Medjugorje – Mensagem Anual a Mirjana – 18/03/2012
“Queridos filhos! Venho entre voces porque desejo ser a sua Mãe – A sua intercessora. Desejo ser o elo de ligação entre vocês e o Pai Celestial – a Medianeira. Desejo conduzi-los pela mão e caminhar com vocês no combate contra o espírito impuro. Meus filhos, consagrem-se completamente a mim. Vou tomar as suas vidas em minhas mãos maternais e vou ensinar-lhes a paz e o amor, e então, eu as darei para o meu Filho. Eu estou lhes pedindo para rezar e jejuar porque somente assim vocês saberão como testemunhar o meu Filho da maneira certa através do meu coração maternal. Rezem pelos seus pastores para que, unidos em meu Filho, eles possam sempre alegremente proclamar a Palavra de Deus. Obrigada.”
Devoção ao Santo Rosário Mariano
“Rezem o Santo Rosário todos os dias e saibam que todas as vezes que se propõem a rezá-lo, Eu fico ao vosso lado rezando com vocês”. Vejam o poder que tem o Rosário, vejam quantas bênçãos recebem aqueles que me amam de verdade. Propaguem a devoção ao Santo Rosário. Insistam com as pessoas para rezá-lo todos os dias, pois esta é a grande arma concedida pelo Senhor para acorrentar o inimigo. Saibam tirar proveito de tudo que tenho ensinado. Não venho até vós para falar-vos de coisas vãs e sem sentido. Venho para transmitir-vos as mensagens do Senhor. Venho para ensinar-vos que devem entregar-se a Jesus e mostrar-vos os meios mais fáceis de se alcançar este objetivo.”
Conheça as promessas de Nossa Senhora aos que rezarem o Rosário:
1. “Quem me servir constantemente rezando o Rosário , receberá uma graça especial”
2. “Aos que rezarem devotamente o Rosário prometo minha especialíssima proteção e graça”
3. “Será arma poderosíssima contra o inferno , destruirá os vícios , os pecados e abaterá as heresias”
4. “O Rosário fará florescer as virtudes e as obras boas , atrairá as almas copiosas bênçãos de Deus , e substituirá o amor pelas coisas terrenas e mundanas pelo amor de Deus.”
5. “A alma que por meio do Rosário recorrer a mim não perecerá.”
6. “Todo aquele que rezar devotamente o Rosário contemplando os mistérios , não será oprimido pelas desgraças , não será castigado pelas justiças de Deus e não morrerá de morte repentina , mas se converterá se for pecador , se conservará na graça se for justo e se fará digno da vida eterna.”
7. “Os verdadeiros devotos do meus Rosário não morrerão sem antes receber os sacramentos.”
8. “Os que rezarem meu Rosário terão em vida na morte e na luz e a plenitude da graça , serão admitidos à participação dos méritos dos santos.”
9. “Os devotos do meu Rosário que forem para o purgatório , Eu os libertarei no mesmo dia.”
10. “Eles terão grande Glória no céu.”
11. “Tudo o que for pedido pelo Rosário será concedido.”
12. “Os que propagarem o meu Rosário , serão por mim socorrido em todas as necessidades.”
13. “Eu alcançarei de Meu Filho que todos os devotos do Rosário tenham por irmãos toda a corte celeste em vida e na morte.”
14. “Todos os que recitam o meu Rosário são meus filhos e irmãos de Jesus Cristo , meu Unigênito.”
15. “A devoção de meu Rosário , é uma grande sinal de salvação.”
Fonte: Tarde com Maria
Nossa Senhora da Caridade do Cobre
A visita do Papa a Cuba, em sua primeira viagem à América Latina de língua espanhola, coincide com o 400º aniversário da imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, cuja devoção atrai ao Santuário Mariano cerca de onze mil peregrinos por semana.
Bento XVI visitará a imagem como “Peregrino da Caridade”, rezará diante dela na manhã de 27 de março e lhe entregará a Rosa de Ouro, um gesto filial que os pontífices mantiveram para com algumas imagens de Maria em diversos países.
