eu a contemplava, a Virgem Santa baixou seus olhos para mim, e uma voz me disse no fundo do coração : ‘Este globo que vês representa o mundo inteiro, especialmente a França e cada pessoa em particular’.

“Não sei exprimir o que pude perceber da beleza e do brilho dos raios.

“E a Virgem Santa acrescentou: ‘Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que me pedem’, dando-me a entender quanto Ela é generosa para quem a invoca… quantas graças Ela concede às pessoas que Lhe pedem… Nesse momento, eu estava ou não estava… não sei… eu saboreava aqueles momentos! ”

Formou-se em torno da Santíssima Virgem um quadro meio ovalado, no qual se liam estas palavras, escritas em letras de ouro: ‘Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorrermos a Vós’.

“Depois se fez ouvir uma voz que me disse: ‘Faze cunhar uma medalha conforme este modelo; as pessoas que a portarem com piedade receberão grandes graças, sobretudo se a levarem no pescoço; as graças serão abundantes para aqueles que tiverem confiança’.”

A Medalha foi cunhada e espalhouse com maravilhosa rapidez pelo mundo inteiro, e em toda parte foi instrumento de misericórdia, arma terrível contra o demônio, remédio para muitos males, meio simples e prodigioso de conversão e de santificação.

II – Graças recebidas

A partir daqui, “L’Ami du Clergé” passa a estampar algumas graças recebidas por meio da Medalha Milagrosa.

Medalha Milagrosa_2.JPG
Imagens representando as aparições (Convento de Rue du
Bac, Paris)

Rochefort e a Santíssima Virgem

Cassagnac (1) relatou o incidente do duelo que ele travou com Rochefort, a propósito de um artigo por este escrito sobre Maria Antonieta:

“Era o dia 1º de janeiro. Caíam enormes flocos de neve, e o branco manto subia até os joelhos. Entregaram- me o revólver para carregar as seis balas, que Rochefort havia ferozmente exigido, e eu tinha aceito com a despreocupação da juventude e, talvez, a certeza de que não seria necessário usá-las todas, devendo uma só ser suficiente.

“Rochefort atirou e errou o alvo. Eu atirei. Rochefort caiu. Julguei-o morto, pois a bala o atingiu onde eu tinha visado: em pleno quadril. Destino singular o de Rochefort! Ele é quase sempre ferido em duelo.

“Os assistentes o rodearam. Muito surpreso, o médico constatou que, em vez de ser atravessado de lado a lado, como deveria fatalmente ter acontecido, ele não recebeu mais do que uma violentíssima contusão. Portanto, a bala havia sido desviada. O que a desviara? O médico procurou e, cada vez mais surpreso, mostrou-nos uma medalha furada pela bala, medalha da Virgem que uma mão amiga tinha costurado secretamente na cintura da calça.

“Sem essa milagrosa medalha, Rochefort teria caído morto.”

“Que ele venha agora…”

Oito soldados moribundos foram conduzidos ao hospital. Um deles recusou confessar-se. A Irmã escorregou uma medalha da Virgem Santíssima sob o travesseiro do pobre enfermo.

No dia seguinte, ele chamou a Irmã e lhe disse:

– A gente morre como cão aqui? Sou cristão e quero confessar-me.

– Eu lhe propus isso ontem e você disse “não”; e até mesmo expulsou o sacerdote – respondeu a Irmã.

– É verdade, e lamento essa atitude. Que ele venha agora.

“A Virgem Santa me salvou!”

Na véspera da Imaculada Conceição, conta uma freira de orfanato, eu distribuí às crianças medalhas da Virgem Maria, contando-lhes alguns milagres ao alcance de suas inteligências infantis. Terminei dizendo-lhes que se elas portassem sempre essa preciosa medalha, a Santa Virgem as preservaria de qualquer acidente.

