E-mail

contato@salvemariaimaculada.com.br

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Carpição

Existe no município de São José dos Campos uma capela que todos os anos no dia 15 de agosto atrai grande número de romeiros e cujo orago é Nossa Senhora do Bom Sucesso, conhecida pelo nome pitoresco de Nossa Senhora da Carpição.

Os devotos, ao chegarem ao local da festa, dirigem-se para trás da capela e com uma enxada retiram torrões de terra que amontoam na praça fronteiriça à Igreja. Muitas vezes, ao terminarem as festividades, o volume de terra transportada chega a 5 metros cúbicos.

O povo acredita que o cumprimento da tradicional cerimônia, ou “obrigação”, proporcionará aos devotos de Nossa Senhora da Carpição mais saúde, bem-estar c felicidade. Daí muitas pessoas levarem um pouquinho da terra, que elas consideram sagrada, em lenços e saquinhos próprios. Depois de cumprida a “obrigação” os fiéis entram na capela para acender velas, amarrar fitas nos santos de sua devoção e deixar esmolas.

Conta-nos Alceu Mainard de Araújo que o templo de Nossa Senhora da Carpição começou com uma simples cruz erguida para assinalar o local onde morreu de desastre um pernambucano desconhecido. O povo ali se reunia para rezar, porém na última década do século passado, como não havia igreja no bairro do Pernambuco, resolveram transformar aquela cruz em capela.

Organizaram uma festa com a finalidade de angariar fundos para a edificação de templo, mas não conseguiram resolver qual seria o santo protetor do futuro templo. Entretanto, a primeira coisa que deveria ser feita era a capina do terreno. Aqueles homens rudes mais piedosos, unidos num ideal comum, muniram-se de enxadas e foram limpar a área da construção. Eis, porém que durante a capina ouviram um grito de um mutireiro. Sua enxada encravara num objeto duro que ele julgava ser uma pedra. Qual não foi o espanto dos companheiros quando descobriram que a suposta pedra era uma imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso.

Religiosamente improvisaram um andor e nele colocaram a preciosa descoberta, levando-a para a residência do festeiro. O encontro da imagem foi comemorado com alegre cerimônia que se prolongou até de madruga. Ao terminarem as danças, o dono da casa percebeu que a santa havia desaparecido. A principio julgou tratar-se de uma brincadeira de mau gosto, mas os dias iam passando e a imagem não aparecia …

Tempos depois, narrando os estranhos acontecimentos a uns amigos, o festeiro levou-os ao local da carpição e ali, com enorme surpresa, encontrou a santa no mesmo lugar onde surgira. Pegou a imagem e levou-a novamente para sua casa e com espanto de todos ela voltou sozinha ao local primitivo. Ainda uma terceira vez repetiu-se o milagre e, então, construíram ali a ermida para abrigá-la.

Finalmente, no dia 15 de agosto veio o padre acompanhado de grande multidão e dedicou a igrejinha à Virgem do Bom Sucesso. O povo da “vizinhança acorreu ao local atraído pela noticia dos fatos milagrosos.

As solenidades tiveram Início nos fins do século passado e desde aquela época apareceu o estranho ritual da carpição, isto é, a retirada de terra e sua colocação em um montículo defronte a igreja. O nome “Carpição” passou a designar a festa e posteriormente a imagem da Vírgem Maria. Este cerimonial continua até hoje no dia 15 de agosto, apesar de a missa da padroeira ser rezada no domingo seguinte à Assunção. A afluência popular inicia-se na véspera, quando a santa é levada à casa do festeiro para ser enfeitada, voltando em seguida acompanhada de enorme cortejo até a capela de Nossa Senhora da Carpição. No dia seguinte à tarde sai a procissão precedida da imagem de São Benedito, para “não chover não dia da festa”.

Como em todas as cidades do interior, a festa de Nossa Senhora da Carpição é realizada à moda popular, com barraquinhas, quentão, garapa, pipocas, venda de bugigangas e jogos. Os folguedos animam as festividades que têm seu ponto alto na hora em que os moçambiqueiros entram na capela para o beijamento, deixando na porta do templo seus bastões e paiás, por serem objetos profanos.