Dentro das celebrações do Ano Jubilar Mariano que mobilizou todo o país, a vigésima primeira edição da Feira Internacional do Livro, de 9 a 19 de fevereiro em Havana, serviu de marco para a apresentação do livro “Nossa Senhora da Caridade do Cobre. Símbolo de cubanía”, da historiadora Olga Portuondo Zúñiga.
De acordo com a agência Zenit, nos oito capítulos desta segunda edição ampliada, a autora reflete os resultados de uma profunda pesquisa sobre as origens e a evolução da veneração a Maria ao largo da história cubana.
O volume, publicado pela Editora Oriente, foi prologado por Dom Carlos Manuel de Céspedes, que, além de elogiar a beleza estética e a qualidade de impressão do livro, avalia positivamente o conteúdo e a seriedade do trabalho da autora. “Não é uma obra pronta, pois tenho certeza de que no ano que vem estaremos apresentando um novo livro com mais descobertas sobre esse tema e outros relacionados”.
O prelado fez referência também à recém-finalizada peregrinação da imagem de Maria por toda Cuba e à próxima visita do Santo Padre à ilha.
HISTÓRIA
Em Cuba, certa manhã de 1607 ou 1608, dois irmãos indígenas, João e Rodrigo de Joyos, e o crioulo João Moreno, de mais ou menos uns 10 anos, foram enviados pelo administrador das estâncias de Varajagua às costas de Nipe, para de lá trazerem certa quantidade de sal. Chegando lá encontraram um mar agitadíssimo por causa de um forte vento que soprava e da chuva que caía. Perceberam então que era impossível executar a tarefa a qual foram encarregados. Refugiaram-se em uma choça e lá permaneceram durante três dias, até que a tempestade cessou e puderam embarcar em uma canoa para dirigir-se às salinas da costa.
Pelas 5 horas da manhã, perceberam um vulto, que flutuava na direção deles. Pensaram, em princípio, se tratar de uma ave aquática, mas, ao se aproximarem do vulto, notaram que era uma imagem de Nossa Senhora, que vinha sobre uma tábua, na qual se lia a seguinte inscrição: “Eu sou a Virgem da Caridade”. A imagem tinha o rosto redondo, de cor clara, e sustentava no braço esquerdo o menino, que levava em uma das mãos a esfera, símbolo do mundo, tendo a outra levantada em atitude de dar a bênção. Ela inspirava respeito e veneração.
Os meninos então recolheram a imagem, e perceberam que nem a orla do vestido de Nossa Senhora havia se molhado. Recolheram também, com muita pressa, a quantidade de sal que deveriam levar, e conduziram com muito cuidado a imagem para a estância de Varajagua.
Os trabalhadores da estância, sabendo da imagem, preparam um modesto altar e receberam Nossa Senhora com alegria e devoção. Quando o acontecimento chegou ao conhecimento do administrador da estância, ele ordenou que se construísse uma ermida, com uma luz que ardesse constantemente diante da imagem. Enviou também uma comissão de homens competentes para que se informasse sobre o aparecimento da imagem, e para depois levá-la em procissão para o povoado de Cobre. Na procissão, com muitos cantos em louvor a Nossa Senhora, a imagem foi reconhecida como a Rainha da Ilha. A imagem de Nossa Senhora da Caridade, então, foi conduzida e colocada no altar-mor da igreja paroquial.
Em 1703, pelo número grande de romeiros que vinham de todas as regiões implorar a bondade de Nossa Senhora da Caridade, foi construído o atual santuário no lugar indicado pela própria Mãe de Deus, num outeiro que dista 430 passos da vila de Cobre. A festa principal do santuário celebra-se em 8 de setembro, anualmente, com grande número de fiéis.
Os pobres e os enfermos vão em busca de alívio, e são inúmeros os prodígios alcançados graças a Nossa Senhora da Caridade
Oração da Manhã a Nossa Senhora
Ó Virgem, toda luminosa de esperança, este dia ainda intato e puro, entrego-o em tuas mãos, para que o apresentes ao Senhor.
Ei-lo cheio de promessas, carregado, desde o início, de tantas possibilidades de amor, e que, sendo oferecido por ti a Deus, como outrora teu Filho, possa realizar o que anuncia!