Nossa boa Mãe não tardou a justificar essa certeza, e de maneira bem surpreendente. Na tarde de 11 de dezembro, às seis horas, um menino de cinco anos, chamado José, brincava diante de sua casa com outros de idades próximas da sua. Um destes, mais velho que ele, empurrou-o tão fortemente que o pequeno foi cair debaixo da roda de uma carroça que atravessava a rua naquele momento. A roda passou sobre a perna do pobre menino. Ouvindo seus gritos desesperados, sua mãe acorreu em prantos e ergueu do chão seu pobre pequeno José, que ela julgava estar triturado, e

Corpo incorrupto de Santa Catarina.JPG
       Corpo incorrupto de S. Catarina Labouré venerado na Capela da Rue du Bac, Paris

o levou para dentro da casa. Mas – oh surpresa! – ele estava são e salvo. Não se pôde sequer descobrir a marca da roda que, entretanto, todas as testemunhas da cena viram passar sobre sua perna.

Somente José não se surpreendeu: “É verdade, mamãe – disse ele – não sofri mal algum. Bem nos disse outro dia a Irmã que a Santa Virgem nos protegeria sempre que nós portássemos sua medalha”. E ele beijava de todo coração essa medalha tão querida.

No dia seguinte, a mãe veio cheia de emoção contar-nos “o milagre que a Santa Virgem fizera em favor de seu pequeno José”.

As pessoas que viram o menino sob a roda da carroça, e outras que ouviram falar do acidente, interrogavam- no a respeito. A todos ele respondia mostrando sua medalha:

– A Virgem Santa me salvou!

A medalha de Bugeaud

Bugeaud (2) conservou sempre consigo a medalha de sua filha, nos perigos de suas dezoito campanhas militares ao longo das quais tantos valentes tombaram a seu lado sob os golpes dos árabes. Essa medalha estava ainda pendurada ao seu pescoço quando ele faleceu, aos 65 anos, dando mostra dos mais admiráveis sentimentos.

Eis um episódio que confirma sua confiança na Mãe de Deus.

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Cadeira em que Nossa Senhora se
sentou durante a aparição

Num dia de combate, percebendo, duas horas após a partida, que tinha esquecido sua medalha, ele chamou um spahi (3) e lhe disse: “Meu bravo soldado, teu cavalo árabe pode fazer quatro léguas por hora. Deixei minha medalha pendurada em minha tenda, no acampamento. E não posso travar batalha sem ela. Vou mandar parar a tropa e esperar-te durante uma hora, de relógio na mão”. O cavaleiro partiu a todo galope e retornou uma hora depois. Quando ele entregou a medalha ao velho combatente, este a beijou em presença de seu estado- maior, colocou-a no peito e disse em alta voz: “Agora posso avançar. Com minha medalha, nunca fui ferido. Avante, soldados! Vamos derrotar os cabilas!”

Salvas de uma avalanche

Uma avalanche tinha esmagado uma aldeia dos Alpes. Os soldados enviados para prestar socorro à população encontraram sob os escombros uma mulher e sua filha, que passaram doze horas em aflições indescritíveis.

A mãe contou que sua filha ficara desmaiada por várias horas e que ela a julgava morta. Por sua vez, ela queria morrer, para não agonizar durante muito tempo sobre o pequeno cadáver. De repente, sentiu a mão gelada de sua filha tocar-lhe.

– Margarida!

– Onde estamos, mamãe?

– Pobrezinha, estamos nas mãos de Deus.

A escuridão era completa, e as duas infelizes tinham feito o sacrifício de suas vidas. Ao cair da tarde, elas ouviram um ruído surdo: era o barulho das picaretas dos soldados que vinham socorrê- las. Somente então essas pobres sepultadas-vivas sentiram renascer a esperança.

– Avante! Estamos aqui, deste lado. Pelo amor de Deus e da Virgem Maria, avante!

Por volta de cinco horas da tarde elas estavam salvas.

Os cabelos da mãe tinham embranquecido durante essas doze horas. E as duas mostravam a medalha que cada uma portava ao pescoço, dizendo: – Eis aqui a salvação e a vida!