Terminada a procissão, os devotos voltam às suas casas levando um pouquinho da milagrosa terra da capela de Nossa Senhora da Carpição. Eles acreditam que aquela terra cura tudo, desde as dores de dente e de cabeça até os males do coração, sendo benéfica também para evitar pestes que atacam os animais domésticos.

Assim o povo, em sua fé pitoresca e simples, reverencia a Rainha do Céu, a qual aceita misericordiosamente todas as homenagens que lhe são prestadas com carinhos, humildade e amor.

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da China

 

Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na China, Dong Lu em Boading e Sheshan em Shangai. O Santuário de Nossa Senhora de Sheshan em Shangai está sob o controle da Associação Patriótica (a Igreja católica nacional infiel ao Papa), o Santuário a Dong Lu permanece firmemente com Igreja Católica Romana, chamada “Igreja Subterrânea”. Católicos, desde 1924, viajaram todos os maio de todas as áreas de China para Dong Lu rezar antes da Mãe Santificada de Cristo, exceto durante a Revolução Cultural.
Nossa Senhora da China, Rogai por nós que recorremos a Vós!
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Cinta

Na vila de Alcácere do Sal há um antigo templo dedicado ao Santo Cristo dos Mártires. Nesse templo está a imagem da Mãe de Deus, a que deram o titulo de Nossa Senhora da Cinta, por estar cingida de uma cinta de ouro como a usam os padres de Santo Agostinho.
Esla imagem é de pedra e do tamanho natural de uma mulher; está colocada em uma coluna, motivo pelo qual alguns lhe chamam de Nossa Senhora do Pilar. No mesmo pilar também está esculpida a imagem de são Tiago, apóstolo da Espanha.
A imagem de Maria tem no braço esquerdo o Divino Infante Jesus com o bracinho esquerdo ao redor do pescoço de sua santa Mãe que parece inclinar-se a este seu carinhoso abraço. Enfim, essa imagem é de preciosa escultura e tão excelentemente esculpida que não parece ser obra de mãos humanas.
Diz a tradição que, estando uns pescadores a pescar no rio de Alcácere, ao retirar a rede encontraram nela a referida imagem, que, apesar de muito grande e pesada, viera tão leve como se a rede nada trouxesse. Muito alegres com seu bom lance, tomaram a imagem e levaram-na para a igreja dos Mártires colocando-a no altar-mor.

Nossa Senhora, porém, para se achar mais pronta e mais perto para socorrer seus devotos pescadores e aos mais que quisessem valer-se do seu amparo e patrocínio, foi encontrada no dia seguinte no alpendre, fora da igreja.
À vista desse maravilhoso sucesso, deram-se por entendidos os seus devotos concordando que Nossa Senhora escolhera aquele lugar porque nele queria ser venerada, e assim lhe mandaram fazer o nicho ou capela que foi colocada nunm coluna, conforme vimos acima.
Crêem todos, sem dúvida, que os cristãos da antiga Salária ou Salácia, quando entraram os mouros na Espanha e chegaram àquela vila, deitaram no rio a santa imagem, para livrar das injúrias e irreverências que poderia padecer às mãos dos bárbaros infiéis.
A devoção que o povo da vila de Alcácere tem para com a misericordiosissima Rainha do Céu, representada naquela imagem, é muito grande, e a grande fé com que imploram seu favor e patrocínio em todas as suas necessidades faz com que achem remédio, alívio e consolação.

Mais tarde mudaram a Imagem para dentro da igreja, onde lhe fizeram uma capela.

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Claridade

Uma noite, marinheiros em grande perigo de naufragar viram de repente, aclarando o porto, uma grande luz misteriosa, que os guiou, salvando-os.
Em ação de graças construíram uma capela em honra de Nossa Senhora, sob o titulo de Nossa Senhora da Claridade.
A capela é muito frequentada pelos fiéis dos arredores, principalmente por aqueles que desejam a cura de alguma doença dos olhos.
A peregrinação é em 15 de agosto.

Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Conceição

 Trata-se de um título litúrgico, celebrado no dia 8 de dezembro, pelo qual os católicos professam a prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original, e nasceu, portanto, sem o pecado original. Vale dizer: ela é toda santa, a cheia de graça, desde o momento de sua concepção.