Ofereço portanto, de antemão, sobre o altar de teu Filho, tudo o que este dia me trará de trabalho e de sacrifício de tremor e de tranqüilidade, de sofrimento e de alegria!
Ofereço a Deus todos os meus bons desejos, minha aspiração a uma vida generosa e o medo de minha própria covardia, minha vontade de fazer o bem e minha fraqueza diante do mal, minha esperança depositada unicamente na graça!
Sustenta, sobretudo, minha resolução de amar o Senhor com todas as minhas forças, de nada lhe recusar, de aceitar cada momento deste dia tal como Ele o envia por sua mão onipotente, e ser apenas acolhimento a seu beneplácito.
ORAÇÃO DA NOITE A NOSSA SENHORA
Mãe indulgente e boa, esta noite, quero depor a teus pés o fardo de meu dia, o fardo de meus trabalhos e de minhas labutas e, sobretudo, o fardo de minhas ofensas e infidelidades ao Senhor.
Venho te entregar tudo, rogando-te que dirijas ao Pai do Céu um obrigado pela abundância de seus benefícios, e um pedido de perdão por minhas faltas.
E depois de me ter colocado inteiramente entre tuas mãos maternas, venho reclamar, pela última vez, um olhar de benevolência, o sorriso afetuoso que destinas a teus filhos.
Depois de ter suportado o cansaço de um dia inteiro, ficamos felizes ao encontrar à tarde um refúgio amoroso, uma bondade sorridente.
Teu semblante tão acolhedor e tão compreensivo me fará esquecer todas as dificuldades encontradas neste dia; poderei dormir na paz, sabendo que continuas a me amar e a velar por mim.
Com esta certeza reconfortante, minha fadiga não me impedirá de responder a teu sorriso, e será na doce alegria de tua afeição que abandonarei minha alma ao Senhor para um repouso de todo meu ser.
Ave-Maria…
Abrir o Coração para Maria
Quem se aproxima de Maria, vincula-se a Ela, aprende a amá-la. Lentamente Ela prepara a terra de seu coração, indica valores, ensina a descobrir que vale a pena sacrificar-se pelo outro e ter paciência. Ela coloca em nosso coração o impulso de sermos melhores e o dom de seguirmos as inspirações da graça.
A mãe de Deus quer gravar a imagem do seu filho em nosso coração e nos ensinar a ouvir a sua voz, que nos exorta: “tendes ouvido o que foi dito: olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mal. (…) amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem… Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? (…) Se saudais apenas vossos irmãos, que fazei de extraordinário? Na fazei isto também os pagãos?” (Mt 5,38-39; 44,47).
Por isso, somos convidados a nos vincular ao Santuário, abrir-nos para as graças que a Mãe de Deus distribui no lugar da Aliança e que a Mãe Peregrina vem trazer à nossa família. É possível que nossa tristeza seja transformada em alegria, o desanimo em otimismo e nos momentos de escuridão brilhe uma luz.
Na luta pela sobrevivência, a Mãe de Deus nos impulsiona a não perdemos a confiança e por que não, a encontrar o trabalho que falta? Ela ajuda na educação dos filhos, sobretudo nos dá esperança contra a corrente comum hoje em dia de apresentar a separação como a solução, quando a crise entre o casal atinge sua fase aguda e dolorosa. Quando tudo parece fracassar, quando acreditamos que o sonho acabou ou se transformou em um pesadelo e, infelizmente, “não há nada a fazer”, Ela nos ensina a recomeçar, confiando um no outro, a perdoar, deixando que a chama do amor reacenda novamente.
Fonte: Mensagem de Schoenstatt às famílias (Nº 106)
Medjugorje – Mensagem a Mirjana – 02/03/2012
“Queridos filhos, através do incomensurável amor de Deus, eu estou vindo entre vocês e os estou chamando insistentemente para os braços de meu Filho. Com um coração maternal estou implorando a vocês, meus filhos, mas também estou avisando repetidamente, que a preocupação com aqueles que não chegaram a conhecer o meu Filho, esteja em primeiro lugar para vocês. Não permitam que, olhando para vocês e sua vida, eles não sejam tomados por um desejo de vir a conhecê-Lo. Rezem ao Espírito Santo para que o meu Filho esteja impresso dentro de vocês. Rezem para que vocês possam ser apóstolos da luz divina neste tempo de trevas e desespero. Este é um tempo de sua provação. Com um rosário na mão e amor no coração permaneçam comigo. Eu os estou conduzindo para a Páscoa em meu Filho. Rezem por aqueles a quem o meu Filho escolheu: que eles possam sempre viver com Ele e Nele, o Sumo Sacerdote. Obrigada.”