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Um rapaz que infelizmente estava afastado do Deus de sua infância, mas tinha uma mãe muito piedosa e boa, ficou gravemente enfermo. A morte se aproximava rapidamente. Não queria ele ouvir falar de Deus nem de religião. Tudo quanto sua pobre mãe tentava fazer por ele era em vão. Ela tomou então uma Medalha Milagrosa e a pôs na cama do doente, sem este perceber. De repente, o moço começou a se agitar vivamente e disse à mãe:

– O que a senhora pôs na minha cama? Não consigo mais dormir.

A mãe tentou acalmá-lo, sem, contudo, dizer o que havia feito. Entretanto, ela foi obrigada a se ausentar por alguns instantes, e o rapaz, embora bastante debilitado, pulou da cama e descobriu por fim a medalha. Ficou tão furioso que pegou a imagem de Maria, arrastou-se até a porta, e gritou:

– Eu não preciso dessas coisas!

A Virgem Santíssima, tratada de forma tão indigna por esse pobre infeliz, teve, entretanto, piedade dele e, por um milagre quase inaudito de misericórdia, fêlo mudar completamente: ele pediu à mãe para procurar um sacerdote, confessou- se com o mais ardoroso arrependimento, e morreu no dia seguinte, recebendo todos os sacramentos da Igreja.

1) Paul Granier de Cassagnac e Henri Rochefort, jornalistas e políticos franceses, no fim do século XIX.
2) Thomas Bugeaud, Marechal de França, Governador Geral da Argélia (1840-1847).
3) Soldado de cavalaria na Argélia.

 (Revista Arautos do Evangelho, Nov/2005, n. 47, p. 32 à 35)

Fonte: Arautos do Evangelho

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Nossa Senhora, Mãe da Divina Providencia

O amor de Nossa Senhora pelas almas faz com que a Divina Providência lhes outorgue, através das mãos d’Ela, abundantes graças nas mais difíceis situações. Maria é Mãe de Deus e usa dessa condição para favorecer a cada um de nós.

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Mons. João Clá Dias, EP

Na verdade, em meio ao nosso peregrinar por esta terra de exílio, a razão de nossa confiança é a tutela da Providência Divina, exercida por meio de Nossa Senhora. Deus provê a cada um de nós em nossas necessidades espirituais e temporais, a fim de realizarmos aquilo para o que fomos criados, ou seja, cumprirmos nossa vocação.

Podemos nos perguntar por que Nossa Senhora é chamada a Mãe da Divina Providência. Ela o é, não por ter gerado a Providência Divina, e sim porque, segundo os desígnios do Altíssimo, está destinada a aplicar maternalmente os decretos d’Ele. Donde o governo de Deus sobre nós se fazer com uma plenitude de carinho, de comiseração, de afeto, que esgota de modo completo tudo quanto o homem possa imaginar.

O fato de termos uma Mãe que dirige nossa vida espiritual, nosso apostolado, nossas ações diárias é, pois, o motivo superior pelo qual confiamos.

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SEDES SAPIENTIAE – CATEDRAL SEATTLE

São Caetano de Tienne terá sido de certo modo quem levou mais longe a confiança na Providência Divina. Com efeito, proibiu aos religiosos da ordem fundada por ele, que pedissem esmola: quando os teatinos precisavam de alguma coisa, deveriam ficar na rua, em atitude de oração a Nossa Senhora, certos de que Ela os atenderia. Quer dizer, colocavam-se inteiramente nas mãos da Divina Providência.

Sublime misericórdia do amor materno

Gostaria de chamar a atenção para o significado da palavra “mãe” e o alcance concreto que ela possui na questão da confiança.

Aquilo que sempre tornou sublime os laços entre a mãe autêntica e seu filho reside no fato de que ela, por sua natureza retamente desenvolvida, é levada a ter uma forma de dedicação à sua prole que nem o pai possui. Este, mesmo que seja ótimo, conserva em relação ao filho uma espécie de austeridade, pois representa de modo mais vigoroso certos princípios como a justiça, a ordem, a força, etc., mais próprio do elemento punitivo do casal.