O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, com a bula Ineffabilis Deus. Esta solene definição pontifícia foi resultado de um desenvolvimento da devoção popular aliada a intervenções papais e infindáveis debates teológicos. O calendário romano já incluira a festa em 1476. Contudo, no sétimo século esta celebração já existia no Oriente. Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda cristandade. Quatro anos após a proclamação do dogma por Pio IX, Maria Santíssima apareceu a Bernadette Soubirous dizendo: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Nossa Senhora da Conceição
Em Portugal, o culto foi oficializado por Dom João IV, primeiro rei da dinastia de Bragança, que fora aclamado a 1º de dezembro de 1640, quando se iniciava a oitava da festa da Imaculada Conceição. Seis anos depois, com a aprovação das Cortes de Lisboa, o rei dedicou à Virgem Imaculada o reino português. O solar da padroeira é Vila Viçosa, que deu seu nome a uma ordem honorífica instituída por Dom João VI em 1818, com a denominação de Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
No Brasil existem cerca de 533 paróquias dedicadas à Virgem Imaculada. A primeira imagem chegou em uma das naus de Pedro Álvares Cabral. Os Frades Menores Franciscanos foram os propagadores dessa devoção.
Nossa Senhora da Conceição O culto teve início na Bahia em 1549, quando Tomé de Souza chegou a Salvador trazendo uma escultura da santa. Ela foi a protetora de nosso país no período colonial e foi proclamada Padroeira do Império Brasileiro por Dom Pedro I. Já no despontar do século XX, com o advento da República, o título cedeu lugar a Nossa Senhora Aparecida, que é uma antiga imagem da Imaculada Conceição encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul.
Este título recorda que Deus, em sua Providência, quis formar de modo extraordinário a arca que conteria seu Divino Filho, poupando-a de todo e qualquer traço de pecado. Para Deus nada é impossível.
Amemos Maria Santíssima em sua imaculada conceição, na totalidade de seu amor e entrega nas mãos de Seu Salvador. Ele, que olhou para a humildade de Sua serva, a cumulou de graças imperecíveis.
Ó Maria, concebida sem pecado,
rogai por nós, que recorremos a vós!
Por vossa Conceição Imaculada, ó Maria,
purificai meu corpo e santificai minha alma!
Oração
Ó incomparável Virgem da Conceição,
Mãe de Deus, Rainha dos Céus,
Maria, volvei para mim, imploro-vos,
o olhar benigno de vossa misericórdia.
Livrai-me de minhas gravíssimas culpas;
e com o favor de vossa poderosíssima intercessão,
fazei que eu consiga da Divina Majestade
a salvação de minha alma, a perfeita saúde do corpo
e aquela graça da qual tanto necessito
e que vos recomendo
a fim de que, servindo e louvando-vos nesta vida,
venha depois, um dia,
a amar-vos e agradecer-vos
para toda a eternidade.
Assim seja.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Luz dos Pinhais

Curitiba, Corituba ou ainda Corityba, vem de Coreu ou Curi que significa “pinhão” e Tuba ou Tyba, “muito”. Curitiba, terra de muito pinhão. Em 29 de março de 1693, foi criada a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, quando os povoadores se reuniram na capela de pau a pique, onde já se encontrava a imagem da santa padroeira, Nossa Senhora da Luz, trazida pelos portugueses. Nesse momento foram aclamados, como autoridades, seis homens de sã consciência, que fizeram seu juramento, perante o Padre Antonio de Alvarenga.

Não se sabe ao certo a data da criação da paróquia Nossa Senhora da Luz de Curitiba. Aceita-se como provável o ano de 1668. É certo que em 1683 foi rubricado um livro de registros de batizados. Padre João de Souto é o seu primeiro pároco. Havia em Curitiba mais quatro outras igrejas: a da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas ( a edificação, de 1737, hoje é o edifício mais antigo da cidade), a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a de São Francisco de Paula, e a do Senhor Bom Jesus do Cabral.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Medalha Milagrosa ou das Graças

 Na tarde de um sábado, dia 27 de novembro de 1830, véspera do 1.o Domingo do Advento, em Paris, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, a noviça Irmã Catarina Labouré, teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções, num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.

 
“A Virgem Santíssima – disse Irmã Catarina – baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: ‘Este globo que vês representa o mundo inteiro (…) e cada pessoa em particular… Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem’.Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS. Ouvi, então, uma voz que me dizia:
 
“Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança”.
 
Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo do M, os dois Corações, de Jesus e de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro uma coroa de doze estrelas.
 
Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem calcava aos pés uma serpente, alusão clara à palavra de Deus a Eva, depois do pecado: “Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15)
 
A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.
 
O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de “Medalha Milagrosa”, ou “Medalha de Nossa Senhora das Graças”. A conclusão do inquérito foi a seguinte: “A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha”. A primeira medalha foi entregue à Irmã Catarina. Em 1836, só o gravador já havia cunhado mais de 2 milhões de peças.
 
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Irmã Catarina ouvido, no princípio da visão, as palavras: “Estes raios são o símbolo das ‘Graças’ que Maria Santíssima alcança para os homens”.
 
Oração
 
Ó imaculada Virgem
Mãe de Deus e nossa Mãe:
ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças
sobre os que vos pedem cheios de confiança
na Vossa poderosa intercessão
inúmeras vezes manifestada
pela Medalha Milagrosa,
embora reconhecendo a nossa indignidade
por causa de nossas numerosas culpas,
acercarmo-nos de vossos pés
para vos expor durante esta Novena
as nossas mais prementes necessidades…
 
(um instante de silêncio)
 
Concedei-nos, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa,
este favor que, confiantes,
vos solicitamos para major glória de Deus,
engrandecimento do Vosso Nome,
e bem de nossas almas,
e para melhor servirmos ao Vosso divino Filho,
inspirai-nos um profundo ódio ao pecado
e dai-nos a coragem
de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.
 
Ave Maria, cheia de graça …
Ave Maria, cheia de graça …
Ave Maria, cheia de graça …
 
Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Nuvem

De várias e significativas maneiras a Santíssima Virgem testemunhou ter tomado o Equador sob sua proteção: as veneradas imagens de Quinche e Guápulo e outras manifestam claramente esta verdade; mas a prova mais evidente é a célebre aparição de Nossa Senhora da Nuvem, verificada em 30 de dezembro de 1696 na cidade de Quito.

Eis como se referem à aparição ilustres e sábias testemunhas: no fim de 1696, achava-se gravemente enfermo um dos mais preclaros bispos de Quito, dom Sancho de Andrade e Figuerôa.
Os médicos depois de esgotar os recursos da ciências, declararam-se impotentes para curar o mal e aconselharam ao ilustre paciente recebesse os santos sacramentos, como fez, com edificação de todos, na sexta-feira, 28 de dezembro do citado ano.
O eminente dom Sancho era muito querido do seu povo pelos dotes de inteligência, prudência, caridade e demais virtudes que o adornavam.
Profundamente contristados pela doença de seu pastor, os habitantes de Quito combinaram fazer violência ao céu por meio de ardorosas súplicas; e, para que estas resultassem mais eficazes, tomaram Nossa Senhora por intercessora.