Maria, Virgem Orante
A Virgem Maria sempre foi considerada não só orante, mas mestra da oração. Na sua “escola” de silêncio e de contemplação se aprende a entrar em comunhão com Deus. À casa de Nazaré, devemos voltar muitas vezes para contemplar Maria na sua atitude orante à espera da vinda do Salvador, do libertador do seu povo. Em Maria, os sentimentos e a esperança do povo se fazem realidade. É a pobre de Javé que suplica e intercede, e Deus, olhando a sua sinceridade e humildade, a escolhe como mãe do seu Filho unigênito.
Não são muitas as palavras que os evangelistas nos transmitem de Maria. Lucas, o evangelista da infância de Jesus e de Maria, dedica mais espaço à humanidade do Senhor e faz resplandecer em Cristo a beleza do rosto de Maria, e em Maria a beleza, a luz do rosto de Jesus.
Meditando as poucas palavras de Maria, podemos penetrar no seu santuário e perceber toda a sua grandeza; meditando o seu silêncio, sentimos sua presença permanente ao lado de Jesus e de toda a humanidade. Maria é a sombra benfazeja que cobre com seu amor o Cristo peregrino entre nós.
A alegria da alma de Maria
Embora todas as atitudes de Maria sejam oração, o evangelista Lucas quis deixar-nos uma “amostra” de como ela rezava. O cântico de Maria, conhecido pela palavra latina “Magnificat”, não é outra coisa senão um caminho de oração. Um método de oração simples, que nasce da realidade, do contexto da vida e se faz fermento, dando sentido a todas as nossas ações.
O Magnificat é a transparência da alma de Maria que, profundamente tocada pelas palavras de sua prima Isabel ao elogiar a sua fé, explode de alegria com palavras de louvor ao Senhor Todo-poderoso.
Então, leia lentamente o texto (Lc 1,46-55), sem pressa, com amor, com o coração cheio de gratidão, tentando compreender o sentido de cada palavra:
“A minh’alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador; porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é o seu nome!
Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem; manifestou o poder de seu braço dispersou os soberbos; derrubou os poderosos de seus tronos e elevou os humildes; saciou de bens os famintos, despediu os ricos sem nada.
Acolheu Israel seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre.”
Depois de ler o texto do Magnificat, é interessante ler com muita atenção as referências bíblicas inseridas neste hino de Maria. Sabemos que o Magnificat não é o canto de Maria assim como ela se expressou naquele momento do encontro maravilhoso com sua prima Isabel. Não é uma gravação, mas uma “reconstrução” de Lucas. O evangelista, depois de conversar com Maria, percebeu que as palavras da mãe de Jesus eram como um maravilhoso bordado de conceitos e frases bíblicas, presentes no Antigo Testamento. Como nós, que ao falar, sem querer, citamos São João da Cruz, Santa Teresa, São Francisco, frases de livros já lidos, de pregações ouvidas, e fazemos nossas tantas idéias que, na verdade, outras pessoas antes de nós expressaram.
Esta continuidade da história entre passado, presente e futuro é algo bonito, impressionante. A nossa oração segue o mesmo caminho. Por isso é importante dedicar um pouco do nosso tempo à leitura meditativa destas passagens: 1Sm 2,1-10; Is 61,10; Hab 3,18; 1Sm 1,11; Gn 30,13; Sl 111,9; Sl 103,17; Sl 89,11; Jó 12,19; Is 41,8-9; Gn 12,3.
Os “três olhares” de Maria
A oração de Maria é percebida na sua vida, no seu silêncio e, principalmente, no fato de acompanhar Jesus em todos os momentos de sua vida, de Belém ao calvário, e ainda depois, como no cenáculo.
Poderíamos colocar em evidência a dinâmica do olhar de Maria, que faz brotar a sua oração contemplativa: ela olha o presente, o passado e o futuro.