Já o característico da mãe é demonstrar uma forma de carinho tal pelo filho que, mesmo nas ocasiões em que se impõe a ela admoestar o seu rebento, ela o faz mais suave e lentamente. Pelo contrário, é mais rápida em perdoar, em condescender, em esquecer, porque representa quase que só a misericórdia.

Na mãe, o traço de justiça se acha um tanto diluído, segundo a ordem natural das coisas, enquanto que o da indulgência é levado o mais longe possível. Daí haver, aliás, o perigo de o amor materno ocasionar alguma moleza, frouxidão, de tal maneira que, se não existisse o contraponto da figura paterna, a educação dada pela mãe, em numerosos casos, seria insuficiente.

O genuíno amor materno ama o filho porque é filho, ainda que este seja ruim; sobrepuja tudo e se vincula por misericórdia ao fruto de suas entranhas. Razão pela qual, todos têm em relação ao amor materno certas condescendências excepcionais, sabendo que ele pode atingir o mais alto grau de sublimidade.

Inimaginável ternura que regenera e santifica

Isto que diz respeito às mães terrenas, com maior propriedade se aplica a Nossa Senhora, exceto o perigo de demonstrar fraqueza e debilidade, que n’Ela não existem. Sua ternura para conosco é levada ao inimaginável, sem nenhuma cumplicidade com nossos defeitos. Compaixão, sim; complacência, não. Sem embargo do quê, segundo São Luís Grignion de Montfort, Maria Santíssima ama a cada um de nós mais do que todas as mães existentes no mundo amariam, juntas, um filho único. Isso diz respeito tanto a nós quanto a qualquer ímpio.

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Nossa Senhora do Parto – Roma – Basilica de Santo Agostinho

Nossa Senhora é Mãe da graça, e o amor d’Ela a um indivíduo ruim não consiste em fechar os olhos para sua maldade, mas em obter-lhe de Deus favores seletíssimos para que ele possa se arrepender e se emendar. Quer dizer, o amor materno de Maria tem força regeneradora para elevar e santificar uma alma; Ela é a Medianeira das graças necessárias para a justificação daquele a quem Ela ama. Por causa disso, sua misericórdia nunca é susceptível de uma condescendência errada, embora sua contemporização vá mais longe do que a de qualquer mãe terrena.

Confiar em Maria, sem desanimar jamais

A consideração dessas verdades me leva a insistir num ponto que nunca me canso de salientar: confiemos, confiemos e confiemos a todo instante em Nossa Senhora, lembrando-nos sempre de sua extrema meiguice para conosco, de sua compaixão para com as misérias de cada um de nós. Tenhamos presente que, na Salve Rainha, Nossa Senhora é chamada “Mãe de misericórdia”, e que o Lembrai-vos  acentua a bondade d’Ela para com o pecador arrependido.

Não receio parecer repetitivo ao renovar essas recomendações, pois uma vida espiritual que não as contemple acaba se extraviando. Sem nos compenetrarmos da misericórdia de Maria Santíssima, nada de bom faremos. Cultivando-a, nossa alma se cumula de confiança, de alegria e de ânimo. Tendo a Mãe da Divina Providência como nossa própria Mãe, nada nos deve abater. Ela tudo resolverá se, confiantes, implorarmos seu maternal socorro.

Autor: 
Mons. João Clá Dias, EP

Fonte:

Arautos do Evangelho (Associação Internacional de Direito Pontificio)
visite o site: www.arautos.org.br

Faça parte do fundo de Misericordia:

 http://www.arautos.org/project/default/index/Misericordia/content/528.html 

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Os olhos da Virgem de Guadalupe

Primeiras descobertas

Desde o início do século XX vários pesquisadores, fotógrafos e oftalmologistas afirmaram ter descoberto nos olhos da Virgem de Guadalupe o reflexo de figuras que parecem corresponder a silhuetas humanas.