Havia então no pequeno povoado de Guápulo uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, cópia da célebre imagem do mesmo nome, à qual os fiéis professavam terna devoção pelos muitos prodígios que operava.
Em 29 de dezembro foi trasladada a santa imagem do seu santuário de Guápulo à igreja catedral, acompanhada de grande multidão de fiéis, que com lágrimas e orações pediam a saúde de seu prelado àquela que com justiça é aclamada como a Saúde dos enfermos.
Naquele tempo havia em Quito o costume de cantar solenemente o Rosário; e, com esse intento, das principais igrejas da cidade saía uma procissão em determinado dia. À catedral correspondia o domingo.
Em 30 de dezembro de 1696, tanto por causa das preces a favor de seu bispo como por ser domingo, saiu da referida igreja a procissão do Rosário, com extraordinária concorrência, não só da parte humilde, mas também da parte mais seleta da sociedade, como o presidente da Real Audiência, as autoridades civis e militares, o clero etc., e todos cantavam com fervor as preces do saltério mariano – o Rosário.
Chegou a procissão ao adro da igreja de São Francisco justamente no momento em que se concluía a primeira dezena do Rosário. Deram com uma campainha o sinal convencionado, e todos se puseram de joelhos, começando os cantores o “Gloria Patri”.
E eis que de repente um sacerdote levanta a voz, exclamando: ” A Virgem! A Virgem!”…
Aos gritos do sacerdote todos levantam os olhos, dirigindo-os para o ponto do céu que ele assinalava com o dedo. Eram 5 hora da tarde. O ar estava sereno, e no lado do oriente, destacando-se o límpido azul do firmamento, via-se uma gigantesca imagem da Santíssima Virgem, formada como que de uma nuvem “branquíssima e resplandecente, suspensa” entre o céu e a terra. Viam-se distintamente os traços do rosto, um tanto inclinado para o Divino Menino, a quem sustinha no braço esquerdo, e no direito, estendido, sustinha, à maneira de cetro, um ramo de açucenas.
A aparição se manteve no ar por alguns segundos e desapareceu assim que os cantores começaram a entoar de novo a saudação angélica.
Terminada a procissão, as principais pessoas que nela tinham tomado parte dirigiram-se à residência do vigário geral da diocese, para dar-lhe conta do ocorrido, e S. Revma. ordenou se lavrasse ima informação minuciosa, na qual depuseram, sob a santidade do juramento, onze testemunhas das mais fidedignas, tanto eclesiásticas como seculares.
O portento da Nuvem foi confirmado pela cura inesperada e rápida de S. Exa. dom Sancho, pois começou a melhorar no momento da aparição, ficando completamente curado poucos dias depois.
Em prova de gratidão, dom Sancho não só autorizou o culto de Nossa Senhora da Nuvem para seus diocesanos, mas também erigiu na catedral de Quito um altar especial em sua honra.
Bons artistas pintaram logo alguns quadros, sendo os mais importantes os que se veneram nos santuário de Guápulo e Quinche.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Pena