Quando nos colocamos em oração, a primeira atitude é deixar o nosso coração agradecer e louvar ao Senhor por tudo. Inclusive pelos sofrimentos, cruzes e dificuldades do dia-a-dia. Deus se revela em todos os momentos de nossa vida. É preciso olhar o presente como “momento de eternidade”, como sacramento em que se realiza a nossa salvação e a nossa experiência profunda de Deus. O presente traz à nossa mente e ao nosso coração as alegrias que experimentamos no convívio com os outros. Sempre que rezamos precisamos saber dizer, como Maria: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Mas por que a alma de Maria se alegra no Senhor?
O presente é muito pequeno para compreendermos as maravilhas que o Senhor tem operado na nossa caminhada, então, os santos sempre olham o passado. Primeiramente, para reconhecer os próprios pecados e pedir perdão a Deus, experimentando assim a misericórdia do amor. Os pecados nos acompanham por toda a vida. Se meditássemos mais neles, sem dúvida, seríamos mais sábios e evitaríamos no futuro tantos erros. Contemplar os pecados não com desespero ou duvidando da misericórdia do Senhor, mas na certeza do amor – e o amor, segundo São João da Cruz, com amor se paga.
Maria olha o passado não para reconhecer o seu pecado, pois dele fora preservada; mas ela possuía um grande sentido de humildade, de pobreza. Tinha consciência de sua pequenez. Ela é a pobre de Javé, a mulher simples, destituída de todo o poder, mas enriquecida pelo poder e autoridade do amor e do serviço.
“Ele viu a pequenez de sua serva”
Maria sente-se profundamente feliz por ter sido escolhida por Deus para a grande missão de trazer à terra o Verbo eterno; por emprestar a sua carne à Palavra e revesti-la da verdadeira humanidade.
A humildade não é desprezar a nós mesmos, mas termos consciência do nosso valor, do que somos. E saber que todas as qualidades que possuímos são dons de Deus.
Todos os verbos do Magnificat estão conjugados no passado, para mostrar que Maria é contemplativa do passado; conserva em si a memória límpida e transparente, uma memória “purificada” de todo o mal, revigorada por todo o bem. Uma memória sempre virgem e “re-virginizada” pela experiência do amor de Deus, atuante na história da humanidade. O passado, em Maria, não traz medo, mas gera alegria, porque ela sabe ver que a vitória de Deus é sempre maior do que o pecado.
Fez maravilhas
Na oração pessoal, é sempre bom recordar as maravilhas que o Senhor foi realizando na nossa vida. A partir do dom do nascimento, da inteligência, da saúde, da perfeição física. Temos milhões de motivos na vida para percebermos que Deus não nos abandona, mas caminha ao nosso lado. O mistério da fé gera em nós o desejo de sermos fiéis. A palavra-chave para que Deus opere maravilhas é a nossa “fidelidade”.
Pare um pouco hoje e contemple as maravilhas que Deus fez em você e através de você. Mas veja também como os irmãos ao seu redor consideram você, necessitam de você, e como você é instrumento necessário para que o Reino se dilate e se torne cada vez maior e mais presente. Descobrir as maravilhas de Deus é como remover toneladas de terra em busca de um grama de ouro; ou remover pedras para procurar uma nascente de água viva. Não desista! Dentro de você está o ouro e está a nascente da água viva.
Demonstrou o poder
O braço de Deus é poderoso! Não para esmagar ou para escravizar, mas para libertar. Deus entra na nossa história para nos restituir a dignidade com que nos tinha criado e que nós, por nossa culpa, perdemos. Experimentar o braço forte de Deus é sentir o seu amor; reconhecer que Ele é nossa rocha, nossa fortaleza, o escudo que nos defende e nos abriga.
Neste momento, é importante você pensar um pouco: de quantas e quais dificuldades e perigos Deus o libertou ao longo de sua vida? Perigos materiais, espirituais, situações difíceis? Como Ele foi bom com você!
Maria sentiu que o braço do Senhor estava presente sempre e a defenderia de todos os ataques do mal.