Alfonso Marcue, fotógrafo oficial da antiga Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, descobriu em 1929, o que parecia uma imagem de um homem de barba refletido no olho direito da Virgem.

Em 1951, Jose Carlos Salinas Chavez, descobriu na mesma imagem com uma lupa observando os olhos da Virgem de Guadalupe, o que também se refletiu no olho esquerdo, o mesmo local como seria projetada em um olho vivo.

Parecer médico e o segredo de seus olhos:

Em 1956, o mexicano Dr. Javier Torroella Bueno publicou o primeiro relatório médico dos olhos da Virgem Negra. O resultado provava que os olhos era, como qualquer olho humano vivo, conforme a lei Purkinje-Samson, ou seja, há uma tripla reflexão de objetos localizados na frente dos olhos da Virgem e as imagens ficam distorcidas pela forma curva de suas córneas.

No mesmo ano, Rafael Torija oftalmologista de Lavoignet, examinou os olhos da imagem Santa e confirmou a existência da silhueta em ambos os olhos da Virgem, tal como tinha descrito o desenhista Salinas Chávez.

Córneas

Desde 1979, o especialista em computação gráfica e pós-graduado em engenharia civil José Aste Tonsmann foi descobrindo o mistério que estava escondido nos olhos da Virgem de Guadalupe. Através do processo de ampliação da imagem por computador encontrou 13 pessoas nos olhos da Virgem Negra de acordo com as leis de Purkinje-Samson.

O diâmetro pequeno das córneas (7 e 8 mm) descarta a possibilidade de de que as figuras foram pintadas por mãos humanas ou mecanicamente nos seus olhos, especialmente quando se toma em consideração o material de forma bruta no qual a imagem é impressa, mesmo com os avanços tecnológicos atuais isso torna-se impossível, ainda mais por qualquer artista ou pintor no ano de 1531!

Personagens

O resultado de 20 anos de estudo cuidadoso dos olhos da Virgem de Guadalupe foi a descoberta de 13 pequenas figuras, diz o Dr. José Aste Tonsmann.

1 -. Um indígena observa com atenção.

Aparece de corpo inteiro, sentado no chão.A cabeça do indígena está ligeiramente levantada parecendo dirigir seu olhar para cima, em sinal de reverencia e atenção. Nota-se uma espécie de brinco e sandálias nos pés

2 -. IDOSO

A continuação do indígena aprecia um rosto de um homem idoso, careca, nariz proeminente, em linha reta, olhos fundos e barba branca.

As características coincidem com os de um homem branco. Sua semelhança com o rosto do bispo Zumárraga, como nas pinturas de Miguel Cabrera do século XVIII, sugere que esta é a mesma pessoa.

3 -. HOMEM NOVO

Ao longo do velho homem há um homem jovem, com a face denotando surpresa. A posição dos lábios do jovem parece dirigir a palavra ao suposto bispo. A sua proximidade levou-o a pensar que é um tradutor, como o bispo falava nahuatl. Acredita-se que este é Juan Gonzalez, Espanhol nascido entre 1500 e 1510.

4 -. JUAN DIEGO

Rosto é evidência de um homem maduro olhar indígena, com uma barba fina, nariz fino e os lábios entreabertos. Ele usa um chapéu em forma de cone, como era costume entre os índios naquela época.

A coisa interessante sobre esta figura é que ele está vestindo um manto ao redor de seu pescoço, braço direito estendido e levantado na direção onde o está homem idoso, a hipótese do pesquisador é que este corresponde ao vidente Juan Diego.

5 -. Uma mulher negra, uma descoberta surpreendente

Atrás de Juan Diego, há uma mulher com olhos penetrantes olhar de espanto. Pode-se ver o busto e rosto. É de pele escura, nariz achatado e lábios grossos, traços que correspondem aos de uma mulher negra.