Eis a origem histórica do título – Nossa Senhora da Pena: – Há mais ou menos três séculos, habitavam o bairro de Jacarepaguá alguns fazendeiros e criadores, seguindo a rotina trivial do tempo na fabricação da rapadura ou açúcar bruto.

Nesses engenhos de cana do tempo primitivo, os construtores da riqueza de seus donos foram os humildes escravos, pretos incansáveis no lidar de sol a sol. Uns plantavam, outros cuidavam de pastorear o gado, que se atrelava às almanjarras dos engenhos antigos.
Vamos agora ao fato ocasionador do novo título de Nossa Senhora: Certo dia, escapando uma rês da vigilância de um preto vaqueiro, viu-se o escravo na contingência de um castigo corporal. Aflito pelo desaparecimento do animal, e naturalmente repreendido pelo rico senhor do engenho, depois de esforços inúteis, desanimado já do resultado de tanta investigação, prostrou-se de joelhos, rogando fervorosamente a Nossa Senhora que lhe mostrasse o lugar onde se ocultava a referida rês.
E a tradição nos refere que: “uma Senhora resplandecente de luz, vestida de azul e branco, ornada de uma coroa luminosa, no alto do morro apontava para o pobre negro, dizendo-lhe que fosse ao lugar onde Ela estava.”
No mesmo lugar de onde desapareceu a Senhora, estava a rês tresmalhada.
Este fato extraordinário deu lugar à edificação da primitiva ermida em memória da graça alcançada pelo escravo, e motivou também a conversão daquele fazendeiro.
Data de 1624 a investigação histórica de Frei Agostinho de Santa Maria.
O piedoso sacerdote Pe. Manuel Araújo edificou o antigo templo dedicado a Nossa Senhora da Pena, transportando de Portugal uma belíssima imagem de Nossa Senhora, a qual tem no braço esquerdo o Infante Jesus, ostentando, na mão direita uma pena de ouro , instrumento de transmissão da palavra escrita, símbolo sagrado de proteção aos jornalistas e publicistas católicos.
Até aqui a notícia histórica da origem do título – Nossa Senhora da Pena, notícia esta extraída da revista “Reparação.”
Mas… que relação haverá entre a graça concedida por Nossa Senhora ao pobre escravo e a “pena de escrever?!”
A palavra “pena”, no milagre citado, queria dizer, provavelmente, “dó”, “compaixão”, por ter-se Nossa Senhora compadecido da desgraça do escravo, e no entanto Nossa Senhora ficou sendo Padroeira dos jornalistas, porque deram à palavra “pena” outro sentido.
Falando nisto, numa carta escrita ao Revmo. Pe. Arno Miranda, S. Revma. assim me respondeu: “Realmente, o título Nossa Senhora da Pena não se liga àquele fato histórico, que aliás deu início ao famoso Santuário do Rio de Janeiro.” Mas o que li a respeito foi: no quadro inicial havia, em espanhol, a legenda Neutra Se de la Peña, e o nosso povo, não fazendo caso do “ñ” com til, dizia “Pena”, talvez para diferenciar de Nossa Senhora da Pena, já existente. Daí foi um passo para os jornalistas procurarem todos os anos sua “Padroeira.”
Até aqui a explicação do Revmo. Pe. Miranda. Mas então, se deram a princípio a Nossa Senhora o título de – da “Penha”, é porque é quase certo que Ela apareceu no alto de alguma penha ou rochedo.
Enfim, não cogitemos da mudança de sentido da palavra que deu origem ao título: ele assim se firmou nos corações dos que amavam a Mãe de Deus; continuemos, pois, a considerar Nossa Senhora da Pena a Padroeira dos jornalistas e publicistas católicos, que eles bem precisam da proteção da Sede da Sabedoria.
Voltemos à notícia da revista “Reparação”:
Devemos ao espírito religioso de José Rodrigues de Aragão a reedificação do Santuário.
Elevado em lugar íngreme, sem as facilidades atuais de transporte em veículos modernos, poder-se-á  imaginar a soma de esforços empregados para a construção de um novo templo naquele local.
Um segundo fato, que a tradição considera miraculoso, foi a extraordinária fonte de água cristalina, que rebentou justamente na fase aguda da construção do templo. O terreno silicoso e ressequido passou por verdadeira transformação.
Em 1770 estava pronto o Santuário. O seu grande benfeitor, José Rodrigues de Aragão, além da estrutura acabada do templo com as pinturas, decorações e painéis, ornou o Santuário de Nossa Senhora da Pena com alfaias e mobiliário, assegurando a vida material do culto com doações pecuniárias e com patrimônio em terrenos.
O culto acendrado que o povo carioca vem constantemente tributando a Nossa Senhora da Pena tem atraído para aquele bairro não somente o nosso povo, mas também literatos, jornalistas, intelectuais, e até curiosos sem as alegrias íntimas da Fé, e turistas, que demandam o Santuário para ali, em seu museu e em objetos de culto e devoção, admirar a obra de Deus pelas mãos virginais de Nossa Senhora da Pena de Jacarepaguá.
Invocações Marianas

Invocação Mariana: Nossa Senhora da Piedade

Nossa Senhora da Piedade é aquela que recebendo o Divino Filho em seus braços, depois de sua morte trágica na Cruz, levou-o com os fiéis discípulos e piedosas mulheres até o sepulcro. Foi sempre um tema muito procurado pela arte cristã que encontra nos episódios da vida de Jesus e de sua Santíssima os motivos para edificação, mais ainda, porque nos sofrimentos, encontram os cristãos, um grande consolo, verificando que eles são próprios ao caminho da perfeição, e se Deus os teve, com sua Mãe, não é demais que os mortais os suportem.