Dispersou
A memória histórica de Maria é aberta ao passado. Ela olha a história com positividade, vê e contempla a vitória de Deus sobre todos os orgulhosos. O orgulho é um pecado capital, é uma raiz de onde brotam tantos outros pecados que prejudicam a vida da comunidade. Querer ser maiores do que os outros, sentir que somos sempre mais importantes… O pecado de Lúcifer foi querer ser como Deus. Nada de mais destruidor de si mesmo e dos outros que o orgulho. Por isso Maria contempla como Deus dispersou os orgulhosos.
Derrubou
Os poderosos não têm força para se manter de pé por muito tempo. A fidelidade de Deus é para os pequenos e humildes que não confiam na força das armas, mas na força do amor e do poder de Deus. É só olhar a história para ver o resultado disso: são lembrados os santos, que deixando de lado o poder e a exploração dos pobres souberam se colocar ao lado dos necessitados.
Deus quer que o poder, dentro e fora da Igreja, seja somente serviço: “Eu não vim para ser servido, mas para servir”. Se Deus derruba os poderosos, Ele exalta os humildes.
Exaltou
Exaltar é colocar em evidência, no centro da comunidade. Deus exalta quando resgata os pobres e os coloca como modelo para os outros. A palavra “humilde” tem a mesma raiz de “húmus”, terra fértil, bem adubada. A humildade é, portanto, a terra mais fértil onde brota a oração, a santidade, o amor, a vida.
Este é o momento histórico de recuperar a verdadeira humildade, não como sinal de “incapacidade”, mas de autenticidade, de verdade. Santa Teresa nos diz que “humildade é caminhar na verdade”. E Jesus faz referência à sua própria humildade: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde”.
Humildade que é reconhecer, ao mesmo tempo, as próprias qualidades e as próprias limitações. Ninguém é capaz, mais do que nós mesmos, de nos “auto-avaliar” quanto valemos. Tanto é orgulhoso quem se subestima como quem se superestima. A oração é colocar-nos diante de Deus com as nossas qualidades para agradecer ao Senhor, e com o peso dos nossos pecados para pedir perdão.
Saciou os famintos
Este versículo é, de certa forma, o prenúncio das bem-aventuranças. É a fome e a sede de justiça que o Senhor não pode deixar de saciar, a busca do verdadeiro alimento que nos sacia; a busca do Reino de Deus.
A nossa oração é verdadeira quando torna-nos atentos às necessidades dos outros. O encontro com Deus na intimidade e na oração nos obriga a descer do monte e assumir as muitas fomes dos nossos irmãos. É preciso, como Maria, olhar ao nosso redor e ver quais são as fomes do povo: fome de cultura, de justiça, de saúde, de moradia, de amor, de perdão, de paz, de vida… Não se pode somente contemplar estas fomes, mas é necessário fazer algo para diminuir o peso da angústia que gravita no coração de tantas pessoas simples e humildes.
Despediu
A primeira atitude de quem se prepara para rezar é ter a certeza de que ninguém pode aproximar-se de Deus achando que tem “direito” de receber. Simplesmente somos mendigos de mãos estendidas, apresentadas não tanto com os nossos pedidos, mas mostrando silenciosamente as nossas necessidades. Deus, que vê os corações contritos e humildes, virá em nosso socorro. Ele nunca abandona os que suplicam, em silêncio, diante dele, porque antes que nós peçamos Ele sabe o que nós precisamos para nós mesmos e para os outros.
É necessário romper o “egoísmo” da nossa oração, em que estamos preocupados somente conosco e esquecemos o que o outro necessita. Tantas vezes voltamos de mãos vazias das nossas orações porque pedimos com arrogância e prepotência. O único caminho que comove o coração de Deus é a humildade.
Acolheu
Os braços de Deus se abrem para receber o povo que caminha, que peregrina na busca da verdadeira terra prometida, que experimenta a dor e a saudade da espera, prolongada pela vinda do Messias. Maria sabe esperar; sabe que a promessa feita a Abraão não será inútil, mas será realizada sempre. Como é bom sentir-se acolhido na tenda de Deus e saber que tudo se realizará plenamente, porque Deus é fiel à sua promessa e o povo também busca ser fiel ao que Ele promete. Por isso, o último versículo do Magnificat faz referência às promessas feitas a Abraão, nosso pai na fé, na esperança e na perseverança.