Padre Mariano Cuevas em seu livro: “História da Igreja no México” comenta que o bispo Zumárraga em seu testamento havia concedido liberdade a  escrava negra que tinha servido no México.

6 -. O homem de barba

Na extrema direita de ambas as córneas exibido um homem barbudo com traços europeus, que não foi identificado. Exibe uma atitude contemplativa, com o rosto expressando interesse e perplexidade; mantém seu olhar para o local onde o nativo exibe seu manto.

Dentro do MISTÉRIO (compreendendo Figuras 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13)

No centro de ambos os olhos aparece o que tem sido chamado de “grupo familiar indigena”. As imagens são de tamanhos diferentes uma das outra, no entanto estas pessoas possuem o mesmo tamanho , mas, compõem cenas diferentes.

(7) Uma jovem de características muito finas que parecem olhar para baixo. Tem o cabelo em uma espécie de cocar com tranças no cabelo ornadas com flores. Dá para enxergar por trás de sua cabeça de um bebê envolto em uma bolsa comum naquela época para carregar crianças. (8)

Um pouco mais abaixo e para a direita da jovem mãe,  um homem com um chapéu (9), e entre estes, há um par de crianças (do sexo masculino e do sexo feminino, 10 e 11). Outro par, desta vez para homens e mulheres maduros (12 e 13) está atrás da jovem.

Este homem maduro (13) é a única figura que o pesquisador não encontrou em ambos os olhos da Virgem, está presente apenas na direita.

Conclusão

Significado de imagens

Em 9 de dezembro de 1531, a Virgem Maria pediu a Juan Diego para lhe construir um templo em Tepeyac para que todos possam conhecer a Deus “, e para realizar o que pretende meu compassivo e misericordioso olhar (…)” Não Nican Mopohua 0,33.

De acordo com a hipótese do autor, estas 13 figuras juntas revelam uma mensagem da Virgem Maria dirigindo a toda a humanidade: Diante de Deus todos os homens e mulheres de todas as raças, são iguais.

A presença da família (nas Figuras 7 a 13), em ambos os olhos da Virgem de Guadalupe, na opinião do Dr. Aste são as figuras mais importantes das que se refletem em suas córneas  e como eles estão localizados em suass pupilas,  significa que Maria de Guadalupe tem a família no centro do seu olhar compassivo.

Poderia ser um convite para buscar a unidade familiar, para se aproximar a familia de Deus, especialmente agora que a sociedade moderna tem desvalorizado tanto a família.

A Estampagem

Dr. Aste Tonsmann afirma que no momento em que Juan Diego foi recebido pelo bispo Zumárraga, Maria estava presente, invisível para aqueles que estavam lá, mas vendo toda a cena, e, portanto, reflete em seus olhos as imagens de todos os presentes, incluindo o mesmo Juan Diego.

Quando o vidente desdobrou o manto e as rosas caiu, a estátua de Nossa Senhora foi impresso na capa, como era naquele momento, isto é, tendo em seus olhos o reflexo de todo o grupo de pessoas que assistiram ao evento milagroso.

Assim, a Virgem de Guadalupe quis deixar-nos um “retrato da realidade” de sua milagrosa estampa. É legítimo pensar que, se Juan Diego tinha carregado a imagem e estampada no manto, Zumárraga não teria acreditado.

Teste

Dr. Aste Tonsmann argumenta que uma das evidências mais fortes da existência das figuras nos olhos da imagem da Virgem de Guadalupe, é precisamente a sua presença em ambos os olhos e ao fato de que eles ocupam as mesmas posições relativas, isto é, aparecer no lugar correspondente aos reflexos nas córneas de uma pessoa viva. O resultado surpreendente por si mesmo, elimina a possibilidade de fraude.