A mais remota representação da Senhora da Piedade em Portugal, foi pintada em madeira, que se encontrava numa das capelas do claustro da Sé em Lisboa.
Pertencia a urna antiquíssima Irmandade, que tinha por função principal enterrar os mortos, visitar e confortar os encarcerados e acompanhar os criminosos que iam padecer a pena ultima. Essa pintura representando Nossa Senhora assentada ao pé da Cruz, tendo nos braços Jesus Morto, foi o emblema das Casas de Misericórdia, que por iniciativa de frei Miguel de Contreiras, se fundaram em Portugal, começando pela de Lisboa. Tinha essa Nossa Senhora da Sé de Lisboa, uma Irmandade que se supõe já existia desde antes do ano de 1230, pois foi nesse ano que ela figura no acompanhamento do pai de Santo Antônio, que acusado falsamente de um crime, ia ser levado à forca, quando seu filho, o grande taumaturgo português chegou a tempo de salvá-lo, por uma milagrosa demonstração de sua inocência.
Muito venerada em Portugal era Nossa Senhora da Piedade de Merceana, que segundo a tradição aparecera no tronco de uma árvore, no início do século XII. Contam que, certo dia, um lavrador começou a notar que um dos bois de sua manada, lhe desaparecia todo dia à mesma hora, voltando pouco depois. Seguiram o boi e verificaram dirigir-se o animal a uma carvalheira, debaixo da qual se ajoelhava, olhando para um dos galhos.
Encontraram então uma pequena efígie gótica da Senhora da Piedade, que mais tarde foi colocada numa capela construída naquele sítio.
Este culto deve ter entrado no estado de Minas Gerais através dos bandeirantes, pois Nossa Senhora da Piedade era a padroeira de Guaratinguetá, passagem obrigatória nos tempos viajantes que transitavam entre Rio de Janeiro e São Paulo, e cujo porto era muito freqüentado pelos aventureiros que subiam a serra da Mantiqueira à procura dos veios auríferos nos Campos dos Cataguás.
Talvez o primeiro santuário de Nossa Senhora da Piedade naquela província tenha sido o de Barbacena, antiga Borda de Campolide, onde era venerada uma imagem da Virgem trazida de Portugal por algum imigrante ou por um padre jesuíta, e cuja matriz foi benta em 1748. Daí a devoção se espalhou pela terra mineira, indo localizar-se principalmente na Serra da Piedade.
Segundo a tradição, esse santuário plantado no alto da montanha, próxima a Caeté, se prende as perseguições que o Marques de Pombal moveu contra Os jesuítas e varias famílias nobres da Lusitânia. Entre os fugitivos da vingança do ministro de D. José I encontrava-se o arquiteto Antônio da Silva Bracarena, que prometera à Virgem Santíssima construir-lhe uma igreja, se ficasse livre. Tendo se refugiado na Vila Nova da Rainha (hoje Caeté), resolveu erigir um templo no alto da serra que ele avistara rodeada de nuvens. Sua decisão tornou-se mais forte quando soube de um estranho fato acontecido naquele local, alguns anos antes. Uma menina, muda de nascença, avistou por várias vezes no alto da montanha, aureolada de luz, a Virgem Maria trazendo nos braços o seu Divino Filho morto, e após estas visões principiou a falar corretamente.
Bracarena iniciou então a edificação da igreja e mandou vir da cidade do Porto uma imagem de Nossa Senhora da Piedade, de tamanho natural, reprodução em madeira da célebre Pietá de Miguel Ângelo. Esta efígie se encontra ainda hoje no altar-mor da igreja serrana e a ela são atribuídos vários milagres, que atraem todos os anos milhares de peregrinos.
A construção desta capela foi muito demorada, tendo terminado somente em 1770, com o auxílio do povo, e desde então a serra passou a ser denominada Serra da Piedade. Após a morte de Bracarena, que foi sepultado no adro do templo, debaixo do altar da Virgem, vários ermitões o sucederam, continuando a zelar pela Senhora. Apesar disto, a igreja chegou a ameaçar ruir, mas, devido à intercessão do cardeal D. Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional resolveu restaurar a tradicional capela, que foi entregue aos cuidados dos frades dominicanos. Por iniciativa desses religiosos foi iniciada a construção da Casa dos Romeiros a fim de abrigar melhor o grande número de fiéis que anualmente sobem a montanha para renderem homenagem à Virgem Santíssima.
Nossa Senhora da Piedade já era considerada um pouco protetora geral de todos os mineiros, quando em 1958 assim foi proclamada por bula do papa João XXIII. Contudo, a sua consagração oficial como Padroeira do Estado de Minas Gerais deu-se a 31 de julho de 1960, na Praça da Liberdade em Belo Horizonte, com a presença do Governador de Minas e autoridades civis, militares e religiosas.
A capela de Nossa Senhora da Piedade, situada a quase 1800 metros de altitude, apresenta ao devoto que sobe a sua escarpada montanha um panorama amplo e maravilhoso e uma alegria semelhante, com certeza, aquela que ele sentirá ao atingir o Paraíso Celeste após a rude caminhada neste mundo, guiado e auxiliado pelas mãos suaves de Maria.
Esta devoção é muito divulgada no Brasil, pois, além das 73 igrejas que a tomaram por Padroeira, encontramos imagens da Virgem Dolorosa em quase todos os antigos templos, espalhados pelo nosso País.