O orante não pode duvidar de ser acolhido por Deus, mas sabe que o Senhor será fiel. A fidelidade não tem tempo, ela é para sempre e deve ser característica do amor. O amor fiel sabe esperar. Que este artigo nos coloque na escola de oração da Virgem Maria, nossa mãe!
Fonte: Comunidade Shalom
Maria: modelo de Modéstia
Exteriormente é modesta. Não se faz notar pela severidade nem pela negligência. Sempre humilde e mansa, traz o sinal da simplicidade em tudo que realiza.
Modesta em relação ao mundo. Maria sacrifica com generosidade a condição de gestante; vai mediatamente, vencendo grande distância, visitar sua parenta Isabel, levando felicitações e auxílio. Durante três meses acompanha e serve, trazendo grande alegria ao lugar. Somente quando a glória do Filho exigir aparecerá em público. Assistirá às bodas de Caná sem nenhum privilégio. A modéstia faz com que pratique a caridade de acordo com a ocasião.
Modesta no cumprimento dos deveres. Desempenha com suavidade, sem precipitações, sempre alegre e disposta a abraçar uma nova obrigação; não deixa transparecer as contrariedades, não busca consolações e pela naturalidade não atrai a atenção dos demais. Modelo exemplar para os adoradores do Santíssimo Sacramento; cuja vida se compõe de pequenos atos e de pequenos sacrifícios, que somente Deus deve conhecer e recompensar; cuja glória e conforto consistem na filial e humilde dedicação no cumprimento dos deveres, ambicionando agradar o Mestre pela contínua imolação de si mesmo.
Modesta na piedade. Elevada ao mais alto grau de contemplação que uma criatura possa atingir, vivendo no constante exercício do perfeito amor, exaltada acima dos anjos e constituída Mãe de Deus, mesmo com todas essas prerrogativas, serve o Senhor com simplicidade; sujeita-se às prescrições da lei, assiste às festas, reza junto com os demais fiéis; em nada se faz notar, nenhum exercício exterior demonstra sua piedade e o seu fervor. Assim deve ser a piedade do cristão: comum em suas práticas, simples em seus meios, modesto no agir, evitando chamar a atenção, fruto sutil do amor próprio que leva à vaidade e à ilusão.
Modesta nas virtudes. Possui todas as virtudes em grau supremo, praticados com suma perfeição, embora de forma simples e usual. Em todos os favores recebidos, a humildade vê somente a bondade de Deus, somente agradece.
Agradecimento escondido e sem glória humana. Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré? (Jo 1, 46). Ninguém presta atenção em Maria, passa totalmente despercebida.
Eis o segredo da Perfeição: a simplicidade, mesmo quando ignorada, saber conservá-la. Uma virtude acentuada fica exposta, uma virtude louvada pode trazer a ruína; a flor que mais chama a atenção, murcha depressa. Afeiçoemo-nos às pequenas virtudes de Maria de Nazaré, que germinam aos pés da cruz, à sombra de Jesus; deste modo, não temeremos as tempestades que abatem os cedros nem o raio que cai no cimo da montanha.
Modesta nos sacrifícios. Aceita em silêncio e conformidade o exílio no Egito. Diante da dúvida de José, permanece em silêncio, confia na providência. Traspassada pela dor, acompanha o Filho que carrega a cruz, não grita nem lamenta exteriormente. No Calvário, mergulhada em sua dor, sofre calada e se despede do Filho num olhar mudo.
Maria é também modesta em sua glória. Como Mãe de Deus, possuía todos os direitos e todas as homenagens, entretanto abraça a provação e o sacrifício. Não aparece nos triunfos do Filho, porém está aos pés da cruz.
Para ser filhos desta Mãe, devemos nos revestir de modéstia, deve ser tema usual de nossa meditação. A modéstia é virtude régia de um adorador do Santíssimo Sacramento, pois fornece a exterioridade dos sentidos na presença de Deus.
(Extraído da Obra Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento: Um mês com Maria, de São Pedro Julião Eymard, Editora Formatto, 2008, p.50-53)
Fonte: Site “Nos Passos de Maria”