Os processos utilizados para a verificação das imagens encontradas no quadro da Virgem de Guadalupe e da verificação de sua existência em outras fotos de si mesma são consistentes com o método científico. Os processos mais importantes são os seguintes:

1) O “mapping”, que consiste em tomar as coordenadas de pares de pontos equivalentes à superfície de ambos os olhos, e, por regressão linear, encontrar duas funções matemáticas para calcular as coordenadas “x” e “y” de cada ponto equivalente, um olho do outro. A coincidência das imagens encontradas por este método é impressionante.

2) A série “transição”. Através do processo de metamorfose (morphing) Dr. Aste encontrada série de imagens que mostram uma sequência de transição entre a face descoberta em uma das córneas e seu equivalente na outra.

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Milagre, coisa séria e rara

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
25/10/2012

Milagre é um fato extraordinário, que não se explica por causas naturais, atribuído à intervenção sobrenatural de Deus, para o bem espiritual dos homens. Deus governa o mundo por leis físicas, químicas e biológicas por ele criadas. Daí que as exceções a essas leis por sua intervenção – os milagres – são raras e extraordinárias. Em sua vida terrena, Jesus andou uma vez sobre as águas, mas não sempre; curou alguns cegos, paralíticos e leprosos, ressuscitou mortos, mas não todos. Ele usou de milagres para comprovar sua divindade e missão divina.

Notícia deste mês: uma religiosa italiana, Irmã Luigina Traverso, que sofria de paralisia ciática meningocele lombar, foi curada “miraculosamente” em Lourdes, França, “por intervenção extraordinária de Deus obtida pela intercessão de Nossa Senhora”, conforme reconheceu, no dia 11 de outubro passado, Dom Alceste Catella, Bispo de Casale Monferrato, diocese italiana onde reside a religiosa. Esta foi a 68ª cura “sem explicação” de Lourdes oficialmente reconhecida. O Bispo da diocese de Tarbes e Lourdes, Dom Nicolas Brouwet, assim como o Dr. Alessandro de Franciscis, presidente do Bureau des Constatations Médicales de Lourdes apresentaram os fatos em uma conferência de imprensa no último dia 12 de outubro.

O mais interessante é que essa cura ocorreu em 23 de julho de 1965, há, portanto, mais de 47 anos, mas só agora é que foi reconhecida pela Igreja.

Em Lourdes, onde Nossa Senhora apareceu a Santa Bernadete, muitas pessoas são curadas. Para o exame e constatação dessas curas, criou-se o Bureau Médical de Lourdes, do qual participam médicos de todos os credos religiosos, inclusive ateus, e os documentos ficam à disposição dos especialistas de qualquer parte do mundo. Um processo para declaração de milagre, feita no Bureau Médical de Lourdes, leva, pelo menos, 5 anos, com várias instâncias a percorrer. Na primeira instância, são feitos exames médicos e psiquiátricos rigorosos; qualquer explicação natural da cura leva o caso a ser encerrado. Ademais, só se aceitam doenças orgânicas e não apenas funcionais. Espera-se um ano, antes de dar a comprovação da cura definitiva. Na segunda instância, o caso é reapresentado à discussão. Na terceira instância, um relator leva o caso à Comissão Médica Internacional em Paris. Se o caso passar por esse crivo, declara-se que tal cura extraordinária não tem explicação na medicina, que o considera “milagre” e o entrega à Igreja para um processo canônico. Uma comissão, constituída pelo bispo do local onde mora a pessoa curada, examinará minuciosamente o caso sob todos os aspectos físicos e morais e os resultados médicos. Após todas as análises, o bispo confirmará, não só apenas com os olhos da ciência, mas também com os olhos da fé, o possível milagre.

Mais de onze mil casos já passaram da terceira instância com a confirmação médico-científica de que não há explicação para tal cura. No entanto, até hoje, apenas sessenta e oito de todos esses casos (incluindo o da Irmã Luigina) foram tidos como milagre pela quarta instância, ou seja, pela Igreja, que se mostra, nesses casos, mais rigorosa do que a própria medicina.

fonte: CNBB